Eu acordei às 9:00, coloquei meus óculos, fiz a higiene necessária e fiquei um pouco no Dormitório, vendo Rony dormindo. Ele ficava tão fofo, parecia um anjo. Ele acordou pouco tempo depois, me encarando e dizendo:
- Bom dia, Harry. - Ele bocejou e sentou na cama. - Dormiu bem?
- Bom dia. - Eu sorri. - Dormi muito bem. É bom saber que agora eu posso dormir sem medo de sonhar com Voldemort. E você, dormiu bem?
- Bem até demais, se quer saber. - Ele disse. - Eu sonhei com você...
- Comigo? - Ele assentiu. - E como foi?
- Foi... divertido. - Ele disse. - Eu não me lembro de muitos detalhes, mas eu lembro que você estava lá.
- Não tive sonhos hoje. - Eu disse. - Está com fome?
- Eu sempre estou com fome, Harry. - Ele riu junto comigo. - Quer ir comer?
- Hm... Quero. - Eu falei levantando. - Acha que Luna e Hermione já estão acordadas?
- Devem estar. - Ele levantou. - Eu vou no banheiro, pode ir na frente, se quiser.
- Até... daqui a pouco, então. - Eu disse saindo dali e indo comer. Me sentei com Luna, e ela já começou a falar.
- Bom dia, Harry. - Ela disse sorrindo.
- Bom dia, Luna. - Eu sorri para ela. - Onde está a Hermione?
- Eu não sei. - Ela disse. - Provavelmente no banheiro. E o Rony?
- No banheiro. - Eu respondi. - Viu o Draco por aí?
- Hm... Não. Acho que ele nem acordou ainda. - Ela sorriu comigo.
- Ah, olha o Rony e a Hermione ali. - Eu disse apontando para eles e eles se sentaram com a gente. - Olá, Hermione.
- Olá. - Ela sorriu. - Rony, você esqueceu de pentear o cabelo, né?
- Esqueci. - Ele respondeu pegando comida.
- Seu cabelo tá horrível. - Luna disse rindo. - Como um ninho.
- Harry diz o contrário. - Ele respondeu e eu corei. - Ele me acha... sexy com esse cabelo. - Eu fiquei muito vermelho.
- Rony! - Eu disse envergonhado. - Isso era pra ficar entre nós!
- Desculpa. - Ele riu. - Eu esqueci.
Eu peguei comida junto com os outros e nós começamos a comer, enquanto conversávamos. Rony ficava me encarando com um olhar apaixonado, e toda vez que eu o olhava, eu corava.
- Eu já volto. - Eu disse levantando.
- Onde você vai? - Os três perguntaram ao mesmo tempo.
- No banheiro. - Eu respondi saindo dali e indo pro banheiro. Chegando lá, eu ouvi um choro de dor e melancolia.
Entrei e vi alguém lavando o rosto na pia. Quando a pessoa levantou o rosto e se olhou no espelho, eu vi que era loiro. Por intuição, eu disse:
- Draco?
O loiro se virou assustado e sacou a varinha. Definitivamente, era o Draco. O olhei e vi que sua manga comprida branca estava ensanguentada do cotovelo para baixo.
- Ah, Harry, é você. - Ele disse entre as lágrimas e guardou a varinha.
- Por que está chorando, Draco? - Eu me aproximei dele e segurei sua mão ensanguentada com cuidado.
- Está doendo... - Ele segurou o braço com cuidado.
- O que está doendo? - Eu perguntei confuso.
- Isso... - Ele ergueu a manga da camisa revelando cicatrizes e a palavra "vergonha" escrito com cortes profundos.
- Meu Deus, Draco. - Eu examinei seu braço. - Quem fez isso com você?
- Meu pai... - Ele chorou mais.
- Aquele monstro. - Eu disse raivoso. - Draco, a gente precisa fazer alguma coisa.
- Eu sei, Harry. - Ele disse me abraçando com força, manchando minhas roupas com sangue. - Ele anda me torturando todos os dias com suas maldições e feitiços desse tipo, mas hoje foi a pior de todas as vezes. - Ele sussurrou no meu ouvido.
- E a sua mãe? Ela não faz nada? - Eu perguntei.
