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História Immortal - Azul


Escrita por: Renata_Maila

Notas do Autor


Annyeong gafanhotos

Eu disse que voltaria terça, não?
Cá estou com o último capítulo da história com um couple tão óbvio, mas tão ignorado... T.T
Enfim kklkkk
Boa leitura!

Capítulo 2 - Azul


Fanfic / Fanfiction Immortal - Azul

Eu quero significar algo a alguém

E sentir um significado para o mundo real

Não é o suficiente viver uma vida de sorte

 

 

    Estávamos em pleno entardecer e o caos nas ruas havia diminuído consideravelmente. Provavelmente a metade estava escondida, tentando sobreviver; a outra, com certeza estão mortas.

     E apenas continuava sentado no banco, olhando o céu tomado por tons alaranjados, esperando que o mundo saísse do infomercial e acabasse logo com o ato da peça melancólica e dramática, a qual, com certeza, já fizeram várias pessoas chorarem.

 

- Não acha agonizante? – perguntou Yerim.

- O quê?

- Saber que seremos massacrados a qualquer instante.

 

    E dei de ombros.

 

- Você sabe que não há motivos para fugirmos. Não tem como evitar. – respondi.

- Eu sei, mas mesmo assim, não gostaria de ficar aqui, pois ficaremos junto com os outros, não conseguindo ver toda a rebeldia natural acontecendo.

- Você quer estar num lugar alto?

- Você não quer ter a sensação de estar voando?

- Humanos não podem voar.

- Mas para voar não precisa tirar os pés do chão. – e franzi a testa – Apenas deixe a alma livre, assim esta poderá voar.

- Como consegue ter essa mente avoada, Yerim?

- Assim como você tem essa mente presa. O que custa se libertar uma vez? Uma última vez?

- Por que faria isso agora?

- Porque é a última vez. Não quer partir sabendo que fez tudo o que queria?

- Isso não vai acontecer, porque vou partir sem realizar tudo o que queria.

- Isso é uma droga.

- Concordo.

 

 

Eu estou sempre correndo atrás do tempo

Mas todo mundo morre, morre

Se eu pudesse comprar o ''para sempre'' a um preço

Eu iria comprá-lo duas vezes, duas vezes

Mas se a terra acabar em chamas

E os mares congelarem no tempo

Haverá apenas um sobrevivente

A memória que eu era sua e você era meu

Todo mundo morre, morre

Correndo atrás do tempo, tempo

 

 

    Segurava a mão de Yerim fortemente, pois não seria agora, depois de tantos anos, que a iria perder.

     Corríamos o mais rápido que conseguíamos, desviando das pessoas, bueiros explodindo e postes caindo. Tivemos sorte de sair daquele banco, pois quando atravessamos a rua uma árvore caiu em cima dele, em seguida foi engolida pela cratera que se abriu no chão. Nunca fiquei tão agradecido por ter escutado Yerim visto que, se não fosse por ela, teríamos morrido mais cedo.

     Desviamos das rachaduras e dos meteoros que começaram a cair do céu, como enormes bolas de fogo. Tive que puxar Yerim com força já que esta havia parado por ter ficado deslumbrada com o que acontecia.

     Senti o chão tremer abaixo de mim, mas por sorte, este não se desmanchou debaixo de meus pés. Entretanto, Yerim escapou de minhas mãos.

 

 

Não, eu não quero ter medo, medo de morrer (morrer, morrer)

Só quero ser capaz de dizer que eu vivi minha vida (vida, vida)

Oh, todas estas coisas que os seres humanos fazem

Para deixar para trás um pouco de prova

Mas a única coisa que nunca morre é amor, amor, amor

Amor, amor, amor

 

    Lágrimas escorriam como cascatas pelo meu rosto enquanto sentia o gosto ferroso do sangue em minha boca por morder fortemente os meus lábios ao fazer força, tentando segurar Yerim pelo pulso para que a impedisse de cair no profundo buraco, que no fundo, tinha um rio de lava.

 

- Não solte! E não olhe para baixo!

- Chan... – murmurou, de olhos marejados.

- Agarre-se bem forte em mim.

- Isso não vai dar certo...

- Não fale uma coisa dessas. Você não é assim! – exclamei, segurando o seu pulso com a outra mão.

- Eu não quero que você vá junto. – e lágrimas escorriam de seus olhos também.

- E não irei! Assim como você também não irá!

- Chan... – disse com olhos pesarosos.

- Não me olhe assim, agarre-se em mim, vou lhe puxar.

 

         Yerim assentiu e cravei minhas unhas em sua pele, sentindo-a romper debaixo de meus dedos. Segurei a respiração e mordi os lábios ao fazer força ao puxá-la.  Somente mantinha em mente que a salvaria, senão, iria consigo para o magma abaixo. De qualquer forma, não a deixaria sozinha.

