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História Imperfect Paradise - Where I belong?


Escrita por: nutella-is-life

Notas do Autor


E ai terráqueos viciados em fanfic's. Obrigada pelos favoritos e o tanto de exibições que
a fic esta tendo, vocês são de mais.
Esse capitulo é muito especial, eu amei, e espero que vocês também amem.

Capítulo 26 - Where I belong?


Fanfic / Fanfiction Imperfect Paradise - Where I belong?

                                                                                                       ***

A casa estava toda enfeitada, a mesa cheia de comida, luzes por todo o lugar, e uma arvore de Natal de dois metros, completamente decorada com bolinhas vermelhas, brancas, pretas e douradas, o pisca-pisca estava desligado, só esperando para ser ligado e brilhar. Minha mãe e meu pai corriam com os preparativos, meus avôs estavam sentados no sofá conversando, em quanto minhas avós ajudavam minha mãe e minhas tias.  Em quanto isso, Isaac arrumava o meu cabelo, colocando de volta o laço vermelho que tinha caído, ao terminar ele acariciou meu rosto e depois se afastou. Aquele era o melhor dia de todos, onde toda a minha família estava presente, e o melhor era os presentes.

_Esta na hora pessoal- ouvi minha mãe chamar e todos se levantaram.

Todos se reuniram em volta da grande arvore, corri até meu pai e o mesmo me agarrou, minha mãe me estendeu a estrela em quanto Isaac se preparava para ligar o pisca- pisca. Meu pai me levantou com facilidade até o topo da arvore, eu ergui meus bracinhos curtos e logo consegui colocar a estrela na ponta da arvore, na mesma hora Isaac ligou o pisca-pisca, que iluminou tudo, inclusive meu olhos. Sorri de orelha a orelha em quanto meus pais me abraçam, Isaac veio e nos abraçou.

_Feliz Natal meus amores. Eu amo vocês- disse minha mãe e depositou um beijo na minha bochecha e na testa de Isaac, logo depois beijou meu pai na boca e eu e Isaac fizemos uma careta que arrancou risadas de todos.

 

O grande dia chegou, Natal. Estavam todos apressados aquele dia, não pararam nem para almoçar direito. As crianças estavam agitadas querendo pegar seus presentes de baixo da grande arvore enfeitada no canto da sala. Eu estava em meu quarto, sentada na janela lendo em quanto sentia o calor do sol bater em meu rosto, era bom finalmente estar em silencio. Mas aquele foi um momento curto, pois logo as crianças invadiram meu quarto, me implorando para que eu fosse jogar com eles no jardim, aceitei e fui conduzida por eles. Todos começaram a correr atrás de uma bola de futebol colorida, gritando e rindo histericamente. Não me esforcei muito em pegar a bola, pois a cada dois chutes, três vinham na minha direção. O sol já estava um tanto alto no céu, o que deixava o dia com uma agradável sensação, o que me lembrou os bons tempos da infância, de quando eu ainda tinha minha inocência intacta. Bons tempos aqueles. Meus parentes estavam na varanda, rindo e aproveitando a ausência das crianças para fazerem piadas sujas. Minha mãe conversava com as minhas tias e pareciam animadas com o assunto. Continuamos a jogar ate os menores se cansarem e se jogarem de braços abertos no chão. Deitei com eles, mas na sombra de uma arvore ali perto. Melanie veio e se deitou ao meu lado. Ela não disse uma palavra sequer, apenas ficou ali aproveitando o meu carinho em seu cabelo. Os pais das crianças chamaram para que eles fossem tomar banho e se arrumarem, estava quase na hora da festa de Natal, e ninguém podia estar fedido e com lama na roupa. Annie pediu para usar o banheiro do meu quarto para dar banho nos seus filhos, aceitei e fui me sentar na sala até que chegasse a minha vez, tia Shelley era a única que estava lá.

_Então minha querida, como vai com os garotos?- perguntou batendo a mão na minha coxa e sorrindo.

_Não dou muita bola pra isso.- dei de ombros e comecei a prestar atenção no que passava na TV.

_Até parece, pode falar pra sua tia- insistiu pegando um pote de amendoim e me estendendo.

