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História Impulso - Em fuga


Escrita por: Ixteeer

Notas do Autor


Olha só quem tá aqui! Pois é, já faz duas semanas que estou pensando nessa história e simplesmente resolvi posta-la. É, eu sou maluca, com duas fics em andamento, com o enem já aí, e eu postando mais uma história. Eu sou hiperativa demais, não consegui segurar ç-ç To numa vibe muito "fluffy", eu tinha que começar a escrever algo do gênero ou não teria sossego. Eu já tenho 4 capítulos terminados e vou estar postando assim que der.
Obs¹: Juvia não fala em terceira pessoa.
Obs²: Pretendo fazer a história toda em terceira pessoa.
Obs³: Alguns personagens podem estar diferentes no inicio, mas no decorrer da história, eles irão começar a ter as personalidades que vocês estão acostumados.

Capítulo 1 - Em fuga


 

PARTE UM

Mais que uma mão estendida, mais que um belo sorriso, mais do que a alegria de dividir, mais do que sonhar os mesmos sonhos ou doer as mesmas dores, muito mais do que o silêncio que fala ou da voz que cala, para ouvir, é a amizade. O alimento que nos sacia a alma e nos é ofertado por alguém que crê em nós.

 Desconhecido 

 

 

A enorme mansão situada em Hargeon, Fiore, estava bastante movimentada mesmo sendo apenas 6 horas da manhã. A empregada, Grandeeney, ia até o último quarto do longo corredor cheio de retratos, pela quarta vez.

Bateu na porta e tornou a repetir as mesmas palavras.

_ Senhor Gajeel, sua mãe mandou-me acorda-lo.

O rapaz pôs o travesseiro sobre a cabeça, ignorando o pedido da funcionária. Hoje uma grande reunião aconteceria em sua sala de estar, homens de negócio viriam conhecer Metalicana RedFox, e a mulher queria apresentar seu filho aos demais negociantes. No entanto, Gajeel não estava nem um pouco interessado na reunião, tão pouco em assumir a empresa de sua família. Para o jovem, não importava se seu avô dirigiu o negócio e o passou pra sua mãe, ele não queria assumir responsabilidade nenhuma, e achava tudo aquilo uma grande bobagem.

Gajeel era um homem intenso. Gostava de passar seus dias estudando culinária, indo à praia, a shows de rock e bebendo nos fim de semana em companhias que sua mãe julgava como "um bando de desajuizados".

Grandeeney por fim desistiu de tentar fazer o RedFox mais novo sair de seu quarto. Ela sabia que o moreno já estava acordado, ninguém conseguiria dormir com tanto barulho. Mas faze-lo sair de seu "buraco" era outra história.

Os empregados corriam de um lado a outro, focados em deixar o casarão impecável. O mordomo francês, Ichiya Vandalay, dava broncas rigorosas sempre que via os demais empregados fazendo coisas que desagradaria sua patroa. Como separar as taças de vidro para servir Champagne pros convidados, quando Metalicana gostaria de impressiona-los com sua coleção de cristais.

A morena sai de seu quarto para perguntar se seu relógio já havia voltado da joalheria. Era uma peça de família e ela mandou bordar com rubis, quando se deparou com uma de suas empregadas batendo na porta de seu filho, pela quinta vez.  A mulher fez um movimentando com as mãos, a dispensando, e adentrou o cômodo, já irada. Caminhou até a cortina e as abriu com violência.

_ Gajeel, não me faça te fazer levantar, moleque! _ rosnou a RedFox mais velha. Como se querendo testar a mãe, o moreno virou-se para a parede, a ignorando. Metalicana agarrou suas cobertas e as jogou no meio do quarto _ Vai já se preparar!

_ Me deixa dormir, porra! São seis e meia da manhã de uma segunda-feira! _ retruca indignado com a invasão da mais velha.

Metalicana agora podia vê-lo perfeitamente, sem a coberta e sob a luz do dia. Ao ver que seu filho não tirou os piercings para a ocasião, coisa que no dia anterior garantiu que faria, agarrou seu pescoço e o chacoalhou.

_ Você não tirou isso?! Eu mandei você tirar a meses, Gajeel! Por que você não me ouvi nunca?!

Juvia surgi correndo no cômodo e adentra o quarto as pressas.

_ Senhora! Se acalme, senhora RedFox!

Metalicana larga o pescoço do filho, arruma os curtos cabelos negros rapidamente, e encara sua jovem empregada.

_ Ajude-o a encontrar algo _ pedi, depois um longo suspiro. Juvia assentiu nervosa e Metalicana a deixou com seu filho, sabendo que ele ouvia a garota.