    Soltei um grito de dor ao sentir meus músculos se rasgando quando consegui puxá-la para cima novamente, mas antes de qualquer coisa, entrelacei sua mão e a adulei para fora dali antes que algo parecido acontecesse, trazendo algo ruim e que fosse definitivo. E, com certeza, não podemos abusar da sorte.

 

      Quando achei que não seríamos atingidos, engolidos ou massacrados por algo, parei e abracei Yerim, confortando-a, pois, finalmente, ela debulhou-se em prantos em meu ombro enquanto eu aspirava sua fragrância adocicada que me lembrava tanto de nossa infância.

 

- Chan... – murmurou chorosa contra o meu peito – Fiquei tão preocupada... Fiquei com tanto medo…

- Está tudo bem agora, Yerim… Eu nunca ia lhe deixar cair mesmo.

 

    Tentava me agarrar em Yerim para ter certeza de ainda estava ali, de que não a havia perdido para a morte.


 

Eu estou sempre correndo atrás do tempo

Mas todo mundo morre, morre

Se eu pudesse comprar o ''para sempre'' a um preço

Eu iria comprá-lo duas vezes, duas vezes

Mas se a terra acabar em chamas

E os mares congelarem no tempo

Haverá apenas um sobrevivente

As memórias do nosso tempo de vida

Todo mundo morre, morre

Correndo atrás do tempo, tempo

 

 

    Por sorte, mais nada ocorreu no percurso e conseguimos chegar são e salvos num prédio abandonado, com a maioria dos vidros quebrados. Entramos no edifício e para a nossa estranheza, o elevador estava funcionando. Seria alguma obra de uma força superior que Yerim havia citado? Se fosse, então, devo admitir que fosse inteligente a forma como estava me abordando.

    E para nossa ventura, nada ocorreu enquanto esperávamos o elevador subir até o último andar. Este até tocava uma música ambiente, o que nos fez rir. A situação chegava a ser hilária, parecia que estávamos entre dois mundos diferentes.

    E quem sabe, não era isso mesmo?

 

    As portas metálicas se abriram e saímos calmamente pelo corredor bonito e moderno. Fomos até o final do mesmo, onde havia uma porta que indicava a escada de incêndios. Com esforço, empurramos a porta, saindo na escadaria, e como havíamos imaginado, esta se seguia para cima.

    Ao fim dos degraus, havia outra porta, esta que tivemos de fazer muito mais força para abri-la. Contudo, o esforço valeu a pena. Logo que pisamos no terraço, senti a leve brisa de fim de tarde bater no meu rosto. O céu estava anil com nuvens brancas como algodão. Parecia que estava no paraíso.

    Yerim me puxou pelo pulso até o meio do terraço, onde se sentou, fazendo-me fazer o mesmo. E sorri ao ver o pequeno sorriso de Yerim despontar de seus lábios. Aquele era o lugar certo; aquele era o nosso pequeno paraíso.

 

 

Então, me mantenha viva

Então, me mantenha viva

Então, me mantenha viva

 

 

- Elefante.

- Não!

- E-le-fan-te! – soletrou Yerim silabicamente.

- Não! É um cavalo! – afirmei.

- Cavalos não são gordos.

- E elefantes não são magros.

 

    Ela soltou um muxoxo.

 

- Você não sabe ver as nuvens direito. – murmurou com um leve biquinho nos lábios.

- E por acaso você é uma expert em nuvens?

- Claro! Sou um mestre em ver figuras nas nuvens.

- Ah, é? – indaguei desafiante – Então, ó mestre das nuvens, o que poderia ensinar para esse mero aprendiz? – e ela riu.

 

         Mordeu os lábios cheinhos, deixando a mostra as bochechas tão mordível. Fitou por um longo tempo o céu, como se analisasse qual deles era o melhor para começar com a minha lição de nuvens.

 

- Aquela lá. – e apontou para uma nuvem – O que parece para você?

- Qual?

- Aquela! Não está vendo?

 

     Aproximei um pouco mais de si e olhei em sua direção.

 

- Um gato...? – perguntei duvidoso.

- Uma raposa. – corrigiu-me.

 

    E qual seria a diferença? Mas resolvi nem proferir essa pergunta, sabia que apanharia do Sra. Amante dos Animais. Não que não amasse os seres peludinhos, mas Yerim era demais. Não que reclamasse, sabia que a fazia feliz. Ela sempre fora uma pessoa com muito amor dentro de si e que arranjava formas de dar para os outros, sem esperar nada em troca.

 

- E aquele lá? – perguntou novamente.

- Um jacaré?

- Jacaré? – e virou a cabeça, como se fosse um cachorro fofo – Não. É uma lontra.

 

     Assenti e sorri.

 

- Oh! Acabei de lhe ver! – exclamei.

- Onde?

- Lá! Um coelho bochechudo!

 

    Ela lançou um olhar sério, fazendo-me rir. Logo depositei um beijo em seu rosto; Yerim revirou os olhos, tentando não demonstrar que havia ficado ruborizada.

