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História Impulso - Um estranho no ninho


Escrita por: Ixteeer

Notas do Autor


Bom dia, gentxi! '^' Cá estou eu, novamente com um capítulo ENORME. Acho que devo explicações do por que tão grande. É que a fic será divida em duas partes, e a primeira parte encerra ou no capítulo 14 ou no 15, não passa disso. Então, desculpem, de verdade, se ficar muito cansativo de ler, eu to tentando escrever da forma mais leve possível! Digo antecipadamente que acho que esse foi o capítulo que mais gostei de escrever!
Espero que gostem tanto quanto eu ♡ ♡ ♡

Capítulo 13 - Um estranho no ninho


 

 

Grandeeney abrira o frasco de sabonete líquido, ensaboando a esponja enquanto continuava a refletir sobre o que sua patroa _ e melhor amiga _ lhe dissera.

_ Met, sabe o que acho disso _ diz por fim, esfregando a espoja nas costas nuas da mulher.

Metalicana e Grandeeney era amigas desde o ensino médio. Grandeeney dera tudo o que tinha para sua carreira como médica ser bem-sucedida, porém seus planos foram frustrados, e sua melhor amiga não lhe negara um teto e trabalho, obviamente.

_ Eu sei, eu sei _ a morena bufa _ Tenha paciência, lhe dê tempo. Mas Grandeeney, pelo amor de Deus, ele já tem vinte e cinco anos! Isso não é mais idade pra estar fugindo das responsabilidades! Ele sumiu por cinco dias, cinco dias inteiros, sem nenhuma explicação!

A azulada suspira.

_ E se ele só não quiser isso?

_ Mas ele não tem que querer! _ retruca, virando-se pra encarar a mulher sentada na borda da banheira _ Eu também não queria isso pra mim, ora essa!

_ É, eu me lembro bem _ Grandeeney a vira novamente, voltando a esfregar suas costas _ Mas você não pensa em... dar-lhe livre-arbítrio?

Metalicana inspira profundamente, buscando se acalmar. Sua amiga não tinha culpa de suas frustrações, afinal.

_ Grandeeney, eu não estou em posição de fazer uma coisa dessas. Eu queria, claro que queria, que mãe não desejaria que seu filho seguisse o que lhe apraz? Porém, eu estou numa saia justa, eu só tenho ele! Apenas ele... _ Ela suspira, parecendo exausta _ Se não for ele, quem mais será?

A azulada sorrir de canto.

_ Sabe que Gajeel não é a única opção _ diz cautelosamente.

_ Ora essa, é claro que é! _ discorda impaciente.

_ Bem, ele foi o único que saiu de seu ventre, mas... _ Ela para, deixando a frase no ar.

Metalicana virar-se novamente para encarar a outra, os olhos escuros apertados em tensão.

_ Sabe que não posso, Grandeeney! _ solta um muxoxo _ Isso seria um escândalo, sabe que seria!

_ Escândalo ou não, é uma opção.

_ Opção? Isso é arriscar a empresa dos meus pais! _ desdenha fitando a amiga como se ela tivesse enlouquecido _ Não sabe o quanto a mídia distorce as coisas ao seu bel-prazer!

Grandeeney sorrir, afastando uma mecha do cabelo escuro que estava grudado a bochecha da RedFox.

_ Eu sei, Met, eu sei. Mas ele é seu filho... seu único filho. Pense nele... não repita as atitudes do seu pai.

Metalicana desvia o olhar para o frasco de sabonete líquido, repousado na borda da banheira.

_ Sabe, tudo isso é tão terrível, você aqui, ele lá...

_ Grandeeney... _ Ela murmura, soando como um aviso.

_ Met, devia esclarecer as coisas, de uma vez por todas! _ continua, ignorando o aviso da outra. Sabia que falar sobre aquilo a deixava frágil, como se fosse seu ponto fraco. Porém, Metalicana precisava ouvir aquilo, ela sabia disso _ Por Deus, Gajeel acredita até hoje que nasceu de uma inseminação artificial!

_ Grandeeney!

_ Isso é absurdo, Met!

_ Sabe que tudo que fiz foi pro bem dele, tudo! _ defende-se fervorosamente.

_ Eu sei...

_ Droga, meu pai ia me forçar a aborta-lo se soube-se que engravidei dele, sabe disso! Sabe que ele não pensaria duas vezes, e eu só tinha dezenove e estava assustada demais! _ Ela agarra a borda da banheira, os dedos visivelmente trêmulos.

_ Eu sei, Met, eu  vi tudo isso acontecer com meus próprios olhos... mas... vai mantê-lo no escuro pra sempre? Vai mesmo faze-lo acreditar nesse absurdo? Meu Deus, ele chegou a confessar a Juvia que tinha inveja dela, porque ela tinha um pai! E francamente, até Wendy, que não tinha mais que quatro anos, recorda do quanto aquele homem as maltratava! Met, isso é tão...

Metalicana mergulha na água quase fria, ficando submersa até o pescoço.

_ Não o faça acreditar que nasceu de uma inseminação artificial, droga. Gajeel nasceu de um amor tão puro, é até um pecado o garoto acreditar numa coisa dessas!

_ Não sei se ele me perdoaria se eu contasse hoje _ a RedFox arqueia as sobrancelhas, evitando os olhos azul escuro _ Talvez, quando ainda fosse uma criança com inveja do pai merda da amiga... mas hoje, não. Ele ficara muito parecido com o pai, e não sei se o amo ou o odeio por isso. Se ele apenas puxar-se a mim... se apenas fizer-se o que era preciso... mas não, ele tinha que herdar toda aquela eloquência e sensibilidade do Igneel _ bufa, estapeando a água e molhando o piso do banheiro _ Ah, Grandeeney, ele sorrir igual ao pai, fala, agi, até mesmo olha às vezes como Igneel costumava olhar, com aquele jeito petulante de quem não dá a mínima para as formalidades!

Grandeeney sorrir gostosamente. Conhecia a RedFox muito bem, podia dizer com toda a certeza que ela ainda o amava, e muito.

_ Met, sabe que tem que fazer isso _ retoma a discussão _ Sabe que é o certo. O procure, conte toda a verdade.

_ Procura-lo? _ repeti de forma ácida _ Ah, Grandeeney, depois de tantos anos, acho isso é uma ideia idiota. Ele já se casou...

_ E se divorciou _ a azulada cantarola, levantando-se do piso e indo até a toalha felpuda repousada sobre a pia de mármore.

_ O que quero dizer _ continua, irritada pela interrupção _ É que ele vivera muita coisa sem mim, e eu também.

Grandeeney  joga o longo cabelo azul escuro para trás, bufando enquanto desdobra a toalha.

