- Três meses. - Sussurrei para mim mesma, fazendo um pequeno círculo no calendário e tampando o marcador em seguida.
Era impressionante como o tempo estava passando rápido. Passei a mão na mecha de cabelo que caiu ao meu rosto e coloquei atrás da orelha novamente, levantando e caminhando até a porta. Eu havia acordado cedo naquele dia, ainda não eram nem seis da manhã, então assim que fui até a varanda eu pude ver os primeiros raios de sol surgindo junto a brisa fraca que movia meus cabelos negros e ondulados. Eu não cortava há algum tempo, então ele batia na metade das costas, e meu marido dizia que os achava ainda mais lindos assim.
- Três meses. - Repeti em um sussurro, mordendo os lábios e cruzando os braços. Eu podia ouvir alguns passarinhos cantando, e aquilo muito parecia com um filme.
Nós havíamos comprado aquela casa exatamente pela localidade. Há três anos atrás, meu marido disse que queria paz e tranquilidade quando voltasse do serviço militar. Então conhecemos Jung Il e sua esposa, cujo tinha uma casa confortável afastada da cidade e precisava vendê-la para uma viagem até seu país natal. Meu marido me levou até uma grande árvore na parte de trás da casa no dia em que fomos conhecê-la, e ali me pediu em casamento.
Uma semana depois, a casa era nossa.
Três meses depois, eu precisei me despedir de seus beijos doces. E agora, três meses.
Fechei os olhos e sorri ao me lembrar de Jongin voltando para casa. Eu havia ficado tão feliz no dia em que o vi voltar que não conseguia deixá-lo dizer qualquer palavra. Três meses de amor por tanto tempo distantes. E agora, três meses.
- Jagi, o que faz aqui fora?
Abri os olhos lentamente ao sentir as mãos de Jongin na minha cintura, me agarrando por trás e deitei a cabeça em seu ombro, escondendo o rosto na curvatura de seu pescoço.
- Eu acordei bem cedo hoje, não foi? - Murmurei, ao que Jongin riu e pôs as mãos sobre a minha barriga, alisando meu umbigo e me fazendo rir.
- Não deveria, não é bom para você nem pro bebê. - Falou baixinho, quase como se falasse para si mesmo. -Você está com dor ou algo assim? Quer ir ao médico?
Eu quase podia tocar a preocupação no tom de voz de Jongin. E ela tinha a textura mais macia que você pode imaginar. Ela tinha uma textura bem feita de amor tecida em fios de pureza. Ela tinha sabor e cheiro, o perfume que desbancaria o mais belo aroma e tinha o sabor do sonho feito pelas mãos de um anjo.
Assenti negativamente e deixei que me levasse para dentro, cuidadosamente passando os braços em volta de seu pescoço e me acolhendo em seu colo quente. O abraçando quando deitamos na cama e sentindo sua mão sobre a minha barriga saliente e convidativa às mãos do pequeno ser que ali crescia.
Três meses era a marca no calendário, três meses de pura ansiedade, memórias e nervosismo. De amor, de felicidade e de companheirismo também. Três meses a partir dali, para que eu desse a luz ao fruto de todo o amor que Jongin e eu moldávamos com carinho, serenidade e paciência.
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