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História Escrevendo para voçê - OneShot - Sentada em uma escadaria de uma esquina qualquer.


Escrita por: ImperioArmy

Capítulo 1 - OneShot - Sentada em uma escadaria de uma esquina qualquer.


Seoul, 19:37 - Sentada em uma escadaria de uma esquina qualquer.

O aparelho celular vibrou nas mãos da menina seguido por pelo toquezinho clássico de notificações. A fez despertar dos devaneios e retirar o olhar do jarro de planta metálico com uma margarida da casa ao lado para seguir o visor que quase ao mesmo tempo se iluminou:

"1 nova notificação de Namjoon ��"

Ela piscou algumas vezes antes de desbloquear o celular abrindo remotamente o aplicativo de mensagens:

"Eu acho que é importante levar um tempo para conhecer a si mesmo.
Ficar sozinho não é uma coisa estranha, você não é um Solitário se você comer sozinho.
Assim como nós nascemos sozinhos, estar sozinho é algo que todos nós precisamos. Você entendeu? Então não pense que é estranho."

Respirou fundo, e quando terminou de ler seu olhar marejou precisando piscar diversas vezes para segurar as lagrimas ali. Usou o fundo das mãos apenas para limpar qualquer gota que tinha escorrido a segundos atrás. Ela sentia falta desse sentimento.

Guardando a caneta preta e os papeis de carta que estava em suas pernas a menina se levantou descendo alguns degraus da escada, no fim dela se inclinou para o lado afim de ver além das paredes do ultimo prédio da esquina.

E lá estava ele, Kim Namjoon. Sentado em umas das mesas que ficavam dentro da cafeteira bem frente a vitrine de vidro que cercava parte do local dando total e completa visão da rua. Estava encarando o celular com uma expressão serena, a fumaça de seu café exalava rente ao seu rosto, mas não parecia incomodar.Com mais algum tempo percebeu que ele variava o olhar todo momento pelo os carros, as pessoas e o visor do celular.

A mais nova sentiu seu coração se aquecer. Seus sentimentos estavam e eram muitos confusos, ela se achava toda confusa afinal. Por isso estava a horas na indecisão de ir ou não ir até a cafeteria. Era tortura ficar tanto tempo olhando quem tanto amava sabendo que não podia tocar-lo nem dizer-lo o quanto o amava profundamente.

A vibração em sua mão juntamente com o toque de notificações soou pelos seus ouvidos fazendo a garota levantar o aparelho no mesmo instante vendo uma foto do café que ele acabara de publicar.

Quebrou o contato visual com aparelho vacilando em olhar novamente para dentro da cafeteira avistando Namjoon ali com o celular mais proximo ao rosto, seus dedos da mão livre estavam embolados com as flores brincando com jarrinho de decoração.
A menina fraquejou naquele momento, mas resolveu ao menos expressar o que sentia.

Ela voltou a subir as escadas até sentar no ultimo degrau dela novamente. Pegou a caneta preta e os papeis de cartas fechando os olhos antes de começar a escrever:

"Namjoon, 

Hoje escutei sua doce voz melodiosa soar pelos meus ouvidos enquanto vazia um vocal legal em uma de suas musicas, arrepiei com a sensação nostálgica de momentos que pareci ter vivido sozinha. Naquele momento sentir meu coração falhar as batidas por um minuto, se eu tivesse fechado os olhos a sensação cócega dominaria todo o meu corpo e me faria chorar. Sinto sua falta.