_ Met, por favor. Sabe que vocês são... _ Ela estreita os olhos, procurando uma palavra certa _ Tórridos...

_ Tórridos? _ repeti, estreitando os olhos e afundando ainda mais em sua banheira _ Grandeeney, você não faz sentido algum.

_ Sim, tórridos! _ reafirma, virando-se e pondo as mãos na cintura _ Viviam afastados pelas circunstâncias, porém isso jamais afetou o sentimento de vocês!

Metalicana empurra a borda da banheira com os pés, pegando impulso e batendo as costas na outra extremidade da banheira. Estava submersa do queixo para baixo, escondendo o próprio rubor.

Como se sua amiga não soubesse.

_ Seu pai não está mais vivo, afinal. O procure, Met, pelo amor de Deus, lhe conte que Gajeel é filho é seu filho!

_ Fale baixo! _ a censura indignada.

_ Por favor, me parti o coração vê-lo acreditar que você fez uma porcaria de inseminação artificial! _ diz entre os dentes _ E Gajeel não mereci permanecer acreditando que é filho de qualquer um!

A RedFox submergi, mergulhando completamente na água _ agora fria.

_ Saia logo daí ou vai se atrasar pra sua reunião _ Ela se aproxima, estendendo a toalha para a morena, porém Metalicana recosta-se na borda da banheira, afastando os curtos cabelos escuros para longe das vistas, continuando daquela forma enquanto sua amiga batuca o pé no piso, impaciente _ Vamos, Met, não seja infantil.

_ Juro por Deus que tudo o eu queria era férias, férias! _ Bufa, desistindo de permanecer no banho e levantando-se com os braços erguidos _ em rendição e para a azulada enrola-la na toalha.

_ Ora, quem sabe, se abrir o jogo, o outro garoto lhe der as sagradas férias que tanto quer. _ diz como se lhe desse uma bronca. _ Porque se depender do gênio adorável do seu filho...

_ Eu sei _ suspira derrotada _ Vou morrer naquela maldita cadeira, lendo aqueles malditos acordos, com um bando de mulheres interesseiras tentando me ganhar pra ter um ponto com o retardado que eu pari. Eu sei, Grandeeney.

Metalicana encara os dedos enrugados pela demora do banho.

_ Então pare de saber das coisas e não fazer nada sobre elas. Seja justa, Met. Você não é o seu pai.

_ Talvez eu faça isso _ diz por fim, torcendo os fios _ Mas agora, tenho que pensar exclusivamente nessa reunião. Se eu não enlouquecer até o final dessa noite, talvez eu pense sobre isso.

Mas as duas sabiam que Metalicana não esperaria até o final da noite. Não havia um só dia que não pensasse em seu passado, em Igneel e no pouco tempo que puderam viver um amor _ na perfeita colocação de Grandeeney _ tórrido.

Seu passado sempre era sua perturbação e seu deleite. Oito e oitenta, o sal em suas feridas e o açúcar de sua vida ácida em demaseio.

_ Ótima escolha _ a azulada a elogia, fechando a tampa do porta-joias.

Metalicana revira os olhos, sorrindo de canto.

_ Ora, por favor. Posso não saber onde diabos meu adorável filho fujão está, mas sei escolher um par de brincos para uma reunião.

Grandeeney suspira, também sorrindo.

_ Com esse seu adorável humor, me faz ter pena da McGarden.

_ Ah, Levy, Levy... _ Metalicana apanha o celular, repousado sobre seu criado-mudo rústico _ como quase tudo em seu quarto _ Vai ser castigada como deve, sua pequena fujona.

 

*  *  *

Precisei sair, reunião de última hora! Tem panquecas de banana na geladeira, esquente no micro-ondas e tente sobreviver enquanto eu estiver fora.

Ps: A Lisanna tá viva, só está bêbada.

 

Ren sorrir, dobrando o papel e o guardando no bolso do jeans.

_ Cuidado com a cabeça! _ Mirajane adverti, observando o noivo carregar sua irmã, evitando de bater a cabeça da garota na maçaneta da porta graças ao seu aviso. _ Céus, não acredito que uma coisa dessas aconteceu... _ Ela esfrega os braços, visivelmente nervosa _ Ela tem andado com a filha do Gildarts, mas eu a conheço, sei que não fizera isso por má influência!

_ Acalme-se, Mira _ Ren dá dois tapinhas em seu ombro, sorrindo  a fim de tranquilizar seu coração de irmã mais velha protetora _ Vá para casa, sim? Durma, amanhã ela poderá se explicar.

Antes que a mulher responda qualquer coisa, seu noivo volta, espreguiçando-se longamente.

_ Onde está Lisanna?! _ indaga entre os dentes, controlando o ímpeto de bater no homem. Era bastante acostumada a resolver as coisas na base da agressão física, porém, estava determinada a mudar seu gênio difícil.

_ Bickslow a levou para nossa casa. _ responde dando de ombros. Revira os olhos ao ver a expressão incrédula de Mirajane _ Não se preocupe, Mira. Confio minha vida a Bicks, ela está bem.

A Strauss queria retrucar, lhe chamar de irresponsável e manda-lo averiguar a situação da irmã. Porém sabia que sua desconfiança era sem fundamentos, Bickslow sempre fora um ótimo rapaz, afinal das contas.

Sua insegurança era pura e simplesmente fruto de sua imaginação superprotetora e zelosa.

_ Tudo bem _ responde por fim, sorrindo pro loiro genuinamente.

Ren tossi discretamente, constrangido com o flerte do casal.

_ Bem, já que é assim, aceitam um café ruim, porém feito com todo o coração desse pobre homem?

Os dois riem, assentindo.

_ Seria ótimo _ o loiro responde, envolvendo a cintura da noiva com um braço e apertando-a junto de si.

 

_ Sabe, Laxus _ Ren diz de repente, enquanto espera a água ferver para desligar o fogo _ Makarov era pequenino, mas o lembra muito, rapaz. Tem a mesma benevolência dele.

_ O velho faz falta... _ o loiro confessa, acariciando o dorso da mão de Mirajane, repousada sobre a mesa da cozinha.

_ Ah, parem! _ a albina reclama _ Makarov não gostaria que lembrássemos dele dessa forma! Aquele velho pervertido se enfiava nas saias das clientes... e não esqueçam da vez que tivera a audácia de subestimar Keiko McGarden!

Eles riem gostosamente, recordando da ocasião.

_ É o que sempre digo, não subestimem minha avozinha. _ Ren diz ainda sem fôlego, desligando o fogo e indo buscar o frasco de café.

_ Faz tempo desde a última vez que a vi... _ Laxus suspira, já recuperado do surto de risos.

