1. Spirit Fanfics >
  2. Império Sangrento >
  3. Chapter 2.

História Império Sangrento - Chapter 2.


Escrita por: Stanana4

Notas do Autor


GENTE EU JURO QUE NÃO DESISTIIIII

Capítulo 2 - Chapter 2.


Jimin olhou o relógio da parede outra vez, levantando apressado quando o ponteiro bateu meio dia e o sino alto do colégio privado tocou. Ajeitou a mini cartola branca e apertou os dedos da mão direita ao redor da bengala de prata. Os olhos rubi da serpente ornamentada que servia de apoiador brilhou para si, que estalou a língua.

Ignorando a despedida da professora baixinha e de idade, se pôs para fora da sala com pressa ouvindo a sola da bota de cano longo preta bater contra o chão em um som irritante para sua cabeça cheia.

O colete estava o apertando e não via a hora de chegar em casa para se jogar na cama totalmente livre daquelas roupas pretas.

Não queria saber sobre a antiga Roma, muito menos sobre os gregos. Jimin era inteligente o bastante para aquilo tudo, se perguntava o que seu pai tinha na cabeça para o mandar para um colégio quando podia muito bem receber educação em casa.

Mas aquilo incrivelmente foi de grande ajuda.

Ao chegar no pátio, sua vista foi coberta por vestidos claros e rodados, bengalas de ouro e roupas nobres. Rainha Vitória certamente se sentiria emocionada com tanto poder reunido em um só ambiente.

– Já está indo, Jimin?

Sorriu para a garota alta de vestido rosa claro, torcendo levemente o nariz pela forma informal do qual falara consigo. A garota sequer percebeu, sorrindo abertamente com seus olhos castanhos o avaliando.

Se limitou a balançar a cabeça em concordância, olhando para a outra menina mais atrás que sorriu sem graça e sibilou um desculpa inaudível pela amiga. Jimin puxou os cantos da boca em um sorriso e piscou um dos olhos para ela.

A garota da frente então apareceu em seu campo de visão outra vez.

– Achei que poderíamos andar a cavalo hoje a tarde. – ela insinuou, desviando o olhar para baixo tentando passar uma imagem de tímida.

Jimin evitou revirar os olhos. Sabia que quando descobrissem que era o herdeiro de um dos amigos da Rainha Vitória, todos iriam vir atrás de si como cachorros procurando atenção.

– Já havia combinado de levar a senhorita Rose em um passeio, Ellie. – falou em inglês arrastado, curvando minimamente a cabeça como um pedido de desculpas.

Viu a garota abrir a boca surpresa, se afastando para o lado e olhando a amiga com os olhos acusatórios. Jimin estendeu a mão vazia coberta pela luva preta e Rose a segurou hesitante, talvez mais surpresa do que a garota.

Jimin piscou o olho outra vez de modo divertido e a puxou para perto, soltando a mão pequena apenas para circular a cintura fina. Fingindo procurar algo atrás deles, encostou a boca na orelha que continha um brinco pequeno de ouro branco.

– Te apresento o Ethan. – sussurrou.

Rapidamente a garota arrumou a postura, colocou um sorriso forçado no rosto e se virou para a amiga ainda parada.

– Desculpa Ellie, Jimin realmente já havia me convidado. – ela falou baixinho como sempre fazia, colocando uma mecha do cabelo preto curto para trás.

Ellie a olhou indignada, apenas saindo dali com os saltos pequenos perfurando o chão tamanha força exercia, os punhos cerrados e a boca em linha reta.

Jimin encolheu os ombros quando Rose cruzou os braços e se afastou de si.

– Sério Jimin? Melhor me convidar para o chá das cinco, e quero andar a cavalo. – ela falou firme.

– Tudo bem, tudo bem.

Riu da expressão superior que a mais baixa fazia, bagunçando os cabelos curtinhos dela que bateu em sua mão.

– Vou ser massacrada pela suas garotinhas mimadas.

– Elas não são minhas garotinhas. E você também é mimada, Rosemary. – respondeu, arqueando uma sobrancelha e se pondo a andar, continuando seu caminho até o portão da saída.

