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História Immortals - Last Friday Night


Escrita por: louthesassy

Capítulo 2 - Last Friday Night


1997 -  Little Rock, EUA

Era sexta. 

Festa dos formandos. 

O cara mais lindo desse universo encarava Lauren.

Mas ela não estava feliz, e muito pelo contrário, estava com vontade de pegar os vasos que enfeitavam a mesa e jogar na cabeça dos professores, diretores e colegas de classe. Seu vestido estava justo demais. Sua maquiagem estava feia. Os sapatos deveriam chamar-se "torturas" e não "sapatos". E não, não era TPM, se algum garoto pensar isso. Então, caso queiram saber porquê a garota estava prestes à arrancar os cabelos, eis aqui:

Lauren Black era a pessoa mais estudiosa do planeta. Não, da galáxia. Se você perguntasse qual a primeira coisa que aprendeu, ela reproduzirá as palavras exatas da professora. Ela era uma esponja. Vamos deixar de lado o pai, que fingia que ela não existia, e o fato de que morava em Little Rock. O maldito Arkansas. Imagine Lauren cuspindo a palavra com sua voz baixa e lenta. Imagine-a uma ruiva louca, como todas são: extrovertidas, espontâneas, com aquele cabelo ruivo-gigante-cacheado-meu-senhor e principalmente focada. O foco de uma câmera espacial. Suponhamos agora, que a ruiva tenha rolado os olhos verde-folha pelas folhas dos cadernos tantas vezes que tivesse adquirido uma maldita cópia na cabeça. Melhores boletins da escola. Melhores discursivas. Melhores currículos enviados para Yale, Harvard, Stanford e até Oxford. Lauren estava certa que iria ganhar alguma vaga boa, nem que tivesse que atravessar o oceano e morar na China. Só que não.

A vaga era numa Universidade em Liverpool, cuja ela jamais tinha ouvido falar. Sequer mandou seu currículo para lá. Isso enfiou milhares de navalhas no seu estômago, que estavam subindo como aranhas pelo esôfago e a garganta.
Você por acaso conhece a Universidade Argent, em Liverpool? Se conhece, não deveria.

1997 - Montgomery, EUA

Era sexta e "Sweet Home Alabama" explodia na cabeça de Jack. Queria chorar, mas se recusava, se o irmão chegasse estava ferrado.

O Alabama não era um doce lar para Jack. A mãe bêbada, o irmão mais velho que batia nele e o pai, que quando era pequeno saiu comprar cigarro e nunca mais voltou. Babacas. Todos eles.

Principalmente eu, o loiro pensa e fixa os olhos castanho-esverdeados no teto. Foi babaca o suficiente para não conseguir entrar numa maldita faculdade que prestasse. Quer dizer, não que conhecesse aquela... Baixou os olhos até a carta em papel caramelo e leu: Universidade Argent.

1997 - Dublin, Irlanda

James já tinha bebido tanto que quase caía da cadeira. Duas loiras passaram rindo na sua frente e ele pisca, sorrindo de lado. O.K. Era sexta-feira e ele estava numa festa legal, com algumas canecas vazias de chopp na sua frente e tanto gel nos cabelos escuros que o couro cabeludo doía. Os olhos verde-esmeralda quase se fechando e as bochechas pálidas estavam ruborizadas com o frio da noite. Mulheres novas e velhas, loiras e ruivas e morenas em todos os lugares e em roupas típicas bem curtinhas. Mas tinha a maldita Universidade. Universidade cuja Jem só conseguira vaga em Liverpool. Na Inglaterra. Inacreditável. E afinal, que Universidade se chamava "prata"?

1997 - Dawson, Canadá

Estava frio. E até os ossos de Lucinda doíam.

Levemos em consideração que ela estava quase no Alasca, e o frio lá era de matar. Literalmente. 

Mas tinha aquilo. Fosse sexta-feira, fosse sua festa de formatura, ela não aturava o fato de ter que se mudar para Liverpool. Tivera a vã esperança de que conseguiria uma vaga na Yukon, ou numa Universidade qualquer em Quebec.

Não que a Inglaterra causasse-lhe arrepios, ou não soubesse falar inglês. Muito pelo contrário, era fluente. 

Queria fugir dali, da mãe e do padrasto, levar a irmã embaixo do braço. Mas não para um outro continente. E ainda por cima, naquela Universidade que ela nunca tinha ouvido falar. Uma tal de Universidade Argent. 

Pelo menos o frio não seria tão arrebatador. Talvez pudesse usar os cabelos negros soltos e eles não embaraçassem no vento. 

Piscou os olhos âmbar e sorriu.

1997 - Edimburgo dos Sete Mares, Tristão da Cunha.

Holly passou a mão pelo cabelo loiro e longo, desembaraçando-o. Não que adiantasse. 

Limpou com a palma o suor que escorria pela testa. Levantou e ligou o mata-mosquito no mesmo momento que uma das crianças passou correndo e a derrubou no chão. De novo.

Era sexta e adivinhe o que ela estava fazendo? Sendo babá.

Revirou os olhos azul-azulejo e pensou que seria o seu emprego pelo resto da vida, pelo visto.

Claro que conseguiu uma bolsa na tal Universidade, e as passagens de graça. Mas quem disse que a mãe deixaria-a ir para Liverpool?
Talvez chegasse lá e finalmente sentisse o frio, encontrasse um cara perfeito e tivesse um pouco de sossego na própria vida. Ingênua.

Mal sabia Holly Porter, que jamais teria sossego em sua vida. Nem em sua morte.

1997 - Columbus, EUA

Hugo James era festeiro, diga-se de passagem.

Sempre tinha alguma garota dançando consigo ou uma lata de cerveja na mão. Podia ter 18 anos, mas enganava qualquer um.

Seu pai achava que ele era um anjo, mas ninguém era melhor trapaceiro que o rapaz. Era só mexer no cabelo preto curtinho, ou piscar os cílios espessos sobre os olhos caramelo. A pele morena e os músculos proeminentes lhe conferia aspecto tanto de nativo quanto de galã de Hollywood. Mas o que Hugo queria mesmo, era sair de Ohio e achar um canto sossegado para morar. 

Ao que parece, o canto sossegado seria em Liverpool. Não que Hugo tivesse gostado de ter de ir para lá, nem que quisesse trocar de lado do mundo, mas seria legal.

Tinha a leve impressão, também, de que o próprio pai tinha algo a ver com o fato de ter passado só em um teste seletivo no mundo inteiro: na Universidade Argent.

1997 - Vancouver, Canadá

William respirou fundo e baixou os olhos castanho-avermelhados mais uma vez: sim, era seu nome na carta de admissão.

Ele passou a mão fina pelos cachos ruivos, grudando gel entre os dedos, e sorriu, com os dentes brancos e retos. As sardas ressaltaram-se por todo o rosto pálido.

Ser admitido na Universidade Argent, em Liverpool, só poderia significar duas coisas: em primeiro lugar finalmente veria sua adorável Alice e em segundo, faria aquilo que acreditou ser destinado desde que seu pulmão inflou pela primeira vez, ao nascer.

1997 - Lyon, França 

Chame Alice Scott Biscatinni do que quiser, mas não de burra.

Achava indigno dizerem que não iria para a Universidade Pierre And Marie Curie por não ser inteligente o suficiente.

Claro que a que escolheu não era considerada uma das melhores do mundo porquê meros mortais nem deveriam conhecê-la. Era sexta-feira e as mais badaladas festas estavam rolando, mas tudo o quê ela conseguia pensar era em como abraçaria Will quando o encontrasse e em como seria a mais inteligente da Universidade Argent.



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