_ Pois é, ela está morando com o Daichi em Bosco desde que caíra e torceu o tornozelo _ conta descontraidamente, ainda sorrindo um pouco _ Mas provavelmente eles voltam pra Magnólia ainda esse ano.

Mirajane engasga de surpresa, se recompondo às pressas.

_ Todos eles? _ indaga incrédula.

Os McGarden eram conhecidos por serem uma família grande e barulhenta, com mulheres com ótima genética para parir e homens que tendiam a serem robustos. Ren era o segundo filho de nove, e um dos poucos que herdara o físico da mãe, incluindo os cabelos escuros e o corpo magro. Em sua maioria, os McGarden tinha cabelos azuis e corpos exageradamente grandes, como um time de futebol americano.

_ Não, todos não _ responde distraído _ Shuichi adora morar em Bosco e a única Magnólia que Emi gosta é a de Mississippi.

Eles riem.

_ Ainda assim... _ Laxus retoma a conversa _ É gente demais. Nunca conheci uma família com tanta... predisposição pra coisa.

Ren se constrangi, disfarçando com um sutil tossido superficial. Era sua saída de escape e ele não tinha ideia do quanto aquilo soava engraçado.

Assim como os irmãos, os primos, os pais, avós e, provavelmente, os resto de seus ancestrais, Ren aprovava uma grande quantidade de filhos,  porque, como o resto dos McGarden, acreditava que tinha que garantir o povoado de Fiore _ que tinha dados alarmantes sobre a baixa natalidade há décadas. Todavia, Ren não pudera fazer mais que uma filha por conta da saúde _ que sempre fora frágil _ de sua mulher. Não queria arriscar, amava Natsumi e estaria satisfeito com a única filha que ela pôde trazer ao mundo.

_ Apenas pensamos no futuro _ defende-se por fim, servindo as xícaras de café.

Laxus olha Mirajane pelo canto dos olhos, a mulher estreita as orbes azuis e trinca o maxilar, entendendo perfeitamente a comunicação silenciosa de seu noivo.

_ Sem chances _ diz simplesmente, bebericando seu café e controlando o ímpeto de cuspi a golada que dera. Em vez disso, engole corajosamente _ Dois bebês, no máximo, caso o primeiro sinta-se solitário.

Ren sentar-se na cadeira de frente o casal, chacoalhando a cabeça negativamente enquanto rir baixo.

_ Não faça assim, Mira. Tem uma saúde de ferro, é jovem e em pouco tempo estará oficialmente casada _ Ele suspira, esfregando as mãos sobre o vapor de seu café quente _ Aproveite sua vida pacata e feliz da melhor forma que puder, e nada melhor que filhos para alegra-la na velhice.

 

- w -

 

Levy bocejara, no canto da sala de estar, tão quieta que parecia parte da mobília. Metalicana continuava sentada elegantemente em seu sofá de couro preto, enquanto Sol _ o empregado de voz afetada e cabelos verdes espetados para cima _ prosseguia lendo as folhas do contrato em voz alta, com ajuda de seu monóculo.

No outro sofá, o representante da pequena_ e sortuda _ empresa de óleos essenciais esperava pacientemente, com os olhos baixos. Com aquilo, a marca RedFox incluiria shampoos e cremes para cabelo em seu amplo campo no mercado.

Com outro bocejo, a azulada chegara a conclusão que entendia Gajeel perfeitamente. Só de observar, por algumas horas, o que fazia o dono de uma empresa, desejava jogar a bandeja que tinha em mãos para o alto e fugir, talvez pulando aquela única janela do cômodo que estava aberta.

Estava quase se convencendo que era uma ótima ideia, quando finalmente, graças a Deus, Sol chegara a última linha da última folha do extenso contrato.

_ Muito bem, muito bem _ Metalicana assina o documento rapidamente com sua caneta tinteiro, como se para se livrar logo do pobre homem quieto em seu sofá _ provavelmente pensando sobre o quanto odiava seu chefe por manda-lo oficializar o acordo uma hora daquelas.

_ Deus tenha piedade! _ Sol diz esganiçado, bebendo sua água em grandes goladas _ Fiquei até fanho depois de quarenta minutos, quarenta longos minutos, forçando minha pobre voz! _ Ele larga o corpo de vidro sobre a bancada, empinando o nariz fino _ e exageradamente longo _ , para sair graciosamente logo em seguida _ E com sua licença, vou para casa tomar uma generosa taça de vinho e esquecer essa humilhação.

Levy esticara seus braços, sentindo seus músculos tensionados. Quarenta minutos segurando uma porcaria de bandeja com café que aquele maldito nem fizera questão de bebericar. Bebericar!

_ Doloridos? _ Grandeeney pergunta depois de longos minutos observando-a.

A azulada mais nova suspira, assentindo.

_ Não faz ideia. Parece que fiz cem flexões.

Grandeeney rir anasalado, insistindo em continuar enxugando o escorredor de pratos embora já estivesse perfeitamente seco. Queria apenas permanecer perto de Levy, observa-la, tirar conclusões sobre quem era ela e o que queria.

Era exaustivamente comum mulheres se aproximarem de Gajeel apenas por ele ser um RedFox, sempre querendo um filho por "acidente", fingindo gostar das mesmas coisas que eles e, no final das contas, ganhar um belíssimo pé na bunda.

_ Levy...

Ela fita a mulher, massageando os cotovelos.

_ Sim?

_ Gosta de Gajeel? _ Indaga sem rodeios, recomeçando sua pergunta ao ver a menina corar e arregalar os olhos de surpresa _ Gosta dele, de verdade? Porque conheço aquele garoto desde antes dele sair do ventre da mãe dele, e posso dizer que ele gosta de você, e... _ Ela para por alguns segundos, sorrindo maternal e protetora _ Entende o quanto ele se frustraria se você... tiver interesses diferentes dos dele?

Levy se recompõe rapidamente, forçando um sorriso trêmulo. Achara que apenas Metalicana tinha o dom de lhe amedrontar apenas com um olhar.

_ Gosto dele _ responde baixo, sentindo suas bochechas arderem um pouco com a confissão.

_ Gosta quanto?

Agora, não era um simples corar. Levy sabia que todo seu rosto estava vermelho, um dos motivo de odiar às vezes ser tão branca _ sequer podia esconder seus próprios constrangimentos.

_ Ele é meu melhor amigo... _ olha para o lado _ E algo mais.

Grandeeney esqueci o escorredor de pratos, franzindo a testa com a resposta de Levy.

_ Algo mais? _ repeti num misto de surpresa e inquietação.

