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História Immortal - Pirulito


Escrita por: Renata_Maila

Notas do Autor


Annyeong gafanhotos

Vim postar essa 2shots que está mofando nas minhas pastas há séculos, embora tenha sido recentemente que mudei o couple.
Fofinhos né? 99line :3

Enfim, boa leitura

Ps.: eu escrevi essa 2shots a partie da música Immortal, da Marina and the diamonds, cujo link deixarei nas notas finais para quem quiser

Capítulo 1 - Pirulito


Fanfic / Fanfiction Immortal - Pirulito

Eu quero ser imortal

Como uma deusa no céu

Eu quero ser uma flor de seda

Como se eu nunca fosse morrer

Eu quero viver para sempre

Para sempre em seu coração

E nós vamos ficar juntos

A partir do final para o começo

 

Parecia um sonho presenciar tudo aquilo, como se estivesse dentro de um filme de ficção científica e tudo isso não passava de efeitos gráficos. Entretanto, claro que não era sonho, mas sim um pesadelo já que envolve a realidade.

    Pensou-se que o fim do mundo seria épico, que anjos desceriam dos céus, levando os bons samaritanos para a divindade eterna e o resto seria tomado por lava de fogo ardente. Talvez, para os fanáticos por ficção achariam que o mundo seria tomado por um vírus, transformando os menos espertos e despreparados em seres ambulantes, canibais e mortos, ou seja, zumbis. Quiçá, para os da velha guarda, o apocalipse seria as máquinas modernas e tecnológicas criarem vida própria e escravizarem os humanos. Entretanto, todos estavam errados, pelo menos parte de cada teoria criada; o fim do mundo era apenas a natureza em seu auge de rebeldia.

    Tudo começou logo de manhã cedo quando um bando de pássaros – e não digo meia dúzia, mas sim, centenas de milhares deles – passaram pela cidade, piando altamente em terror. Seguidamente, estes começaram a cair de modo rápido, produzindo um zumbido esquisito, um pouco semelhante a míssil e depois, o som arrepiante de ossos se quebrando por terem se chocado contra o asfalto quente que revestia as ruas. Algo que chocou muitas pessoas e ocupou o lugar dos tabloides. Estes, para infelicidade de todos, foi interrompido, pois o sinal de internet parou.

    Era quase meio dia quando a terra começou a se mexer e as tampas dos bueiros explodirem em pequenos gêiseres de água quente, os quais foram substituídos – horas mais tarde – por lava. E acho que foi quando todos, de fato, viram que a situação era séria – talvez tenham percebido isso com a falta do sinal da internet. Contudo, apenas estava sentado a um banco da praça, vendo todos correndo, tentando encontrar as pessoas que amavam e achar um lugar seguro para se protegerem da morte. Estava assim porque achava inútil fugir de algo que não tem como escapar. Era mais fácil aceitar do que ficar perdendo tempo em resistir.

 

 

Isso é o que nós fazemos para reservar um lugar

É só uma outra parte da raça humana

Isso é o que vamos fazer para reservar um espaço

Na história, é só

Parte da raça humana, raça

(Raça, raça, raça, raça)

 

 

    Entretanto, não estava sentado nesse banco por acaso. Aqui é um lugar muito especial para mim e para ela. Aqui foi onde tudo começou. A nossa trilha pela vida iniciou aqui, exatamente no banco dessa praça, tudo por causa de um pirulito roubado.

    Lembro-me como se fosse ontem, mas na verdade, foi uma década e meio atrás. Lá estava eu, pelos brinquedos que constituíam o playground – este que foi todo vandalizado e abandonado pela nova geração – segurando um grande pirulito azul – ah, lembro-me de seu gosto até hoje, assemelhava-se muito com chiclete de tutti-frutti – quando, de repente, um garoto alto e de cara enfadonha tomou o doce de minhas mãos frágeis e infantis, empurrando-me ao chão. Nada pude fazer por ser pequeno e jovem demais, mal havia completado oito anos naquela época.

    Desolado e com lágrimas pelo meu rosto, andei até o primeiro banco, onde me sentei e fiquei lamentando a perda do meu doce predileto. E quando percebi, havia uma garota de feições suaves e expressão calma, como se não fazia muito tempo que havia despertado. Esta se senta ao meu lado, passando a mão pelos cabelos escuros e tocando o meu braço com a ponta dos dedos, chamando a minha atenção numa forma sutil.

 

“Desculpa” – disse ela .

“Por quê?” – perguntei levemente curioso e com lágrimas pelo rosto.

“Por não ter feito nada. Eu vi quando eles lhe abordaram, mas não fui até lá para lhe ajudar.”

 

    Naquele momento havia a visto completamente, notando que éramos do mesmo tamanho, sendo tão esguia quanto eu, além do fato de ser uma garotinha. Não teria nenhuma chance aos altos garotos de doze anos.

 

“Você não teria chance com eles, assim como eu não tive.” – respondi simplório, observando-a morder os lábios rosados pelo ar gélido daquela tarde de outono.

“Eu sei.” – respondeu por fim – “Mas deveria ter feito algo, não acha? Pelo menos ter avisado alguém.”

“Não precisa se sentir culpada por isso.”

“Mas mesmo assim...” – ela enfiou a mão no bolso do casaco e retirou um pirulito azul, entregando-o a mim – “Comprei para você.”

