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História Immortals - Pleader


Escrita por: louthesassy

Notas do Autor


Oi, leitores!
Primeiramente obrigada por lerem até aqui! Em segundo lugar, criei uma conta no instagram com fotos dos personagens e lugares, caso queiram dar uma olhada (@immortals.fiction).

Capítulo 13 - Pleader


Noah apagou o cigarro na calçada e então jogou na lixeira ali perto. Quando se levantou viu que Lucinda estava atrás dele. 

- Quase me matou do coração. - Noah diz calmamente e baixo, com a mão no peito. 

- Desculpe se te assustei. - Luce senta ao lado de onde ele estava, fazendo-o voltar. - Hoje só estou assustando todo mundo. Você e Julie estão bem? 

- Julie eu não sei. - Noah passa as mãos nos cabelos mais alongados, puxando-os para trás, mas estes logo voltam a posição inicial. - Mas eu estou. Eu sempre soube que você não era normal. 

Lucinda não sabia se agradecia ou permanecia quieta. Se agradecesse pareceria que não entendeu o que Noah quis dizer com tal afirmação e pareceria ingênua. Se não agradecesse, Noah teria a impressão de que Lucinda ainda se importava a esse ponto. 

- Quando eu conheci James... - Começou a morena então, sem reparar em Noah revirando os olhos. - Eu soube que ele era diferente, e ele era. Jem está comigo sempre independente de ser o que sou ou não. Sabe o que ele sempre diz que mais gosta em mim? 

- O quê? - O loiro tentou fingir interesse. 

- O quanto eu gosto do Canadá. Não importa aonde eu vá: Inglaterra, Estados Unidos ou o mundo todo. Acho que todo mundo deveria amar o próprio país assim. 

- Quando você volta? Pra Inglaterra digo. 

- Amanhã. Já dei meu presente pros meus pais e já arrumei minha mala. 

- E a sua espada? 

- Deixa eu te mostrar. - Lucinda falou com a empolgação de uma criança pequena quando ganha o presente de Natal. Luce segurou a espada dentro da bainha, fechou os olhos e em questões de segundos ela sumiu e, em seu lugar na mão da garota, encontrava-se um anel de ouro negro com duas esmeraldas verdes e pequenas. - O escudo é uma pulseira. 

 

No outro dia, Holly descobriu, na cama, ainda com os sapatos do dia anterior nos pés e o dedo com o anel novo, que estava atrasada.

Lauren batia de palma aberta na porta de seu quarto, gritando para que saísse. 

- Aparentemente nossa pequena Luce está já no aeroporto. - Julie da de ombros no seu tweed amarelo xadrez, da mesma estampa da saia plissada. - Ela, o namorado, Lauren, Jack e o casal excluído. 

- Alice e William? - Holly ri quando Julie diz que sim. - Espero lhe ver novamente logo. 

- Também espero. - Julie sorri e abraça Holly e em seguida Hugo, que desce as escadas carregando todas as malas. - Tenho um pressentimento de que não demorará muito. - Julie pisca para o casal.

Ela também os leva até o aeroporto, aonde embarcam do Gigante Azul e Vermelho americano para mais uma aventura europeia.

 

Na Inglaterra...

Uma noite depois, os Nephilim planejaram a primeira festa, a temática era mitologia, e como sempre eles foram incrivelmente criativos. 

Na tarde que antecedeu a festa, Klaus passou no quarto dos rapazes e Nicole na das moças, para dar os detalhes. 

- Mitologia envolve animais, monstros e deuses. - Falaram os dois. - Se sua fantasia não se encaixar você não entra, e não se preocupem pois demos um jeitinho nos Anjos... - piscadela. - No final da festa serão eleitas as 3 melhores fantasias. Boa festa! - Eles fazem uma garra sobre o coração, algo que de alguma maneira os rapazes sabiam que era algo grego. 

 

- Jack, você é perverso. - James gargalha da fantasia de Jack, que é basicamente uma toga inferior, que tapa só a área dos países baixos, exibindo o porte rígido e musculoso do loiro. 

- Hoje vou fazer minha ruivinha pirar. - Jack da uma piscadela e entra no banheiro. 

- Vai pirar mesmo. - Will revira os olhos - Vai querer te matar. 

Hugo ri e a atenção se vira para ele, que está vestido como um gladiador romano, com uma armadura falsa que imita bronze e couro, sandálias até os joelhos e saiote vermelho-sangue. 

- Uau. - Jem exclama, colocando uma toga branca por cima do corpo quase tão pálido quanto. - Você parece um Deus.  

