1. Spirit Fanfics >
  2. Immortals >
  3. Love Like This

História Immortals - Love Like This


Escrita por: louthesassy

Capítulo 3 - Love Like This


1998 - Liverpool
 

Jack chegou primeiro e se esparramou pela cama. O quarto era simples, mas bonito: quatro beliches brancos enfileirados, com uma escrivaninha na parte de baixo, e uma sacada de dois por dois, apontando para o mar, também tinha uma cozinha, com um frigobar e uma mesa com quatro cadeiras, e uma porta que levava até um banheiro simples, com um boxe e uma cortina de círculos azuis, um espelho-armário, uma pia simples e um vaso. 

O loiro estava quase pegando no sono quando um outro interrompeu pela porta, assustando-o.

- Ei, calma aí cara! - Will exclama e Jack ri de seu sotaque.

- Uau. Deixe-me ver... Canadá? - Jack chuta.

- Na mosca. Sou William. - o ruivo estende a mão e o loiro aperta-a. Will se dirige até a cama ao lado e joga suas coisas na frente dela.

- Imaginei. Jack Barker, Alabama. - Jack se joga na cama novamente, mas sem fechar os olhos. Will franze o cenho e olha para o toca-fitas ao lado da cama do loiro.

- Isso explica a música. E colossal, por sinal.

- Era do meu pai. - diz um moreno que sai do banheiro, os cabelos escuros encharcados. - Sou James Salazar, aliás.

Jack dá um pulo na cama e repara no que não tinha visto antes: a mala ao lado da cama oposta à sua.

- Há quanto tempo você está aí? - Jack pergunta e James franze o cenho, secando as orelhas.

- Uma meia hora... - Jem estava prestes a dizer mais alguma coisa quando mais um rapaz entrou pela porta, jogando as malas para dentro. Literalmente.

- Dude. - Will levanta as sobrancelhas. - Delicado como uma morsa. 

- Nunca vi uma morsa. - o recém-chegado anuncia e chuta a mala até a única cama livre. Depois parece notar que as outras estão cheias de bem, seres vivos.

- Elas são legais. - Jem dá de ombros e começa a vestir uma calça skinny preta.

- Sua calça não. - Jack fala e os quatro caem na gargalhada.

- Sou Hugo. - o rapaz diz finalmente e Jem faz um hi-five com ele, só de calças e uma toalha no pescoço.

 

O queixo de Lucinda caiu mais uma vez. A primeira vez foi quando se viu planando por cima do oceano, e depois a quase todas as esquinas da Inglaterra. 

Mas o portal surpreendeu. 

Era em tons de prata, bronze e dourado, alto e pontudo, com o brasão da Universidade bem grande no topo de todas aquelas espirais: uma caveira coroada com asas e as letras simétricas de "Argent University".  Atrás dele, estendia-se um bosque tão imenso, denso e escuro que parecia se estender por quilômetros. Pelo meio corria um caminho de pedrinhas amarelo-douradas.

Luce pegou uma das bicicletas estacionadas no começo, prendeu bem as bagagens e desceu a ladeira, sentindo que ia para Oz.
 

Quando chegou na recepção, que na verdade se chamava Casa Grande, tomou mais um susto.

Era um castelo medieval, com direito a torres e pedras lascadas em tons de cinza. Para completar, um lago rodeava toda a construção, com uma pequena ponte que levava ao interior.

Dentro, milhares de pinturas de retratos de momentos bíblicos estavam pendurados nas paredes, hermas de anjos estavam em pedestais de mármore e uma grande távola estava no meio do salão, à luz de velas. Lucinda caminhou até uma das mulheres sentadas na Távola.

- Com licença. Eu sou nova. Onde ficam os dormitórios?

- De qual você é? - ela pergunta sem parar de fazer o que estava fazendo. 

- Como?

- Ah. - ela suspira audível. - Seu instrutor irá explicar melhor. Seu nome?

- Lucinda Nightshine. - Luce responde confusa e a mulher tecla num computador rapidamente.

- Arcanjo. - Ela diz e franze o cenho, olhando em seguida pela primeira vez para a garota. Depois continua, parecendo aflita: - Siga pelo Norte até a estátua de Miguel.

- Muito obrigada. - Assim, Luce foi embora. De cenho franzido, seguiu as placas e por pouco não viu a estátua de mármore negro de três metros e meio. 

É que o prédio atrás era estupendo.

No estilo de Hotel vitoriano-feito-para-assustar, custava no mínimo alguns milhões de libras. Dourado, marrom e preto, entrando tinha um Hall extremamente alto, com um lustre que resplandecia por todo o saguão. Uma longa mesa baixinha e dois sofás de couro tão antiquado quanto o elevador preto com riscas douradas ao fundo. 

Luce andou até a pequena recepção no canto e se espantou com a altura do rapaz atrás da mesa, de cabelos negros e olhos azuis.