_ N-não conte pra ninguém _ pedi, odiando-se por ter falado aquilo tão facilmente _ É um segredo... você vivi com Metalicana desde... sei lá, muito tempo. Entende que eu tenho... dezessete anos e se isso bater em ouvidos errados... _ Ela arfa, sentindo que não estava conseguindo se expressar como queria.

Mas Grandeeney entendeu.

Com um sorriso bem mais suave e gentil, larga o pano de prato sobre a bancada e passa as mãos pelo rosto, suspirando aliviada.

_ Oh, Levy, não sabe o quanto é tranquilizador ouvir isso de você. Estou cansada de ver mulheres tentando usa-lo, como se ele fosse um brinquedo caro e disputado. _ Ela põe as mãos no quadril, o sorriso crescendo em seu rosto de traços delicados _ Algo mais, hein?

_ Não diga nem pra Metalicana! _ pedi suplicante, a garganta seca pelo nervosismo.

_ Nem pra ela _ prometi, balançando-se para frente com as mãos atrás de si, os dedos cruzados fortemente.

Não podia evitar. A mulher era sua melhor amiga, e melhores amigas não tem segredos.

_ Certo _ Levy fica alguns segundos em silencio, apenas tentando não pensar sobre aquilo _ Onde está Juvia e Wendy? _ Indaga para preencher o silencio.

_ Wendy já está dormindo, ou lendo algo.

Grandeeney não faz menção de continuar, então...

_ E Juvia? _ insisti, ficando curiosa.

A mulher de repente lembra do escorredor de pratos, voltando a enxuga-lo, como se estivesse molhado.

_ Ah, quanto a Juvia, foi dormir na casa de uma amiga.

" _ Eu espero que o chocolate que irei fazer fique tão bom quanto esse pudim"

_ Amiga... conheço aquela menina como a palma da minha mão, amiga...

" _ Chocolate? Você vende, ou algo assim?

" _ Na verdade não. Irei dar de presente. Pro meu namorado..."

Levy de repente senti-se culpada, embora tivesse consciência de que não tinha culpa de Juvia está namorado as escondidas, sabe-se lá Deus por qual motivo. Tinha a mesma idade que ela, não era nenhuma criança, era aceitável uma garota de dezessete anos ter um namorado. Certo?

_ Humm... _ murmura da forma mais descontraída que conseguiu, até mesmo ensaiando um bocejo, para reforçar _ Acho que vou pra casa.

Grandeeney responde algo sem sentido, um resmungo sobre mães enganadas e filhos ingratos. Levy achou que era sua deixa, e saíra da cozinha a passos largos.

Passando pelo extenso corredor e pela sala de jantar, a azulada finalmente pôr os pés na sala de estar, encontrando Metalicana sentada no mesmo canto em que estivera por longos quarenta minutos, só que agora estava acompanhada de uma taça cheia de um líquido escuro, e uma garrafa sobre o centro.

_ Ah, aí está você _ Ela se recosta melhor no sofá, descruzando as pernas e tornando a cruzar a oposta _ Acho que me deve explicações, não?

Levy engole seco.

_ Eu... passei mal _ menti, pedindo a Deus para a mulher engolir aquilo.

Metalicana arqueia uma sobrancelha, balançando o vinho dentro da taça suavemente.

_ Sorano disse, abre aspas, ela estava agindo estranho... parecia indisposta, ou simplesmente não queria trabalhar, fecha aspas.

_ Ela me provocou! _ solta antes que pudesse se conter, estressada por seu dia árduo e exaustivo.

_ Provocou? Provocou como?

Levy mordi o lábio inferior, percebendo a enrascada que se meteu. Não podia ser sincera, não podia mentir. Que diabos ia fazer?

_ Ela... ela vivi dizendo que crianças não devem usar batom vermelho, e fica bem claro que se referi a mim! E... e fica falando que garotas de cabelo curto não tem feminilidade alguma, de minha falta de peitos...

_ Ela fala isso na sua cara? _ Indaga, começando a se divertir com a situação. Afinal, achara uma forma de punir a pequena fujona.

_ Não, não na minha cara...

_ E como você sabe dessas coisas?

Ela olha para o lado, corando um pouco.

_ Virgo me conta.

_ Ah, suspeitei desde o princípio _ Ela bebi o conteúdo da taça num gole, tornando a enche-la até metade _ Mas, embora eu acredite que de fato isso possa estar acontecendo, duvido que esse seja o motivo de ter abandonado seu posto. Lembra? Foi a qualidade que escolheu quando lhe pedi uma, pontualidade. Não seria irresponsável sem um motivo digno, não é uma garota fútil, Levy, não tente me convencer disso.

A McGarden senti uma gota de suor escorrer por sua têmpora. Estava num beco sem saída e sentia-se encarando algumas latas de lixo e cogitando se enfiar nelas, para quem sabe se safar.

_ Desculpe... eu só não queria falar sobre isso. É constrangedor... _ Ela começa, fazendo sua melhor cara de cachorro que caiu da mudança _ Sorano acha que tenho algo com Gajeel... acho que está com ciúmes, e disse-me coisas desagradáveis e sem fundamentos. E bem... _ Ela coça a nuca _ Digamos que do lugar de onde eu venho as palavras tem muito valor, e, para não acertar um soco em seu belo rosto, preferi ir arejar a cabeça.

Abaixando a cabeça, como vira Lisanna fazer uma vez para conseguir que sua irmã assinasse uma autorização para um passeio da escola, ela repousa as duas mãos sobre o peito.

_ Desculpe _ repeti, fazendo a RedFox chacoalhar-se com os lábios firmemente unidos, numa falha tentativa de conter a gargalha estridente que ameaçava vir. Os cantos dos olhos ficam úmidos, uma lágrima começando a se fazer.

Ela desisti, e gargalha como há muito não fazia. Levy observa a cena com a testa franzida, sem entender nada.

_ Ah Levy, como posso ser severa com você? É quase impossível não ama-la _ diz entre os uivos.

Levy arfa, corando absurdamente e fazendo a RedFox rir mais alto, chegando num estado que não fazia mais som algum, apenas chacoalhava-se para frente e para trás, algumas lágrimas escorrendo por seu rosto e deixando um rastro úmido até seu queixo.

Grandeeney surgi desnorteada, pondo as mãos nos quadris e fitando a morena longamente com os olhos estreitos.

_ Você está bêbada?

De alguma forma, aquilo apenas intensificou seu estado de riso desenfreado, fazendo Grandeeney suspirar e ir até a mulher, verificando suas pupilas com o polegar e o indicador enquanto ela continuava chacoalhando-se.

Por fim, bufa cansada e irritada, tomando a garrafa que estava sobre o centro e encarando a amiga severamente enquanto pedi:

_ Pode subir, Levy, imagino que esteja precisando dormir.

