História Improvável - Bonkai - Ousada

Kai manteve aquele sorriso que no seu rosto, acompanhado de um silencio constrangedor, por alguns segundos – Que parecera uma eternidade para a garota.

– Então? – ele perguntou ainda com um ar travesso em sua voz – Não se lembra do que fizemos ontem?

– N-Não – Bonnie engoliu seco.

Ela já estava nervosa e o fato de Kai estar usando apenas uma calça de moletom cinza, não estava lhe ajudando a se acalmar.

– Quer saber?

Ele viu os olhos de Bonnie se esbugalharem no mesmo instante.

– Calma, não foi tão ruim quanto você pensa – Ele disse tentando acalmar os nervos da jovem.

– Calma? Como posso me acalmar? – Ela perguntou começando a se irritar com aquele sorriso canalha no rosto de Kai – você abusou de mim!

Ele caiu na gargalhada fazendo Bonnie sentir ainda mais vontade de sumir dali em um passe de mágica. Ela mantinha uma expressão irritada no seu rosto pra não deixar clara toda vergonha que estava sentindo.

– Desculpa – ele disse limpando uma lagrima que ia descendo em seu rosto – Mas se alguém abusou de alguém aqui – Ele olhou pra ela com um olhar acusador, mas não totalmente despido de seu olhar sacana – foi você, que abusou de mim.

Bonnie abriu a boca em formato de “o” e Kai manteve aquela pose intimidadora.

– Se você pelo menos me deixasse explicar o que aconteceu ontem à noite, veria o que fizemos ontem não foi tão ruim assim, pelo contrário – Ele suspirou – Foi ótimo. – Kai fez uma pausa esperando qualquer reação de Bonnie, mas ela não teve nenhuma, então ele sugeriu – Senta. Eu conto o que aconteceu.

Ela olhou para porta e depois pra ele, estava muito tentada a fugir daquele lugar, e o teria feito se os seus sentidos lhe obedecessem. Mas eles estavam sob um estranho domínio, como se estivesse hipnotizada por aquele par de olhos azuis. Sentou no sofá há pelo menos meio metro de distancia dele, deixou os seus sapatos no chão e sua bolsa bem ao seu lado, no estofado.

– Quer uma agua? – Kai perguntou.

Ela fez que sim com a cabeça e ele então foi buscar o copo de agua. Sozinha na sala de estar de Kai, Bonnie teve a oportunidade perfeita para fugir, mas não fugiu. O seu constrangimento diante daquela situação era grande, mas a sua curiosidade estava nivelada a ele.

Kai voltou com o copo de agua dela.

Bonnie tomou o copo de agua devagar e depois olhou pra ele enquanto le entregava o copo vazio de volta.

– Bom – Ele disse sentando frente a ela no mesmo sofá, brincando com o copo de vidro em suas mãos, transportando ele de uma mão para outra – Ontem eu sai com os meus amigos a noites, depois do trabalho...

“E nós resolvemos ir ao Mystic Grill, já que lá é sempre animado nas noites de sexta. Quando nós chegamos, eu não vi você por que àquela altura o bar já estava lotado. Eu e os meus amigos ficamos jogando sinuca, conversando e bebendo, mas eu não bebi muito ontem, por que estava focando no jogo.  Eu estava olhando para a mesa tentando imaginar uma maneira de encaçapar a bola 8 quando você passou atrás de mim se apoiando nas minhas costas pra não cair. Em seguida, quando olhei para o lado, você estava se apoiando na mesa de bilhar e rindo de qualquer coisa que fugia da minha compreensão.

– Tudo bem? – Eu perguntei.

Você me deu um olhar serio e minucioso, acabou me reconhecendo e sorriu de um jeito safado pra mim.

Bonnie corou.

“Eu sorri de volta e você se sentou na mesa de bilhar, me surpreendi quando você me puxou pela camisa e riu da expressão que eu fiz, com o rosto bem próximo ao meu.

– Oi – Você disse em um tom de voz aveludado.