- Oi. O pessoal da Casa Grande me mandou para cá. - Ela disse apoiando suas bagagens no chão. 

- Ah. Deve ser a Srta. Nightshine. Eu sou Finn, presidente do Arcanjo. - Ele diz rapidamente e ao ver a cara de desentendida da moça explica: - O campus da Argent possui cinco dormitórios diferentes: Anjo, Mensageiro, Guardião, Nephilim e Arcanjo. Os alunos fazem as refeições juntos, assistem aulas juntos, mas as atividades extracurriculares e jogos levantam pontuações para cada dormitório. 

- Wow. - Luce exclama.

- Wow mesmo. - Finn pega uma chave na parede. - Amanhã explico tudo melhor, mas seu quarto é o 10: cobertura feminina do prédio. 

- Obrigada, Finn. 

- À disposição. - Finn tenta se apoiar de maneira sexy na mesa, mas sua mão escorrega e ele cai de lado.

- Nossa! Tudo bem? - Lucinda se inclina sobre o balcão, mas ao ver a cara do rapaz caído no chão, não consegue segurar a risada. 

- Sim. Quer ajuda com as malas? - Finn se levanta e sacode a blusa.

- Não, obrigada. - Lucinda sorri e puxa as malas em direção ao elevador, pensando em como a Universidade poderia ser boa.
 

Holly finalmente se animou quando uma garota apareceu no corredor. Ela era baixinha, mas tinha uma bunda invejável. O cabelo negro tinha cachos largos e ia até o meio das costas, os olhos eram amendoados e incrivelmente claros, suas malas sem rodas batiam nas pernas conforme ela andava e a alça da mochila também destacava o belo par de seios que ela tinha.

Holly, por outro lado, era super-alta e tinha todos os músculos bem definidos. Deus louve o balé. O cabelo loiro era ondulado e ia até a bunda, num corte de U. Ah, e que bunda?

Holly podia jurar que não tinha ela, mas era só por uma legging que a magia rolava solta.

- Oi. Acho que sou desse quarto. Tem algo de errado nele? - ela disse com sotaque canadense.

- Só duas meninas quase se matando. - a morena levanta uma sobrancelha - Sério, só falta rolar no chão. 

- Sou Lucinda Nightshine. - Ela dá uma risada curta. - Pode me chamar de Luce ou Luke ou Nightshine. Sei lá.

- Sou Holly dos Reis Porter. Pode me chamar de qualquer apelido que conseguir achar. - Luce dá mais uma risada.

- OK, rainha. Posso te chamar de Hô então?

- Uau. Nunca tinha pensado nesse. Pode sim. - Hô sorri abertamente e aceita a mão estendida para se levantar. Elas entrelaçam os dedinhos e entram no quarto juntas.
 

Ninguém falava mal do cabelo de Lauren Black e saia impune. Já Alice Scott Biscatinni achou que a garota mereceu ouvir que tinha um cabelo de palha, todo misturado. Será que algum pássaro morava ali? Afinal, a ruiva insolente tinha dito que ela era loira e como dizem, a burrice veio junto.

Depois chegaram as duas com os dedinhos entrelaçados e ouviram a briga. 

Lucinda entrou do lado de Lauren e disse logo de cara que o cabelo de Alice era puro Babyliss e que aquilo era pura inveja de cachos reais.
Holly, com seu orgulho loiro, disse que só porquê elas não eram loiras, não significava que não eram burras. Seu argumento foi que nem toda loira é burra e nem toda burra é loira. 

Depois Finn bateu na porta avisando que o jantar seria servido logo e todas se acalmaram.

 

A Cornucópia, que era onde as principais refeições eram feitas, ficava atrás de um portal de madeira dentro da Casa Grande. Era um castelo mais ou menos do estilo da Casa, mas o exterior era em tom marfim e o teto era todo de vidro. 

Dentro, candelabros cheios de velas iluminavam as cinco mesas longas, uma para cada dormitório.

O atípico céu inglês estava estrelado e a lua cheia estava tão grande que parecia mais perto da Terra.

Os rapazes chegaram primeiro, com Finn, e logo fizeram seus pedidos.

James pediu ceviche, arroz à grega e farofa de ovas, com água e limão para acompanhar. Hugo pediu uma coca, arroz com feijão e banana à milanesa. Jack, por outro lado, preferiu japonesa à brasileira, e optou por um yakisoba e uma taça de saquê. William, sempre exagerado, pediu champanhe de pêssego e Gnocchi regado ao molho  branco.

Estavam quase na metade do prato quando as meninas chegaram. 

Jack babou um pouco de saquê e Jem ficou com uma cebola roxa pendurada no canto da boca. Hugo se engasgou com a coca e ela saiu pelo nariz, fazendo Holly gargalhar, o que gerou mais um pouco de coca suicida. 