Gajeel largou-se de bruços em sua cama e esmurrou o colchão. Juvia deitou sobre ele e apoiou seu queixo delicadamente no ombro largo.

_ Vamos, melhor providenciar isso logo e ficar livre de uma vez.

_ Livre? _ O homem rosnou, levantando-se e fazendo a azulada tombar do lado _ Que piada.

Juvia sentou-se e pôs a alça de sua camisola rosa no lugar. 

_ Gajeel, sabe que é complicado... só faça logo, lhe poupara de estresse.

O moreno massageia seu pescoço ainda dolorido.

_ O problema é que depois de hoje, nada será como antes. Sabe disso. Sabe que ela quer me apresentar pra esses caras, pra me empurrar pro mundo dos negócios. E eu não quero isso pra mim não _ Gajeel suspira profundamente _ As vezes eu só queria ser uma pessoa normal, sem todas essas coisas desnecessárias e essas heranças idiotas.

Juvia levanta-se, indo até o guarda-roupa e abrindo as portas. Uma pilha de roupa cai as seus pés descalços, e ela se agacha para analisa-las.

_ É, mas querer não é poder.

_ Não começa... _ murmurou pegando seu celular na cabeceira e checando suas mensagens _ Essas suas frases feitas me dão náuseas.

A azulada mostra a língua, fazendo o outro rir. A relação dos dois sempre fora daquela forma, desde que a menina nascera _ ali mesmo, na mansão onde sua mãe já trabalhava grávida. Apesar de Gajeel ser o patrão, era Juvia quem dava as ordens.

_ Desce pra comer algo, eu arrumo suas coisas _ diz depois de achar uma camiseta perfeita pra ocasião.

Gajeel deixa sua cama, maneando a cabeça e caminhando para fora de seu quarto.

_ Valeu, Juvs _ murmurou com os olhos presos no celular, antes de sair do cômodo. Ela apenas sorriu, dobrando as peças de roupa e as pondo de volta no guarda-roupa. Conhecia seu gênio e sua personalidade forte, agradecer era equivalente a um "eu te amo".

 

 - w - 

 

Ás 10 horas da manhã, o barulho estava quatro vezes maior. Gajeel adentrou o quarto da garota, largando-se em sua cama forrada com um cobertor azul. O quarto de Juvia e o de Gajeel eram bastante diferentes um do outro. As paredes eram azul claro, os móveis variavam do branco ao cinza e o guarda-roupa eram bem maior que o do homem. Em vez de retratos, posters e livros de culinária, Juvia tinha medalhas pregadas na parece, troféus em cima dos móveis, e algumas pelúcias na cama em forma de golfinhos ou peixes. Seu sonho era fazer faculdade de biologia marinha.

O som do chuveiro evidenciava que ela estava no banho.

_ Juvia, eu to aqui! _ Gajeel avisa.

_ Tá! _ ela respondeu de dentro do banheiro.

Gajeel arqueou as costas e puxou a pelúcia que o cutucava. Enquanto "brincava" com o peixe de pelúcia, acabou percebendo que o bicho tinha uma fenda nas costas. Ele o abre com cuidado, e pra sua surpresa, um bilhete caiu em seu peito. Gajeel joga o bicho pro lado e abri o papel rapidamente.

 

Minha sereia, mal vejo a hora de finalmente está aí. Penso em você todos os dias, leio nossas mensagens e sinto-me um adolescente de 13 anos que acabou de descobrir o amor. Em breve lhe direi pessoalmente tudo o que sinto e guardo em meu coração.

Lyon Fullbuster

 

Gajeel senta na cama e fica relendo aquilo, incrédulo. Quem é esse?Algum velho pedófilo? Ele verifica as outras pelúcias, mas nenhuma delas tinha mais fendas. Ele levanta os travesseiros e seus olhos encaram a pequena fotografia. O moreno a pega de cenho franzido e analisa.

Era um homem de cabelos platinados, pele clara e um sorriso de canto. Estava em cima de uma moto negra e, apesar de haver neve, ele tinha o peito nu. Gajeel a virou e passou seus dedos sobre a caligrafia elegante.

_ O que você tá fazendo?! _ ele se sobressalto feito uma criança pega no flagra e encara a azulada. Ela estava com seu roupão azul claro, os cabelos úmidos enrolados em uma toalha branca, e as bochechas vermelhas. Talvez de raiva ou constrangimento, provavelmente os dois.

_ Quem é ele? _ pergunta de cenho franzido. Ela aproxima-se rápido e toma a foto de sua mão. _Quantos anos tem?