Podia ver várias carruagens já esperando seus chefes. Jimin, a cada passo que dava, apertava a bengala cada vez mais forte. Seus dedos estariam brancos se pudesse o ver, mas continuou a acreditar que estava apenas normal.

– Tanto faz! Quando irá me apresentar ao Ethan? – Rose perguntou.

Jimin passou pelos portões e parou em frente a uma carruagem significantemente grande, se virando abrupto para a menina atrás de si. Rose era pálida, com grandes olhos pretos e sempre usava batom escuro.

– Vou mandar uma carta com nossos horários para hoje senhorita Rose, se alimente corretamente e pare de usar esses vestidos curtos pois ainda é uma dama e não uma amante de luxo, por favor. – Jimin falou, tocando um dedo na testa dela no final como sempre fazia quando queria demonstrar carinho.

Rosemary sorriu.

– E o Ethan?

Jimin balançou a cabeça em negação, rindo da garota.

– Você não presta. – falou por fim.

Entrou na carruagem, ignorando o chamado insistente dela.


 

A mansão dos Park era afastada de Londres. Três andares de preto e branco, com vasos de flores e espelhos, estofados marrom e mesas de mármore. Jimin por várias vezes já se perdeu ali dentro nas últimas semanas.

Depois de um almoço reforçado e dormir até às três da tarde, finalmente enviou o convite para a princesinha dos Collins. Uma coisa que ainda não havia se acostumado era que as visitas deveriam ser apenas depois das três; Foi chamado de rude pela mãe de Ethan ao aparecer duas horas na casa dele, sendo bajulado minutos depois quando o pai do amigo o reconheceu de uma reunião de seu progenitor antes de ser mandado para a Inglaterra.

Jimin riu ao lembrar daquele dia deveras desastroso. Ele puxou a fumaça do cheroot com força, pendendo a cabeça para trás e soltando a fumaça esbranquiçada devagar. Ouviu a porta se abrir e o baque surdo dela se fechando, passos andando pelo escritório e seu pai parar ao seu lado.

Jimin o olhou e estendeu o cheroot para ele, recolhendo as mãos nos bolsos e se virando para a janela outra vez.

– Encontraram o corpo que iria ser executado hoje de manhã. – o mais velho começou, soltando a fumaça para continuar. – Uma recém-criada, na periferia.

Jimin franziu as sobrancelhas.

– E a Rainha Vitória? – questionou.

Seu pai riu, esfregando a ponta do cheroot na mão coberta pela luva. O mais velho usava roupas pesadas, a capa preta estava úmida nos ombros pela garoa de manhã e as botas marrom sujas de lama e folhas secas.

– Louca igual sua mãe quando pega a gente fumando charuto. Mão. – Jimin riu, retirando uma das mãos do bolso e rapidamente seu pai esfregou a ponta do cheroot nela. A borracha preta queimou um pouco. – Pelo menos não é mais trabalho nosso, estou cansado dos assuntos daqueles sanguessugas.

– E esse não é nosso serviço? – Jimin perguntou retoricamente. – Cuidar do submundo enquanto a Rainha dorme como se não fosse morrer a qualquer hora?

– Por isso mesmo que ela dorme Jimin. Ela espera que façamos nosso trabalho, mas o problema está aí!

– Não podemos cuidar do submundo enquanto vampiros não conseguem ao menos olhar pra um humano se não for pra matar. – concordou.

Seu pai jogou o cheroot no lixo ao lado da mesa atrás deles, colocando a mão em seu ombro depois.

Jimin virou a cabeça e viu os olhos cansados de seu pai, a barba rala e o cabelo perfeitamente alinhado. Parecia mais cansado do que o de costume.

–Em todo caso, um mensageiro do governo apareceu hoje antes do almoço. Os vampiros vão  ir atrás do culpado e Vitória pediu para a nossa família ficar de fora dessa vez. – ele pausou, fazendo uma careta engraçada. – Ainda somos os cachorrinhos da Rainha no final de tudo. Não quero que saia a noite em hipótese alguma, entendido?

Ainda que um Assassino Sangue Puro, meneou a cabeça. O mais velho então se afastou e, antes de passar pela porta, se virou rindo.

– Achei que fosse homossexual jimin.

Arqueou uma sobrancelha.

– Não é como se eu pudesse convidar um garoto pra um passeio sem ser morto por sodomia. – disse apático.

