História Imagine Xiumin - Death - Bônus Parte 2 - ... mulher?

- como assim não há como? - gritei raivoso. - tem que ter um jeito! - ponderei.

- não sabemos, MinSeok! - ele me repreendeu. - vamos, você irá conhecer seu humano. - sua voz saiu ríspida.

- está bem. - me lamentei e o segui.

[...]

Estava há algumas semanas com o novo humano, seu nome era Luhan. Ele sofria de depressão e estava tentando se matar quase todos os dias.

Era um esforço árduo que eu tinha que fazer para manter esse menino vivo, ele nem me via ou sabia que eu existia. Eu soava como seu subconsciente insano e triste.

- tem gente que se importa contigo! - gritei, ele pareceu hesitar em seu ato. - largue esta arma! Hey, você é forte, Luhan.

- mas... Mas por que as pessoas fazem aquilo comigo? - suas lágrimas contornavam seu rosto angelical e caiam no chão.

- elas não merecem seu sofrimento, a melhor vingança é você ser feliz mesmo tendo ou estando sofrendo isso! - às vezes eu achava que ditava isso a mim mesmo.

Sorria de leve vendo o mesmo largar a arma e a jogar para bem longe de si, mesmo ele não sentindo, o abracei e sussurrei:

- eu confio em você.

- você... O que é você? - questionou de olhos fechados. - eu posso sentir você agora. - sua boca se curvou num sorriso pequeno.

- sou seu amigo, Luhan. - então seu sorriso aumentou.

Essa foi a primeira vez que ele sorriu de verdade.

[...]

Luhan encarava sua primeira decepção amorosa. Os alunos compartilhavam o vídeo de Katia e Jong, transando num quarto de motel.

- Luhan, ela não te merecia! Não fique assim, o coração não escolhe quem ama.

Foi aí que me lembrei de _____.

- como pode saber disso?

- porque já amei... A pessoa errada. 

Doía confessar isso, mas era a verdade. ______ foi o maior desastre da minha vida.

[…]

Luhan, este menino, tivera dezenas de decepções, mas não se abalou.

Eu passei a admirar este garoto, ele foi forte, ele é forte.

- o que devo fazer? - perguntou tremendo e mexendo toda hora em seus cabelos castanhos.

- vá logo falar com ela! - exclamei.

- mas e se for um não?

- aí você segue em frente, simples!

Ele andou poucos passos e depois parou, andou mais alguns e paralisou quando a menina lhe encarou, sorrindo.

- vá! - gritei.

Ele coçou a nuca e seu lábios abriram-se, mas ao não sair nada, suspirou frustrado e tentou novamente.

- SooMi, você quer sair comigo? - dizia firme, o que me deixou orgulhoso.

- ah, eu - a cena parecia rodar em câmera lenta - quero!

Os ombros de Luhan deixaram de tensionar e ele relaxou-os respirando fundo e abrindo um sorriso, que me permitiu descobrir algo.

O amor que ele estava prestes a viver.

[…]

Depois daquele dia, eu não me comunicava mais com Luhan, ele não precisava de um "conselheiro". Apenas o alertava de pressentimentos ruins que eu sentia, e que fazia o mesmo sentir, como aviso.

Sentia sua alma transbordar de felicidade, luxúrias, desejos, sonhos, objetivos e responsabilidades.

Já namoravam há sete anos, e SooMin esperava uma filha dele. Mas a mesma ainda não contara, por medo dele a rejeitar.

Uma preocupação tão boba, Luhan está louco para ter um filho, o problema mesmo vai ser por que é uma menina, então ele a mimará demais, e deixará a mãe com ciúmes.

Sorria vendo seu futuro, ser um guardião era mágico, evitava um fato ali e já mudava tudo, o ajudava a fazer algo e mudava ainda mais, e hoje, graças a mim e ao próprio Luhan, o futuro dele é brilhante como um diamante.

- sei que está aí, em algum lugar, eu vim dizer obrigado por tudo. - Luhan falava enquanto deixava as palmas juntas, numa reza. - graças a você, eu encontrei o amor da minha vida, a mulher com quem quero ter filhos e que é a razão do meu sorriso. - respirou fundo. - pode ser que você nunca tenha existido, e tudo tenha sido criado por minha cabeça, mas eu lhe devo tudo.

Seus olhos estavam um pouco lacrimejados, mas secou-as rapidamente ao ouvir a voz da mulher, que adotava um tom incerto.

- oi, amor, o que foi?

- preciso conversar contigo. - ela apertou os próprios pulsos fracamente e mordeu os lábios. - eu... Eu estou grávida.

- quê? - ele disse, conseguinte.

Seu sorriso abriu-se tanto, que quase achei que fosse rasgar o resto de suas bochechas. Correu para a amada e abraçou-a, erguendo-a do chão e beijando-a apaixonadamente.

- tão lindos... - murmurei.

Uma luz veio da janela, saí de onde estava e fui para o lado de fora, onde Joaquim estava.

- Joaquim? O que faz aqui? - perguntei animado por causa da cenas antecessoras.

- vim te buscar, cumpriu sua missão, Luhan nunca se permitirá a ceder ao suicídio, pois tem um filho com a mulher que mais ama, muito bem, MinSeok, foras um sucesso.

Sorri um pouco triste, nunca mais o verei, uma pena. Segui Joaquim e voltamos ao "céu".

- novato! Parece que foi bem! - um anjo falou, batendo levemente nas minhas costas.

- ah, sim, obrigado.

- este é Juan, MinSeok, um dos arcanjos daqui. - Joaquim explicou.

- ah, prazer. - sorri, estendendo a mão e sendo retribuído.

- nos vemos por aí. - ele disse, se afastando.

Voltei-me a Joaquim, que sorria levemente.

- estou orgulhoso de você! - exclamou. - vamos pra seus aposentos.

- que bom! Eu estou um pouco cansado.

Ele riu e disse a mim:

- acho que serás capaz de ter tua amada de volta.

[…]

- você falará com Deus, com o maior de todos, com o criador. - Joaquim dizia. 

- sim. - concordei.

- quero que vá ao jardim, acredito que seja lá que ele queira te encontrar.

Assenti e fui em passos lentos, eu não estava tão apressado ou ansioso. Continuei andando pelos corredores agora familiares e acolhedores pra mim. O lugar trazia uma paz interior imensuravelmente gostosa, e isso me fazia demorar mais ainda na caminhada, eu passei a curtir a viagem mais do que a própria chegada.

O tal jardim estava logo na minha frente, um arco de gramado enfeitava a entrada, que era magnífica. O corredor de flores e frutos se estendeu  até uma mesa bem ali, no meio dos gramados, contornado por flores vermelhas, cheias de encanto e uma árvore graciosa, que fazia um sombra harmoniosa na paisagem.

Sentei-me na cadeira, apoiando meus cotovelos na mesa e esperando a tal "chegada de Deus". Era curioso como na minha vida, quando eu tinha uma, eu não acreditava nele, e agora estou aqui, prestes a falar com ele! Isso me deixa arrepiado.

Não passou muito tempo quando vi uma silhueta se aproximar, mas percebi que não era masculina, e sim feminina.

Deus era mulher?