_ Não vou falar sobre isso _ responde rispidamente, guardando a foto na primeira gaveta do guarda-roupa.

_Juvia, sabe que não vou dedurar você pra sua mãe! _ retruca indignado _ Pode contar pra mim.

 Ela vira-se pra lhe encarar, libertando os cabelos e jogando a toalha úmida em sua face.

_ Eu o conheci há seis meses atrás _ confessa de uma vez _ Ele tem 24 anos, mora no Brasil, e está vindo pra Fiore com a família.

_Tem certeza que esse cara não é furada? _ pergunta, voltando a brincar com um golfinho de pelúcia _ Vai que de repente você acorda em uma banheira, cheia de gelo, e sem os rins _ ela toma o bicho de suas mãos e esmurra seu braço.

_ Cala a boca, Gajeel, o que pensa que sou? _ resmunga _ E cai fora daqui, tenho que me trocar.

Gajeel deixa sua cama e caminha até sua janela, a abrindo.

_ Já é.

_ Espera! Que diabos tá fazendo? 

_ O de sempre _ responde se empoleirando no parapeito e saltando. Ele cai no jardim, sendo amortecido pela grama, e corre furtivamente até onde sua picape está estacionada, tendo consciência de Juvia lhe observando no primeiro andar. Tira as chaves do bolso, adentrando o veículo. Passa pelo porteiro, que abri os portões sem pestanejar, e finalmente senti um gosto de liberdade. Duvido que depois de ontem esse palhaço ouse não abrir essa porcaria. _ pensa consigo mesmo _ Minha mãe pode faze-lo ficar sem emprego, mas eu posso faze-lo ficar sem os dentes.

 

*  *  *

 

O sol escondia-se por trás das nuvens cinzentas, como se brincasse entre elas. A brisa soprava suave e fazia os fios azuis da pequena garota afastarem-se de sua face, ligeiramente corada. O moreno beijou-lhe os lábios enquanto suas mãos passeavam por suas coxas macias. Levy senti o ar lhe faltar e Droy liberta sua boca, descendo os beijos por seu pescoço, e abrindo os primeiros botões de sua blusinha florida. A menina, que sempre foi responsável e até mesmo madura demais pra sua idade, permitiu-se vivenciar seu presente. Sem aflições, questionamentos do tipo "o que farei depois?" ou qualquer outra coisa que ela poderia vir a pensar.

Droy levantou-se, puxando-a pela mão, e ambos correram para dentro da casa. Poderia ser por conta da fina chuva que começou a cair, ou pelo repentino desejo crescendo feito água fervente em ambos.

Quando as costas de Levy encontraram o colchão macio, Droy afastou-se para buscar um preservativo na primeira gaveta de seu criado-mudo.

_ Certeza que não tá fazendo isso por pressão? _ ele pergunta, antes de livrar-se do jeans. Levy assenti, sorrindo um pouco. Droy retribui o sorriso e beija-lhe os lábios, seu carinho pela garota parecia querer explodir aquele momento.

_ Amo você _ sussurrou junto de seus lábios.

_ Também, Lê. _ Droy cola sua testa a da garota _ Pra sempre.

_ Pra sempre _ repetiu convicta, voltando a deitar-se na cama e sorrindo pro seu namorado.

 

- w - 

 

_ Hum... _ a menina murmura, virando-se e desativando seu despertador. Lentamente, senta-se na cama e boceja. Espreguiça-se antes de levantar, caminhando para fora de seu quarto e adentrando o banheiro no final do curto corredor. Esvazia a bexiga, escova os dentes e lava o rosto com água corrente. Enquanto enxuga-se com uma toalha, se encara no espelho sobre a pia, abrindo o pequeno móvel rapidamente e tornando a fecha-lo com um baque. Levy despeja um comprimido azul em sua palma, o levando a boca e o engolindo com água da torneira.  

Ao sair, beija a face de seu pai _ que já esperava por sua vez no corredor _  e segue pra cozinha.

_ Bom dia, flor do dia! _ Levy cumprimenta sua mãe, sorrindo largamente. Natsumi observa sua filha ir de um lado a outro, preparando o café da manhã com o que tinham disponível.

Ren volta do banheiro, adentrando o cômodo e beijando os lábios de sua esposa.

_ Como se senti hoje? _ pergunta ao sentar ao seu lado.

_ Estou bem _ menti.

Levy mexi os ovos na frigideira, desligando o fogo e despejando a comida nos pratos postos a mesa. Em seguida, destampa um panela que repousava no fogão, incluindo um pouco de arroz a refeição, e tornando a tampa-la e coloca-la em seu devido lugar. 

