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História Imperfect Paradise - Big child


Escrita por: nutella-is-life

Notas do Autor


E ai terráqueos viciados em fanfic's. Desculpa a demora, explico tudo nas notas finais.
Espero que gostem. Beijinhos!!

Capítulo 29 - Big child


Fanfic / Fanfiction Imperfect Paradise - Big child

{...}

Horas se passaram, todos estavam inquietos, minha mãe tinha parado de chorar, mas suas mãos ainda tremiam. A sala estava cheia, apenas os homens, tirando eu e meu pai, tinham ficado em casa para cuidar das crianças, todas as mulheres estavam lá, tentando dar forçar para a minha mãe. Eu não conseguia intender o porque que a Alisha saiu no meio da noite, com aquela tempestade e para dentro da floresta, eu sabia que a briga tinha sido feia, ambos tinham falado coisas que magoaram, mas isso não levaria ela a botar a vida em risco assim, Alisha era louca mas nem tanto. A porta por onde eles tinham levado a Alisha se abriu, revelando o mesmo médico que a examinou quando chegamos.

_Por favor, diz que ela conseguiu- pedi me levantando mais rápido do que devia e ficando na frente do medico, todos os outros levantaram e meus pais vieram ficar do meu lado.

O medico nos encarava, não era a sua melhor expressão, não era a cara de quem tinha salvado um vida. Meu coração batia como as asas de um beija flor, senti meus olhos arderem, não podia ser. O medico suspirou.

_Ela teve sorte. Digamos que foi um milagre.

Naquela hora eu soltei todo o ar, meu coração agora batia rápido pela alegria. Todos se mostravam aliviados, meus pais se abraçaram e depois me abraçaram, minha mãe não conseguiu aguentar a emoção de saber que a sua filha viveria, nem eu estava.

_Podemos vê-la? –minha mãe perguntou secando as lágrimas.

_Ela ainda esta inconsciente- avisou o medico

_Não importa- disse meu pai para a minha alegria, eu só queria a ver.

_Ok, mas não todos, apenas três.

Olhamos para o pessoal atrás de nos e elas apenas concordaram com a cabeça e mandaram a gente ir, nem pensei em discutir. Passamos por aquela mesma porta, o médico nos conduzia por corredores, vários quartos inumerados com pacientes dentro, alguns melhores e outros piores, mas eu só queria saber de uma em particular.

_Você disse que ela teve sorte. Como assim?- meu pai perguntou para o médico a nossa frente.

_Por quanto o veneno já estava espalhado posso dizer que ela foi picada por volta das  05h30min dessa manha, se passou uma hora desde o ocorrido. Sua filha já devia estar morta a muito tempo. – aquela ultima frase fez meu estomago revirar.

_O que a salvou?- minha mãe perguntou

_Seu desmaio. Quando ela desmaiou todo o medo e o nervosismo sumiram, assim os seus batimentos diminuíram e o veneno não conseguiu ser bombeado tão rápido para o coração. –o medico explicava com calma e ao mesmo tempo parecendo impressionado. 

Continuamos a andar por aquele corredor que parecia não ter fim, por mais que eu soubesse que ela estava bem meu coração continuava batendo forte, e eu sabia que ele não descansaria até eu a ver. Foi então que o medico finalmente parou, a porta a sua frente estava fechada, eu só queria passar na frente de todo mundo a abri-la.

_Ela teve um começo de hipotermia, sua temperatura corporal caiu muito. É essencial que ela descanse, então não façam barulho- avisou o medico abrindo a porta calmante.

As vezes, um soco no estomago ou uma facada profunda doeria menos do que certas coisas, ou melhor , situações. Se eu tivesse apenas uma chance em que eu pudesse voltar no tempo, com certeza eu teria feito diferente. Não dei o valor que Alisha merecia, e naquela hora, eu estava pando por isso. Ela não pode ver as lágrimas ameaçando cair dos meus olhos, nem o suor escorrer por minha testa, porque ela estava simplesmente submissa numa onde escura de inconsciência. Tudo o que eu pensava era que a culpa era minha, e que ela podia ate me perdoar, mas eu não me perdoaria, nunca.