“Para mim?” – e até hoje me lembro da minha surpresa diante de tal ato.

“Para lhe recompensar. Aceite.”

 

    Um pouco hesitante, aceitei o doce. Olhei para seus olhos suaves, pedindo permissão e após ela sorrir, retirei a embalagem transparente; e antes de enfiar na boca, perguntei:

 

“Quer um pouco?”

 

E negou com a cabeça.

 

“Prefiro o roxo.” – e retirou outro pirulito do bolso, o qual desembrulhou e levou a boca.

 

    E foi naquele banco, por causa de um pirulito azul que tudo mudou. As coisas mais simples podem trazer boas coisas. E com certeza, ela era a melhor coisa que aconteceu comigo.

    Esse banco se tornou nosso ponto de encontro, desde a ida a uma festa até para desabafar. E agora, não seria diferente. Iríamos nos encontrar aqui para passarmos os últimos momentos de nossas vidas juntos.

 

 

Estou sempre correndo atrás do tempo

Mas todo mundo morre, morre

Se eu pudesse comprar o ''para sempre'' a um preço

Eu iria comprá-lo duas vezes, duas vezes

Mas se a terra acabar em chamas

E os mares congelarem no tempo

Haverá somente um sobrevivente

A memória que eu era sua e você era meu

Todo mundo morre, morre

Correndo atrás do tempo, tempo

 

 

- Chan?

 

    Virei o rosto em direção à voz doce e sorri, vendo-a me fitar um pouco apreensiva, mas ao mesmo tempo contente, provavelmente por ter me encontrado no meio desse caos.

    Mal havia me levantado quando ela me abraçou fortemente, acolhendo-me em seu abraço reconfortante que me acalentou por todos esses anos. Suas mãos alvas tocaram as minhas bochechas, fitando profundamente os meus olhos.

 

- Achei que não iria conseguir lhe encontrar mais.

- Você me procurou em outros lugares?

- Esse foi o primeiro que pensei em vir.

 

    Claro, aqui era o nosso lugar, onde sempre nos encontramos.

 

- Você se machucou? – perguntei preocupado.

- Só esfolei os joelhos e um pouco das mãos. – e me mostrou as palmas arranhadas – Caí no chão por causa de um grupo de pessoas que pareciam mais uma manada de elefante.

 

    E ri.

 

- E você, Chan?

- Estou bem. – e me sentei, olhando para o céu.

- Você não está preocupado? Com medo de morrer? – e se sentou ao meu lado.

- Por que deveria? Todos morrem um dia, não?

- Às vezes, essa sua visão realista chega a me dar calafrios.

- Por isso que sou seu amigo, gosto de seu lado positivo e fantasioso que cultiva nessa sua mente.

 

    Silêncio.

 

- Mas você não está com medo?

- Por que estaria se estou com você, Yerim?

 

 

Quando você ama alguém

Eles sempre vão embora rápido demais

Mas uma lembrança, uma lembrança

Pode fazer uma flor desabrochar

Queremos ser lembrados

Não queremos viver em vão

Mas nada dura para sempre

Este mundo está em um jogo perdido


 

- Lembra-se? – perguntei repentinamente.

- Do quê?

- Do pirulito azul.

- Como me esqueceria se isso se refere a nós? Se isso se refere a você?

- Você é muito bondosa, Yerim.

- Assim como você.

 

    E sorri, deixando este murchar em meus lábios.

 

- Gostaria de voltar no tempo. – murmurei.

- Eu também.

- Teria feito diferente?

- Não. Faria tudo igual.

- Mesmo quando fomos pego no quintal bebendo tequila?

- Principalmente isso. – e rimos – E você? Faria diferente alguma coisa?

- Não sei. Todas as decisões que tomamos, construiu o que somos.

- E você se arrepende do que é hoje?

- Não. Gosto de ser um defeituoso ambulante.

 

    Silêncio.

 

- Você gosta?

- De que, Chan?

- De que eu seja um defeituoso ambulante?

- Gosto de você por realmente ser um defeituoso ambulante.

- E você?

- Também. Sou como você. Por isso somos amigos.

- Amigos para sempre?

- Para sempre.

- Isso vale até mesmo após a morte?

- Claro.

 

    E mordi os lábios, desviando a atenção de si e encarando o caos que se seguia.

 

- Você acredita que exista algo maior do que nós? – indaguei.

- Claro. Não acho que nós, seres humanos, sejamos supremos a tudo. Algo bom deve estar no comando. E você? Acredita?

- Não sei. É mais fácil acreditar no que vemos do que no invisível.

- O invisível é mais bonito.

- Como sabe se não vemos?

- É por isso mesmo. O que sentimos é mais bonito do que vemos.

- E o que você sente?

- Não sei, ainda espero senti-lo.

- Você acha que irei sentir?

- Não sei. Diga-me você. – e me fitou.

- Se eu acreditar em você, vale alguma coisa?

- Acho que sim.

- Então sim, com certeza que irei sentir.


Notas Finais


Link: https://youtu.be/dYGKxxTXqSs

Well... Bonitinho melancólico, não? Kkkkkkk sorry not sorry
Terça-feira que vem postarei o último capítulo

Até lá!
Xoxo


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