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História Immortals - We come running


Escrita por: louthesassy

Notas do Autor


Oi oi. Sobre roupas, personagens e lugares, fiz um insta pra vocês ficaram por dentro de como são as coisas! @immortals.fiction

Capítulo 14 - We come running


As entidades da sala eram corpos claramente humanos. Eram três cadáveres em estágios avançados de decomposição: carcomidos, a pele sem cor e o sangue já drenado. Um não tinha a bochecha, exibindo os dentes já apodrecidos, o outro tinha um olho caído no rosto e outro ainda tinha as tripas caindo ao lado da perna na lateral do corpo. O três se viraram para os garotos, as partes meio presas ameaçando se soltarem completamente. 

- Jack. - Lucinda disse enquanto posicionava-se atrás do escudo, a espada pronta para ataque. - Solte Alice que cuidaremos dos galãs aqui. 

Jack não pensou duas vezes e correu em direção à Alice. Um dos mortos-vivos ameaçou ir atrás dele, mas Luce acertou-o com o escudo, e ele voou contra a parede. 

O morto-olho-solto atacou Holly, que desviou e em seguida girou a adaga, desferindo um golpe no braço no morto. A adaga afundou na pele esverdeada como se fosse de espuma e escorregou até o chão. O morto empurrou os ombros da loira, depois chutando-a na barriga e derrubando-a no chão. Ele se ergueu sobre a garota pronto para chuta-la até se cansar (ou a morte voltar), mas ela fechou os olhos e esticou a mão para o lado, mão aonde a adaga depositou-se. Com um só golpe arrancou a perna do morto e, ao ficar de pé, enfiou-a com toda a força no peito do morto, no lugar do coração. 

Em seguida, gritou de dor. 

Lucinda estava tendo mais sorte com o morto-bochecha-solta. Ele correu lentamente até ela, que jogou o escudo de lado com tanta força que o ombro e pedaços do tronco e braço podres voaram com o escudo até ela novamente. Luce balançou o escudo para tirar os pedaços enquanto o morto caminhava até ela o mais rápido possível. A morena desferiu um golpe circular contra o morto, arrancando-lhe a cabeça. Viu o cérebro escorrer lentamente pelos ouvidos por alguns segundos e se virou para Holly. 

O morto-tripas tinha se levantado e pegado Holly desprevenida, agora mordia o braço direito dela. A loira uivou de dor. 

Lucinda correu até Holly e com os dois pés tirou o morto de cima da outra, caindo um pouco mais morto ao lado, enquanto Luce lhe tirava a cabeça.

- Ei, Lucinda! - Jack chamou do outro lado do quarto. Quando Luce virou, viu que ele estava ao lado de Alice, amordaçada e em desespero. 

- Oi? - Luce se aproximou. Tirou as cordas das mãos e dos pés com a espada, e a mordaça com o canivete suíço que tinha no bolso. 

- Ah, pessoal. - Alice se levantou e abraçou todos. - Fico tão grata com sua coragem mas tão enraivecida com sua burrice. 

Ela olha diretamente para Holly, que pergunta:

- O que há de errado? 

- Aquelas... aquelas coisas eram o que chamamos de Jiang-shis. São entidades já mortas que são reanimadas por magia negra, normalmente. 

- Alguém ativou aquelas coisas para nos matar? 

- Sim, e a mordida de um Jiang-shi pode te levar a mesma situação infeliz de um. - Alice olha calma e penosamente para Holly, cujo olhos estão molhados. 

- Como... Como nos livramos disso? - Lucinda se aproxima de Holly e examina o braço da loira. 

- Ah, isso eu posso fazer. Mas vai doer. - Alice sorri torto, como se estivesse 50% animada por sabê-lo e 50% triste pelo mesmo motivo.

 

Hugo chegou ao quarto em que eles estavam quando saiam, Luce com as mãos nos ombros de Holly, Alice logo atrás e por último Jack. 

- Holly, minha vida e meu amor. - Hugo se aproxima da loira e segura seu rosto sujo delicadamente. - Você está bem? Eu senti uma coisa horrível e... 

- Hugo. 

-Sim, minha vida?

- Para de falar e vamos para o meu quarto que eu gosto das minhas tripas. 

- Oi? 

 

Enquanto esperavam, sentaram-se na mesa para quatro pessoas Lau, Luce, Will e Hugo, já James e Jack ficaram de pé, apoiando-se nas cadeiras dos garotos. 

No banheiro, Holly uivava de dor. 