AlishaOn

Eu estava de volta no Brasil, só que em vez de estar no orfanato, eu estava na frente da minha casa. Era um dia ensolarado, mas ventavam, os pássaros cantavam e os cachorros latiam pra qualquer um que passava pelo seu portão. Meu corpo todo tremia, minhas mãos soavam e meu coração batia a mil. Abri o portão de ferro a minha frente e entrei, a cada paço que eu dava parecia que eu ia desmoronando mais e mais, cheguei na sacada e coloquei a mão na maçaneta, respirei fundo tentando controlar o meu coração que batia muito rápido e então, abri. Um tapete. Não. O meu tapete, aquele que eu costumava brincar em cima com as minhas bonecas, o sofá de seda branco em que meu pai pegava no sono, eu conseguia ver o pouco da cozinha, apenas a mesa com a toalha estampada de flores coloridas. Fui abrindo a porta de vagar, as lágrimas já ameaçavam cair, eram tantas lembranças. E então, sentados um do lado do outro, estavam eles. Eu não conseguia acreditar no que estava bem a frente dos meus olhos, eu parei e fiquei ali, os olhando como se fossem miragens, esperando que eles sumissem. Minha garganta doía e lágrimas escorriam dos meus olhos, meus lábios tremiam ligeiramente e o meu coração já tinha parado de funcionar naquela hora.

_Filha, até que em fim chegou. Como foi o seu passeio com as meninas? –minha mãe perguntou, ela sorria para mim e seus olhos tinham tanta vida, a dor da saudade fazia com que eu quisesse gritar.

_Meu anjo, você esta bem?- perguntou meu pai franzido sua testa de um jeito preocupado.

Eu não quis saber se era miragem ou não, meus pais estavam bem a minha frente. Corri na direção deles e os abracei. Eu chorava como uma criança pequena, os soluços eram inevitáveis, meu peito ardia e meu coração agora voltara a bater. Saudade. A saudade resumia tudo o que eu sentia naquele momento, toda a dor havia sumido, eu podia sentir todos os meus caquinhos sendo colados de volta, toda a angustia, a solidão, todo o medo e aquela dor excruciante haviam sido esmagados com o abraço forte dos meus pais.

_Por favor. Por favor, não me deixem de novo- eu pedia entre soluços.

_Nos nunca te deixamos- disse meu pai acariciando meu cabelo com o carinho que eu senti falta durante muitos anos.

_Nós sempre estivemos aqui- completou minha mãe, ela levantou minha cabeça e secou as minhas lagrimas, uma coisa que eu achei que ela nunca mais faria.

_Eu amo vocês- disse e sorri, um sorriso sincero, um sorriso doce que a muito tempo nunca mais tinha aparecido em meu rosto.

_Nos amamos você minha filha- disse meu pai e eu os abracei de volta, então tudo começou a ficar branco.

A minha consciência começou a voltar aos poucos, logo eu conseguia ouvir as coisas ao meu redor. Como assim, eu não morri? Comecei a abrir meus olhos, a luz forte fez com que eu os fechasse, logo depois voltando a os abrir com calma para me acostumar. O lugar que eu estava já era família, as quatro paredes brancas, duas macas e de um lado meu, um computador que transmitia na tela todos os meus sinais vitais, uma agulha em meu braço levava os remédios direto a minha vida, havia algo em meu nariz, provavelmente para me ajudar a respirar melhor. Eu ainda me sentia tonta, parecia que todo meu corpo estava pesado e ao mesmo tempo leve, minha cabeça doía.

A ultima coisa que eu lembrava era de estar caída no chão da floresta, com as gotas de agua perfurando a minha pele e o veneno me correndo por dentro. E o meu ultimo pensamento, meus pais. Eu estava tão convencida que os veria de novo, na verdade, eu os vi. Não, não. Eu quero voltar, por favor, eu preciso voltar, eu preciso voltar para os meus pais. Comecei a me agitar na cama, tentei mexer minha mão, mas algo me impediu. Olhei para minha mão e minha testa se franziu quando viu que outra mão estava entrelaçada com ela, vou subindo o olhar até encontrar cabelos castanhos e dois olhos fechados descansando. Sammy estava dormindo em uma poltrona do lado da minha cama, ele segurava a minha mão em quanto apoiava sua cabeça em seu outro braço, ele dormia calmamente.

Lembrei do que tinha acontecido naquela noite, do meu beijo com Mike e de Sammy surtando em cima do garoto, distribuindo socos e mais socos, ele estava assustador, nunca pensei que veria Sammy descontrolado daquele jeito. Pensei em como eu devia ter saído daquela floresta, provavelmente alguém me encontrou, mas quem? Olhei de volta pra Sammy, sua respiração era pesada, ele devia estar realmente cansado. Levantei meu outro braço e o levei em direção a Sammy, então num gesto quase automático, eu afundei meus dedos delicadamente em seus cabelos macios. Eu não sei o porquê, mas aquilo me passava um sentimento incrivelmente bom, eu adorava sentir os seus cabelos em meus dedos, às vezes eu ficava imaginado como seria bom sentidos em meus dedos em outra ocasião, se é que você me intende, mas logo a palavra “impossível” aparecia em minha mente, junto com a cara brava de meus pais adotivos.