– Bom, é melhor não dar esperança pra garota que está lá embaixo, sabe que a Inglaterra é muito fresca com essa coisa de etiqueta com homem e mulher.

Jimin torceu o nariz.

Segundos depois do homem ter saído, uma cabeleira preta passou pela porta; o vestido era pra cima dos joelhos e com babados em um tom azul, o pescoço e os pulsos enfeitados com jóias caras e grandes, atrás dela uma criada a seguia com a cabeça baixa e as mãos na frente do corpo alto.

Jimin sorriu de lado.

– O que eu disse sobre vestidos? – começou, se sentindo mais ansioso do que de manhã.

Ela franziu as sobrancelhas, riu com a mão na boca e se curvou um pouco para frente.

– Oh, desculpe, achei mesmo que havia escutado um zumbido mais cedo.

– Ethan gosta de garotas tímidas. – Jimin comentou, ignorando a fala sarcástica e a observando se aproximar e sentar na cadeira de couro atrás da mesa.

Ela cruzou as pernas e riu de novo. Jimin apoiou as mãos na madeira escura, olhou rapidamente para a criada antes de sorrir de lado outra vez.

– Ainda temos tempo até as cinco, quer andar a cavalo? – perguntou.

– Não, quero que continue falando de Ethan. – ela respondeu atenta.

Jimin mordeu o lábio inferior e balançou a cabeça em concordância. Olhou pelo espaço grande, com estantes de livros e mapas enfeitando as paredes, era um cômodo escurecido por suas cores cinzas e o chão de carpete preto brilhante.

Enfiou as mãos outra vez nos bolsos do casaco e, ao sentir o frio metálico das adagas, rapidamente puxou a da mão esquerda. Ergueu o braço mais rápido do que a criada se virou para sair pela porta ao ver seus movimentos, a adaga voou em linha reta e Jimin viu a ponta perfurar a cabeça alheia e o sangue escorrer se misturando aos fios de cabelo marrom. A mulher pendeu para frente e caiu no chão em um baque surdo perto da porta.

Seu sangue correu mais rápido e retirou a outra adaga de prata, Rose já estava em pé e carregava um sorriso sínico nos lábios manchados de vermelho.  Jimin aumentou o sorriso e seus olhos se tornaram dois riscos afiados e pretensiosos.

Desde que chegara a semanas atrás na Inglaterra a pedido da Rainha, sabia que alguma coisa estava acontecendo. Vitória não gostava quando sua família ficava por perto, pois isso acarretava em perguntas, e eles deviam ser discretos e isolados, cuidando do submundo da Inglaterra de longe.

Mas ela não pediu para sua família voltar, ela pediu para Jimin voltar. Apenas a Rainha sabia o quanto o herdeiro de seu cachorrinho era perigoso, sempre um passo à frente.

Dito e feito. Vitória queria uma vampira morte, e Park Jimin era o melhor da Agência de Assassinos Sangue Puro.

Seu pai tê-lo posto no colégio foi uma coisa do qual não previra, mas acabou sendo de grande ajuda.

– Parece que meu informante estava certo. – Rose falou risonha, trocando o peso de perna e cruzando os braços finos. Parecia não se importar em estar sendo atacada por seu amigo tão querido. – E a Rainha trouxe seu fiel escudeiro outra vez.

Vampiros eram desprovidos de emoções, poucos realmente viam laços afetivos de modo bom e isso, de algum jeito, era a única coisa do qual acreditava neles. Ele mesmo também era vazio.

– Acho melhor você parar de falar. – Jimin comentou baixinho, num inglês com um sotaque forte.

Rose arqueou uma sobrancelha e sorriu debochada. Jimin se aproximou mais da mesa e abaixou as mãos, a adaga caiu inaudível no carpete por estalar a língua no mesmo momento que o objeto relou nele. Antes de Rose responder, Jimin puxou um revólver colt com balas de prata enfeitiçada do compartimento em baixo da mesa e apontou para a garota que desviou com rapidez.

A bala pegou em um dos quadros e Jimin quase suspirou em desgosto. Se virou para o lado e atirou mas Rose desviou outra vez, sua risada fina ecoando pelo escritório e certamente estava com um sorriso no rosto.

