História Immortals - Cinco

– Quero fazer uma surpresa para Steve.

– Surpresa?- Perguntou o garoto, meio desconfiado.

– Sim e acredito que você possa me ajudar.- Respondeu o gênio, colocando uma das mãos no ombro do menor, levando-o para mais perto do computador principal.

– Que tipo de surpresa? - Perter estava confuso, não era do feitio de Tony montar algo tecnológico para o Capitão, uma vez que este se provara mais confortável com coisas simples e básicas. - Não creio que Steve vá gostar de algo com muita tecnologia...- O mais novo se aproximou do teclado, pegando algumas anotações jogadas sobre a mesa para ler; eram todas sobre genética e testes de sangue e DNA, por um momento Spiderman pensou que Stark estaria tentando dar um jeito de dar a Steve um filho com os genes dos dois combinados.

– Não é algo fisico que eu pretendo dar a ele... É algo para nós dois na verdade...- Tony olhou para as próprias mãos, como se medisse suas palavras. Ao levantar o olhar, encontrou a confusão evidente no rosto de Peter, que, com um aceno de cabeça, o encorajou a explicar.- Você sabe que não é mentira e nem do desconhecimento de ninguém que eu estou ficando velho...- O moreno mais velho suspirou, encostou a cintura na mesa, de modo a ficar apoiado e de lado para Peter.- Eu não sou perfeito e, como todo ser humano, não sou feito de ferro... Mas Steve é mais que um humano.- Tony olhou nos olhos castanhos do menor.- Eu quero poder acompanha-lo em sua jornada nesse tempo, não quero que ele fique limitado a minha idade, principalmente, quando eu começar a ter problemas de saúde... Eu não quero me transformar em um super soldado como ele ou Barnes. Não. Eu quero isolar os genes que permitem que o tempo passe mais "devagar" para mim.- Gesticulou fazendo aspas com as mãos.- É por isso que eu preciso da sua ajuda.

Peter estava surpreso. Tony queria permanecer ao lado de Steve, assim como ele queria permanecer ao lado de Wade. O cérebro do jovem começou a trabalhar furiosamente, calculando as variáveis e a probabilidade de dar certo; era um tiro no escuro, mas um tiro que ele estava disposto a dar.

– Então você quer isolar a sequência genética que atrasa o envelhecimento das células do Capitão para criar um soro ou algo do gênero...- Peter já estava virado para a mesa, as mãos passando pelas teclas do computador com velocidade estonteante, pensando em como poderiam isolar o código sem que Steve desconfiasse.

– Precisamente.- Tony sorriu, batendo as mãos como quem diz "mãos à obra".- Já tenho amostras de sangue e do soro do super soldado, Bruce tem me ajudado a bolar um método de introduzir o DNA modificado em mim com uma série de transfusões.- O moreno de cavanhaque tagarelava enquanto dirigia-se ao outro lado da sala, para o outro computador e projetava os dados na tela em frente a Peter.

– Tony...- Parker deu uma breve pausa, virando-se para encarar o bilionário.- Você acha que daria para fazer esse processo com outras características alem do fator de anti-envelhecimento?- Peter mordeu o lábio inferior a espera de uma resposta, vendo o outro franzir o cenho em confusão.- Como um poder de cura...- Acrescentou tentativamente.

– Peter... O que você está pretendendo com isso?- Perguntou desconfiado. 

O mais novo suspirou e pois-se a contar o ocorrido com Wade momentos antes. Stark ouvia atentamente, hora coçando o queixo e alisando o cavanhaque, hora olhando para o mais novo com intensidade. O mais velho podia ver que o herói estava disposto a fazer qualquer coisa para conseguir ficar com o mercenário, mesmo que o resto do time não aprovasse Wilson como um "bom partido".

Quando o outro terminou o relato, Tony ficou contemplando o vazio por um tempo; seria complicado isolar a sequência de cura, mas não impossível, seriam necessárias várias transfusões com soro e injeções para surtir efeito, muitas amostras de sangue, mas nada que fosse definitivamente impossível. Olhou para o jovem que o encarava em expectativa.

– Acho que seria possível...- Respondeu o olhar questionador pensativamente, a mão passando do queixo para a base do pescoço enquanto a outra segurava seu cotovelo, sustentando o braço.- Vou precisar de sangue e de um contato com um amigo mais especializados nesses casos de mutações, mas deve dar. Quanto tempo temos?- Perguntou.

– Dez meses.- Peter mordeu o interior da bochecha.- E eu ainda preciso descobrir como me fazer imortal, mas o fator de cura já é um avanço.- Aquela era a parte mais difícil, uma vez que Deadpool só não morria por uma maldição jogada por Thanos.

– Acho melhor eu ligar para o meu amigo então, temos pouco tempo e muito para fazer, preciso que vc arrume para mim as amostras de sangue do seu namorado, infelizmente, a S.H.I.E.L.D. não tem mais os arquivos dele ou amostras depois do problema que deu quando invadiram nosso sistema atrás do super soro - Tony já estava rumando para aporta do laboratório quando estacou, parecendo ter se lembrado de uma coisa muito importante; virou-se para Peter com um olhar inquisitivo. – Peter... Será que um pouco de mágica asgardiana não conseguiria te ajudar com o problema de imortalidade?- Perguntou sorrindo.

Parker quase bateu a mão na própria testa. É claro! Thor e Loki são deuses e deuses não morrem! É tão óbvio que Peter quase – ênfase no quase – sentiu-se a pessoa mais burra do planeta. Ele poderia pedir ajuda a Thor, ou até mesmo a Loki, que estava cumprindo pena na Terra por seus crimes; ele e o deus da trapaça haviam se aproximado um do outro, ambos gostavam de jogar xadrez, ler grandes e grossos livros. Loki sempre parecera ter uma certa simpatia pelo garoto; uma criança no meio de brigas e violência, tentando faze do mundo um lugar melhor, coisa que só aumentou quando descobriu que Peter perdera os pais e crescera sozinho com os tios. 

O moreno mais novo estava decidido, pediria ajuda e conselhos a Loki no dia seguinte, estava disposto a fazer qualquer coisa que o deus lhe falasse.

Feliz com a nova ideia que Tony lhe apresentara, Peter subiu as escadas até seu quarto, um cômodo espaçoso, com grandes janelas viradas para leste, muitas estantes de livros abarrotas de cadernos, enciclopédias e geringonças inacabadas que estava montando, uma grande cama de casal com os lençóis revirados e roupas jogadas pelo chão com displicência; o quarto estava meio bagunçado, era Sexta-feira, a faxina só seria domingo.

Peter jogou-se na cama, cansado, mas satisfeito com o rápido avanço que tivera frente ao problema que criara com Wade. De modo a ficar de barriga para baixo, o jovem rolou na cama, alcançando o porta retratos sobre o criado mudo. Era uma foto pequena, tirada na camera polaroid vintage que Steve lhe presenteara no Natal passado como amigo-secreto. Era uma foto dele e de Wade, deitados nessa mesma cama, era uma das poucas fotos que tinha do mercenário sem seu uniforme ou sem que algo cobrisse seu rosto, de modo a ver todas as cicatrizes e todos os atributos da face bem esculpida.

Suspirou. Não seria fácil passar pelos próximos meses, mas ele daria um jeito, sem contar que ele sabia que o outro estaria por perto; Wade sempre fora muito possessivo para ficar longe, nem que fosse somente para observar, Peter sabia, ele estaria lá.