E se eu não tivesse sido adotada pelos Wilkinsons? Duas opções. Eu namoraria um traficante e acabaria sendo morta em um tiroteio de gangues por causa dele. Ou, eu também poderia encontrar um cara legal, que não teria nenhum parentesco comigo, ter um futuro, com filhos e uma casa grande, a gente poderia se amar sem medo. Mas mesmo eu podendo viver essas duas vidas, nenhuma delas teria ele, a gente nunca se conheceria, nem saberíamos que o outro existe, e esse pensamento era doloroso. A porta do quarto se abriu, tiro as mãos do cabelo de Sammy e olho na direção da porta, encontrando uma mãe com olheiras e uma postura cansada.

_Alisha- seus lábios se abriram em um sorriso de orelha a orelha, ela veio ate mim e me abraçou o mais forte que pode, lágrimas começaram a escorrer dos seus olhos.

_Eu to bem- disse tentando retribuir seu abraço, percebi que a minha voz estava falha.

Eu ia mexer minhas pernas para me ajeitar melhor, foi quando eu olhei para a minha mãe com os olhos arregalados, já se enchendo de lágrimas.

_Mãe. Eu não consigo sentir as minhas pernas. –choraminguei começando a sentir meu coração se acelerar, os “pi, pi, pi” do aparelho apitavam mais rápido.

_Ei, esta tudo bem- um médico apareceu no meu campo de visão, ele veio até mim com as mãos estendidas tentando me acalmar- Isso é só um efeito, você não conseguirá sentir as suas pernas por um tempo, mas com o tempo isso vai passar e tudo logo vai voltar ao normal- explicou o medico encostando em minha perna, mas eu não senti o seu toque. 

Joguei minha cabeça para trás, o choque foi amortecido pelo travesseiro macio, eu não podia conter o alivio, por um momento eu achei que eu estava paraplégica, e algo nunca foi tão assustador.  Sammy começou a se mexer, parecendo se espreguiçar, ele foi levantando a cabeça de vagar, ainda não tinha me visto, ele olhou para Lori que o olhava com um sorriso, percebi que ele franziu a testa e então se virou para mim. Seus olhos se arregalaram na mesma hora, seus lábios tremiam, ele veio na minha direção e me abraçou. Eu fiquei sem reação de inicio, aquela aproximação fez meu coração dar uma acelerada, como sempre acontecia, mas então eu levantei meus braços e o abracei também.

_Nunca mais faça isso- Sammy sussurrou em meu ouvido em quanto ainda me abraçava, ele parecia muito aliviado, mas o tom de preocupação ainda não tinha saído da sua voz.

_Filho- chamou Lori fazendo com que o abraço parasse, o medico já não estava mais lá- Vai comer alguma coisa, você esteve aqui o tempo todo.

_Mas...-Sammy tentou protestar.

_A sua irmã ainda vai estar aqui quando você voltar, eu fico com ela- meu estomago deu um embrulho quando aquela palavra foi dita, “irmã”, estava mais difícil de ouvi-la agora.

_Tá bom- disse Sammy e suspirou derrotado, ele precisava mesmo se cuidar.

Depois que Sammy saiu Lori veio e se sentou onde ele estava e então segurou minha mão, suspirou em quanto olhava a mesma. Eu sabia o que ela iria perguntar, o que na verdade todo mundo iria perguntar, e eu realmente não tinha nenhuma desculpa, eu apenas surtei com as palavras de Benny e quis fugir um pouco de tudo.

_Por que você saiu daquele jeito? No meio da madrugada e com aquela chuva?- finalmente ela fez a pergunta que ela tanto queria fazer.

_Lori, eu...-já estava planejando inventar alguma coisa.

_Se foi por causa do que aconteceu com o Mike, o Sammy e você...- a olhei na mesma hora, já tinha me esquecido daquilo, com certeza eles tinham visto a cara de Mike e ele contou tudo, suspirei já preparada para a bronca. – Esta tudo bem.

Que? Tudo bem? Olhei para a mulher do meu lado com a testa franzida, como poderia estar tudo bem com aquilo? Eu tinha beijado o meu “primo”, Sammy entrou e praticamente arrebentou com o guri, não devia estar nada bem.