- E você parece um fantasma. - William diz, examinando a pele pálida e as roupas brancas de James em contraste com as tatuagens escuras e o cabelo escuro. 

- E você parece um invejoso. - Jem se olha no espelho, enquanto arruma uma coroa de louros prateados no cabelo. 

Hugo tenta segurar uma risada e Jack sequer disfarça a sua, fazendo a pele do ruivo ficar da cor do próprio cabelo. Will, mais parecido com gregos porém mais distante da mitologia, usa um vestido branco longo, sandálias com tiras de couro e uma toga dourada caindo em um só ombro. 

- Já que vocês vão ficar fofocando e rindo um do outro, - Jack coloca um casaco longo por cima do corpo seminu - vou buscar as meninas. 

 

- Não aguento mais vocês reclamando de tudo. - Holly diz, revirando os olhos.

- Ei! - Lucinda sai do banheiro arrumando a sua coroa de flores douradas ao redor dos cabelos negros num coque. O vestido bege tornava a sua pele de porcelana ainda mais branca e seu caimento brando tornava-a a visão de uma grande nobre grega. - Vocês não param de gritar. Me assustaram e meu blush agora parece o de um palhaço. 

- Ai. - Alice da um pulo ao ouvir Jack batendo na porta, e rindo, que ela vai abrir. - O que é, engraçadinho? 

- Nada. - Jack perde o foco ao ver sua namorada, como sempre acontecia. 

Lauren vestia branco contra a pele sardenta. Uma cropet e uma saia longa, com gladiadoras altas e uma tiara de louros. 

- Você está deslumbrante, flor. - Jack diz depois de um tempo. 

- Obrigada, gato. Mas e você? - Lauren se aproxima e abre o casaco de Jack, que tenta segura-lo. Lauren faz a princípio uma cara de espanto, mas depois ri. - Você não tem jeito. 

 

Alice foi a penúltima a ficar pronta.

Ao faze-lo desceu até o Hall dos Arcanjos, entrou atrás do tapete e seguiu até a escadaria, abriu a primeira porta e entrou. Com seu longo vestido branco, nem rijo e nem leve, transportou-se até o meio do compartimento, uma grande biblioteca empoeirada, antiga e poderosa. Sentou-se numa poltrona marrom e pegou o livro posto na mesa de café ao seu lado, onde havia deixado-o. 

Depois de um tempo sentiu mãos em suas ombreiras douradas e brilhantes. Assustou-se e, fechando o livro e prestes a se levantar, ouviu a voz reconfortante de milhares de anos de William. 

-- Ainda nesse livro? - Ele diz e começa a mexer em seu cabelo. Então se aproxima do ouvido da loira e sussurra, mas não mais na voz de Will: - Então é aqui que você se esconde? Lugarzinho inconveniente de achar. 

Alice levanta o mais rápido que pode, vislumbrando a quem pertencia a voz. Assustou-se ao ver a quem era. 

Antes mesmo que pudesse correr ou até mesmo alcançar a adaga escondida atrás de sua capa, ele avançou. 

 

Todos já tinham ido para a festa, menos Hugo e Holly. 

Ele esperava sentado do lado de fora do quarto, enquanto ela terminava de se arrumar. O vestido era off white e ficava lindo na pele naturalmente bronzeada dela, os cabelos loiros com algumas mechas presas num topete. Holly estava parada em frente ao espelho terminando e alisar as mangas curtas quando sentiu uma pontada nas costas que nenhum mortal jamais sentirá: asas tentando se libertarem. 

- Filha. - Uma voz disse atrás dela. Holly se virou num pulo e deu de cara com um homem musculoso, alto e loiro como ouro, como os seus.

- Miguel. Pai. - A loira disse em troca.

- Não sei se vim em bom momento mas...

- Nunca vem. - Holly o corta, mas ele finge não se importar. 

- Seu namorado lhe espera, mas antes de ir gostaria de te entregar isso. Pessoalmente

O anjo estica um bracelete de ramos dourados. Holly fica receosa no começo mas se aproxima calmamente e, ao colocar a mão no bracelete, este amolece. Hô solta uma exclamação de surpresa ao ver o bracelete deslizar como uma cobra para o seu pulso e ajustar-se a ele. 

- Isso lhe pertence. Sempre pertenceu e sempre pertencerá. Não lhe causarei mais inoportunos, mas diga a Hugo que estou de olho nele. 

 

Hugo estava começando a ficar preocupado e, ao ouvir vozes, empurrou a porta com toda a força que conseguiu e encontrou Holly parada no meio do quarto, de cabeça baixa. 

