1. Spirit Fanfics >
  2. Iminente Destino >
  3. Eco vermelho

História Iminente Destino - Eco vermelho


Escrita por: AsgardianSoul

Notas do Autor


Oii, amores. Sorry pela demora.
O capítulo de hoje será importante, pois a fanfic está chegando na reta final e já consigo sentir o cheiro de treta cabulosa. Quem não ama uma treta?
E, olha, se eu pudesse trocar o nome desse capítulo, seria para BAPHÃO, porque mil tretas estão rolando e eu estou assustada.
Boa leitura!

Capítulo 11 - Eco vermelho


Fanfic / Fanfiction Iminente Destino - Eco vermelho

As luzes do corredor do antigo apartamento na periferia de Moscou piscavam, emitindo um som agonizante. Depois de desenterrar velhos contatos, Natasha Romanoff finalmente obteve o endereço do homem que constava na lista encontrada na antiga base do Leviatã. Pelo que apurou, Gavrel Kuznetsov abandonou a carreira militar pouco antes da queda da organização, mesmo assim foi alvo de atentados afim de silenciá-lo. Aparentemente, ele não conhecia bem o conceito de esconderijo. Os passos dela eram calculados e trazia o punho erguido, preparada para disparar a qualquer momento os ferrões da Viúva Negra. Desta vez, Bob não a acompanhou. Este era um reencontro que precisava ser apenas à dois.

O apartamento de número 32 era o último do corredor. A russa se aproximou e atentou-se. Silêncio. Tentou a porta, porém estava trancada. Retirou do cinto duas hastes de metal e começou a trabalhar. Um levíssimo clique denunciou que havia terminado. Aguardou mais um instante para poder entrar. As luzes do interior estavam acesas. Natasha foi abrindo a porta devagar, como se aquela passagem fosse leva-la de volta ao inferno da Sala Vermelha. O cheiro de mofo foi de encontro às suas narinas, em seguida a visão do ambiente caótico. A sala tornou-se um amontoado de móveis, dividindo o ambiente e simulando uma barricada.

Demorou alguns segundos para entender onde se encontrava, então foi tarde demais. O som do gatilho fez seus sentidos dispararem e rapidamente buscou proteção atrás de uma mesa revirada. Os disparos atingiram a peça e fizeram pedaços de madeira se soltarem. Ela espiou por cima da tábua entre o intervalo da troca de cartuchos e vislumbrou uma cabeça careca atrás da barricada. Mais disparos viriam logo, então ela se antecipou para cima do atirador. Com um salto digno de uma bailarina, Natasha jogou-se sobre o atacante e o imobilizou, em seguida afastou as pistolas. Agora desarmado, ela o atingiu com os ferrões até que o neutralizasse.

Sem perder tempo, agarrou o corpo dele e habilidosamente o colocou em suas costas. Deixou o apartamento. Eles precisariam de privacidade para melhor conversarem. Caso Kuznetsov não tivesse se mostrado tão agressivo, ele poderia tê-la acompanhado com as próprias pernas. A porta dos fundos foi aberta e antes que ela pudesse seguir em direção ao carro, uma voz soou ao lado dela:

— Parece que a Dona Aranha abocanhou uma presa — provocou Bob, encostado na parede, fingindo uma pose relaxada. Estava sendo difícil agir naturalmente debaixo de três camadas de agasalhos.

— O que pensa que está fazendo, Huggins? Você não tem limites? — esbravejou baixinho, com o coração acelerado.

— Entre logo no carro, ou vai ficar aí bancando o Luke Skywalker?

Depois de um longo suspiro exasperado ela entrou no carro, antes ajeitando o corpo no porta-malas. Bob entrou em seguida e tomou o banco do carona. Natasha dirigia com cuidado para não derrapar. Dirigir sobre aquela camada de gelo exigia tanta habilidade quanto seguir a Viúva Negra sem ser percebido; um feito que o jovem contaria aos netos com muito orgulho.

— Onde está com a cabeça? — perguntou ela, ainda irritada.