Suspirei fundo. Eu sabia que não podia falar sobre Sammy, sobre os meus sentimentos pelo mais velho, mas seria bom ouvir um concelho de uma pessoa mais velha, eu não precisava necessariamente falar dele pra ela.

_Tem um garoto.- comecei pensando em tudo que iria dizer.

_Eu sabia. Pode falar meu anjo- disse tia Shelley com um sorriso no rosto.

_Eu conheci ele quando vim pra cá. Sempre que ele esta por perto eu fico com um embrulho no estomago, quando ele me toca eu fico toda arrepiada. No começo eu não sabia o que sentia, até que ele quase me beijou, mas não aconteceu, e eu quis que acontecesse, foi ai que eu soube que eu estava gostando dele.- lembrei do dia depois do show, onde Sammy beijou minha testa e eu quis com todas as minhas forças que ele beijasse meus lábios.

_E ele sabe sobre isso?- tia Shelley tinha toda a sua tenção em mim, era algo incrível como ela tinha se interessado por um assunto tão bobo como “amor adolescente”.

_Não, pelo menos acho que não, ele não demonstra.- abaixei a cabeça e suspirei desanimada- Sabe tia, eu fico toda boba perto dele, o sorriso dele me derrete toda. Eu quero estar perto dele, sinto ciúmes e gosto quando ele me abraça- fiz uma pausa, era difícil falar aquilo para alguém que não fosse minhas amigas.- Eu sou melhor com ele. Sinto que sem ele, só resta escuridão em mim- admiti já sem forças pra esconder aquilo que eu vinha sentindo a muito tempo, ele era o melhor de mim, e sem ele, não restava nada de bom.

_Você ama ele, não ama?- tia Shelley tinha uma voz calma, ela parecia estar um tanto emocionada com a história.

Amor/Amar. Uma palavra tão pequena, mas com um significado tão grande. Depois que eu perdi minha família, meu coração acabou se perdendo junto, e depois de 10 anos de pura escuridão, eu não sabia mais se o meu coração estava apito para o amor. Será que Sammy seria capaz de achar novamente meu coração perdido?

_Não sei mais se eu sei como amar.- disse para a tia do meu lado, era doloroso admitir aquilo.

_Se não fosse amor, não haveriam planos, nem vontades, nem ciúmes, muito menos um coração magoado. Se não fosse amor, não haveria desejo, nem saudade, nem o seu pensamento nele. Se não fosse amor, você continuaria insistindo em vocês?

Olhei para tia Shelley, ela falava com uma sinceridade de arrepiar, ela podia não saber da minha situação, mas sabia muito bem como eu me sentia. Apenas ergui o ombro sem saber o que falar. Eu não sabia se o que eu sentia era amor, muito menos se eu podia admitir isso pra mim, mesmo se eu quisesse. Aquele sentimento era algo tão delicado, eu tinha um pouco de medo de mexer com ele. Pois não se engane, o amor não é bonito. Ele é perigoso e traiçoeiro, ou você toma cuidado, ou se fode.

Quando a Mel e o Daniel já tinham tomado seus banhos, eu finalmente consegui tomar o meu. A minha conversa com a tia Shelley não saia da minha cabeça, eu ficava repetindo ela varias e varias vezes, tentando achar alguma explicação, ou me tentado me convencer de alguma coisa, não sabia direito. Depois do banho, coloquei minhas roupas intimas e meu roupão por cima, já estava noite lá fora, e eu já podia ouvir o falatório começar no andar de baixo. Sequei meu cabelo e fiz um ondulado discreto com o babyliss, fiz uma maquiagem bem simples, porem foquei em ressaltar meus lábios com um vermelho quase vinho, e meus olhos, que naquela hora estavam bem azuis e brilhantes. Depois fui para o vestido, era algo bem simples e do meu estilo, nada exagerado, mas ao mesmo tempo algo bonito e que chamava atenção. Ele era todo de um vermelho vinho, não tinha manga, na frente era curto ate um pouco em cima do joelho, e atrás era mais comprido, alguns centímetros longe do calcanhar, um cinto preto com uma faixa dourada na frente deva mais um charme, calcei um salto alto preto e por ultimo, coloquei os assessórios. Estava de frente pro espelho, tentando colocar o colar da minha mãe, mas minhas unhas grandes estavam atrapalhando. Olhei para a corrente e depois voltei para o espelho, só que dessa vez, Sammy estava lá, encostado na porta me encarando. Me virei com calma, tentando manter o controle ao ver ele daquele jeito. Ele usava uma calça jeans preta, uma blusa preta e um casaco de couro todo preto também, seu cabelo estava um pouco molhado, sinal de que tinha acabado de tomar banho. O ar começara a faltar, minhas mãos brincavam uma com a outra como uma forma de eu tentar me conter.