- Amor da minha vida! - Hugo se aproxima dela e toca suas testas. - O que houve? 

- Miguel pediu para te dizer que ele está de olho em você. 

O moreno não fez mais perguntas. 

Desceram e seguiram até o local da festa: o Coliseu. 

 

 

Aquela noite ele estava descoberto. 

A lua brilhava no alto, mas as tochas eram o que realmente iluminavam o grande palco do Coliseu. Nas arquibancadas as pessoas se sentavam, vestidas de monstros, deuses, pretores e até atletas olímpicos. A pista de dança no momento estava vazia e Nicole falava para todos, num vestido branco puro como as nuvens no outono, os cabelos soltos em ondas e azevinhos emoldurando-os.

- Espero que aproveitem e, embora muitos queiram, as músicas não serão gregas e sim músicas de, no mínimo, este milênio.

Aparentemente ninguém queria aquelas músicas, como dissera Nicole, pois o uivo de alegria foi tão alto que ninguém ouviu a última parte. Então Baby one more time explodiu nos alto falantes e ai mesmo que ninguém se importou com o que qualquer Nephilim ou até mesmo os diretores falassem. 

Holly soube naquele momento quem tinha escolhido as músicas: a mesma que se pronunciara. Britney seguiu-se por Spice Girls, Mariah Carey, Whitney Houston e Celine Dion. 

 

 

- Luce. - Holly chegou já suada, embora a festa tenha começado à menos de 10 minutos, correndo ao lado de William. 

- Oi. - Luce se vira rápido, com a coroa levemente torta sobre os cabelos negros. 

- Você viu Alice? - William pergunta ao mesmo tempo que percorre os olhos desesperado pelos outros alunos. 

- Não há vejo desde que saímos do Arcanjo. - Lucinda grita por cima de Don’t Speak, do No Doubt. Pensa então, que na verdade deixou somente Holly, Hugo e Alice ainda no dormitório quando saiu. - Ela ainda estava lá quando vocês vieram? 

- Não. - Holly olha para a pulseira nova e torce a boca. - Ela saiu antes mesmo de papai aparecer. 

Lucinda pensa em perguntar o que o pai de Holly tem a ver com o assunto, mas ao ver o rosto contorcido de Will, pensando em perder o grande amor de sua vida. De suas milhares de vidas, a morena tenta pensar em algo diferente. 

- Vamos perguntar para Jack e Lauren. - Luce segura a mão de Holly e William e puxa eles pelo meio da pista. Radiohead começa a cantar sobre como ele se pergunta o tempo todo. Luce demora algum tempo para achar James e Jack, com o moreno gritando Karma Police muito alto. 

 - Jack! - Luce grita fazendo o loiro olhar. - Você viu Alice? 

- Uau. Não! - Jack segura a tanguinha quando Jem se apoia nele e (por mais impossível que parecesse para os outros presentes) começou a cantar ainda mais alto, pulando. 

- James! - Lucinda toca o braço do outro moreno e este para na hora, olhando para ela e negando. Também não vira Alice. 

Perguntaram para Lauren, Nicole, Klaus, Amanda, Marina, Camila e até à trindade de bandana, piercing e gatinho, que estavam de togas brancas com metais de cores diferente, mas ainda assim com uma bandana, um piercing e gatinhos escorridos de suor. 

 

Correram para o Arcanjo e encontraram o sofá no Hall vazio e com as almofadas espalhadas pelo chão. A tapeçaria com Gabriel, que cobria a entrada para a passagem secreta dos Arcanjos, estava presa por um só lado e com um rasgo por toda a asa do arcanjo. Escada acima (ou abaixo) havia marcas de sangue metálico. Icor angelical. 

- Poxa. - Jack suspira. - Nem me convidaram para a festa. 

William suspira tão alto atrás de Holly que a loira dá um pulo assustado.

- Vamos nos dividir. - Lauren prende o que estava solto do cabelo ruivo no alto da cabeça e fecha o cenho. - Lucinda, Holly e Jack seguem o rastro escada acima. Hugo, eu, James e William vamos para a passagem. Certo? 

Todos concordam, sabendo que Lauren fez a melhor divisão possível: ela era uma estrategista nata. 