— Não sei. Perdi minhas faculdades mentais depois do quinto gole de vodca — respondeu, categórico. — É ele mesmo?

— Sim — confirmou. As memórias de infância voltaram à tona em tons avermelhados.

O restante do percurso se passou em silêncio. A certo ponto da estrada conseguiram avistar a cabana abandonada em meio às árvores. O uivo distante de cães pôde ser ouvido assim que o motor foi desligado. Natasha retirou o corpo do porta-malas com a ajuda de Bob. Kuznetsov balbuciava impropérios, quase retornando à consciência. Eles o levaram para dentro da cabana e o amarraram a uma cadeira na pequena sala. Velas foram acesas e proporcionaram uma iluminação macabra ao ambiente.

A atenção dos dois foi atraída por Kuznetsov recobrando a consciência. As primeiras palavras foram desconexas. Sem paciência, Natasha apressou-o com uma bofetada. A pele quase albina do ex-militar adquiriu um tom avermelhado no local. Seus olhos azuis claros cheios de fúria se fixaram nela. A eficiência das amarras foi testada.

— Eu sabia que um dia essas vadias viriam atrás de mim — rugiu. — De todos nós! Eu avisei a eles!

— Eles quem? — questionou ela.

— Vai se ferrar!

Natasha cerrou o punho para soca-lo, só que Bob surgiu de repente ao seu lado segurando um castiçal. O olhar dela deslizou da peça até a expressão intimidante que ele fazia. Por um momento teve medo do que estaria passando por aquela cabeça alcoolizada.

— Olá, acho que não fomos apresentados ainda — começou ele, tomando a frente. — Meu primeiro nome é dor e o segundo é verdade. Como você prefere me chamar?

— Agora não é hora para isso — reclamou ela.

Ele a ignorou e inclinou o castiçal acima da cabeça do refém. Gotas de cera quente deslizaram na testa dele, escorrendo até endurecerem sobre a rala sobrancelha. Kuznetsov trincou os dentes, resistente. Bob não fez menção de parar.

— Eu posso fazer isso o dia todo — afirmou, calmamente. Aproximou-se.— Você pode falar a qualquer momento. Não se sinta pressionado.

Conforme as gotas de cera iam se acumulando acima dos olhos, a tensão do russo aumentava. Respirava com dificuldade. Quando achou que o calor tinha descido para seus olhos, gritou aterrorizado:

— Por favor, pare. Eu escolho a verdade. — Bob se afastou imediatamente, deixando Natasha voltar à dianteira. — O Leviatã tinha muito interesse pelo projeto Viúva Negra, então eu me infiltrei entre os russos para obter informações e saber se ele valia a pena.

— O Leviatã foi beneficiado pelo projeto?

— Nós o acompanhamos de perto, mas só depois do seu fim que fomos realmente beneficiados.

— Beneficiados como?

— Digamos que com recursos humanos valiosos. — Arregalou os olhos, como que estudando a reação dela. — Você sabe do que eu estou falando.

— É impossível. Nenhuma de nós sobreviveu — falou, cética. Ele gargalhou.

— Então você abandonou a antiga base do Leviatã antes do auge?

— Do que está falando? — exigiu, sentindo a paciência se esgotar.

— Ele está falando da loira do robô — interveio Bob.

Kuznetsov encarou o jovem e inclinou a cabeça para ela, com ar de escárnio.

— Pensei que a sua espécie não mantinha companheiros.

— Não desvie do assunto, senão da próxima vez vou usar o castiçal de outra forma — ameaçou Bob. O outro desfez o sorriso. — Quem é a loira?

A ansiedade parecia querer explodir Natasha de dentro para fora, além da culpa de possivelmente ter falhado em encontrar sobreviventes da Sala Vermelha. Kuznetsov não tirou os olhos dela, como se aquilo fosse suficiente para responder a resposta do jovem. Quando os lábios dele se mexeram, ela quase cedeu ao eco vermelho daquelas palavras.

— Ela é uma Viúva Negra.