_Precisa de ajuda com isso?- perguntou quebrando o silencio, apenas assenti com a cabeça.

Depois do nosso quase beijo, eu e Sammy não nos falamos direto, como quase toda vez que tínhamos esse tipo de momento, era sempre a mesma tensão e o mesmo constrangimento de sempre. Sammy se aproximou em quanto eu me virava, lhe entreguei o colar. Ele ajeitou o colar em meu pescoço, afastei meu cabelo de meu pescoço para que fosse mais fácil para ele. As vezes as suas mãos roçavam no meu pescoço, e tudo que eu queria era me virar e atacar seus lábios, segurar o seu cabelo molhado e fazer tudo que eu tinha vontade a muito tempo. Eu o olhava pelo espelho, ele colocava meu colar e ao mesmo tempo encrava meu pescoço, seus lábios tremiam, eu sentia sua respiração quente em meu cangote, ela estava um pouco acelerada.

_Pronto- ele disse como se fosse um alivio, como se eu estivesse o torturando.

_Obrigada- agradeci ajeitando o colar e meu cabelo.

_Já estão todos lá em baixo, vamos- disse dando um sorriso meia boca e dando as costas.

A sua frieza comigo chegava a doer, mas apenas suspirei e o segui. A casa tinha um ar comemorativo e aconchegante, as crianças corriam com os cachorros logo atrás delas, ao descer as escadas, elas vieram até mim e me abraçaram sem só, as meninas me elogiaram e eu as elogiei de volta, as deixando todas bobas. Abracei a todos ali, até Miih não excitou em me abraçar. Era estranho estar em volta de tantas pessoas, receber abraços e palavras de carinho, era estranho ver tantas pessoas se importando comigo, eu não conseguia parar de sorrir por me sentir tão bem. Logo depois do jantar, chegou a grande hora, abrir os presentes. Todos se reuniram na sala, uns sentados no sofá, outros no chão e o resto em pé, todos ansiosos para verem o que ganharam. As crianças foram as primeiras a ganhar, se não elas não iam parar quietas, foram presentes muito bonitos. Em uma hora, Dave fez um sinal com a cabeça para Sammy, o mesmo intendeu e saiu de fininho. Eu ganhei presentes da tia Shelley, Annie e mais algumas pessoas, e claro que eu não ia fazer feio. Entreguei presentes pra alguns, principalmente para as crianças, fui até Dave e Lori e entreguei uma caixa cada um, onde continha perfumes caros que eu tinha economizado para comprar.

_Obrigada filha- disse os dois e me abraçaram.

_O próximo e ultimo é da Alisha- ouvi Shelley dizer e eu já podia sentir a ansiedade subir.

Eu fiquei meio sem jeito quando todos olharam para mim, eu franzi a testa tentando ver mais alguma coisa, mas todas as caixas já tinham sido abertas. Então entrando pela porta dos fundos, estava Sammy todo sorridente segurando em seus braços um Max com um laço vermelho enorme no pescoço.

_O que?- eu não conseguia acreditar que eu estava ganhando Max de presente, o meu sorriso era demais para conter.- Mas Dave...- o olhei em duvida, já que ele não gostava muito de cachorro.

_Tudo bem. Acho que consigo conviver com um cachorro. Com tanto que você limpe o coco- disse e todos riram, Sammy deu Max para mim.

_Quem teve a ideia do laço?- perguntei rindo daquela coisa grande e vermelha sufocando o cachorro.

_Ah ficou bonitinho, vai- disse Sammy me ajudando a tirar o laço, rimos mais ainda quando o Max se sacudiu aliviado.

_Ainda tem mais um- ouvi alguém dizer.