_ Subir? _ repeti ainda estática com o que vira acontecer com sua patroa, a séria e brilhante Metalicana RedFox.

_ Sim, sim, escolha um dos quartos _ diz com impaciência, batucando o pé no piso como se isso fizesse cessar o frenesi de Metalicana.

_ Grandeeney, eu disse que iria pra casa! _ a lembra, soando assustada.

Talvez estivesse.

_ Disse? _ Ela franzi a testa _ Quando?

_ Antes de sair da cozinha _ responde lentamente, sem mover a mandíbula.

Grandeeney abana uma mão, tomando a taça da RedFox e bufando, no ápice de impaciência.

_ Desculpe, eu não ouvi. São onze horas da noite, você está visivelmente cansada demais para dirigir, então apenas se acomodo em qualquer quarto, sim? Assim que eu terminar de cuidar dela, eu lhe trago uma roupa de dormir.

_ Mas... mas... a escola, eu estudo amanhã! _ argumenta.

_ Não se preocupe, o motorista de Metalicana chega cedo, peço para ir buscar seus matérias, apenas ligue para o seu pai e peça para deixar organizado.

Levy pisca um par de vezes, olhando da azulada a RedFox, que começava a se acalmar, limpando os vestígios de lágrimas.

_ Você trouxe seu celular? Pode ligar daí, se quiser.

Ela encara o telefone branco feito osso, lustrado e pregado na parede.

_ Eu... boa noite _ E com passos apressados, Levy sobe os degraus nervosamente, se perguntando o que diabos estava acontecendo com sua vida.

Nada, absolutamente nada, parecia está sob controle.

Ela para no alto da escada, olhando para os dois lados. Ambos, com corredores longos e cheio de portas, com quartos vazios e, quem sabe, jamais usado. Ela opta por seguir o que conhecia um pouco pelo tempo que ficara "hospedada".

Na primeira porta, havia um enfeite pendurado na maçaneta, uma gatinha branca em miniatura que fez Levy deduzir rapidamente que se tratava do quarto de Wendy.

Na segunda, um peixinho azul. Levy sorrira, tendo certeza que era o de Juvia, levando em consideração seu amor pela biologia.

E, na terceira, ela sabia exatamente de quem era. Passara reto, parando no quarto e virando a maçaneta fria. Ele abrira silenciosamente, e ela tateou pela interruptor, quase caindo para trás de susto.

Gajeel estava deitado na única cama do cômodo, com os cabelos úmidos, evidenciando que tomara banho há pouco.

_ V-você...

Ele sorrir torto, o rosto apoiado na palma.

_ Eu.

_  Como sabia que eu dormiria aqui?! _ pergunta aos sussurros, fechando a porta atrás de si _ Como sabia que eu estava aqui?! Como sabia que eu escolheria esse quarto?!

Ele suspira.

_ Conheço Grandeeny, ninguém consegue abater sua hospitalidade fervorosa. A vi do alto da escada. Conheço você e sei que é uma esquisita compulsiva por ordem, de modo que, você não escolheria o quinto ou o sexto quarto, mas sim esse, porque é o próximo da lista.

Levy sorrir, pondo uma mecha atrás da orelha timidamente.

_ Venha aqui _ Ele senta-se na cama, chamando-a o indicador.

Mesmo constrangida, a azulada caminha até a cama e sentar-se na beirada, extremamente ereta. Gajeel levanta o travesseiro, puxando a bandana laranja que estava sob ele e tornando a coloca-lo no lugar.

Ele leva o adereço ao rosto, inalando-o e sorrindo do rubor da menina.

_ Isso tava com Sorano _ diz irritada e encabulada.

_ Eu sei _ Ele gira a bandana no indicador _ Fui até seu apartamento falar algumas coisas e aproveitei pra pega-la de volta.

Levy arfa.

_ Que diabos você fez?

_ Nada demais _ responde parcamente _ Quando Jellal me disse que tinha que conseguir alguma informação, eu fui até seu apartamento, disse que casaria com ela, que seriamos uma família grande e feliz e que aprenderia a ama-la. Então, eu fui apenas avisa-la que... _ Ele aproxima o rosto, dando um meio sorriso _ Mudei de ideia.

_ Isso soa tão cruel... _ Levy murmura, refletindo por um momento. Por fim, chacoalha a cabeça, apertando os olhos _ Ela matou os próprios pais, tá pouco.

_ Esse é o espírito _ Gajeel continua girando a bandana no indicador, fazendo Levy observar a ação ainda com os olhos apertados.

_ Que vai fazer com isso?

Ele ergue o olhar, aproximando mais seu rosto. Dobrar-se um pouco para estar cara a cara com Levy, vendo suas bochechas ganharem cor em segundos.

_ Talvez eu te amarre à cama com ela.

Levy levanta num pulo.

_ Pra onde você...

_ Banho!

_ Mas você nem tem... _ a porta bate, interrompendo-o _ Roupas.

Então ele sorrir ao absorver a situação, malicioso.

Dentro da suíte, a azulada se apoia na pia de mármore branca como leite, ofegando. Tira o celular do bolso do jeans, fitando sua imagem sem fôlego e corada enquanto esperava seu pai atender o telefone. Porém, para imediatamente, lembrando que ele estava de plantão.

Decidi deixar uma mensagem.

_ Pai... _ começa, engolindo seco enquanto tenta se acalmar _ A reunião acabou de encerrar, e está muito tarde, então... eu estou viva, okay? Assim que chegar, preciso que vá até meu quarto e ache meu fardamento e minha bolsa, tudo bem? Pode fazer isso? _ Ela bufa, percebendo que falava sozinha _ Espero que sim. Te amo, boa noite.

O banho demorara, não porque Levy gostava de como seu corpo nu ficava luxurioso na água morna e transparente da banheira elegante, mas sim porque estava irrequieta com o que tinha atrás daquela porta. Uma situação que não tinha controle algum, que fazia-lhe cativa de suas próprias emoções e lhe reduzia a uma adolescente apaixonada _ o que de fato era.

Enrolada na toalha felpuda cor de vinho, ela ouvira quando a porta do quarto fora aberta, aguçando os ouvidos para escutar com clareza.

Inesperadamente, a voz de Grandeeney soa do outro lado da porta do banheiro.

_ Levy? Estou deixando algumas coisas aqui, okay? Boa noite.

Ela espera ouvir a porta bater novamente para virar a maçaneta e apanhar o embrulhinho, tornando a se trancar rapidamente. Escova os dentes, lava o rosto com a água fria da torneira, vesti o pijama amarelo e desproporcionalmente grande e bate nas próprias bochechas, obrigando-se a se acalmar.