* * *

O sistema de comunicação da Resistência se tornou um caos de transmissões intercortadas e estática. Kate tentava normalizar a situação, mas parecia que só piorava. Sequer concebia como aquele painel ultrapassado ainda funcionava. Naquele momento admirou Lea por manusear aquilo com maestria. Perguntava-se onde ela tinha se metido, pois não a encontrou em canto algum da base. Só ela poderia consertar a bagunça que estava fazendo.

— Sutileza sempre foi minha característica favorita em você — comentou Elijah Bradley, o herói conhecido como Patriota.

Kate virou-se para encarar o jovem negro e careca. Os olhos castanhos dele cintilaram ao encontrarem os dela. O quase relacionamento dos dois nunca andou muito bem e só piorou ao se juntarem à Resistência. A arqueira quase não o suportava, porém, não suportaria vê-lo partir.

— Droga, Bradley, vá encontrar Lea! — exclamou ela, voltando sua atenção em conectar e desconectar cabos.

— Ela não está aqui, deve estar com o Capitão.

— Com o Capitão, Bradley? — Virou-se novamente para ele, desta vez com os olhos cerrados. — Steve está em Wakanda! — gritou, histérica. Nunca foi disso, porém não agia normalmente perto dele.

— Então ela deve ter ido dar uma volta, Kate. Que inferno! — Jogou as mãos para o alto. — Por que você tem que ser assim?

— Porque ela gosta de você, não é óbvio? — interferiu Adaga, vindo da enfermaria com o pulso enfaixado.

— Não começa, Tandy — pediu Kate. Respirou fundo para manter a calma.

— Ela está certa — apoiou Manto, vindo logo atrás dela. — E vocês deveriam se beijar!

— Eu vou acertar uma flecha na cabeça de cada um de vocês — rosnou Kate, os fuzilando com um olhar ferino.

— Faça isso, então. Talvez assim você desfaça essa sua pose arrogante — alfinetou Bradley.

A troca de farpas entre os dois se tornava cada vez mais íntima, até se tornar uma discussão generalizada. Sam havia acabado de chegar e correu rumo às vozes exaltadas. Ele tentou apaziguar os ânimos, só que àquela altura todos já tinham tomado partido e começavam a despejar rachaduras surgidas durante o tempo de convivência na base. Mais alguns heróis chegaram e trataram de se inteirar do acontecido, também escolhendo seus respectivos lados ou desabafando.

— Já chega! — exclamou uma voz acima das outras.

Ao reconhecerem-no o silêncio foi quase instantâneo, restando apenas o som caótico do sistema de comunicação totalmente ignorado. Alguns deles abaixaram a cabeça, constrangidos, outros petrificaram, sem ação. O olhar cristalino de Steve vagou por todos os presentes sem obter nenhuma resposta. Não precisava de palavras para saber que estava bravo pelo que havia presenciado. Muito menos nenhum deles parecia disposto a fazê-lo pôr aquilo em palavras.

— Capitão, que bom que voltou mais cedo — comentou Sam, meio sem graça. Recebeu tímidos olhares de apoio dos outros.

— Estou vendo — retrucou, tornando a vaguear o olhar pelo ambiente. — Onde está Lea?

— Era sobre isso que estávamos discutindo — esclareceu Kate. Recebeu um olhar inquisitivo de Steve, o que a fez pigarrear. — Quer dizer, o que nos levou a esta discussão. Enfim, não sabemos onde ela está.

Steve franziu o cenho e olhou para baixo. Com toda a discussão nem teve tempo de mostrar o presente especial que ganhou de T’Challa. Logo percebeu que não seria necessário, pois todos admiravam aquela peça magnifica que nunca deveria ter saído de suas mãos. O novo escudo do Capitão América reluzia, feito inteiramente de vibranium e concebido pelas mãos dos melhores engenheiros de Wakanda. Ele não poderia estar mais satisfeito e não via a hora de compartilhar a novidade com seus amigos. E com Lea.

— Sam — consultou Steve, ao que o amigo respondeu com um maneio negativo com a cabeça.