Lucinda logo pediu costelinha ao barbecue e arroz tasmânia com uma Ginger Ale. Lauren, por outro lado, pediu um barquinho de sushi com hot Filadélfia, California e dois-amores e uma laranjada. Alice optou por risoto napolitano e bebericou do mesmo champanhe de William. 

- Tem cardápio? - Holly perguntou para Hugo, afinal ele não tinha tirado os olhos dela o tempo todo. 

- Parece que eles tem de tudo um pouco. - Hugo responde e Hô sente os pelos do braço se eriçarem. 

- OK. Lasanha 14 queijos e uma coca-cola, então. - Ela sorri e Hugo sorri também, com um pouco de feijão no canino.

- Cara. - James franze o cenho. - Parece que falta um dente. 

- Ahn? - Hugo exclama, olhando para Jem, que aponta para a boca dele.

William e Alice dão as mãos e conversam baixinho entre si, finalmente juntos, só com uma mesa entre eles. Juntos, porém separados.

- James Salazar. - Jem dirige-se à Lucinda, que estende a mão.

- Lucinda Nightshine. - Ela espera que o garoto fosse apertar sua mão, mas ele beija os nós dos dedos. Luce fica até sem ação.

- Uau. Até tinha esquecido do gosto disso. - James dá mais uma garfada no ceviche.

- Isso é... Tainha crua? - Lucinda franze o cenho.

- Não sei. É peixe cru, cebola roxa e alguma coisa bem azeda, mas é bom. Quer um pouco? 

- Ah, parece horrível, mas quero. - Luce pega a garfada que Jem estende. Primeiro parece azedo demais, depois cru demais. Mordendo a cebola, os gostos se misturam e tornou-se aturável, até a próxima mordida. Quando engoliu, Luce tinha os olhos esbugalhados.

- E aí? - Jem ergueu uma sobrancelha escura.

- Puta. Que. Pariu. - Luce exclama e sorri. - Isso é divino! - Ela exclama alto, fazendo James gargalhar.

- Melhor que o prato de minhocas aqui. - Jem aponta para o prato de Jack com o nariz.

- Hum? - Jack levanta o rosto, com um brócolis escapando pelo canto da boca e caindo novamente no meio do macarrão.

- Parecem minhocas. - James dá de ombros.

- Argh. - Lauren exclama, olhando para o prato de Jack. - Verdade.

- Ei! - Jack levanta os talheres acusatório. - Vocês estão comendo peixe cru! 

- Cara. Sushi é vida. - Lauren sorri e gira aqueles palitos que ninguém sabe o nome.

- Fato. - Jack sorri também e os dois se encaram por um tempo, até que Lucinda cutuca Lauren nas costelas e a ruiva começa a rir. Depois de alguns segundos, todos estão rindo.

Por fim, no momento da sobremesa, Lauren pede uma salada de frutas e a cada fruta que ela come Jack faz uma piada diferente, fazendo a garota se engasgar diversas vezes. Holly e Hugo dividem um mini-pudim, até que chegam no final e Hugo pega o último pedaço, o que Hô acha meio grosseiro, mas ele entrega o pudim na boca da loira. James e Lucinda concordam em dividir uma sobremesa de sorvete e maçã caramelizada, que depois vira uma guerra de sorvete versus maçã.

- Então. - Alice pega a última colherada de sorvete com petit gateau e olha para Holly e Lucinda lutando contra os pedaços de maçã no cabelo da morena. - Qual o plano dessa vez? 

- Não sei. - William toma mais um gole de champanhe e passa o guardanapo de pano na boca. - Não acho que será fácil dessa vez. Estão todos juntos, finalmente.

- É. - Alice olha das garotas para os garotos e em seguida para Will. Ela estica a mão por cima da mesa e entrelaça sua mão com a sardenta do ruivo. - O que importa agora, é que nós estamos juntos. Não vamos desperdiçar esses momentos, ok? A vida é feita de momentos bons e ruins. Mais ruins do que bons, naturalmente, e por isso mesmo que temos que nos agarrar aos bons e lutar por eles. 

- De qualquer forma, se a vida fosse só de momentos bons, não seria a vida, certo? - Will dá de ombros, esticando a outra mão e acariciando a de Alice que segura a sua.

- Como? - Alice franze o cenho. 

- Qual seria a graça, afinal? Se tudo fosse bom, não existiriam problemas e tudo seria tédio, tédio e tédio.

- Então, o que está dizendo, é que a graça da vida está nos momentos ruins?

- E que temos que aproveitá-los da mesma forma que aproveitamos os bons.

- Uau! - James vira a cabeça tão rápido que joga um pouco do sorvete de seu cabelo em Will. - Tocaram meu coração!

- É mesmo? - William passa a ponta dos dedos aonde o creme branco caiu. - Bom saber.



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...