História Imperfect Love ;; Min Yoongi - Medo

 _Angel, você seria capaz de terminar com Taehyung para ficarmos juntos? _ quando Suga disse aquelas palavras, meu corpo todo se arrepiou.

E na exata hora em que eu iria responder, meu celular começa a tocar, o pego, e quando vejo o nome de Felipe na tela, meu corpo inteiro treme de medo e frustração.

_Yoongi, preciso atender essa ligação, irei lá fora e logo logo voltarei, okay? _ digo nervosamente.

_Okay. _ ele diz um pouco confuso.

Passo rapidamente pela sala, e percebo os olhares confusos em minha direção, vou para fora e atendo o celular.

_O que quer comigo Felipe?

_Nossa, que garota fria, será que nem um oi mereço?

_Você não merece nem as poucas palavras que saem de minha boca.

_Cale a porcaria de sua boca agora Angel. Venha me encontrar em frente a seu apartamento agora, ao não ser que queira que alguém além de você sofra por seus atos. _ ele  disse furioso.

_Não posso ir agora.

_Não quero saber, dê um jeito de vir aqui. Se eu não vê-la em no máximo 30 minutos, alguém irá sofrer, pode ter certeza. _ ele diz já desligando o celular em minha cara.

Depois da ligação, volto em meio a desespero até a sala, dizendo para Suga que algo havia acontecido, sem dar mais nenhum tipo de explicação.

Saio correndo daquela casa, e pego o primeiro táxi que avisto. 

Chego em frente a meu prédio e assim que olho para frente, vejo Felipe me encarando com um sorriso macabro no rosto. 

_Olá princesa, estava com saudade de ti. _ ele diz fazendo carinho em meu rosto.

_Saiba que não senti nem um pouco sua falta. _ digo friamente.

_Nossa, que garota má, o que a final de contas lhe fiz de errado? _ ele diz se fingindo de inocente.

_O que você fez de errado? Bom você simplesmente acabou com minha adolescência, fez com que eu fizesse coisas sem meu consentimento, fez uma maldita de uma porra de uma aposta com seus amiguinhos, apenas por diversão e tudo isso quando eu tinha apenas 16 anos. E agora, você me persegue como um louco psicopático, fazendo com que eu fique insegura toda vez que ando sozinha, e pelo que vejo agora, até quando estou com alguém você dá um jeito de infernizar minha vida. _ digo já com lágrimas em meus olhos.

_Só fiz tudo isso porque lhe amo princesa.

_Me ama? Quem ama não faz o que você fez. Tem ideia de quantas vezes eu sofri tomando remédios incontrolavelmente? Tem noção de quantas vezes me cortei por causa de algo estupido vindo de sua parte? Você sabe como foi difícil me readaptar depois de ficar meses em uma porcaria de uma depressão profunda? Tem ideia de que fui diagnosticada com Atelofobia? E não pense que isso é apenas medo da imperfeição, isso é algo muito sério, que quase fez com que eu ficasse com sérios problemas mentais. _ choro cada vez mais.

_Não chore princesa e também não fale dessa maneira, esse seu argumento quase fez com que eu acreditasse que sou um monstro. _ ele diz rindo de maneira escandalosa.

_E você é um monstro, estou sofrendo em meio a lágrimas e você está ai rindo de tudo isso.

_Não me chame de monstro nunca mais. Agora venha aqui, estou sentindo saudade do seu beijo. _ ele diz me puxando para mais perto.

Ele chega ao ponto de quase selar nosso lábios, mas o impeço virando meu rosto para o lado.

_Vai realmente resistir à meu beijo? _ ele diz impaciente.

_Não quero encostar meus lábios aos seus, só de pensar em tal ato, já fico com nojo.

_Acho que você não deveria dizer esse tipo de coisa a um cara como eu.

_Quer saber, não me importo mais, me mate se quiser, mas não deixarei que você use meu corpo para mais nada, nem para ganhar um simples beijo. _ digo me afastando dele.

_Não diga tais coisas princesa, quem sabe sua morte não vire realidade?

_Pois bem, então me mate agora se preferir, minha vida já está um inferno por sua causa. _ digo com medo do que poderia acontecer daqui pra frente.

Então Felipe chega mais perto de mim me prensando na parede, tirando logo em seguida uma pequena faca de seu bolso. Fecho meus olhos aflita pelo que estaria por vir, então sinto a faca deslizando por minha mão, ela era afiada, então isso fez com que eu ficasse com um pequeno corte profundo em minha mão.

_Não seria capaz de lhe matar. Mas saiba que como já havia dito, as pessoas ao seu redor pagarão por seus atos. _ ele diz sussurrando em meu ouvido _ Agora irei ir, tchau princesa. _ ele diz saindo do local.

Caio no chão em meio a lágrimas, olho minha mão coberta por sangue com os olhos lacrimejando, passo minha outra mão pelo corte, sentindo-o arder. Levanto enxugando minha lágrimas, ando até uma farmácia local, compro um curativo e vou para meu apartamento.

Chego e avisto novamente meu irmão com a nossa vizinha Érica na mesma situação da ultima vez. Antes que qualquer um dos dois pudesse dizer algo, subo para meu quarto tentando segurar minhas lágrimas que ainda insistiam em querer sair.

Entro, pego um pijama, levo o curativo  e vou direto para o banho.

A medida que a água ia caindo por todo meu corpo, coisas ruins que vivi no passado passavam por minha mente. Saio do banho tentando esquecer aqueles tipos de pensamentos, me seco e em seguida procuro um remédio para machucados que havia em meu banheiro. Paço-o em minha mão sentindo-a arder, em seguida coloco o curativo na mesma.

Me olho no espelho, e vejo quão deplorável eu estava. Olhando minha imagem neste momento, imagino aquela velha Angel insegura e com medo de suas imperfeições. 

Infelizmente, essa Angel nunca saiu de mim, eu apenas preferi tentar esquece-la, mas a verdade é que não me sinto bem comigo mesma. 

Olho para a velha lâmina que tanto usei um dia, a pego mas exito em continuar o que eu pretendia fazer, então guardo-a no mesmo lugar de sempre.

Coloco meu pijama e deito imersa a pensamentos dolorosos.