Faz tempo a ultima vez que me sentir proxima a você, e foi tão aos poucos que eu nem percebi, agora, isso me assusta porque você sempre pareceu ser a parte perfeita para que meu mundo estivesse completo. Estou angustiada, me sinto mais culpada por permitir que você saísse de fininho, sem nem se despedir. O que eu deveria fazer? Tenho medo de que você se torne apenas uma boa lembrança de uma mente velha. E sim, não é como seu eu não soubesse que um dia isso irá acontecer. Só acho que está muito cedo para tornar de você apenas fragmentos de minha memória. Ainda quero olhar pra você e admirar seus detalhes, sorrir junto há você e sentir meu coração se aquecer no fundo do peito, ouvir sua voz e sentir minha pele arrepiar porque é esse o efeito que você causa em mim. Mesmo que todos esses sentimentos sejam totalmente unilateral, não quero que isso acabe. É triste pra mim, certo? Mas quem pode culpar-lo? Não se preocupe, independente de quem te faça sentir o que sinto por você vou ficar bem. Nada me trará mais felicidade do que vê você feliz, mesmo que isso signifique que eu não faça parte disso.

Só vai me doer a saudade, e é como um grande buraco dentro de mim que nunca vai poder ser preenchido. Você não deve saber, mas desde que entrou na minha vida se tornou parte de mim, e quando vai embora acaba levando um pedaço que consequentemente só pode ser preenchido por você. O que devo fazer diante disso? É, realmente assustador. Principalmente porque minha parte em você é como uma pequena migalha, você nem sentirá falta se eu consequentemente for embora.

Mas penso como seria se talvez tudo isso não fosse apenas mais uma das ilusões de uma mente conturbada diante algumas madrugadas. Gosto de imaginar que você está aqui pra mim, sentindo absolutamente tudo que eu sinto e experimentado momentos que nós só poderiamos ter juntos. Me faz ter vontade de chorar porque sinto como se tocasse o impossível com as mãos, e ai logo tudo escapa dentre os dedos quando a consciência retorna.

De todo modo só me resta agradeçer, você me ensinou a ver o mundo de modo diferente, me fez alguém tão especial quanto você. Aprendi a ver beleza em pequenos detalhes, em gestos, em coisas insignificantes, a olhar muito mais profundo do que a superfície e somente assim eu pude enxergar onde está a verdadeira beleza das coisas. Minha mente já não é tão monótona e tola em banalizar o sentir, e foi somente assim que eu pude me tornar diferente de todos que me chamam de boba por acreditar no impossível. Você foi um dos poucos que enxergou que havia um universo, ou melhor, como você diria; "Uma galáxia" dentro de mim. Isso fará com que enquanto existir vida em mim meu coração continuará falhando as batidas quando ouvir seu nome.

Eu amo você. E se um dia pensar que aconteceu de eu te deixar, se lembre da galáxia que viu em mim e não esqueça que parte dela está em suas mãos. Então você só precisa olhar as estrelas, saberá o quanto eu as amo porque me lembram a você e se lembrará também de mim."
 

Finalizou deixando um sorriso quase triste escapar. Dobrou o papel e guardou a caneta, retirando o casaco amarelado que estava preso no corrimão para vestir e colocou sua carta no bolso da frente.

Após vestida, voltou a descer as escadas tirando o cabelo que ficou preso por dentro no curto caminho. Antes de ir, olhou mais uma vez Namjoon e observou o homem conversar com a garçonete gentilmente e sorridente, até que ela fez referência e saiu fazendo com que o Kim sacodisse as mãos uma na outra e trouxesse novamente seu olhar para além dos vidros, observando de quem entrava e saia dos taxis até quem caminhava tranquilamente por ali.

Achava adorável o jeito que seu rosto ficava quando algumas das iluminações da rua e das lojas refletiam no vidro. E numa noite tão bem iluminada, parecia que sua beleza se realçava ainda mais com as luzes da cidade.

Qualquer um que olhasse para a menina saberia na hora que não era só admiração, era amor. Esse sentimento que quase não cabia no peito e fazia a mesma sorrir sozinha apenas por ter fragmentos de memória dos traços do seu rosto.

Balançou a cabeca diversas vezes antes de se repreender pedindo foco.

Caminhou um pouco parando na calçada somente quando o sinal abriu para os carros impedindo-a de atravessar para o outro lado. Suas mãos estavam juntas e inquietas frente ao corpo enquanto inclinava para frente para trás os pés fazendo o movimento contínuo com as sapatilhas.