- Meu pai tortura ela também, então... - Ele chorou mais ainda e suas lágrimas caíram no meu ombro. - Ela não tem muitas opções.
- Espera, eu vou dar um jeito nisso. - Eu separei o abraço cuidadosamente e peguei a varinha. - Vulnerar Sanentur. - Eu disse apontando para os cortes em seu braço.
- Obrigado, Harry. Você é um anjo. - Draco me agradeceu abaixando a manga da camisa.
- Que isso, só fiz minha obrigação. - Eu sorri. - Você sabe que eu gosto muito de você e sempre vou estar aqui, não sabe?
- Claro que sei. - Ele enxugou as lágrimas e me beijou apaixonadamente, me prensando contra uma das paredes do banheiro. Só nos separou quando faltou ar, e eu retribuí o beijo pouco tempo depois. Depois que nos separamos definitivamente, demos uma risada tímida.
- Você me faz esquecer tudo que eu passo dentro daquele inferno conhecido como Mansão dos Malfoy, Harry. - Draco disse corado.
- Fico feliz que você goste da minha presença. - Eu respondi sorrindo.
- Eu... preciso trocar de camisa. Encontro você daqui a pouco, ok? - Ele disse.
- Tudo bem. - Eu sorri e ele saiu dali, indo trocar a camisa.
Eu fiz o que precisava no banheiro e voltei para onde meus amigos estavam, me sentando com eles.
- Você demorou, Harry. - Rony disse.
- Desculpe, tive alguns imprevistos no caminho. - Eu respondi desviando o olhar.
- Harry... isso é sangue? - Hermione perguntou apontando pra minha camisa com o sangue do Draco.
- Sim, é sangue. - Eu respondi com calma. - Mas não é meu.
- É de quem, então? - Rony perguntou preocupado.
- Eu encontrei uma pessoa machucada, ela me abraçou e sua mão estava cheia de sangue, então minhas costas e algumas outras partes ficaram com sangue, entenderam? - Eu expliquei.
- Ah... - Eles disseram ao mesmo tempo.
Pouco tempo depois, Draco entrou no Salão, agora com uma roupa impecável. Ele passou por mim e me cumprimentou, e eu retribuí. Ele se sentou com os outros Sonserinos, mas nem chegou a abrir a boca pra conversar com eles. Aparentemente, seus colegas Sonserinos desfizeram a amizade quando descobriram que Draco estava se relacionando comigo e com Luna.
- Harry? - Hermione me chamou.
- Ah, Oi. - Eu respondi saindo dos meus devaneios. - Desculpe, estava distraído.
- Nós percebemos. - Luna riu.
- Ah, Luna, preciso falar com você. - Eu disse.
- Sobre o que? - Ela perguntou se levantando junto comigo.
Eu fiz um "D" e um "M" com a mão e ela entendeu o recado. Ela me puxou para um canto, e perguntou:
- O que aconteceu com o Draco?
- Ele foi torturado pelo pai de novo. Encontrei ele chorando no banheiro, o sangue na minha roupa é dele. Curei seus machucados com magia, e ele me agradeceu com um beijo apaixonado. - Eu parei para retomar o ar. - E eu retribuí.
- Ah, isso é horrível! - Ela disse. - Harry, precisamos fazer algo. Lúcio não pode ficar solto por muito mais tempo.
- Luna, eu sei! Mas... eu ainda não sei se o Draco ia querer isso. - Eu disse inseguro.
- É claro que ele ia querer! Harry, o pai dele está torturando as pessoas, isso não pode ficar assim. - Luna respondeu.
- Eu... ainda não sei. Temos que dar tempo ao Draco. E mantê-lo seguro. - Eu disse e Luna assentiu.
- Enfim, quanto ao beijo... - Luna pausou. - Achei que você gostasse do Ron.
- E eu gosto! - Eu disse. - Mas eu não sei o que fazer, entende?
- Entendo, entendo. - Ela riu. - O Draco... precisa de companhia. O passado dele deve ter sido horrível. - Luna disse.
- É, eu sei. - Eu respondi. - Os dois são tão fofos... O Rony é bobo, bem humorado, mas é muito ciumento. O Draco... É o Draco. - Eu ri.