Olhei para trás de mim e vi vô Ben vindo na minha direção com uma caixinha pequena nas mãos. Ele estendeu pra mim, todos ficaram em silencio, como se fosse algo muito importante, hesitei um pouco em pegar, mas vendo sua expressão, acabei cedendo e pegando a caixinha. Tirei o laço com calma, minhas mãos tremiam um pouco, minha boca estava seca, devia ser algo muito importante mesmo para que todos prestassem total atenção. Abri a caixa de uma vez, o que revelou uma corrente de ouro, com um pingente de cavalo, igualmente de ouro. Era algo tão pequeno, mas tão perfeito, minha boca abriu mas não consegui pronunciar nada, meus olhos lacrimejavam um pouco, eu reconhecia aquele colar.

_Todos os meus filhos, netos e bisnetos tem um- disse meu vô e alguns tiraram as correntes das camisas para me mostrar. – E agora, você também precisa ter um.

Eu simplesmente não sabia o que dizer. Aquilo ali significava que eu realmente tinha uma família, uma família que eu fazia parte, eu não estava mais sozinha. Eu tentei ser forte, mas uma lagrima acabou caindo, olhei para Ben que sorria sem mostrar os dentes, ele tinha aqueles olhos carinhosos que me faziam tão bem. O abracei sem pensar duas vezes, ele me abraçou de volta, e foi o melhor abraço de todos.

_Obrigada, vovô- disse aquelas palavras com toda a sinceridade.

_De nada, minha neta- disse ele com a mesma sinceridade.

As crianças me rodearam para ver meus dois últimos presentes. Eu não podia dizer o quanto eu estava feliz, eu tinha ganhado Max, e além de tudo, a certeza de que eu tinha uma família. Admito que eu tinha receio no começo, não sabia se ia me dar bem com a família, se eles iam gostar de mim ou não. Mas naquele momento, eu cheguei na conclusão de que eles eram pessoas boas, e que me queriam na família, e eu não podia me sentir mais feliz. Depois de um tempo, Daniel dormiu em meu colo, disse a Annie que o levaria pro quarto e já aproveitaria pra levar meus presentes, ela acetou. Subi as escadas com Daniel em meus braços, dormindo como um anjinho, ele era muito parecido com Annie, ele tinha o mesmo sorriso cativante do Sammy, botei ele no berço pensando no estrago que ele iria fazer com as novinhas quando crescesse. Dei um beijo em sua testa e sai do quarto, fechando a porta com cuidado para não fazer barulho, mas não antes de ouvir um pequeno estourinho vindo do quarto, bebe porquinho. Quando me virei, acabei esbarrando em alguém, quando olhei pra cima, me deparei com Benny, sua cara não era das melhores, ele tinha cerveja em sua mão, o que fez eu me perguntar quantas ele já tinha tomado.

_Você ta bem?- perguntei percebendo o quanto ele estava tonto, ele estava muito bêbado.

_Não finja que se importa, ao contrario da família toda, eu sei quem você é- as palavras saíram enroladas, não entendi algumas, mas sabia o que ele queria dizer.

_Vem cá, qual o seu problema?- perguntei irritada. Desde o cabeço, Banny mostrava indiferença comigo, sem eu ter feito nada para ele, e aquilo já estava irritando.

_Você, você é o meu problema, é problema da família- disse ele um tanto alterado, aquelas palavras me pegaram desprevenidas.

_O que você quer dizer com isso?

_Você acha mesmo que merece isso?- ele apontou para o colar que o vô Ben tinha me dado- Isso são para as pessoas da nossa família, e você é só mais uma estranha que meus pais trouxeram pra casa por pena. Você é uma piada.- disse e riu sem humor e deu mais um gole na sua cerveja.

Havia tanta raiva em sua voz, seus olhos ferviam sobre mim. Eu estava em choque com o que tinha acabado de ouvir, meu coração estava acelerado e meus olhos ameaçavam lacrimejar, mas eu não daria esse gostinho para ele, então ergui a cabeça e sai dali, indo em direção do meu quarto. Entrando em meu quarto, me sentei depressa no canto da cama de costas pra porta. Eu pensei isso no começo de tudo, mas o pensamento acabou deixando minha mente, e naquela hora voltou com tudo. Dave e Lori tinham a família perfeita, quatro filho perfeitos e dois netos maravilhosos, porque iriam querer adotar uma drogada? Fui até minha mala e comecei a revirar la no fundo, então achei o pacote com o pó branco. Meu corpo todo temia, eu precisava daquilo, mas eu sabia que o mesmo já tinha me botado em muita confusão, mas aquilo era meu vicio, e eu não sabia se podia controlar, por mais que eu quisesse.