- Hugo. - Lucinda chamou depois de longos dez minutos de gritos e berros. - Vai ficar tudo bem. Alice sabe o que está fazendo. 

Lauren tenta revirar os olhos sem que ninguém veja para a última frase, mas todos acabam vendo. 

Lucinda cogita falar sobre o último sonho que teve, mas pensa que o momento talvez seja muito delicado e, ela mesma tem medo pela amiga. Luce tinha um coração relativamente duro (se você confundir forte e duro), era explosiva em alguns pontos mas ao se tratar das amigas, defendia elas como se fossem a coisa mais importante do mundo. Lucinda não soubera o que era isso no Canadá: Dawson tinha 2500 habitantes e nenhum gostava dos Nightshine, pois a mãe de Luce engravidara de um viajante americano. Teoricamente. Lucinda preferia não estar na Universidade Argent, se isso lhe proporcionasse uma infância menos cruel tanto para si quanto para Emma. O padrasto, Ethan, escolheu ser tratado como o seu padrasto, mas Emma jamais escolheu ser sua irmã, ela podia dizer quantas vezes que escolheria, mas Luce sabia que não. 

Mesmo lhe proporcionando asas, seu pai não lhe proporcionara liberdade. Nem Miguel à Holly, ao fazê-la lutar com zumbis malucos. 

- Luce?! Terra chamando! - Alice diz em sua frente, fazendo Luce erguer os olhos. - Vamos, Holly quer lhe ver. 

Luce não reparara que a garota parara de gritar, tão perdida nos próprios pensamentos que estava. Entrou no banheiro devagar e encontrou a loira deitada na banheira, rodeada de água.

- Você se sente melhor? - Luce se aproxima e senta na beirada da banheira, segurando a mão de Holly.

- Sim. Um banho há de me acalmar. - ela suspira por um bom tempo, e Lucinda suspeita que ela está com muita dor nos pulmões, pelo barulho travado que a ação faz. - Acho que não deveríamos contar para a Casa Grande. Talvez só para Finn, ou nem mesmo para ele. Alice já resolveu meu problema e você deve se lembrar de que Finn escondeu a passagem para lá, então Ali estava errada. - Holly continua pausadamente, e, olhando em volta para conferir se estamos sozinhas continua: - Te chamei pois você é minha amiga mais sincera e próxima. Acho que poderia dizer que você é o que chamam de melhor amiga. 

Lucinda concorda. Confia em Holly com meio coração e a outra metade se preocupa de maneira materna com a garota. Luce quase diz que ama a garota, mas Alice rompe pela porta. 

- Holly, querida, você quer jantar? 

- Por que nós não vamos para a festa? - Holly fala, fazendo Ali e Luce olharem para ela espantada. - O que foi? Eu não perco uma diversão!

 

Holly não demorou muito a se vestir, mas mesmo assim Hugo conseguiu pegar Lucinda pela mão e leva-la sorrateiramente até a sacada do quarto. 

Hugo se apoiou no parapeito, colocando o rosto entre as mãos e Luce sentou-se de pernas cruzadas e penduradas para fora, balançando-as.

- Você não tem medo de cair? - Hugo tirou o rosto das mãos e levantou os olhos castanhos ao mar. A luz da lua iluminava seu rosto anguloso, dando-lhe um olhar sombrio e macabro. Lucinda sentiu um arrepio antigo percorrer seu corpo. 

- Se eu cair, posso voar. Nunca iremos realmente cair, sabe? 

- E se elas falharem? As asas, digo. 

- Não acredito que uma morte a mais acresça algo ao meu currículo. 

- Jem ficaria arrasado. Como eu estou agora. 

Agora Hugo parecia delicado, como se precisasse ser protegido. Luce teve vontade de abraça-lo e protegê-lo de todo o mau desse mundo, mas então se lembrou quem era a mãe dele.

- Por causa de Holly? - Luce articulou com a voz mais doce que poderia fazer. 

- Sim. Quando ela se machucou eu senti. - Ele fechou os olhos como se ainda estivesse doendo. Como se sangrasse. - Quando Alice tirou o veneno da mordida dela eu senti. Milhões de agulhadas nos meus órgãos internos, cabeça e pele. Mas não era tudo, ah, não. Eu sei que doeu muito mais nela.

- Então ela também sentiu. E se sentiu, ela é corajosa. Apesar de tudo, Holly é forte como ferro. 

Hugo assentiu, como se aquilo fosse o que precisava ouvir. James chamou por Luce lá dentro e ela se virou para ir até o outro moreno. 

- Luce? - Chamou Hugo.

- Sim? 

