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História Imperfect Paradise - My fault?


Escrita por: nutella-is-life

Notas do Autor


E ai terráqueos viciados em fanfic's.
Só aviso que esse é um capitulo cheio de emoções.
Espero que gostem!!

Capítulo 27 - My fault?


Fanfic / Fanfiction Imperfect Paradise - My fault?

                                                                                                         ***

Faltava apenas 4 dias para o Ano Novo, todos estavam se animando antes do tempo para os fogos de artifícios e uma promessa de um ano novo melhor. Durante esses dias, eu fiquei repensando tudo que eu tinha feito no ultimo meio ano com os Wilkinsons, pensei nas minhas mancadas com eles, e nas coisas boas que eu fiz para eles, mas essas foram bem difíceis de lembrar, já que o que eu mais tinha feito era ter pisado na bola com Dave e Lori. Pensei na minha situação com Sammy, e em como era difícil para ele até olhar para minha cara depois do nosso beijo. Eu estava na sala, brincando com Daniel, coloquei ele nos meus ombros e sai correndo de vagar, o mesmo ria, uma risada gostosa e agradável, que me fazia rir junto. Eu estava tão concentrada que mal percebi Benny na minha frente, parei rápido, o que fez o Daniel  ir um pouco pra frente, mais o segurei firme.

_Você ta maluca? Você vai deixar ele cair- Benny segurou o pequeno e o tirou dos meus ombros.

_Relaxa, eu fazia isso direto no orfanato, sei ser cuidadosa- disse ajeitando o menino no colo do tio.

_Só tem um problema, aqui não é o orfanato- seus olhos ferviam sobre mim, ele me deu mais uma encarada e saiu com o Daniel no colo.

Desde que cheguei, percebi uma indiferença de Benny comigo, ele me olhava diferente dos outros, parecia que ele observava todos os meus movimentos para que se eu errasse, ele pudesse apontar o dedo pra mim, aquilo era irritante e, em outras circunstancias, eu já teria mandado a real para ele, mas estávamos com toda a família reunida em dias muito bons, e eu não queria estragar aquilo, mesmo que as suas palavras no dia de Natal ainda martelavam na minha cabeça. A tarde fui até o celeiro para ver Ing, e Max me acompanhou o tempo todo, as vezes parecia que ele tinha ciúmes do Ign, pois sempre que eu ia o ver, o filhote ia junto. Levei Ing para fora para lhe dar um banho, vô Ben tinha me mostrado como fazer, e como estava um dia quente, achei melhor o refrescar. Eu coloquei uma roupa fresca e fui, prendi Ing, liguei o registro e peguei a mangueira. Ing parecia gostar daquilo, eu lhe passava shampoo e esfregava, logo depois o enxaguava, ele ficou quieto o tempo todo, acho que gostava do tratamento. Aproveitei e dei um banho em Max, mas ao contrario de Ing, ele se mexeu muito, o que no final resultou em eu toda molhada. Acabei me refrescando junto com eles, era impossível não rir quando Max se chacoalhava e acabava me molhando, Ing apenas relinchava reclamando. Em um momento, meus olhos se encontraram com os de Sammy, ele me encarava diferente, parecendo hipnotizado, seus olhos brilhavam, quando percebeu que eu olhava, desviou o olhar e voltar ao que fazia. Suspirei tristonha, e parecendo sentir, Max veio se esfregar em mim e Ing bateu de vagar sua cabeça em meu braço, sorri.

_Obrigada meninos- disse acariciando os dois animais.

O sol estava caindo e o frio subindo, o céu começou a ficar escuro, as nuvens estavam carregadas, sinal que iria chover logo, eu estava toda molhada, então achei melhor ir tomar um banho e me trocar. Tomei um banho quente, o que foi extremamente relaxante, depois do banho, coloquei uma calça legging e um moletom cinza, sequei meu cabelo e o deixei solto. Fui ate a minha gaveta para procurar um creme para passar. Estava tão entretida em procurar o creme, que não percebi ninguém chegando e me assustei quando esse alguém segurou minha cintura. Me virei rápido e me deparei com um par de olhos verdes, Mike sorriu mordendo os lábios.