A preocupação se disseminou pelos nervos de Steve, desencadeando aquela temida reação novamente. Sentimentos reprimidos emergiam e se afogavam, num ciclo que ele se esforçava muito para manter funcionando. A mesma poção negra que entrava em ebulição ao apanhar dos garotos mais fortes nos becos do Brooklin, a mesma sensação de ter seu futuro roubado pelo Caveira Vermelha, a mesma dor de reencontrar seu melhor amigo na pele de um assassino e ter que vê-lo partir pela segunda vez... Tantas coisas ainda para adicionar àquela parte obscura; tantas coisas para manter presas.

— Não deve ser nada, Steve — conjecturou Sam. — Ela deve ter saído para espairecer.

— Lea não é assim — retrucou ele, não escondendo a preocupação. — Tem alguma coisa errada.

— Ela não deve ter ido longe. Nós podemos nos dividir e procurar por ela na superfície — sugeriu Adaga.

— Ótimo — concordou Kate. — Quem a encontrar primeiro, entre em contato.

Antes que a movimentação começasse, um homem abriu caminho entre o aglomerado, indo em direção à Steve. Todos o encararam de imediato, principalmente pelo novo traje e aljava carregada de flechas. Kate virou-se a tempo de ver Clint passar por ela com a expressão cerrada e aureolas roxas ao redor dos olhos. Logo pressentiu que nada de bom poderia acontecer dali em diante.

— Parabéns pelo novo escudo, Capitão — felicitou o arqueiro.

Steve entortou o canto dos lábios, não exatamente em um sorriso, e maneou a cabeça, como quem é agraciado por um momento de iluminação. Neste caso, um bem desagradável.

— Eu queria poder dizer o mesmo do seu traje, Gavião — retrucou, com uma pontada de desgosto. — Custou a sua alma e mais o quê?

— Lea.

O único nome foi dito alto o suficiente para arrancar exclamações de espanto e repúdio dos demais. Um burburinho se formou entre o tempo que os dois se encararam, sendo quebrado depois pelo som do escudo se chocando contra o corpo de Clint. A força do impacto o arremessou contra a parede. Foram necessários cinco homens para conter Steve. Enquanto tentavam impedi-lo de sucumbir ao calor do momento, o arqueiro se apoiou em um dos joelhos e ficou de pé.

— Traidor, o que você fez com ela? — exigiu Steve.

Clint o ignorou e dirigiu-se aos chocados presentes: — Essa guerra está perdida. Este é o homem que lidera a causa pela qual estão lutando?

— Pare com isso. Vá embora, Clint! — ordenou Sam.

— Agora não se trata mais de Stark versus Rogers. Os Mata-Capas foram aprovados — continuou ele. Olhares de pânico despontaram nos rostos dos espectadores. — Logo estarão matando quem não assinar o Acordo no meio da Times Square e os cidadãos que tanto se esforçam para proteger irão aplaudir, porque vocês estão do lado errado.

— Isso não é verdade — gritou Steve para seus companheiros apreensivos. — Nós devemos permanecer juntos.

— Juntos vocês cairão — sentenciou Clint.

Uma flecha equipada com gás tranquilizante varou o clima de discórdia e explodiu ao atingir Clint, o fazendo desmaiar. Todos olharam para trás, boquiabertos, e viram Kate abaixando o arco. Ela trazia a expressão endurecida e os olhos marejados. Seu herói havia morrido naquele dia.


Notas Finais


**desviando do choro dos Lesteve** OK, mas o que vocês acham de Bob/Nat?
Se essa fanfic fosse um vídeo crack de fandom, alguém colocaria aquele meme "It was at this moment that he knew he fucked up" ao fundo na hora que o Clint confessou que entregou a Lea.
Deu merda pro Clint: sim ou com certeza?
Palpites para os próximos capítulos?
Aviso maroto aqui:
Também estou no Watpadd. Logo postarei meus trabalhos por lá. Quem tiver conta e quiser me acompanhar, segue o link: https://www.wattpad.com/user/AsgardianSoul


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...