História Imperfect Society (Hiatus) - Capítulo 22 – Lost friend

Cada vez mais se aproxima de Jackson ter seu primeiro cio, e cada vez mais nossa equipe fica mais unida, digamos assim.

O primeiro dia que nós reunimos depois de contar tudo o que devia ser contado, o clima estava tenso, foram poucas palavras trocadas.

Mas o que eu posso dizer? Bom, eu e Jungkook já não tentamos se socar toda vez que um respira, na verdade, até chegamos a conversar mais vezes.

Yoongi e Jimin começaram a conversar, mesmo que eu tenha que ter feito um discurso para os dois combinarem suas habilidades realmente úteis para nós. No primeiro dia ele realmente “trabalhou” emburrado, mas as coisas foram melhorando gradativamente, mesmo que às vezes Jimin gaste uma hora de saliva reclamando de Yoongi.

Namjoon me agradeceu por eu ter arrumado o terraço, agora a maioria das vezes que nos encontramos é lá e no refeitório. Com o tempo, ele ficou não se mostrando tão fechado, ia se abrindo aos poucos, mesmo que um certo dia, ele tenha sumido por um dia inteiro, e quando retornou falou que estava resolvendo seus assuntos e ficou mais calado que o normal.

Ainda me pego pensando no que ele fez nesse dia.

Bom, Jackson finalmente fez Kwon falar algo, e hoje eles conversam bastante, tanto que eu tenho que de vez em quando obrigar ele a sentar conosco, mesmo que Namjoon diga sempre a mesma coisa; “Deixa o garoto, Taehyung.”

Hyuna ficou com um clima bem tenso com Hoseok, esse que Jin me contou ter ficado muito calado e para baixo, e, no dia eu contei a história de Hyuna, ele tenha ficado realmente revoltado. Assim como Jackson.

E eu…

Bom, eu não sei definir como eu estou no momento.

Revoltado e… com medo.

Sim, medo.

Eu tenho muito medo.

— Taehyung? — Sou desperto dos meus devaneios e pisco os olhos, indo até a porta do meu quarto e a abrindo, dando de cara com um Jungkook de camisa preta, tão grande que ia até os cotovelos, e uma bermuda e tênis da mesma cor.

— Jungkook? — Franzi o cenho, ele geralmente nunca vem aqui.

— Conhece outro? — Ele deu um sorriso de lado e me encostei na batente da porta.

— Fala o que você quer logo, idiota. — Falei reprimindo o riso.

— Você às vezes não tem noção do tempo, já é meio dia e dez e todo mundo já está no refeitório, eu resolvi vir te buscar. — Os olhos deles pisaram, esperando uma resposta minha.

Olhei para ele surpresa, e pisquei os olhos três vezes.

— Ah… ah, claro, claro. — Falei e ele começou a rir quando me coloquei para fora do quarto.

— Vai assim?

— Assim como? — Franzi o cenho, confuso e ele apenas balançou a cabeça negativamente e seus olhos desceram pelo meu corpo.

— Está sem camisa. — Eu arregalei os olhos e olhei para o meu corpo, é, vestia apenas uma calça jeans escura, sem falar mais nada, corri para o meu quarto sentindo meu rosto queimar.

— Droga… — Me lembrei do quanto é ruim ficar com vergonha, fazia tempo que eu não sentia a quentura no meu rosto.

Optei por apenas uma camisa de mangas longas, branca.

Quando sai, Jungkook ainda estava lá, com as mãos dentro da calça e escorado na parede olhando para o chão.

— Urum… desculpe, eu não tinha me dado conta que–

— Relaxa, Taehyung.

Resmungou e eu me calei, e nós dois começamos a caminhar juntos, lado a lado.

Jungkook é um alfa e descobri ser mais novo que eu, me pergunto como deve ser a sensação de não ter uma alcatéia. Namjoon falou que depois de um ano de completar dezoito, a necessidade de ter uma alcatéia começa a dar as caras.

E Jungkook tem vinte e um anos.

Reprimi os lábios quando vi os guardas, e não só eles, mas como os outros habitantes da House Sombrios.

Havia esquecido de como era ter olhares para mim como esses.

— Porque eles estão olhando de novo? — Resmunguei e Jungkook suspirou.