Mas o que vampiros sempre fazem é subestimar alguém, principalmente Park Jimin.

Ele virou para trás quando a garota sumiu no ar e sem esperar que ela aparecesse, afundou o dedo no gatilho. A bala saiu com força e antes de atingir o vidro da janela, ela entrou na carne do pescoço branco. As presas saltaram e os olhos se arregalaram, sangue escorreu e Rose foi para trás inconscientemente, caindo escorada na janela enquanto uma das mãos apertavam o pescoço e se engasgava com o próprio sangue frio e denso. A bala queimava o interior da garganta de Rose, e a colt exalava fumaça pelo buraco do cano.

Jimin abaixou a mão e em passos calmos se agachou frente a ela, sorrindo sombrio.

– Eu menti, Ethan adora garotas ousadas. – riu sozinho. – Vitória mandou lembranças.


 

– Quando ia me dizer que alguém fugiu da Prisão do Suicídio?

Taehyung não se surpreendeu, mas ouviu no fundo de sua mente uma voz o chamando de monstro e isso apenas se tornou mais forte ao conseguir ver a mágoa escondida por trás dos olhos frios de Yoongi. Virou o rosto para a garota que dava seus últimos suspiros de vida, não querendo ser avaliado, lido ou que Yoongi visse algum traço de amargura em seu rosto pálido. Odiava ser encurralado contra a parede, mesmo sendo apreciador de um bom desafio.

Sua resposta foi apenas o silêncio esmagador e mesmo que quisesse falar algo, o primeiro esquadrão de Julgadores de Almas  junto ao restante da Elite já estavam na frente da mansão prontos para entrar.

Sentiu Yoongi se mover sobre a cama, se levantando em seguida. Não se atreveu a olhá-lo, escondendo suas emoções por indiferença mesmo sabendo que Yoongi estava o observando, mesmo sabendo que Yoongi estava o lendo, mesmo sabendo que Yoongi havia chegado no fundo do poço de seus olhos já cansados e cheios de poder, com experiências de milênios e carregando o maldito privilégio de ser um dos primeiros filhos da noite a andar sob a terra como uma perfeita cria do vampiro original.

A língua fria e molhada de Yoongi encontrou seu pescoço ao que se pôs atrás de si. Travou o maxilar sentindo a mão pálida dele circular sua cintura enquanto a outra se camuflou em seus cabelos castanhos, puxando-os para trás com força.

– O Conselho não gosta de você Hyunggie. Sabe o que eles irão fazer quando descobrir que está escondendo algo deste porte? – ele sussurrou baixinho, ciente que tinha ouvidos ali, como uma cobra, aproximando mais os corpos e mordendo de leve sua orelha. Taehyung entortou a boca de leve, não respondendo outra vez porque sim, ele sabia e não queria ouvir, mas Yoongi fez pouco caso. – Talvez eles tenha piedade e te mande para as Celas Sombrias da Tríade, ou te deixe apodrecer na Prisão do Suicídio. Jungkook certamente irá os matar por fazer algo com seu irmão tão querido e então, as crias desses cinco vampiros se voltará contra nós sedentos por vingança, os Julgadores de Almas e os guardas nos protegerá com suas vidas mórbidas e vazias, e sabe o que vai acontecer? Todos irão morrer porque mesmo você não gostando de Namjoon, ele ainda é da Elite e irá trucidar cada um que se aproxime do imperador.

Taehyung rosnou, mas não se atreveu a mexer nenhum músculo, não quando a diferença de poder estava tão óbvia ali.

Yoongi soltou um riso soprado.

– Um banho de sangue, o Sangue Imperial saindo vitorioso de outra guerra interna por liderança, os cachorrinhos da lua se escondendo nas matas como animais, e a Tríade tentando inutilmente nos fazer visitar nosso pai no Inferno. Valerá a apena Taehyung? Impor soberania outra vez e acabar com a paz de séculos como se os acordos feitos no decorrer dos anos fossem só papel?

– O que você quer? – Taehyung perguntou, sentindo a garganta secar e suas presas saltarem em ameaça.