– Oi – Respondi.

– Estou começando a desconfiar que você está me seguindo – Você comentou risonha.

Eu sorri e estava pronto para responder, quando você se aproximou ainda mais e mordeu o meu lábio inferior e o puxou devagar até que ele escapasse de seus dentes.

– Que tal pularmos essas preliminares chatas? – Perguntou encostando a sua testa na minha – Eu quero você – pronunciou provocante contra meus lábios – agora – sussurrou.

Em seguida deitou na mesa de sinuca onde estava sentada e estava prestes a abrir seu jeans ali, na frente de todo mundo, quando eu te impedi segurando seus braços e fazendo você voltar a se sentar.

– Nossa – Você disse  frustrada – Se você não fosse tão gostoso eu já teria desistido.

Kai teve de conter a risada ao ver a feição espantada da morena.

Bonnie ao escutar aquelas coisas, voltou a sentir a mesma vergonha que sentiu quando soube que quando estava chapada, tentou seduzir o irmão mais novo de Elena.

“Então você passou seus braços por trás do meu pescoço e beijou o canto esquerdo da minha boca, depois a minha bochecha e em seguida beijou um pouco abaixo da minha orelha e sussurrou em meu ouvido:

– Na minha cama, ou na sua?

– Não! – Bonnie interrompeu – Eu já posso imaginar como isso termina – Informou massageando a sua testa numa tentativa falha de fazer a dor que sentia parar.

– Mas você precisa ouvir – Ele insistiu.

– É melhor não – Ela disse aflita calçando seus sapatos, se levantando já com a sua bolsa na mão – Eu não quero saber o que aconteceu agora.

E nem nunca – ela pensou.

– Me perdoa por seja lá o que diabos eu fiz com você – Ela pediu sem olhar ele nos olhos.

– Tem certeza de que nem o seu lado jornalista, faminto por informação quer saber? – Ele questionou vendo Bonnie ir em direção à porta da sua casa.

Bonnie tentou resistir, mas  argumento estilo fofoqueiro sensacionalista de Kai, fez a garota voltar a sentar-se em seu sofá pousando sua bolsa em seu colo.

– Eu tentei resistir a você – Kai disse – Por que eu não queria que você pensasse que eu sou um canalha que se aproveita de mulheres bêbadas.

“Porém, quanto mais eu tentava resistir, mais você me provocava. Eu sei que eu errei ao te trazer pra cá, mas você me instigou até que eu cedi as suas vontades.

“Fomos para o meu quarto...

Kai riu ao lembrar.

“Você tirou a minha camisa o mais rápido que pôde, jogou ela no chão e acariciou a minha barriga, olhando atentamente aquela parte despida de meu corpo. Me empurrou, fazendo com que eu caísse sentado em minha cama e sentou no meu colo, beijou meu pescoço uma duas, três... várias vezes e vez por outra você o mordia.

“De repente você parou de me beijar e pousou sua cabeça em meu ombro...

“Você dormiu.

– Então nós não...

– Não transamos – Kai completou – Se não acredita em mim, então precisa se atentar a um fato importante – Bonnie esperou a conclusão dele – Você acordou vestida.

Bonnie sentiu o seu rosto esquentar de vergonha e acabou rindo da situação.

– Mas você me fez pensar que a gente...

– fiz? – ele perguntou sinicamente e acabou rindo - desculpa,  não resisti.

– Eu que tenho que pedir desculpa – Ela disse – Eu ataquei você. E ainda te acusei.

– Isso é verdade, você me ofendeu bastante. O que você acha que eu sou? – Kai fingiu ficar zangado – Um louco que veste alguém, depois de transar?

Bonnie riu.

– Para! – Ela falou tentando parecer irritada – É serio, me perdoa.

Kai fez um breve silencio, entretanto por um tempo suficiente para que Bonnie ficasse em duvida quanto à resposta dele.

– Eu só perdoo, com uma condição – Ele finalmente disse.