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História Immune - 02; Diagnostic


Escrita por: velejar e souhamucek

Notas do Autor


Mais um capítulo <3
Dessa vez, quem está postando sou eu, Ju, e não imaginam o quanto estou contente por estar atualizando novamente a história. Immune está sendo tão aceita por vocês e isso, de alguma maneira, é gratificante. Lali e eu estamos bastante gratas devido ao tanto de comentários positivos que a história vem recebendo ao longo do tempo, não imaginam o quanto.
Em minha opinião, Diagnostic está bastante foda. Me desculpem a expressão, mas não encontrei outro termo para descrever este capítulo. Portanto, espero que gostem tanto quanto eu.
Tenham uma boa leitura!

Capítulo 3 - 02; Diagnostic


Fanfic / Fanfiction Immune - 02; Diagnostic

Diagnóstico.

Phoenix, Arizona.

point of view; Justin Bieber.

Encaminhava-me ao compromisso arranjado para esta manhã. Sob a fervura rigorosa dos raios solares a toda manhã, o mormaço atravessara o vidro do sedã italiano, conotativamente, enternecendo-me a cada instante durante o percurso.
Embora abaixar as janelas de nada adiantar-me-ia, fi-lo. A temperatura ao lado de fora nada diferenciava-se da interna. Maldita ausência de ar-condicionado.

Impensadamente, inalei a fumaça acinzentada a misturar-se com o ar ao exterior do automóvel. A rejeição de meus pulmões foi breve, expulsando o gás por entre os meus lábios. A respiração trôpega tornou-se constante.

Você alcançou o seu destino. projetou-se da voz robótica do GPS, o qual Jeremy ajudara-me a instalar ao caminho para o seu colégio.

A fachada do estabelecimento era extensa. Tons dourados revestiam as pilastras a sustentar o chamativo letreiro no qual apresentava as três estrelas que possuía o restaurante.
Havia jardins e recepcionistas próximos à porta, estas detalharam a mim a função na qual eu adotara.

Responsável por conduzir todos os carros ao estacionamento, posicionei-me detrás do pequeno balcão e assisti à chegada dos clientes. Coçava o cotovelo vez ou outra com as chaves, antes de apanhar os automóveis.

Ora carros simplórios, ora sofisticados. Mesmo que estivesse quente às ruas, em forma de respeito aos donos, poupava o uso do ar refrigerado dos veículos.

Quando dirigia o belíssimo Hyundai Azera, arrisquei-me em acelerar um pouco mais.
Sem levar a ética muito a sério, rodei o quarteirão com o possante luxuoso para o que estava habituado. Afinal, em pleno século vinte e um, ainda mantinha um Alfa Romeo 2300, o qual ganhara do pai ao adentrar para a faculdade de Biologia. Eu merecia aquele mimo. Ainda que fosse breve.


 

Ao final do expediente, aproximei-me de meu carro parado numa área outrora sombreada. A quentura dos bancos podia ser sentida de fora. Entrei, mesmo assim.

Certa tontura embaçava a minha mente. Não sabia ao certo o que poderia ser aquela exaustão repentina, porém persisti na direção.

Avistei a dona do restaurante acenar para mim em frente ao estabelecimento. Freei. As gotículas de suor acumulavam-se sobre os meus lábios e testa.

— Gostou do primeiro dia, senhor Bieber? Perdoe-me pela ausência. — madame Shelby desculpava-se por não ter saído um minuto sequer do salão para auxiliar-me no serviço. — O restaurante estava bastante movimentado para que pudesse abandonar o saguão.

— Não há por quê justificar-se, entendo plenamente. Embora eu estivesse aqui fora, pude sen-sentir o fluxo intenso de… — o calor começou a incomodar em demasiado. — de… clientes. É. Sem problemas. Se permite-me, preciso ir.

A mesma sensação que sentira no colégio retornou. Os movimentos peristálticos num refluxo perverso inverteram-se. Tranquei os dentes, a fim de impedir qualquer catástrofe em frente a patroa do novo emprego.

Percebi o fraquejo de meu corpo. Não era mais capaz de impedir os percursos involuntários de meu organismo. O suor escorria pelo rosto. A respiração falhava.