_Eu te acompanhei dando banho nos animais. Aquela blusinha colada...-ele fechou os olhos e mordeu os lábios novamente - Não consegui mais resistir as suas tentações.

_Eu sou uma tentação agora?- perguntei sentindo suas mãos apertarem a minha cintura.

_Sempre foi- sorriu pra mim maliciosamente.

_Alguém pode entrar- disse o afastando um pouco, o rosto de Sammy não saia da minha cabeça, eu me sentia um pouco culpada.

_Todos os adultos saíram, e além do mais, eu escutei uma parte da sua conversa com a tia Shelley- disse para a minha surpresa- Na minha opinião, esse cara de quem você gosta é um panaca, porque ele esta perdendo uma menina perfeita.

Eu não queria admitir, mas Mike estava certo. Desde o começo eu senti uma ligação forte com Sammy, e eu sabia que ele sentia também, mas ele sempre enrolou e escondeu o que sentia. Quando nos beijamos, foi a melhor sensação da minha vida, e por um momento, pareceu que para ele também foi, mas então ele jogou tudo pro ar e disse que era errado. Com Mike não era assim, ele sabia o que queria, mesmo eu sendo sua prima, ele não se importava em me querer, e era disse que Sammy precisava. A raiva começou a subir, eu não pensava mais com tanta clareza, eu olhei para o garoto a minha frente e simplesmente ataquei seus lábios. Aquele beijo era selvagem, nossas mãos não paravam quietas, ele me apertada toda hora, eu aproveitava e lhe arranhava, nossas línguas brincavam uma com a outra. Andamos um pouco até eu sentir minhas costas encostar na parede, o beijo além de ser selvagem era urgente, ele deixou meus lábios e foi para meu pescoço, todo meu corpo se arrepiou e eu tive que morder meus lábios para não gemer, meu pescoço era o meu ponto fraco, ele prensava seu corpo no meu, sua mão passava por baixo do moletom, o encontro da sua pele com a minha me fez suspirar. Eu estava muito dividida aquela hora, eu me sentia bem em fazer aquilo e, ao mesmo tempo, me sentia culpada. Porem, naquela hora eu decidi não pensar em Sammy, porque quem estava perdendo era ele, não é? Mike voltou para os meus lábios, mas não foi por muito tempo, logo ele foi afastado bruscamente de mim. Mike foi jogado no chão com grosseria, quando me dei conta, Sammy já estava em cima do pobre garoto, distribuindo socos em quanto Mike tentava se defender.

_Sammy, não- corri na direção deles.

Sammy levantou o braço para preparar mais um soco, segurei seu braço tentando o impedir de machucar ainda mais Mike, mas foi inútil, Sammy me jogou no chão e continuou a bater.

_Para, por favor- eu gritava desesperada, eu não tinha reação nenhuma.

Tentei novamente tirar Sammy de cima de Mike, e dessa vez ele acabou me afastando com um tapa no rosto. Cai no chão, totalmente desnorteada, o mundo todo parecia estar em câmera lenta, minha visão estava embaçada. Miih e Benny apareceram no quarto, Benny foi ate Sammy e o tirou de cima de Mike em quanto Miih se ajoelhou ao lado dele. Sammy tinha acabado de me bater, eu não sabia dizer se tinha sido proposital ou não, minhas mãos tremiam, eu estava sem reação.

_O que esta acontecendo?- Benny perguntou soltando Sammy, eu apenas olhava para o chão.

_Saiam todo mundo- gritou Sammy, estremeci com a fúria da sua voz.

_Sammy, eu não sei o que aconteceu, mas você precisa se acalmar, olha como você deixou o menino- Miih parecia pasma, levantei o olhar um pouco apenas para conseguir ver Mike com o rosto cheio de sangue, fechei os olhos.

_Eu mandei sair- gritou Sammy, mais alto do que antes.