Não era nada demais, era apenas Gajeel, nada que não conseguisse lidar.

Lentamente, ela abri uma brecha, vendo as pernas longas do homem estendidas sobre a cama. Sai com um beiço formado, preparando-se para o que viria a seguir.

Gajeel a olhou dos pés a cabeça, deitado na mesma posição que Levy o achara.

_ Fica quieto _ grunhi antes que ele solte qualquer provocação, sentando-se amuada na beira da cama.

_ Eu só ia lhe dizer que fica bem de amarelo _ fala gentilmente, segurando seu queixo e erguendo-se para beijar os lábios cheios e atraentes.

Sentar-se, cruzando as pernas e apertando sua cintura fina, aprofundando o beijo enquanto a senti envolver seu pescoço com os braços, puxando-o para mais perto.

_ Como ela não te viu? _ pergunta se afastando o suficiente para encara-lo.

_ A velha tática de se esconder debaixo da cama.

Levy chacoalha a cabeça, sorrindo divertida.

_ Seria interessante se você espirrasse.

Gajeel sorrir largamente, um tipo de coisa muito difícil de acontecer. Parecia ter lembrado de algo de repente, ou finalmente ter entendido uma piada.

_ O que foi? _ questiona desconfiada.

_ Quer saber como celebrei minha formatura?

Levy deixa o pescoço do homem sutilmente, levando uma mão ao queixo e fingindo pensar.

_ Deixe-me ver. Saiu com sua belíssima namorada peituda e cabeça oca e alguns amigos, ficaram chapados, depredaram algum estabelecimento e acordou na casa de alguém que não conhecia, e, inexplicavelmente, esse alguém estava abraçado com você quando acordou, sem as calças.

O moreno inclina a cabeça para trás, franzindo um pouco a testa.

_ Quase. Eu nunca tinha usado nenhuma droga ilícita, mas sei lá, era a formatura, eu queria que fosse memorável. Então eu aceitei o ecstasy que meus amigos me ofereceram, saímos berrando por essas ruas, loucos de pedra, bebemos uísque e licor, e depois disso, tudo o que me recordo é de invadimos um restaurante mexicano, eu recordo de ver uma placas na vitrine com promoção de burritos. No outro dia, havia mesmo alguém que eu não lembro o momento que se juntou a nós, um cara, e estava dormindo sem as calças com minha namorada.

A azulada refleti por um momento. A forma que Gajeel contava não dava a entender que era uma lembrança dolorosa, então perguntou, cedendo a sua curiosidade:

_ Foi algo... ruim?

_ Tá brincando? Aquele foi um dos melhores dias da minha vida! _ Ele olha para o lado, sorrindo nostálgico.

_ Então, o que você fez?

_ Eu? Bem, eu mijei num barril de molho barbecue, bebi os dois dedos de licor que um de meus amigos dormira abraçado com a garrafa e sair pelos fundos, pulando o muro baixo e preparando-me para ouvir os sermões de minha mãe sobre os perigos do ecstasy, como se ela não tivesse usado na adolescência dela. Então, o que não tinha como melhorar, melhorou. Quando estava alcançando a esquina, ouvir um senhor gritar ofensas em mexicano, e ao me virar, vir meus amigos correndo desnorteados, o cara desconhecido com as calças nos tornozelos e minha ex-namorada cobrindo os seios com as mãos. Foi realmente memorável.

_ Você não ficou mal mesmo? _ Levy repeti a pergunta, incrédula que alguém fosse tão desapegado daquele jeito. Ainda mais Gajeel, ela poderia jurar que o homem os acordaria aos socos.

_ Não _ Ele dá de ombros _ Além do mais, uma semana depois eu transei com a melhor amiga dela, que era bem mais bonita e não cheirava a cigarro. Eu até pediria essa em namoro, mas ela namorava outro cara, e transou comigo pra se vingar de uma traição.

Aproximando o rosto num suspense teatral, Gajeel arqueara os piercings que substituíam suas sobrancelhas.

_ Ele era o tal estranho no ninho.

Levy pisca um par de vezes.

_ Então no final das contas, todo mundo comeu todo mundo?

_ É isso aí. Moral da história: usem ecstasy e fiquem bêbados.

_ Excelente ideia _ diz em tom carregado de ironia. _ Maaaas, prefiro comemorar minha formatura sentada no chão da sala, comendo pizza com refrigerante e ouvindo papai falar sobre o baixo índice de natalidade no país, enquanto uma propaganda para incentivar mulheres a serem mães passa na tevê.

_ Que triste _ Gajeel rir.

_ Na verdade, não, pois papai não me deixa comer pizza pra não subir meu colesterol, porém, é minha formatura, tem que ser memorável.

_ Você não come pizza?

_ Não.

_ Você quase não tem prazer algum _ Ele observa incomodado.

Por algum motivo, ela cora.

_ Não é verdade... _ discorda indignada.

_ Não?

_ Eu tenho uma excelente habilidade de aprender coisas novas, o que facilita que eu aprenda uma nova língua rapidamente.

_ Isso é uma qualidade _ Ele retruca _ Qual prazer você tem na vida, petit?

Levy aperta os lábios, virando a face para o lado oposto ao do homem.

_ Nenhum. Eu viro noites estudando, não posso comer coisas calóricas e gostosas, não tenho amigos para sair e ficar "doida de pedra" e nem um namorado popular e disputado na escola. Satisfeito?

O moreno inclina a cabeça para o lado.

_ Você já teve um namorado?

Ela é pega de surpresa, rapidamente se constrangendo.

_ Tive.

_Quantos?

_ Um.

_ Um? _ Ele franzi a testa _ E não era o bonitão da escola, não é?

_ Não. Era um gordinho zoado que as meninas não queriam nem em sonhos.

_ E por que namorou justamente o gordinho zoado?

_ Porque eu o amava... _ cora um pouco mais, abaixando a cabeça rápido pra disfarçar.

Levy sentia-se cutucando uma ferida. Era verdade o que dizia, e ainda doía desenterrar aquilo.

_ Por acaso, acho que sei quem é _ diz, recordando de um rapaz mais enfurecido que os demais alunos no hospital público, há tantos meses atrás.

_ Sabe? _ Ela lhe olha sem muita segurança no que ele disse.

_ Quando fui até o hospital pra consertar o que eu fiz, seus colegas estavam lá... e havia um gordinho se controlando pra não me acertar um soco.

Levy não responde nada, apenas observa um ponto imaginário enquanto tenta imaginar a cena.

_ Ele ainda gosta de você _ não era bem uma pergunta _ Por que terminaram? Você mesma disse que o amava.