_Alisha?

Sammy estava atrás de mim,  ele não tinha visto nada, eu fitava o pacote em minhas mãos, pensando se era o certo a fazer, todo meu corpo queria aquilo, precisava daquilo. Mas eu estava cansada de ser dependendo de algo, não queria mais ser controlado por algo. Suspirei fundo e guardei o pacote novamente na mala.

_Eu to bem- disse tentando não mostrar que estava chorando, mas a minha voz me entregou, me levantei e fui me sentar na cama.  

_O que aconteceu?- seu tom de voz mostrava preocupação, ele veio e se sentou do meu lado.

_Não é nada- virei mais para o lado, não queria que ele me visse chorar.

_Você não choraria por nada- insistiu.

_Por que Dave e Lori me adotaram?- fui mais direta do que imaginava, mas eu estava cansada de enrolar, precisava saber.

_Como assim? –perguntou com a testa franzida.

_Vocês tem uma família perfeita, porque adicionar uma drogadinha no meio?- eu estava com muita raiva naquela hora, não deles, mas de mim.

_Você não é uma drogadinha.- ele balançou a cabeça em negação- E olha, eu não sei porque meus pais te adotaram, só sei que foi a melhor coisa que eles já fizeram.

Fui virando meu rosto de vagar para ele, ele mostrava sinceridade em seus olhos, eu podia sentir. Mas então as palavras de Benny passaram pela minha cabeça novamente, olhei para minhas mãos.

_Alisha, você sabe que você pertence a essa família néh?

_Eu não sei mais se pertenço a algum lugar-disse com tristeza na voz, pois por mais que eu quisesse pertencer a aquela família, não tinha certeza se a minha escuridão iria permitir.

Ficamos uns segundos em silencio, até que comecei a ouvir uma melodia vindo do piano no andar de baixo, vô Ben devia estar tocando, era um ritmo calmo e bonito. Inesperadamente Sammy se levantou e segurou minha mão para que eu levantasse também, levantei sem intender.

_Vou te mostrar então.

Sammy entrelaçou nossas mãos, com a outra ele pegou minha cintura, segurei a respiração com o movimento , coloquei minha outra mão em seu ombro, então começamos a nos mexer de um lado para o outro calmamente, apenas sendo levados pelo ritmo da musica do piano que tocava no andar de baixo. Nossos corpos estavam quase colados, eu conseguia sentir sua respiração irregular, todo meu corpo estava arrepiado. Ele pegou minha mão que estava em seu pescoço, e levou ate seu peito, onde pude sentir seu coração acelerado.

_É aqui que você pertence- disse com intensidade na voz, seus lábios tremiam.