Me levantei do chão e pude ver Miih sair junto com Benny em quanto carregavam Mike. Meu sangue fervia, a raiva estava eletrizando todo o meu corpo, eu não podia acreditar que Sammy tinha me machucado, a magoa podia estar grande, mas não chegava aos pés da raiva que eu sentia naquele momento. Sammy estava com a respiração acelerada, sua mão direita estava machucada e com um pouco de sangue, os olhos dele ferviam sobre mim, eu nunca tinha visto tanta raiva assim, era assustador.

_Que pouca vergonha foi aquela?-ele estava alterado, seu tom de voz era alto e furioso.

_Pouca vergonha? E o que você fez com o Mike foi o que?- perguntei no mesmo tom que o seu, eu tinha cansado de ser fraca perto dele, ele tinha ido longe de mais.

_Não muda de assunto. Você não podia ter feito isso, não depois...-Sammy parou o que estava dizendo, ele andava de um lado para o outro, percebi que ele tremia.

_Depois do que Sammy? Da gente ter se beijado?- falei sem dó, eu estava tão furiosa com ele, com o que ele tinha feito com Mike.- Você mesmo disse que foi errado, então não venha gritar comigo.

_Ele é seu primo, merda- gritou Sammy se aproximando.

_A Miih também é, mas você não teve problema com isso, teve?

Os olhos de Sammy se arregalaram por um instante, deu pra ver em sua cara que ele não vazia ideia que eu sabia sobre o caso que ele teve com Miih, eu tinha acabado de destruir seu maior argumento, eu não podia me sentir melhor.

_Você não sabe do que esta falando- tentou argumentar, ele estava mais calmo.

_Eu sei muito bem, Sammy. Eu fiz coisas erradas, mas você também fez. Você não tem o direito de me julgar.

Nessa hora, um trovão foi ouvido, a chuva começou a cair sem dó, parecia que o tempo tinha se aperfeiçoado aos meus sentimentos.

_Eu sabia que tinha sido um erro- disse Sammy e saiu batendo a porta com força.

A sua ultima frase tinha me pegado em cheio, pois eu sabia que ele falava do nosso beijo, e eu me sentia completamente diferente sobre. Eu queria gritar, chorar, bater em algo e gritar mais, mas eu não fiz nada disso. Fui ate minha mala e tirei de lá a cocaína, sentei no chão e derramei um pouco no mesmo, separei em porções, me abaixei, tampei uma parte do meu nariz e com a outra eu aspirei a droga, logo depois joguei a cabeça pra trás. Aquela sensação já me era muito familiar, aspirei de novo e de novo. Era como se meu cérebro desligasse, como se eu estivesse totalmente anestesiada, eu já não tivesse mais o controle do meu corpo. Encostei minhas costas na cama. Muitas coisas estavam no chão, tudo desarrumado. Meu quarto, meu coração, minha vida...Tanto faz, todos estavam uma bagunça mesmo.

A luz de faróis passou pela minha janela, o que queria dizer que os adultos tinham chegado. Eu queria me preocupar com o que eles iam achar do que aconteceu, como a mãe de Mike ia ficar furiosa com Sammy, e como Lori e Dave iam olhar pra mim. Mas naquela hora, eu simplesmente não me importava, e eu não me importava de não me importar, eu estava sobre o efeito de muita droga, não me importava com merda nenhuma. Para não causar mais confusão naquele dia, me levantei e desliguei as luzes, me deitei devagar na cama, estava muito molenga, joguei as cobertas em cima de mim e fiquei quieta, seria mais fácil passar por as explicações no dia seguinte. Ouvi passos nas escadas, todos conversavam e riam animadamente, eles se deram “Boa Noite” e ouvi cada um ir pro seu quarto. Depois disso nada mais se foi ouvido, provavelmente os outros pensaram o mesmo, seria melhor explicar no outro dia.