— Senhor Bieber? — quando a dona do local chamou pelo meu nome, cobri os meus lábios e fechei os olhos, concentrando-me em manter-me são. — Está sentindo-se bem? — cerrei ainda mais o olhar, com força o suficiente para fazer com que minhas pálpebras doessem devido a pressão. — Justin!

Abri-o. A mão escorregou pelo meu rosto. Ergui os orbes de encontro aos verdes imensos os quais encaravam-me. Respondi senhora Shelby com um acenar de cabeça, até sentir a força necessária para formular uma frase digna.

— S-sim, estou ótimo. Desculpe-me. — menti.

— Procure um médico, acredito que o calor não está a lhe fazer bem. O senhor está muito vermelho. — fechei os olhos com pesar, no momento em que pude ouvi-la.

— Até amanhã, madame.

Eu sentia como se as palavras tardassem a alcançar-me. Estava aéreo.

O arrancar do carro foi breve. Nem sequer lembrava-me de ter despedido-me da dona do restaurante ou dos demais funcionários.

O trajeto não parecia-me familiar. Onde eu estava? O veículo possuía um aspecto de flutuar sobre o asfalto enquanto as coisas ao meu redor distorciam-se.

O volante girava sem controle. Perdi a entrada certa para a rua a qual recordara-me de ter vindo, pegando um desvio qualquer.

Abruptamente, rodopiei o círculo borrachudo para pegar o retorno e a poeira no chão ergueu-se. Tudo ficou alaranjado. A pouca visão tornou-se nula, e, sem entender o que estava acontecendo, estacionei. Não previa, praticamente fui obrigado pelo arbusto que colidiu contra o para-choque.

De fato, havia alguma coisa errada comigo. Sem conseguir mais protestar, gorfei. Meus olhos cerraram. O pulmão falhou. Há tempos, a troca gasosa nos lobos tem sido complicada, no entanto, naquele momento, foi subitamente mínima. Eu precisava de ajuda.

Segui para o hospital. Não sei bem como cheguei até ali. Antes que eu pudesse dar-me conta, já estava na fila para ser atendido. Os funcionários receberam-me de forma respeitosa.

Sentado na maca branca, o doutor avaliava-me. Os olhos acinzentados encararam minha ferida no braço e mostrava-me alguns empolados nas costas os quais não reparara até então.

— Há quanto tempo vem sentindo estas náuseas? — indagou, em tom sereno, o rapaz vestido de jaleco branco.

— Não sei ao certo, uma semana... Piorou ontem.

— Deite-se um pouco. — inclinei-me brevemente. — Faremos alguns exames. O senhor tem hora para chegar a sua casa hoje?

— Geralmente, espero o meu filho chegar da escola. — engoli em seco, apavorado. — Doutor, permita-me perguntar, acredita que demorará muito?

Os lábios ressecados estenderam-se num sorriso, e, ao mesmo tempo, ele negou com a cabeça. Prendi a respiração, soltando-a lentamente, num suspiro doloroso.

Por mais que não emitisse nenhum som, eu gritava internamente. O médico expunha uma feição calma, contudo a preocupação era visível através das íris claras.


 

Algumas horas passaram-se. Não consegui calculá-las. Inúmeros enfermeiros e técnicos mexeram em mim: uns furos nos braços; cotonetes em regiões não muito confortáveis; e, burburinhos em torno de meu corpo estirado.

Eu contava os segundos para ir embora daquele lugar. As tonalidades de branco incomodavam-me.

— Sr. Bieber, o senhor já fez ressonância magnética antes? — convocou-me o médico.

— Para que?

— Rotina, professor. — tranquilizou-me. Ou, pelo menos, tentou. — Peço que retire o piercing do nariz e o brinco. Possui piercing no mamilo? — neguei. — A máquina pode puxá-los. Troque a roupa, desvencilhe os adornos e siga o estagiário. Aguardar-te-ei na última sala à esquerda.