_ Ela tá melhor que ontem _ diz enquanto observa sua mãe. _ Está bem menos exausta.

_  E você, querida, está bem? _ Ren indaga, começando a comer.

_ Claro, claro _ responde rápido. _ Saudável como um cavalo!

Eles comem em silencio, sem problemas com isso. Tanto Levy quanto o pai eram reservados, e a mulher estava exausta demais para puxar assuntos. 

A azulada lava a louça quando terminam. Seu pai prepara-se para ir ao hospital público de Magnólia, onde trabalhava como enfermeiro. Quando Levy volta pro seu quarto, já vestida com um jeans e uma camiseta de banda, ouvi ele conversar com Natsumi enquanto forra sua cama. Vai ficar tudo bem, querida, eu estarei aqui quando acordar. 

O celular toca de repente e Levy o pega sobre o criado-mudo. Ouvi enquanto bate os travesseiros, arregalando os olhos e ficando boquiaberta.

_ Certo! Estarei aí com certeza! 

Ren abri a porta do quarto da filha, lhe fitando ansioso. 

_ E aí? _ indaga quando ela encerra a ligação.

_ Me chamaram pra uma entrevista de emprego! _ anuncia já prendendo os cabelos com uma bandana e procurando sua sapatilha com os olhos. Ergueu o lençol que forrava a cama e as achou, puxando-as para fora e enfiando os pés às pressas. 

_ De que horas? _ Ren pergunta, também nervoso.

_ Às dez. 

Eram exatamente nove horas e trinta minutos.

_ Deus! _ ele arranca as chaves da fechadura e as entrega a Levy. _ Vá, filha. Boa sorte!

_ Obrigada! _ a azulada responde, já correndo e passando a bolsa vermelha com seus documentos pelo pescoço. Abri a porta de casa, pegando a bicicleta no jardim e batendo o pequeno portão. Monta a bicicleta, saindo em disparada pela rua barrenta. Eu vou conseguir! _ dizia pra si mesma, enquanto pedalava freneticamente_ Esse emprego é meu! 

 

 

_ Gajeel, volta já pra cá! _ Juvia berra ao telefone _ Para de ser birrento!

_ Porra nenhuma que volto _ o homem a responde mal-humorado.

_ Sua mãe tá surtando aqui! _ ela argumenta.

_ Ela que se foda. _ murmura entre os dentes, trocando o celular de mão. _ Diga a ela que estou cansado dessa palhaçada. 

Gajeel estava à 80 quilômetros por hora, numa pista de 60. Buzinava sem parar, fazendo os pedestres correrem desorientados. 

_ Volte pra casa agora! _ Juvia retoma a discussão. Gajeel ouvi a voz de sua mãe ao fundo e então ela toma o celular da garota. _ Escute aqui, seu moleque. _ Metalicana rosna do outro lado _ Eu quero você aqui em dez minutos. Estou contando. 

Gajeel ver o sinal amarelo, porém não reduz a velocidade.

_ É? Pois senta, que em pé vai cansar. _ diz com sarcasmo.

O sinal finalmente abre pra Levy, que passa em disparada. Tenho que está lá sem atrasos! Eu vou conseguir dessa vez! 

Mas ela jamais chegou a canto algum. Uma picape irrompeu a pista pela esquerda, acertando sua bicicleta em cheio. 

Gajeel ergueu a cabeça que havia batido contra o volante, vendo o aglomerado de gente. Vê uma bicicleta amassada sobre uma calçada, dois pés descalços atrás das muitas pernas em volta do corpo estendido no asfalto. Seu celular havia escapulido pela janela e jazia no meio da pista, despedaçado. Os pés não se moviam em nenhum momento e o aglomerado parou o trânsito em poucos minutos, causando uma série de buzinadas nervosas. Ao longe, Gajeel ouviu uma sirene aproximando-se.

Ele pisca algumas vezes, parecendo ter finalmente acordado de seu transe. Senti a testa latejar, dando-se conta, ao se olhar no retrovisor, que havia aberto um corte profundo. Algumas mechas de seu cabelo grudaram em suas têmporas,, com o sangue que escorria do ferimento.

Gajeel rapidamente dá ré na picape, virando o volante e acelerando. Vê algumas pessoas gritando e apontando para onde ele foi, lhe xingando por estar fugindo sem sequer prestar socorro. Mas ele continua se afastando do local, como se fugindo de todas as suas responsabilidades. Como se assim, ele fugisse do futuro que não desejava pra si. Mas Gajeel sabia que seus desejos eram vãos.

Suas responsabilidades iriam alcança-lo, queira ele ou não.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



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