– Pare de mentir para mim, anjinho. – e Taehyung suavizou a expressão, sentindo as pernas fraquejarem. Yoongi continuou. – Eu vou matar o Conselho, mas não agora. Não quando o Renegado da Prisão do Suicídio matou um lycan como um perfeito descontrolado.

Ah sim, o maldito raciocinou mais rápido do que Taehyung queria. Por a culpa na recém-nascida foi certamente uma boa jogada, sabia que Yoongi gostou disso. Tinha certeza. Mesmo que no final, uma guerra acontecesse.

No entanto, eram só meros detalhes para seu companheiro.

– Yoongi... – Taehyung hesitou. – Você sabe que a hora está chegando, não sabe?

Yoongi mordeu seu pescoço, o tecido da pele rompeu e sangue escorreu pela tez pálida. Levou uma das mãos até o braço fino que circundava sua cintura, fazendo um carinho suave enquanto a tensão de segundos atrás ia se transformando em algo intenso.

Seu companheiro soltou seu pescoço, arrastando os lábios pela aquela parte espalhando seu sangue denso e gelado.

– Não se preocupe, anjinho. Família é prioridade. – Yoongi respondeu, lhe virando de frente para si e Taehyung quase suspirou com os olhos vermelhos insanos de Yoongi, a boca suja e as presas pedindo por mais.

No final de tudo, mesmo que fosse mais velho do que Jungkook e que desse a palavra final, não podia evitar que seus segredos crescessem.


 

Taehyung franziu as sobrancelhas. Jungkook estava sentado mais a cima, pernas cruzadas e o rosto banhado em tédio. Deu um olhar de nojo para a garota baixinha em pé ao lado dele, com o semblante sério e frio que Taehyung sabia ser apenas por causa do imperador.

Jinah era igualzinha a Namjoon, e isso multiplicava seu desgosto para com os dois.

A sede estava silenciosa e por um momento isso o fez se lembrar de quando abraçava Jungkook no meio da noite, com medo dos trovões que provinha da tempestade intensa no vilarejo, mas a lembrança foi embora tão rápido veio.

– O que disse? – perguntou, sentindo a boca queimar e suas presas coçarem.

Jungkook suspirou dramaticamente e Jiho - que estava ao seu lado com os braços para trás e postura reta, totalmente diferente de Namjoon com as mãos dentro dos bolsos em uma pose descontraída – revirou os olhos, mas não se atrevendo a abrir a boca.

Taehyung ainda era um dos vampiros mais antigos, e ninguém bate de frente com um antigo. Taehyung e Jungkook bem sabiam disso.

– Iremos pra Inglaterra, foi informado de que acharam outro corpo de lycan morto. – Jungkook falou, apoiando o cotovelo no braço da cadeira, e na palma da mão fazendo suporte para a cabeça. – E também, Taemin mandou uma carta pedindo uma audiência, quer saber se encontramos o culpado pela morte da recém- nascida e provavelmente acabar com o acordo de paz entre as raças.

O acordo que já havia se desfeito, pensou irônico.

– Então iremos para a Inglaterra apenas para uma maldita audiência com um lobo? – Taehyung cuspiu seco. – Tudo bem, vamos seguir pessoas insignificantes. Achar o culpado, o entregar para Taemin e voltar para a Coréia.

Se uma guerra não acontecesse antes, claro.

– E a verdadeira pessoa que matou os lycans? Se for um recém-nascido descontrolado ou um Renegado, não apenas a matilha de Taemin, mas as outras também irão nos fazer reviver a Guerra do Submundo. – Jungkook praticamente desabafou, mas não muito preocupado já que nem prestou atenção na própria fala. Taehyung quis estrangulá-lo. – E a Tríade iria se aproveitar disso. – completou.

– Malditos caçadores. – Jiho resmungou.

Taehyung o ignorou, voltando-se para o irmão.

– Não é como se nos importássemos com recém-nascidos, e se for um Renegado, o que eu acho impossível… – Taehyung parou, sorrindo de lado. – .... Apenas mande um esquadrão de Julgadores de Almas.