- Suponho que devemos focar no Draco, por enquanto. - Luna disse. - Mas não isole o Rony. Sabe como ele é.
- É, eu sei. - Eu sorri. - Quer voltar para a mesa?
- Com certeza. - Ela disse e nós voltamos a nos sentar com nossos amigos.
Terminamos de comer e ficamos conversando por mais um tempo. Rony me chamou para dar uma volta, e eu aceitei. Passeamos pelos corredores, subimos e descemos escadas e por fim sentamos na grama, lá fora, conversando.
- Reparei no modo que olhava para mim durante o café da manhã. - Eu disse mexendo os pés em sincronia.
- Isso é ruim? - Ele perguntou me encarando e sorrindo.
- Acho que não. - Eu ri. - Mas isso parece efeito de Poções do Amor. Juro que não fiz uma para você. - Ele riu.
- Nunca pensei que fosse me apaixonar por você, Harry. - Ele corou. - Mas parece que aconteceu. Ah, me desculpe por te roubar um beijo ontem. Não sei o que deu em mim.
- Tá tudo bem, Ron. Foi... legal. - Eu ri deitando na grama, junto com ele, e ele entrelaçou seus dedos nos meus.
- Awn, que fofo. - Rony riu e colocou a mão dele no meu peitoral, encostando seu nariz no meu pescoço e o cheirando. - Seu perfume é tão gostoso...
- Isso faz cócegas, Rony. - Eu ri. - Sabe... nunca pensei que você fosse tão romântico.
- Eu sou muito romântico, Harry. - Ele beijou meu pescoço e desceu a mão do meu peitoral, chegando no abdômen. - E posso te levar nas nuvens, se você deixar... - Ele sussurrou no meu ouvido de um modo sedutor e mordeu minha orelha de leve.
- Posso fazer isso com a minha vassoura. - Eu ri junto com ele.
- Idiota. - Ele riu mais. - Você entendeu.
- Entendi. - Eu sorri de canto. - Você tá muito safadinho pro meu gosto, o que deu em você?
- Pra ser sincero, nem eu sei. - Ele não parava de rir.
- Calma, Rony, respira. - Eu ri.
Ele respirou fundo algumas vezes e parou de rir.
- Desculpa, fui um pouco exagerado. - Ele sorriu.
- Como sempre, né? - Eu falei rindo e ele tirou o nariz do meu pescoço, apoiando a cabeça no meu peito.
- Ron, Harry, preciso da ajuda de vocês. - Uma voz masculina disse e Rony se assustou, tirando a cabeça do meu peitoral na hora.
- Ah, oi, Neville. - Rony disse corado.
- Diretora Minerva quer vocês na sala dela. - Eu e Ron nos entreolhamos, um pouco nervosos. - Bom, na verdade ela quer apenas o Harry na sala dela. Rony, preciso da sua ajuda para achar minha varinha, perdi ela em algum lugar. - Neville disse.
- Por que você procurou justo a mim para te ajudar? Não sou bom em achar coisas. - Rony disse coçando a nuca.
- Hermione está lendo livros na Biblioteca, Harry precisa ver a Diretora, e a Luna... Bom, eu não sei onde ela está. - Neville disse. - Só sobrou você.
- Ah, ok, então. - Ron revirou os olhos e saiu com Neville procurar a varinha do mesmo.
Eu saí dali, troquei de camisa e fui para a Sala da Diretora. Bati na porta, esperei uma resposta e entrei.
- Olá, Diretora, a senhora queria me ver? - Eu olhei para uma outra pessoa que estava ali. Era a Luna.
- Ah, sim, Harry. Sente-se, por favor. - Ela disse e eu me sentei na cadeira que restava ali, do lado de Luna.
- Então... qual o motivo dessa reunião? - Eu perguntei.
- Luna me contou sobre Lúcio Malfoy, e eu decidi tomar uma providência. - A Diretora disse.
- Luna, eu te disse pra deixar o Draco pensar! - Eu disse.
- Eu sei, Harry, mas eu não podia deixá-lo sofrer. - Ela disse inocentemente.
- Espere, Sr. Potter, suponho que Draco e você são inimigos. - Minerva disse confusa.