Na tentativa de se distrair ela olhou para o céu cinzento, talvez começasse a chover logo. Para seu azar, ela não tinha trago um guarda-chuva dessa vez.

O tipico bonequinho caminhando do sinal de pedestres ficou verde, e todas as pessoas que estavam em volta da menina deram passos chamando sua atenção para que fizesse o mesmo. E ao atravessar a faixa, logo estava frente a unica entrada da cafeteria.

Ela empurrou a porta de vidro fazendo com que o aroma forte do café entrasse pelo seu nariz. Sorriu não só por isso, mas também por ver logo a sua frente Namjoon sentado em uma mesa com bloquinhos de notas, papeis, canetas e café ao seu redor.

Abaixou a cabeça antes de caminhar até uma mesa mais distante do mesmo e se sentar ali colocando a bolsa em cima das suas pernas.

Retirou a carta do bolso colocando-a em cima da mesa, suas pernas agora balançavam inquietas, a ansiedade passava a dominar todo o seu corpo.

Viu a garçonete chamada Sun passar por ela e seguir até a mesa do mesmo com o seu pedido. No momento de sua volta ela a chamou e pediu para que a mesma levasse sua carta até ele mantendo em secredo sua identidade, logo após agradeceu mesmo tímida ao perceber o sorriso que a garota deu para si.

Goticulas de chuva começaram a cair do céu, até aos poucos se tornar cada vez mais intensa. A menina se pôs de pé encolhendo-se um pouco mais dentro do casaco.

Deu passos lentos em direção a porta e puxou-a fazendo um sininho soar. Antes de sair olhou para trás observando a expressão mista de surpresa e confusão do Namjoon quando a garçonete lhe entregou o pedaço de papel. Com delicadeza ele acabou abrindo a carta e seus olhos iniciaram a percorrer as palavras.

Ela finalmente sorriu e começou a caminhar deixando o aroma típico de cafeteira para trás. Sentiu a chuva tocar onde a pele que estava descoberta e atravessou a rua novamente esticando levemente as mãos para sentir as gotículas.

Se abrigou no ponto de ônibus frente ao vidro da mesa onde Namjoon estava, e observou por mais alguns instantes ele terminar de ler e se levantar curioso procurando provavelmente por ela.

Seus olhos varreram por toda a caféteria até que por puro acaso ele acabasse olhando para fora e sendo atraído por uma moça de casaco amarelo no ponto de ônibus. Assim que se encararam ele soube de quem se tratava.

O ônibus 202 cortou o contato tomando a frente, a garota entrou ali para voltar casa e se sentou no único lugar livre ao fundo.
Esteve pensando no que aconteceu durante parte da viagem e antes que pudesse chegar em casa seu aparelho vibrou novamente.

Havia uma nova notificação de Namjoon: 

"Estive pensando em galáxias a pouco, isso me fez querer olhar as estrelas. Está chovendo agora, mas quando tudo isso passar vou procurar um bom lugar para poder me lembrar de que não sou um solitário mesmo estando só."

Ela sorriu alto parecendo esquisita para alguns presentes no automóvel. Levou seu olhar para além do vidro da janela na intenção de ver o céu, as gotículas e as nuvens escuras atrapalharam. Mas Namjoon também havia a ensinado a ser paciente, o tempo ruim passaria, e então, logo ela poderia ver as estrelas e assim como ele se lembrar que não havia solidão enquanto existissem estrelas para se conectarem.
 


Notas Finais


A carta fala sobre mim, escrevi ela em um momento turbulento que consequentemente acabou me distanciando dos meninos. Eu senti saudades, então quis me expressar de algum modo em algum lugar.
A história conta sobre o Namjoon porque eu sempre fui mais ligada a ele, é realmente desse modo que ele faz eu me sentir e seria muita burrice não escrever sobre isso. Ou seja, vocês acabaram de ver tudo oque eu sinto ser colocado em uma mesa para exposição.

Não sejam maldosos com seus pensamentos em relação ao meu coraçãozinho bobo.


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