Eram 5 horas da manha e eu ainda não tinha dormido, eu me revirava de um lado para o outro, tudo que tinha acontecido passava pela minha cabeça, não me deixando em paz. O sol logo iria nascer, me levantei e fui até a janela, e a mesma estava úmida, aproveitei para desenhar na mesma, uma mão com um grande dedo do meio. Eu ainda estava com a legging e o moletom, o que foi bom, já que estava uma madrugada muito fria. Minha boca estava seca, todos estavam dormindo ainda, então decidi descer para tomar alguma coisa. A casa estava toda escura, o que me fez lembrar de quando eu era pequena, e eu odiava o escuro, eu sempre procurava a luz para me sentir bem, o que não era mais o caso. Cheguei na cozinha e liguei a luz, dei a volta na bancada e fui ate a geladeira. Peguei a garrafa de agua e depois um copo, despejei a agua no copo e tomei, chegava a ser um alivio sentir a agua escorrer pela minha garganta seca. A porta da cozinha de abriu, bufei ao pensar em quem seria, não precisava e nem queria falar com ninguém. Me virei pronta pra ir pro quarto, quando percebi Benny trancando a passagem. Tentei passar mas o mesmo ficou na minha frente, bufei irritada.

_O que?-perguntei o encarando

_O que foi aquilo com o Sammy e o Mike?- perguntou cruzando os braços

_Não sei, pergunta pra eles- dei de ombros.

_Eu acho que você sabe sim.

_Serio?-perguntei cinicamente

_Sim. Você foi o motivo de briga deles- disse com convicção

_E por que você acha que eu tenho alguma coisa a ver com a briguinha idiota deles?- cruzei os braços também, eu estava cansada do Benny.

_Por que por onde você passa você trás caos junto.

_Nossa que profundo-coloquei a mão no peito fingindo estar emocionada.

_E porque você é uma vadia- sua voz era firme, seus olhos ferviam sobre mim.

_Como é que é?- descruzei os braços, fiquei indignada com o que ele tinha me chamado, a raiva começara a subir.

_É surda agora garota?

_Vem cá, eu não sei qual é o eu problema comigo, mas eu não pedi pra ser adotada e virar a sua “irmã casula”.

_Ah, agora é ingrata.- riu pelo nariz- A família estava muito bem até você chegar. Sammy e Mike nunca iriam brigar e os meus pais nunca iram precisar tirar um filho da cadeia- a sua raiva e o seu ódio por mim eram claros, ele não estava bêbado, ele queria dizer aquelas coisas.

_O problema é deles. Eles foram avisados de como eu era.- tentei não levantar a minha voz, não precisava que mais alguém acordasse.- E se eu sou problemática, é porque eu passei por coisas que você nunca precisou passar. Você não pode me julgar.

_Se você quer que eu sinta pena de você...

_Eu não preciso da pena de ninguém- o interrompi com raiva

_Ótimo. Por que ao contrário de todo mundo, eu não sinto um pingo de pena de você. Tudo que aconteceu com você, foi sua culpa- Benny apontou o dedo pra minha cara.

_O que você quer dizer com isso?- aumentei um pouco o meu tom de voz, ele não podia querer dizer o que eu estava pensando.

_Você já parou pra pensar que os bandidos só mataram seus pais porque eles estavam te protegendo?

Um misto de raiva, tristeza e confusão cresceram dentro de mim, formando um nó em minha garganta. Eu quis começar a chorar, gritar e xinga-lo por ter dito aquilo com tanta frieza, mas no fundo eu sabia que ele tinha razão. Eu me senti impotente, palavras me faltaram para expressar ou dizer qualquer coisa sobre aquilo. Eu não queria chorar, não era o tipo de coisa que eu fazia, ser fraca, e eu não podia gritar com ele , pois sabia que dai eu perderia toda a razão que me restava. Aquelas palavras doeram como uma facada. Não, uma facada doeria menos. Benny ficou me encarando, parecia que ele queria pular em cima de mim. Eu não sabia porque ele me odiava tanto, desde o momento que eu o conheci, tentei ser o mais amigável possível, e mesmo assim ele sempre me tratou mal, mesmo sem motivos. Sem dizer mais nada, ele deu as costas e saiu da cozinha. A raiva começou a tomar conta de mim, minha garganta explodia, eu precisava gritar, precisava bater em algo, Benny não tinha o direito de dizer aquelas coisas pra mim, se antes ele não tinha motivo, agora ele teria.