— Sabe, não é nada comum me ver andando com outra pessoa sem ser o Namjoon, muito menos um ômega. — Jungkook franziu levemente o cenho e voltou a feição normal.

Me remexi incomodado com isso e concordei relutante.

Quando chegamos enfim no refeitório, como sempre, avistei a cabeleireira de Jimin, sempre bem chamativa.

Quando se aproximamos, Jungkook se sentou do lado de Namjoon e eu de Hyuna, e lancei um breve sorriso para ela, que devolveu com um fraco e cansado sorriso.

Me pergunto se Hyuna está bem, afinal, mesmo que tenha se passado tanto tempo, deve ser traumático. E agora, ficando com Hoseok, sua cabeça deve estar confusa.

Confusa demais.

— Taehyung, porque está atrasado? — Jin perguntou, enquanto levava um copo de água para a boca.

— Eu… acabei não vendo o tempo passar. — Falei baixo, e Jin, sempre que eu chegava um pouco tarde pegava as minha refeições, e lá estava ela, na minha frente.

Não muito apetitosa, eu diria.

— E tivemos um contratempo também. — Jungkook comentou com um leve sorriso de lado.

Traidor.

— E qual é? — Hoseok perguntou o que todos ali queriam perguntar, com as sobrancelhas arqueadas de curiosidade.

— Ah, Taehy-

— Fiquem quietos! — Namjoon falou alto, porém apenas nossa mesa escutou, e então, todos se calaram, e então, vimos cinco guardas entrando no refeitório.

Engoli a seco e arrumei minha postura de modo tenso com aqueles olhares frios e duros sobre nós, temendo que eles façam alguma coisa com meus amigos ou algo parecido.

Franzi o cenho ao notar que o guarda mais baixo ali, é o que entregou a carta de restrições logo depois de eu sair da cela.

Baixo para um alfa e realmente bonito, olhos grandes e puxados, como um gato, a boca naturalmente vermelha, não tanto quanto a de Jackson porém.

Franzi o cenho, céus, ele me é tão familiar.

Ouvi Hyuna aspirar o ar com força, e então, vi ela realmente branca, de lábios trêmulos, assim como suas mãos, e seu olhar era direcionado ao guarda que eu achava familiar.

— M-minseok… — Hyuna começou a falar palavras desconexas, ainda com seu olhar direcionado ao guarda.

E então, tudo o que eu não queria que acontecesse aqui, aconteceu, o olhar dele recaiu sobre nós e então, pelo movimentados de boa, ele falou com um dos guardas que parou, e eles tinham feições bem sérias estampadas na face de ambos, até o outro guarda colocar as mãos nas têmporas e então, ficou calado, e sem mais nenhuma palavra o guarda que Hyuna tem seu olhar grudado caminhou até nós, e eu queria muito que a cada passo que ele desse, o mesmo parasse, desviasse, mas ele não fez isso, e eu só notei quando ele enfim parou na nossa mesa, olhando Hyuna, com a feição mais dura e séria que eu suspeito que ele possa dar.

— Hyuna, desculpe nosso reencontro tenha que ser tão frio, mas não se mexa, nenhum de vocês, não façam nada, não demonstrem reação positiva ou negativa, mantenham-se neutros. — A voz dele se mostrou tão calma quanto a primeira vez que conversamos. — Eu vou explicar tudo pra vocês, Hyuna e Taehyung. Quanto ao resto, me considerem um aliado, eu não estou aqui pra prejudicar nenhum de vocês. — Ele molhou os lábios e prosseguiu. — Agora não é um momento bom para conversar, me encontrem nos andares baixos, as seis. Se quiserem sair daqui para serem escravos ou mortos, fiquem em suas alas, se quiserem sair daqui, já sabem o que fazer.

Ele então, olhou em meus olhos, piscou os mesmos e saiu.

E só então me dei conta que esse é Minseok.

Meu grande amigo, esse que eu guardava tantas memórias boas, esse que foi embora forçadamente.

Esse que disse que ainda nos veríamos e que nossos destinos estavam ligados e eu não acreditei.

Agora, ele é guarda e eu prisioneiro.

Se ele honrar com o que fala, então sairemos daqui mais fácil do que imaginamos.