Levantei a cabeça para o encarar, continuávamos a nos mexer ao som da musica, seus olhos brilhavam como nunca, eles ferviam de um desejo que eu não conseguia identificar, parecia que todo seu corpo clamava por algo, e ele lutava para conseguir resistir. Quando cheguei na casa dos Wilkinsons, lembro de quando Sammy saiu do quarto, ele tinha um brilho radiante, e o seu sorriso fez acender algo em mim, algo que eu pensei que tinha congelado a muito tempo. Ele foi meu irmão, amigo, conselheiro, e o garoto por quem eu me apaixonei perdidamente. Mas além de tudo, ele foi a pessoa que me mostrou que ainda havia luz em mim, ele me mostrou como amar novamente, ele me mostrou que eu não estava mais sozinha. A conversa com a tia Shelley começou a surgir na minha cabeça, comecei a pensar em tudo que ela tinha me dito e em como faziam total sentido. Suspirei fundo, me preparando para o que iria dizer para mim mesma, meu coração começou a acelerar como as asas de um beija flor. Levantei a cabeça e olhei para Sammy, procurando mais certeza para aquilo que eu estava pensando. Foi então que ele me deu toda a certeza do mundo. Num ato que eu não esperava, Sammy atacou meus lábios. Uma explosão aconteceu dentro de mim, como se minha alma tivesse saído do meu corpo e depois voltado, como se fogos de artifícios estivessem explodindo em meu cérebro e deixando a escuridão mais bela. Era um beijo molhado, uma fusão de línguas, extremamente intenso. Nossos corpos se encaixaram como peça de quebra- cabeça, com uma mão ele apertava a minha cintura e com a outra ele segurava minha nuca, eu podia sentir o calor do seu corpo. Era como se o tempo tivesse aparado ao nosso redor, ele me beijava com ardência e intensidade, como se tivesse matando o tempo perdido, eu segurava seu cabelo com uma mão, como eu sempre quis fazer,  e com a outra eu encostava em seu abdome por cima da camisa. Naquela hora eu não tive mais duvida nenhuma. Eu amava o Sammy como nunca amei ninguém. O beijo parou, eu não conseguia parar se sorrir, era uma felicidade que eu não conseguia explicar, Sammy sorria também, parecendo igualmente feliz, era como se tivéssemos bêbados, um era o vicio do outro, eu sentia aquilo. Mas então toda a magia do momento desapareceu quando Sammy se afastou rápido.

_Isso...- ele gaguejava, ele estava serio- Isso é errado.

Aquelas palavras fizeram com que todo o meu mundo caísse sobre mim e me esmagasse. Errado? Eu nunca senti que estava fazendo algo tão certo na minha vida, eu nunca tive tanta certeza que queria algo como eu queria ele, e eu sabia que ele me queria também.

_Sammy...- tentei me aproximar dele mas o mesmo se afastou.

_Somos irmãos Alisha, isso é errado, muito errado.- ele dizia meio afobado, ele repetia isso várias vezes, porem eu não via sinceridade em nenhuma das palavras.

Sua respiração estava acelerada, seus músculos estavam tensos, e seus olhos ameaçavam lacrimejar. Eu sabia exatamente o que ele estava sentindo, aquele sentimento de querer e não poder ter, de me desejar com todas as forçar, mas ser impedido por seus pensamentos, eu sabia muito bem como era isso. E eu sabia que ele estava se esforçando, ele não queria decepcionar os pais, ele queria fazer o certo, por mais que quisesse fazer o errado, eu não podia deixar que ele se torturasse sozinho. Então eu suspirei fundo, me preparando para fazer a coisa mais difícil da minha vida.

_Você tem razão. Isso é errado- disse com a cabeça abaixada, aquilo era doloroso de mais para conseguir olhar em seus olhos.

_Isso nunca mais pode acontecer- Sammy disse com a voz carregada de um sentimento triste.

Suspirei, tentando achar forçar, aquilo doía de mais, mas eu precisava.

_Nunca mais- tentei soar forte, mas minha voz falhou, meus olhos lacrimejavam, abaixei ainda mais a cabeça para que ele não visse.

O quarto ficou em silencio, mas então ouvi o mesmo suspirar e logo depois abrir a porta e sair. As lágrimas caiam sem dó, meu peito doía, todo meu corpo tremia. Se antes já era ruim, imagina agora que eu descobri que o amava...Será que a  tortura nunca iria acabar? 


Notas Finais


Primeiramente: ACONTECEU PORRA, O TÃO ESPERADO BEIJO FINALMENTE ACONTECEEEEEU.
ACHO QUE EU QUE ESCREVI TO MAIS ANIMADA QUE VOCÊS QUE LERAM.
Segundamente: primeiramente.
Deu uma estragada no final? Deu. Mas não me matem, isso foi essencial para acontecer mais coisa nessa fanfic, coisas que me arrepiam só de pensar.
Por favor, comentem o que acharam, preciso mesmo saber a opinião de vocês. Falem sobre as crianças, o cachorro, o cuzão do Benny, do beijo, qualquer coisa, preciso saber que vocês estão gostando.
Sei que já falei isso, mas pra quem não sabe, a fanfic tem um trailer, tenho certeza que vão gostar.
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=SSF04iRm2Do
Boa Noite meus terráqueos preferidos, beijo na bunda.


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