Eu precisava sair dali, eu precisava aliviar o meu peito. Deixei o copo de agua que eu estava tomando em cima da mesa e sai correndo dali. Um vento forte e frio me socou quando eu abri a porta, a chuva estava muito forte, e o vento extremamente frio só piorava, os trovoes apenas davam um ar pior ainda a aquela madrugada. Coloquei o capuz do moletom na cabeça e sai correndo até o estabulo, ao chegar, eu já estava toda encharcada. Os cavalos, por incrível que pareça, estavam quietos, mas um deles se agitou, parecendo sentir a tensão em meus músculos, era incrível como a minha conexão com Ing era forte, era como se ele pudesse sentir tudo que eu sentia. Fui até ele e abri sua porta, coloquei as rédeas no mesmo e o conduzi até o lado de fora. Ing relinchou quando um trovão tomou os céus, porem ele não recuou, ele não tinha medo. Fiz força e subi em cima dele, a chuva caia sobre a minha pele, meus lábios tremiam ligeiramente, minhas mãos geladas tentavam segurar firmemente as rédeas, e mesmo com a visão embaçada pelas gotas de agua, eu mexi as rédeas fazendo com que Ing saísse em disparada para dentro da floresta.

O vento batia em mim com ainda mais força, a chuva parecia traiçoeira, parecendo querer destruir tudo a sua volta. O chão da floresta estava tomado por poças de lama, alguns troncos caíram, mas nada parou Ing, ele continuava a correr com a sua força sobrenatural. Por mais que estivesse muito frio, meu corpo todo pegava fogo. Ing parou bruscamente quando eu puxei suas rédeas, eu já estava longe o bastante, na verdade, nem me dei conta que tinha me afastado bastante da fazenda, eu adentrei na parte mais funda da floresta, e bem a minha frente, havia um precipício, com mais floresta abaixo dele, a lua cheia e grande era a única coisa que iluminava o lugar. Desci de Ing e cambaleei um pouco por causa da lama. A minha respiração estava irregular, meu coração batia a mil, eu me tremia toda por causa do frio, minha garganta explodia e meu peito parecia querer explodir. Cai de joelho no chão, então sem aguentar mais, eu deixei tudo que eu estava tentando reprimir, sair em um grito.

Culpa. Minha culpa? Não. Sim. Não sei. Talvez. As gotas de água de misturavam com as minhas lagrimas, minha garganta ardia como se pegasse fogo. Desde o momento que eu cheguei ao orfanato, as irmãs sempre me disseram que a culpa não tinha sido minha, então eu acabei me convencendo daquilo, sendo assim, não tendo nenhum remorso. O que Benny tinha dito estava certo? A culpa era mesmo minha? Meus pais ainda estariam vivos se eu não estivesse lá? Eu fui a causadora da morte deles? Eram formados ecos dos meus gritos naquele grande precipício.

O relinchar ensurdecedor de Ing me assustou, olhei para trás a tempo de ver o mesmo empinar e logo depois sair galopando o mais rápido possível.

_Ing, não. Volta aqui- gritei.