- Não mais, Diretora Minerva. - Luna disse. - Ele se arrependeu do que fez, e agora nós somos amigos. - Luna sorriu.
- Entendo, entendo. Voltando ao assunto principal, o Ministro está ciente, mas ele está muito ocupado. - A Diretora disse. - Espero que entendam.
- Entendemos perfeitamente, mas não podemos deixar Draco sofrer! - Eu protestei.
- Sei disso, Harry, por isso peço que você não o deixe voltar para a Mansão dos Malfoy. - Professora Minerva disse.
- Por quanto tempo? - Eu perguntei.
- 4 dias. É tudo que precisamos. - Ela respondeu.
- E... Como eu irei fazer isso? - Eu perguntei novamente.
- Você dá seu jeito, Potter. - Ela sorriu. - Você sempre dá um jeito, não é?
- É claro. - Eu sorri. - Mas, Diretora, e a Narcisa? - Eu perguntei.
- O que tem ela? Potter, não vá me dizer que ela também está torturando Draco. - Ela disse preocupada.
- Não, não, é o contrário disso. - Eu disse. - Ela TAMBÉM está sendo torturada.
- Não se preocupe, Harry, ela sabe se defender. - Diretora Minerva disse, agora mais tranquila.
- Ah... tudo bem, então. - Eu respondi. - Era só isso?
- Sim, estão liberados. - Ela respondeu.
- Tenha um bom dia. - Eu disse e abri a porta para sair.
- Tenha um bom dia, Diretora. - Luna disse doce e nós saímos juntos.
Andamos por um tempo, passeando pelo Castelo, até que Luna me perguntou:
- Harry, acha que fizemos a coisa certa?
- Fizemos. Agora... só precisamos falar com o Draco. - Eu respondi.
- Acha que ele vai ficar magoado? - Luna me perguntou preocupada.
- Não, não vai. Caso ele fique, posso conversar com ele e convencê-lo de que essa é a coisa certa a se fazer. - Eu respondi.
- Então... Vamos procurar por ele? - Luna perguntou já sabendo a resposta. - Mapa do Maroto?
- Ah, sim, isso vai deixar tudo mais fácil. - Eu peguei o mapa e o observei, procurando pelo nome "Draco Malfoy". Luna o encontrou pouco tempo depois, o loiro estava na biblioteca.
- Na Biblioteca, Harry. - Luna disse me entregando o Mapa e eu o guardei.
Fomos para a Biblioteca e começamos a procurar por Draco. Ele estava sentado numa mesa, concentrado, lendo algo. Fomos até ele, silenciosamente, e nos sentamos, ambos na sua frente.
- Hm... Draco? - Eu disse baixo.
- Ah, olá, Harry e Luna. - Ele fechou o livro que estava lendo com cuidado e o empurrou para o lado. - Desculpe, não vi vocês aí.
- Tudo bem. - Eu sorri. - Draco, precisamos te contar algo.
- Sobre o que? - Ele perguntou.
- Seu pai. - Luna disse. - Olha, isso pode ser um pouco complicado. - Draco fez uma expressão preocupada. - Mas vamos direto ao assunto. Harry?
- Por que eu? - Eu perguntei. - Conta você, foi você que teve a ideia.
- Eu estou ficando preocupado, contem logo! - Draco disse nos encarando.
- Diretora Minerva sabe sobre seu pai e o ele tem feito. - Eu disse baixo e calmo.
- O quê? - Draco perguntou confuso.
- Luna contou a ela. - Eu respondi. - Por favor, não fique bravo com a gente.
- Não, não se preocupem. - Ele respondeu. - Isso tinha passado dos limites, mesmo. Vocês fizeram o que eu tinha medo de fazer.
- Precisamos manter você aqui durante 4 dias. - Eu disse.
- Como assim? - Ele perguntou.
- Você não vai poder voltar para sua casa, Draco. - Luna respondeu.
- Como eu irei ficar aqui? - Draco perguntou. - Literalmente todos os meus colegas Sonserinos tem contato com meu pai. Se souberem que eu estou aqui, irão contar na hora. - Draco disse preocupado.
- E quem disse que eles vão saber que você vai ficar aqui? - Luna disse com um sorriso de canto.
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