- Como Deus pode ser meu pai se eu já tenho um pai humano? 

- Oras. - Luce deu de ombros como se fosse óbvio. - Deus não é homem, Hugo. Deus é sua mãe. 

- Claro que não, ele é...

- Dizem que por trás de todo Grande Homem tem uma mulher maior ainda. Se Deus não tinha ninguém antes de criar os Anjos, ela quem é a mulher maior ainda. 

- Obrigado, Lucinda.

Lucinda não disse “por nada”. Sabia que Hugo sabia que ela estaria ali para tudo. Que ele sabia que ela ajudaria em qualquer coisa, por mais boba ou absurda que fosse. Para isso que servem os amigos.

 

Holly aproveitou a festa para descarregar todos os sufocos que passara ao longo do dia. 

Dançou com Hugo e cantou com Nicole. As músicas que tocaram eram suas favoritas. A festa passou rápido como um flash: Jack e Lauren dançaram tanto que ambos ficaram soados, para variar, Lucinda e James conversaram com pessoas que Holly nem sabia que existia. A comida também estava fantástica. Apesar de ser uma festa onde esperava-se só bebida e comidas menores, havia pizza especial Grega, sopa e alguns outros aperitivos gregos que Holly jamais vira antes. A bebida não fora liberada mas ninguém trouxe escondido: a festa estava tão divertida assim que não havia como melhorá-la. 

- Sentiram a falta de alguém? - Luce chegou perguntando enquanto Hugo servia o copo de Holly com poncho. 

- Não. - Holly chacoalhou os cabelos loiros. 

- Nem bandana, nem nenhum Anjo está na festa. - Luce olhou em volta suspeita, como se procurasse alguém. - Acho que isso que Nicole quis dizer com “Nós daremos um jeito nos Anjos.” 

- Eles vieram de fantasia errada. - Klaus falou, surgindo ao lado de Nicole. - Eles vieram com a temática Romanos. 

- Qual a diferença? - Hugo entrega o poncho a Holly. - Romanos e gregos usam togas brancas e louros nos cabelos. 

- Bom, - Nicole sorri, travessa. - eu não sei a diferença mas eles eram romanos e não gregos. Isso que importa. 

Nesse momento alguém subiu num tablado no centro do Coliseu, onde estavam os aparelhos de som. Era Amanda, com os cabelos tingidos de roxo e os olhos brilhantes mesmo à distância. 

- O concurso! - Jack apareceu e parou ao lado de Jem, segurando Lauren pela mão. Alice e Will apareceram também, ela com os cabelos arrumados e o vestido perfeito e ele já levemente embriagado. Ele fez um “uhu” alto demais, fazendo Ali revirar os olhos.

- Primeiramente. - O sorriso de Amanda era radiante. - Nós os Nephilim gostaríamos de agradecer todos vocês por estarem aqui hoje, aproveitando nossa festa. Dos presentes não há algum pelo qual nós não sentimos um amor imenso. Dos presentes. - Ela repetiu a ultima frase alguns tons abaixo. - Em segundo lugar, obrigada a administração da Universidade por ceder maior parte da decoração e por ajudar-nos tanto na montagem dessa festa. Agora, a fantasia de todos vocês está linda (menos a sua Jack), - Um holofote acendeu sobre o loiro, que ficou vermelho sob os olhares dos presentes. - mas nós Nephilim elegemos as duas melhores! Primeiro as damas. 

Amanda pegou um envelope dourado, tirou um papel e se preparou para falar. 

O tempo pareceu congelar para Luce. Ela estava ali mas era como se não estivesse. A morena levantou os olhos ao céu e viu as estrelas girando, mas o Coliseu parado. O vento esfriou e ela ouviu uma voz, distante e ao mesmo tempo ao seu ouvido. Ela olhou para trás e não viu ninguém. Ela sentiu os cheiros de cobre e terra molhada, de fogo e névoa. 

Então tudo voltou ao normal. 

- Luce? - Jem sussurrou, segurando a garota pelo braço. Ela estava mole. 

- Que rufem os tambores! - Amanda gritou e tambores berraram atrás dela. - Julie Smith! 

Julie subiu pela escada, deixando Lucinda abismada. Não precisou ouvir o nome do homem, sabia que era Noah. Luce se segurou em Jem enquanto o loiro subia no palco, e ambos ganharam coroas de louro. Holly olhou para a morena em busca de uma explicação. Todos os sete olharam. 

Então Luce ouviu mais uma vez a voz, um eco de lembrança na mente. 

Eles estão chegando.



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