A tentativa de me levantar foi falha, escorreguei na lama e cai de barriga no chão. Levantei a cabeça com calma, eu estava com tanto frio, estava tão fraca, não iria conseguir me levantar tão rápido. Estava escuro, mas aquilo não me impediu de ver algo se rastejar de vagar na minha direção. Uma cobra, uma das criaturas mais abomináveis, mortais e assustadores em minha opinião, estavam bem na minha frente. Não sabia dizer se era das venenosas, só que era grande, e era uma cobra, e só isso importava para me paralisar de medo. Ela parecia olhar pra mim, sua cabeça se levantou oscilante, como um pêndulo de cabeça pra baixo, sua língua estava nervosa, e pelo o que eu tinha estudado na escola, tudo indicava que ela estava se preparando para dar o bote. Tentei não me mexer muito, sabia que ela podia sentir meus movimentos, o pavor eletrizava todo o meu corpo. Não, por favor, não. Eu repetia isso mil vezes em minha cabeça, o meu medo extremo por cobras já estava tomando conta te todo o meu corpo. Olhei para o lado e vi um pedaço de madeira jogado no chão a poucos centímetros de mim. Revisei meu olhar na cobra e no pedaço de madeira, comecei a levantar meu braço em direção a madeira com cuidado, qualquer movimento brusco podia ser fatal pra mim. Eu estava quase pegando aquele pedaço, a expectativa de conseguir deter a cobra me dava ainda mais coragem. Mas então tudo foi por água a baixo, a cobra veio com violência na minha direção, e a única coisa que consegui fazer foi botar meu braço na frente. Gritei ao sentir as presas da cobra perfuraram a minha pele, peguei o pedaço de madeira e o arremessei ate a cobra, que soltou meu braço e caiu no chão, peguei novamente aquele pedaço de madeira e comecei a socar a cabeça daquela cobra, mas parecia que não estava adiantando, então como uma medida desesperada, botei a madeira em baixo da cobra e a arremessei no precipício.  

As lágrimas caiam sem parar, o desespero de fato tomou conta de mim, meu coração batia ligeiramente, o que não era bom, pois assim o veneno iria fluir mais rápido em minhas correntes sanguíneas, se espalhando por todo o meu corpo e mais rápido. Eu precisava sair dali, voltar á fazenda e conseguir ajuda, eu sabia que podia não ter muito tempo. Me levantei do chão com calma, comecei a respirar com mais dificuldade, o que só me deixava mais apavorada. Comecei a correr o mais rápido que podia, tentando desviar das arvores, saltando e me levantando quando caia, a chuva estava mais forte, as gotas pareciam facas em minha pele, o vendo me chicoteava. Eu não tinha muita noção de direção naquela hora, mas eu sabia que estava perto da casa. Continuei a correr, meu peito ardia pelo esforço, mas a adrenalina não me deixava desistir. Foi então que todas as minhas expectativas caíram sobre o chão junto comigo. Meus músculos falharam, cai de cara no chão, uma dor forte em meu pulso me fez estremecer, eu me sentia fraca, meus olhos estavam mais embaçados ainda, eu me sentia sonolenta, meu peito subia e descia com rapidez, eu tentava respirar, mas estava mesmo muito difícil, a dor no lugar da picada ficava cada vez mais forte. Me deitei no chão, deixando a chuva me castigar, deixando as minhas dores se misturarem com as lágrimas, não conseguia mais, eu não tinha mais forças. Mas talvez isso seria melhor, não é? Eu não causaria mais nenhum problema. Talvez eu merecesse, por tudo que eu fiz, talvez eu merecesse morrer, assim o sofrimento acabava, eu nunca mais choraria, nunca mais iria sentir dor. Se eu fosse, ali, agora, se eu simplesmente fosse, eu veria meus pais de novo.  Minha cabeça começou a pesar, a dor ficava cada vez mais insuportável, eu já não tinha mais o controle de nada. Meus olhos foram fechando de vagar, eu sabia que se os fechassem de vez, eu nunca mais os abriria de novo, e eu não estava com medo, a ideia de ver meus pais de novo, me acalmou aquela hora. E então, meus olhos finalmente se fecharam, tudo ficou escuro, e a dor sumiu. 


Notas Finais


Eeeita porra, e ai...o que vocês acham que vai acontecer?
Comentem ai, ajuda muito a me incentivar.
Queria agradecer ao tanto de exibições que a fanfic esta tendo,
vocês são os melhores terráqueos do planeta todo.
Espero que tenham gostado, e até o próximo capitulo. Beijinhos!!!


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