_ Em algum momento... _ Ela ergue a cabeça, vendo Gajeel lhe observando atentamente _ As coisas mudaram dentro de mim. De repente eu não o via da mesma forma e foi questão de tempo pras coisas desandarem de uma vez.

Eles ficam em silencio por longos minutos, apenas se encarando, até que de repente Levy sentiu necessidade de mudar o foco da conversa.

_ Me disse que ia me contar a história das luvas _ diz despreocupadamente.

Gajeel encara as mãos, sorrindo um pouco.

_ Ah, você lembra disso. Bem, eu costumava ser... problemático.

_ Nem suspeitei.

_ Quer ficar quieta? _ resmunga irritado com a interrupção _ , como ia dizendo, eu costumava ser problemático, tinha uma banda, vivia bêbado e meu gênio era muito, muito pior. Quando eu tinha quatorze, entrei numa gangue. Nós não fazíamos nada demais, apenas pichávamos paredes e depredávamos estabelecimentos que tivessem símbolos de outras gangues. Mas, aos dezesseis, isso mudou. Percebi que éramos um bando de idiotas quando me vi brigando num beco, por razão nenhuma, apenas por gostar da sensação de socar alguém. Bem, alguns hábitos nunca nos deixam _ Ele ergue uma mão, puxando a luva para baixo _ Usava isso pra socar melhor.

Levy pisca um par de vezes.

_ Meu Deus, você é mais idiota do que imaginei. _ Ela deitar-se na cama, virando de costa para o homem _ Se não se importa, preciso dormir.

_ Tudo bem _ Ele responde depois de uma bocejo, acomodando-se ao seu lado. Ela virar-se parcialmente, lhe fitando por cima do ombro.

_ Não vai pro seu quarto?

Ele fica em silencio por um tempo, encarando seu perfil delicado.

_ Quer que eu vá?

Levy virar-se de frente pro RedFox, bufando irritada.

_ E se os empregados te verem aqui amanhã?

_ É simples. Tranque a porta.

A azulada encara a porta do quarto, depois novamente o moreno ao seu lado. Senti-se nervosa, a ideia de ficar trancada num quarto _ e dormir na mesma cama _ com o homem lhe instigava de uma forma constrangedora.

Com um suspiro alto, ela deixa a cama e vai trancar a porta, virando a chave na fechadura e desligando o interruptor. Refaz o caminho, batendo  o joelho na quina e deitando-se enquanto resmunga baixo. Gajeel acendi o abajur sobre o criado-mudo, encarando Levy por alguns segundos. Tira o cobertor que trouxera _ guardado em baixo da cama _ , desdobrando-o e enrolando-se. Depois, puxa o que estava dobrado sobre o travesseiro da garota, o entregando em silencio.

_ Por que dois cobertores? _ indaga confusa, as sobrancelhas franzidas.

_ Precauções _ responde simplesmente, fazendo-a corar um pouco sob a luz amarelada do abajur.

Antes que ele deixar-se tudo num breu novamente, Levy agarrou seu braço, impedindo-o que desligasse o abajur. Quando ele ia lhe perguntar qual era o problema, ela baixou o olhar por alguns segundos, tornando a encara-lo com os olhos estreitos.

_ Pelo amor de Deus, tire essas malditas luvas!

Gajeel inclina a cabeça para trás, obedecendo rapidamente.

_ Satisfeita?

_ Obrigada _ retruca, deitando com o peito para cima, os olhos fixos no teto mal iluminado.

Então ele desliga o abajur, deitando-se de costas para Levy, bocejando longamente. Levy bufa, virando-se para ele e envolvendo sua cintura com um braço, acomodando-se junto de suas costas largas. Ele sorrir, fechando as pálpebras cansadas, alisando o dorso de sua mão. 

Estava quase mergulhado num sonho irrequieto em que ouvia um lamento feminino quando sentiu a mão de Levy mover-se devagar, passando por seu abdômen, demorando-se ali, parecendo sentir os músculos timidamente. A princípio, achou que estava delirando, apenas sonolento demais, todavia, Levy descera mais, apalpando sua virilha sem muita força, apenas curiosa.

Gajeel abri os olhos imediatamente, parando de respirar por cinco segundos agoniantes.

_ Levy... _ sussurrou no escuro, soando suplicante.

Não queria apressar as coisas, mas não conseguiria rejeitar alguma caricia vinda dela. Era exigir demais de seu autocontrole físico.

Em vez de desistir de instiga-lo e ir dormir, Levy abaixou o cós da calça, tocando o membro ereto e sentindo um estranho prazer em perceber que o deixara duro com tão pouco. Toca sua glande úmida com o polegar, arfando baixinho nas costas largas do homem.

_ Levy, o que está fazendo? _ junta forças para perguntar.

Ela se esgueira para beijar seu pescoço, sussurrando em ouvido:

_ Buscando um prazer na minha vida.

Gajeel desisti. Levy o ganhara, ponto final. Poderia rejeitar qualquer mulher, mas não aquela em específico. Poderia ter perfeito autocontrole sobre seu corpo com qualquer outra, mas não com Levy, não com suas mãos pequenas e ansiosas querendo apalpa-lo intimamente.

A azulada sorrir no escuro, beijando seus lábios por um momento e em seguida se metendo em baixo do cobertor do homem.

O RedFox soltara um arfado abafado ao sentir os lábios macios lhe acariciar, lambendo e beijando toda a extensão de seu membro, até que, num movimento abrupto e terrivelmente prazeroso, abocanhara a glande, usando a língua de forma circular.

Ele leva as mãos até seu cobertor, o abaixando até encontrar os cabelos macios. Os prendi para trás, empurrando sua cabeça contra seu quadril e controlando seus movimentos. Levy não se importou, gostava da sensação de seus dedos em seu couro cabeludo, de como Gajeel estava se deliciando e como seus gemidos contidos e roucos faziam sua intimidade latejar, pedindo por atenção.

Como se soubesse disso, Gajeel larga o cabelo da garota, acariciando sua nuca e escovando os fios com os dedos. Rápido e quase sem ruído algum, a puxa para abaixo de seu corpo, agarrando a barra da camisa e a erguendo, tateando seu corpo até encontrar o seios aveludados. Lambe a protuberância, massageando o outro seio e sentindo seu respectivo mamilo roçar em sua palma.

Levy acariciava seus ombros largos, as mãos indo e vindo, apertando-o, desejando sentir sua pele sem o tecido da camisa.

Então, ela realmente sentiu que algo escorregava por entre suas pernas, mordendo o lábio enquanto ele sugava seus mamilos um após outro, deixando-o arrepiado sempre que se afastava e a saliva secava. Num puxão, abaixou as calças da garota, agarrando suas coxas desejáveis e lambendo a intimidade molhada, percorrendo toda a extensão com a língua até achar seu pequeno ponto sensível, lambendo e sugando prazerosamente.