_Como assim “tudo bem”?

_Minha filha, você não teve culpa dele ter te forçado- disse Lori para a minha total surpresa.

_Pera, o que?- perguntei totalmente confusa.

_Olha, o Mike contou tudo o que aconteceu, o fato dele ter te agarrado mesmo você não querendo, e o Sammy como irmão mais velho foi te defender, ele passou um pouco dos limites? Sim, e nos já conversamos com ele também. Mas o caso é, você não teve culpa do que aconteceu com o Mike- ela segurou minha mão ainda mais forte, ela tentava te toda forma me convencer de que eu “não era culpada” do que aconteceu, quem dera fosse.

_O Mike ta bem?- foi a única coisa que eu consegui perguntar naquela hora depois de saber que ele tinha mentido, eu não sabia o porque dele ter feito aquilo, mas me deixou aliviada.

_Ele ta bem. Mas o assunto aqui é você. Por que você fez quilo? Não pode ser só por causa do que aconteceu com o Mike. O que ouve?

Ela mostrava estar realmente preocupada, as olheiras de baixo dos seus olhos mostravam muito cansaço, a cara inchava denunciava que ela havia chorado muito, meu coração apertou. Eu queria dizer tudo o que aconteceu, desde as palavras de Benny no natal, até naquela madrugada, onde ele disse tudo aquilo sem um pingo de pena. Ao pensar em tudo que ele tinha dito, meu sangue começou a ferver, eu não tinha apenas raiva dele, aquilo já tinha virado ódio, pois eu podia ser uma pessoa ruim, mas ele não era melhor, e mesmo assim ele ainda tinha aquela pose de superior. Mas então eu percebi que contar tudo não resolveria nada, eles não podiam nem obrigar ele a pedir desculpas, e isso só me faria parecer fraca, eu teria recorrido aos meus pais para resolver aquilo, eu seria patética. Eu sempre me virei, no orfanato os outros me temiam pois sabiam que, caso me irritassem, eles iriam sofrer as consequências, eu teria a minha vingança com as minhas próprias mãos. Benny estava certo, eu não estava mais no orfanato, mas eu continuava a mesma de sempre, e ele era uma grande criança que tinha me irritado profundamente.

_Eu só...-tentei fazer a minha maior cara de coitada- Fazia muito tempo que eu não comemorava o natal em...família. Eu acho que eu fiquei meio sobrecarregada- sorri de lado e suspirei.

_Oh, minha menina- Lori se levantou e me abraçou- Me desculpa, eu devia saber que era de mais pra você- seus olhos já estavam se enchendo de lágrimas.

_Não precisa se desculpar- disse e sorri, e como um movimento totalmente inesperado até pra mim, eu levantei minha mão e enxuguei suas lágrimas, junto já fazendo carinho em seu rosto, os olhos de Lori se arregalaram um pouco, eu não sabia porque estava fazendo aquilo, mas eu tinha gostado.

_Agora você precisa descansar- disse ela pegando a mão que a acariciava e dando um beijo, sorri com o gesto. –Você vai precisar de todas as forçar quando voltar pra casa, vai ser muitos abraços e mimos- disse e rimos.

_Eu assustei muito vocês?

_Com certeza. Todos estavam muito preocupados com você. As crianças não paravam de perguntar quando você ia voltar- disse aquilo e eu fui obrigada a sorrir, aquele sentimento de ser importante era estranho, mas me fazia bem.

_Então pode dizer pras elas que vai ser hoje mesmo- disse o médico entrando do nada no quarto.

_Como assim? Eu vou ganhar alta?-perguntei já me animando, eu odiava hospitais.

_Se prometer descansar e tomar todos os seus remédios direito...?!-fez uma pausa e levantou uma sobrancelha pra mim

_Eu faço qualquer coisa pra sair daqui-disse e bufei, o que levou o medico e minha mãe rirem. 


Notas Finais


Acho que alguém atiçou a onça e agora vai se ferrar, mas não posso dizer que foi o Benny.
Agora o porque do meu atraso pra postar. Então, ouve o meu famoso
bloqueio criativo, mas isso não é tudo, eu também estou trabalhando em
outras fanfic's, que se tudo conspirar a favor, eu logo começarei a postar,
o que acham? Gostariam de mais fanfic's minhas? haha
Em fim, se demorar um pouco pra eu postar, é culpa das novas fanfic's.
Espero mesmo que tenham gostado, cometem sobre o que estão achando, é sempre muito bom.
Boa Noite meus terráqueos preferidos!!


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