 

- Muito engraçado, Chan. – disse irônica.

- Não fique assim. – disse manhosamente, esfregando minha bochecha em seu ombro; ato que arrancou um riso de si.

- Você é um idiota.

- Eu sei.

 

    Um relâmpago ribombou no céu, iluminando o final de tarde, lembrando-nos que o fim do mundo estava próximo. Olhamo-nos apreensivos e nos aproximamos, segurando firmemente a mão do outro, certificando que ainda permanecemos ali.

 

- Está tão perto... – murmurou Yerim.

- Está... Não deu para ignorar por muito tempo.

- Mas valeu a pena. – e sorriu positivamente para mim. Yerim sempre seria a minha luz.

- Sabe o que seria bom?

- O quê?

- Um pirulito azul.

 

      Yerim sorriu largamente e retirou um pirulito azul, exatamente igual de nossa infância; entregou-o a mim.

 

- Você é brilhante, Yerim. – e deixei um beijo estalado em sua bochecha, fazendo-a ruborizar. Yerim ficava adorável envergonhada.

 

     Logo desembrulhei o doce e levei a boca, sentindo o gosto doce e viciante, pelo qual sempre me apaixonei. Olhei para ela e a vi sorrindo para mim, mas sem o seu pirulito roxo.

 

- Você não trouxe para si?

- Deve ter caído no caminho.

- Quer um pouco?

- Não é necessário.

- Tome. – e ofereci a si. Yerim abriu os lábios e chupou lentamente o doce, sorrindo.

- É bom. – e concordei.

- Será que no céu tem pirulito?

- Acho que sim, já que é uma coisa boa. Coisas boas provêm do céu.

 

    E olhou para mim de testa franzida.

 

- Você está acreditando no paraíso agora?

 

    E dei de ombros.

 

- Não sei. Talvez você tenha me influenciado o suficiente.

 

          Yerim sorriu.

 

- Isso é bom... Muito bom... – murmurou e, em seguida, olhou para o outro raio que atravessava o céu.

- Nós nos encontraremos lá?

- Lá?

- É, no paraíso.

- Sim. Prometemos que seremos amigos para sempre, até depois da morte.

- Depois da morte... – repeti para mim mesmo.

 

    Mais prédios desabaram pelo alto tsunami que vinha em nossa direção. Nós não havíamos percebido antes, mas até o mar havia se revoltado.

 

- Não foi pela terra, nem pelo céu... Vai ser pelo mar. – murmurou Yerim, e assenti.

 

    Senti meus olhos vazarem ao pensar que iríamos acabar. Acho que só nesse momento, caiu a ficha de que irei morrer e não realizarei todos os meus sonhos.

     Notei os dedos cálidos de Yerim na minha tez, recolhendo as lágrimas que escorriam pelo meu rosto.

 

- Não chore. Tudo ficará bem.

- Não quero lhe perder, Yerim... Não quero.

- E você não vai. Nós nos encontraremos lá em cima.

- Mas... Mas...

- Só teremos que nos separar brevemente para a viagem. Depois, vamos nos sentar numa nuvem e comer pirulitos.

- Azuis?

- Azuis.

 

      Yerim depositou um beijo em cima de meus olhos e, para minha surpresa, um beijo rápido em meus lábios, como se tivesse sido por acidente. Fitei-a sem entender, vendo-a sorrir. Sem conseguir resistir, beijei-a de volta, saboreando seus lábios um pouco mais demoradamente. Sorrimos um para o outro.

    A água violenta se aproximava cada vez mais de nós, engolindo tudo a sua volta.

 

- Serei imortal? – perguntei.

- Sim.

- Você também?

- Aham.

- É por isso que nos encontraremos lá?

- Sim. E poderemos viver para sempre.

 

    Ah, o reflexo do céu na água era tão bonito... Coloria aquele azul acinzentado com tons alaranjados, rosados e arroxeados; dando uma pontada de esperança em que podia nos agarrar, lembrando-nos de que havia coisas boas dentro das ruins.

    A água se aproximava cada vez mais, enchendo a cidade como que se enche um copo. Yerim me abraçou, escondendo o seu rosto na curvatura do meu pescoço, dessa forma conseguia sentir o seu perfume também, que produzia um efeito calmante em mim.

 

- Você vai me esperar lá?

- Claro. Seremos imortais.

 

     Senti respingos da água sobre a minha tez, juntamente com o cheiro de maresia.

 

- Eu te amo, Chan.

- Eu também te amo, Yerim.

 

    A água nos cobriu e apenas nos separamos para a travessia, a qual nos transformaria em imortais.

    E como prometido, Yerim estava me esperando, com um pirulito azul em mãos.


Notas Finais


Esperam que tenham gostado! ^^
Só para reforçar, plotei com a música Immortal, da Marina And The Diamonds.
Agradeço aos poucos pelo coto de confiança e comentários, estão no kokoro :3
Xoxo


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