O avental azul em que deixa o meu traseiro à mostra não era nada bem-vindo. Desabotoei a camisa xadrez suja de gorfo, abrindo a calça, em seguida. A cueca escorregou juntamente ao jeans. Vesti a maldita bata azulada.

Respirei lenta e ruidosamente, ao empurrar a maçaneta. Guiado pelo estagiário, caminhei rumo a saleta. Mais branco. Nunca tive uma cor preferida, entretanto branca acabara de ser eleita a mais detestada.

Deitei-me na maca móvel em frente ao círculo gigantesco, o qual aparentava-me um ânus. Assim que a imagem do teto diminuía, eu pensava em quantas ligações ignoradas por Sasha estariam em meu celular. Aquelas análises específicas nunca foram feitas anteriormente. Por dentro, suplicava para que mantivesse-me firme.

Num gesto temeroso, agarrei a beirada do jaleco da técnica de enfermagem. Notei ser desvencilhado e soltei outro suspiro. Crispei os olhos para fechá-los e torcer pelo fim daquele transtorno.

Após alguns instantes, os quais, dentro do aparelho, aparentaram ser infinitos, observei o corpo ser empurrado.

— Podemos voltar para o consultório, daqui há pouco o resultado será encaminhado. — sentei-me. — Vamos?

Assenti. Em passos curtos, andei vagarosamente ao cômodo onde outrora estávamos. A fim de conceder-me maior privacidade, o médico ficara d’outro lado da porta enquanto aprontava-me.

A pequena equipe de enfermagem posicionou-se atrás do doutor no momento em que adentraram, cada um com um resultado em mãos.

Sentado à mesa de madeira clara, o especialista convocou-me para sentar. Hesitante, posicionei-me diante de si. Meus olhos encaravam-no. Os lábios sob o bigode preenchido começaram-se a movimentar.

No início, ouvi elogios quanto a pressão arterial e aos triglicerídeos. A partir dali, iniciaram os alertas sobre a quantidade de glicose no sangue. Os orbes acinzentados demonstravam conter algo a mais.

— Sr. Bieber, é com pesar que preciso alertá-lo quanto a presença de células cancerosas circulantes. — meus pensamentos dispersaram. — Precisamos de mais exames para descobrir o estágio, se há metástase e a intensidade desta mutação. Acredita-se que seja a nível intestinal. Não desespere-se, é provável que, seguindo o tratamento corretamente, o quadro seja revertido.

— Perdoe-me, distrai-me. O senhor pode repetir, doutor? — ouvira, de fato, porém não queria acreditar nas palavras. — Poderia ser pouco mais específico?

— Bieber, o senhor está com câncer. — esclareceu.

Obviamente, já imaginei como seria a minha morte. Como fumava muito na adolescência, câncer de pulmão estava na lista de possíveis causas mortais. Não obstante, doenças assim só passavam-me à mente na terceira idade. Eu nem cheguei aos quarenta.

Por mais que perder os cabelos, qualidade de vida e o emprego novo preocupassem-me, a única coisa que, realmente, afligira-me foi a minha família.

Perder a primeira vitória num jogo de futebol apavorou-me como um pesadelo. Sasha queria engravidar de uma menina, não poderia abster-me desses momentos. Eles precisavam de mim, e eu deles. Imaginar a vida medíocre a qual vivemos com a minha presença era doloroso, mas imaginá-la sem mim era ilustrar o próprio caos.

Diante dos olhos acinzentados e sob aquela afirmação fria e direta do médico, constatei que, independente de tratamento, eu estava morto.


Notas Finais


Agradeço por terem lido até este ponto. Por fim, espero que tenha sido do agrado de vocês.

Assista ao teaser • https://www.youtube.com/watch?v=FfQOWnbvIIU
Visite a playlist no Spotify • https://open.spotify.com/user/perid0t-/playlist/47fMePVbf0cimdDeicnhSC
Também disponível no YouTube • https://www.youtube.com/watch?v=lPJhbSOgIAc&index=1&list=PLQ-MVX5tT4rn4XNHKhAMeuI4eeBBX8pIk
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•• Conheçam Farce – https://spiritfanfics.com/historia/farce-5180490
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Com amor,
Ju & Lali.


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