Taehyung realmente se sentiu estranho mentindo sobre que talvez um Renegado havia fugido da Prisão do Suicídio, quando no mesmo dia havia dito a Jungkook que sim, havia um Renegado a solta, mas não podia contar porque era ele que comandava a Prisão do Suicídio. Sabia onde o estúpido vampiro estava e o que queria, iria resolver isso sem que causasse caos dentro do Sangue Imperial. Se soubessem e a informação vazasse, a Tríade iria interferir e as matilhas iria querer vingança – não que já não quisesse –, o maldito Conselho iria dizer que Jackson não estava fazendo um bom trabalho como líder dos Julgadores de almas. E mais que tudo, gostava de um trabalho silencioso.

Não quis admitir, mas isso não chegava nem perto da carnificina que seria se o Conselho descobrisse que Taehyung sabia o tempo todo sobre o Renegado e não falou nada. Porquê, independente de tudo, estava ao lado de vampiros perigosos e doentios, que prezavam assim como ele, a família. Yoongi mesmo já matou milhares, dizimou cidades e países por Jungkook, o Min iria trazer o Inferno para a terra por causa de Taehyung sem nem pensar nas consequências.

Audição, guerra e o caralho a quatro era bem mais pacífico do que o risco que Taehyung sofreria.

Deu uma breve olhada ao redor, sabendo que o primeiro esquadrão de Julgadores de Almas estavam ali, se espreitando entre as sombras, com seus mantos pretos que só deixavam a vista a boca com presas clamando por sangue.

– Acho que é melhor irmos logo então.

Yoongi apareceu ao seu lado, a postura rígida e a boca em linha fina. Não lhe direcionou a palavra como normalmente fazia e isso o quebrou por dentro, mesmo sabendo que a culpa era sua. Taehyung trocou um olhar com Jungkook, assentindo.

– Namjoon ficará encarregado de achar o vampiro que drenou a recém-nascida. – Jungkook ditou, esperando o Kim falar alguma objeção, continuando quando teve silêncio como resposta. – Não quero os outros clãs envolvidos nisso, já basta os Moroi.

Jungkook levantou, acenou com a cabeça e desapareceu no ar, com Jinah em seu encalço.

– E lá vamos nós. – Jiho riu.

 

Jungkook tombou a cabeça para o lado, franzindo as sobrancelhas e desejando que tivesse ouvido errado. Mas Jinah tinha o rosto pálida sério, os olhos pintados de sombra preta firmes e decididos.

Ela andou até parar em frente onde estava sentado, cruzando os braços e erguendo o rosto.

– Quero estudar. – repetiu.

Jungkook quis rir, achando-a boba por querer frequentar um lugar para humanos, sentindo-se deveras estúpido por ter ao menos sentido pena da garotinha chorando deitada no chão sujo daquele beco em que passava.

Não se arrependeu, mas também sabia que se tivesse como voltar no tempo, não teria a pegado para si e sim enfiado as presas no braço dela e sugado até a última gota de sangue.

Taehyung certamente iria o amar.

– Não acha isso... ridículo? – sua voz saiu baixa e rouca, Jinah desviou os olhos e Jungkook quis rir outra vez.

– Nunca tive a chance de ser humana, quero ao menos saber como eles pensam. – ela disse receosa, talvez esperando que ele surtasse ou gritasse por estar agindo como idiota.

E talvez realmente estivesse agindo como idiota.

Mas ele balançou a cabeça em negação, tombando-a para trás pensando seriamente se estava fazendo a coisa certa.

– Tudo bem. – disse por fim.

Um pequeno remorso percorreu seu corpo, afinal, o menino de cabelos alaranjados nunca teve uma oportunidade dessas como Jinah iria ter. Queria voltar no tempo e salvá-lo, ter proibido que saíssem da sede.

Revirou os olhos ao vê-la sorrir contida, a animação queimando no rosto pequeno e de aparência infantil.

Sentia que ir para a Inglaterra não era bom, um sentimento estranho de recusa percorrendo seu corpo e mesmo sendo um dos vampiros mais antigos do mundo, hesitou. Se sentia como uma criança com medo do desconhecido, como um maldito recém-nascido descontrolado por sangue e querendo se esconder atrás de seu criador.

Mas Jungkook, assim como Taehyung, não tinha mais um criador. A única coisa que podia fazer agora era achar um sangue bom o bastante para fazê-lo seu.

 


Notas Finais


O que acharam? Tem tanta coisa ainda pra acontecer que eu já estou surtando!!!!!


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...