 

Lauren foi na frente, mas no meio do caminho sentiu que andavam em círculos. No final do que pareceu a terceira volta, uma garota estava ajoelhada no meio do corredor, de costas para o grupo. Ela tinha longos e largos cachos ruivos, cachos mais abertos que os de Lau, mas da mesmíssima cor. Os ombros eram finos e sardentos, cobertos por um finíssimo tecido preto de seda. Quando ela ajeitou os ombros e ficou de pé calmamente, todo o contorno de seu corpo pálido e levemente curvo apareceu sob o vestido, mesmo com a pouca luz do ambiente. No centro das omoplatas, projetavam-se duas cicatrizes grotescas e vermelhas, que arrepiaram todos os pelos do braço de Hugo. James posicionou-se ao lado direito de Lauren, enrijecendo os músculos e apertando o maxilar. 

- Não se preocupem com as cicatrizes. Elas não doem mais como doíam no começo. - Ela se virou lentamente e a semelhança com o rosto de Lauren assustou a todos: a forma como os cachos caiam ao redor do queixo pontudo, o nariz arrebitado, os olhos verdes vibrantes e as sobrancelhas dois tons mais escuros que o cabelo. A diferença é que aquela ruiva tinha no máximo 14 anos. 

- Lillith, senhora das Serpentes. - James ajoelha-se e abaixa a cabeça. Lillith toca o topo de sua cabeça com a mão direita. 

- Mãe. - Lauren ajoelha-se também, mas com seus olhos verdes tocando os verdes da outra. Primeiro Lillith beija o topo de sua cabeça e depois faz um sinal para que eles se levantem.

Hugo e William mantém-se parados e estáticos observando a cena. Sem dizer uma palavra sequer, Lillith toca na corrente com um dragão que Lauren ganhou dos pais de Luce e caminha pelo resto do corredor, sumindo depois da curva.

Enquanto ela vai embora, todos observam mais uma vez as cicatrizes quase frescas nas costas da demônio. Mas sabem que elas não são frescas e sim mais antigas que qualquer homem e quem fez aquelas cicatrizes foi o Arcanjo mais temido e amado de todos: Deus, quando arrancou as asas desse ex-anjo específico. 

Lauren toca no dragão também, fazendo os olhos de rubi dele iluminarem o corredor.

- Vamos. - Lauren ainda toca o colar ao falar. - Vamos achar nossa amiga. 

 

Lucinda caminha na frente dos outros dois, protetoramente, com o escudo aberto e os olhos âmbares observando tudo ao redor, como um lobo caçando. Holly vai no meio, tentando analizar se o sangue é de Alice, só de Alice ou de Alice e mais alguém. E se ainda é fresco. Jack vai por último, andando meio de lado, observando a retaguarda e os arredores. 

O rastro de sangue dava num quarto aparentemente desabitado. 

Os três ouviram passos apressados e leves pelo quarto. O anel de Lucinda abriu-se até a espada negra brilhar fracamente, como se tivesse luz própria, a boca da Serpente do Mar aberta e parecendo rugir. 

A pulseira que Holly ganhou do pai desceu pelo braço da loira como uma cobra, esticando-se até o tamanho do antebraço da garota. Era uma adaga dourada, levemente rosa, com o cabo transparente, com um pó que parecia areia dentro, e uma pedra rosa vibrante fechando o compartimento na parte de baixo. 

- Ah, todos vocês tem coisas legais. - Jack fala com a voz triste. 

A porta se escancara e o que quer que fossem os donos das vozes se viram para os garotos, os olhos parecendo sugar a vida de tudo e qualquer coisa. 

Jack vê com o canto do olho um vulto negro sumindo pela janela. Ao olhar para o rosto de Alice, essa suplica que os amigos a abandonem e se salvem, enquanto ainda há tempo. 

 

O rastro que Lauren, James, William e Hugo seguiam levou-os até uma Biblioteca. Parecia ter éons de existência, mas era tão preservada e limpa que parecia receber 300 leitores por dia. Como tudo naquele lugar, estava impecável. 

Não havia sinal de lutas. 

Só havia um livro no chão, ao lado de uma cadeira, ainda quente. William levantou o livro, o nome na capa era simples: Mitologia Japonesa. Assim que terminou de ler o título, Will jogou o livro no chão como se esse fosse ácido, gritou e deu alguns passos em falso, caindo sentado no chão. Lauren se abaixou e tentou acalmar o amigo, enquanto Hugo e James se aproximaram do livro.

No canto direito superior, uma manchinha de sangue indicava uma página. Jem abriu o livro e viu uma unha recém caída próxima à lombada: então houve luta. No alto da página havia uma palavra em caligrafia grotesca, acima de uma ilustração do que parecia um corpo em decomposição, com buracos nas bochechas, roupa mofada e tripas caindo como macarrão num escorredor. O título dizia: Jiang Shi

- Não soa bom para mim. - Hugo diz, segundos antes de gritar de dor. 

 

 

 

 



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