Havia um acordo pré-nupcial.
A partilha foi feita e antes o que era nosso tornou-se meu e teu.
E tudo porque você se habituou a se acomodar ao sofá, embora eu soubesse que o mesmo sempre fosse um pouco frio. E eu não posso protestar já que a cama que compartilhávamos não ficou lá tão ruim com sua ausência.
O feito, feito está e até que não dói mais tanto, mas não permito que me veja chorar e tudo porque meu estúpido orgulho não me deixa. Em silêncio terminamos de encaixotar o resquício do que restou na nossa antiga casa e de bom grado, caso você consinta que eu fique com o velho gramofone eu te deixo ficar com o home theater, o quadro Ma Jolie – imitação de Picasso – e os CD'S.
Mas antes de colocarmos as últimas caixas para fora do que um dia chamamos de lar e encerrarmos decisivamente nossa vida a dois nos transformando de vez em dois estranhos chegou a hora de deliberarmos algo importante, então te pergunto:
— Eu vou, você vai, não há mais remédio! Mas se você for e eu também, com quem ficará nosso cachorro?
Por não haver consenso neste impasse... nos reconciliamos.
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