Levy mordia sua mão, beliscando um mamilo com a livre. Abria cada vez mais as pernas pro homem, erguendo seu quadril de encontro a sua boca, começando a rebolar inconscientemente. Gajeel agarra suas nádegas, apertando-as com vigor, controlando o vasto desejo de diferir um tapa na pele macia e carnuda. Ele a sentiu perder as estribeiras progressivamente, arranhando-se sem medir a intensidade de seu ato e gemendo entre os dedos da mão que cobria os lábios. Penetra um dedo entre as fendas sensíveis, sentindo-o escorregar para dentro e para fora facilmente.

Inesperadamente, senti as mãos de Levy acharem seu membro duro e instigado, o masturbando rápido demais, causando-lhe espasmos deliciosos.

Ele sentira a intimidade agradavelmente morna tornar-se mais úmida, podendo ouvir o movimento de seu dedo, incluindo mais o indicador e acelerando as fricções ruidosas.

Levy deixa escapar um gritinho abafado e alucinado, suas pernas ficando terrivelmente trêmulas.

Gajeel ejacula sobre seu cobertor, tendo o cuidado de afastar Levy para longe da sujeira.

Eles ficam em silencio por longos minutos, apenas ouvindo a respiração um do outro e sorrindo no escuro. Gajeel se esgueira até o criado-mudo, ligando o abajur e encarando a figura extasiada de Levy, esparramada com as calças nos joelhos, os curtos cabelos azuis espalhados pelo lençol branco. Aperta os mamilos róseos entre os dedos, observando-os enrijecer em segundos, pro seu deleite. Desci os olhos pelo ventre feminino, fitando a intimidade descoberta e chegando a conclusão que era mais sensato desviar os olhos dali, ou iria recuperar-se rapidamente e seu membro imploraria para penetra-la.

Não que não fosse uma ideia que não lhe agradar-se, pelo contrário, era terrivelmente deleitante apenas imaginar a sensação de ter seu membro apertado por suas paredes internas, engolindo-o com sua umidade aprazível. Porém, tinha certeza absoluta de que não conseguiria conter os gemidos, muito menos Levy. Além de que a garota poderia se arrepender depois, achar que deram um passo grande demais antes da hora, ou culpa-lo de alguma forma. Gajeel não queria que um ato tão extasiante terminasse de forma negativa, de forma alguma.

Teria Levy, se ela assim decidisse, porém não ali, não naquela noite, naquele quarto que mal podiam expressar o quanto gostavam das caricias recebidas. Um gemido mais estridente e a pobre Wendy acordaria desnorteada, se encolhendo em sua cama e tapando os ouvidos assustada.

Para o bem de uma menina de dez anos, sua irmã imprevisível e sua mãe assustadoramente puritana quando o assunto era suas duas adoráveis filhas, Gajeel obrigou-se a acalmar os nervos, cuidando de enrolar seu cobertor numa bola e o largar aos pés da cama, se recompondo enquanto observava Levy subir as calças, visivelmente exausta.

_ Você tá bem, não é? _ pergunta lentamente.

_ Sim _ responde em meio a um bocejo, acomodando-se confortavelmente em sua coberta intacta.

_ E o coração?

Ela sorrir. Um sorriso que fizera todos os seus dentes surgirem, pequenos e adoravelmente desproporcionais para seus lábios cheios.

_ Supimpa.

Gajeel soube, aquele exato momento, que Levy jamais seria como as outras mulheres com quem tivera algum caso. Sempre quisera alguém que mexer-se com seus sentimentos ao ponto de inspira-lo a compor uma música, que lhe fizesse pensar em acordar no outro dia e ver sua figura adormecida, sem desejar ir embora.

E essa pessoa era Levy.

Sempre fora Levy.

Desde o momento que a viu sentada naquela cama de hospital, com uma faixa em volta da cabeça, lhe provocando em vez de acusa-lo por justíssima causa, Gajeel sentira, em algum lugar de sua mente, que ali estava: sua pequena musa inspiradora. Depois de procura-la tanto, e se frustrar e desistir, ele finalmente a achara, no meio de um bairro simples, cheia de receios e sonhos esquecidos, precisando de um impulso para recordar deles, lembrar que um dia sonhara, que tem um coração e não é errado sentir.

_ Petit.

Ela o encara, sorrindo de canto com o quanto gostava de ouvi-lo pronunciar aquela palavra piegas _ como ela mesmo categorizou desde o primeiro momento que o homem fizera menção de apelida-la daquela forma.

_ Estou ouvindo.

_ Eu estou pensando... sobre o que falou. Sobre sonhos.

Levy franzi as sobrancelhas, surpresa com o assunto repentino.

_ Continue.

_ Qual o seu sonho, Levy?

_ Conseguir uma bolsa na Sydney e ser uma reconhecida escritora de infantojuvenis. 

_ Sydney?

_ Sim.

_ Por que na Austrália se pode conseguir aqui em Fiore?

Ela aperta os lábios, irrequieta, visivelmente desconfortável.

_ Não que as faculdades daqui não sejam boas... mas saindo de Sydney eu tenho mais chances no mercado. É bastante reconhecida, e as pessoas costumam priorizar os formados no exterior. O que quero dizer é que pra alguém num campo como esse, escorregadio e cheio de incertezas de sucesso, você tem que tentar da melhor forma, mesmo que isso signifique sair de seu país.

Gajeel assenti, de repente fascinado.

_ É um belo sonho, não devia abrir mão disso tão facilmente _ Ele suspira _ Eu sei, eu sei, tem todo o lance dos seus pais, mas Levy, você não tem boas condições financeiras e mesmo assim fala quatro línguas! E sua vida é ler, e estudar, e ler, e estudar mais um pouco, e tudo isso pra seguir uma carreira que não quer, apenas pra viver uma vida que não deseja pra si! E quando tiver com, sei lá, quarenta anos, vai estar frustrada e sentindo que deveria ter tomado outras escolhas, você não vai se sentir feliz e, caralho, você só tem uma vida e não está a vivendo como quer! Tá vivendo pros outros, e eu entendo que você ama seus pais e deseja vê-los bem, mas Levy, é a sua vida!

A azulada arfa, tonta com tantas verdades expostas. Ela sabia de tudo aquilo, é claro que sabia, mas evitava pensar sobre, porque pensar sobre a vida que queria ter lhe fazia sofrer mais, e ela não queria sofrer desnecessariamente.

_ Você não entendi _ guincha quase assustada _ São meus pais, Deus, como é que vão conseguir sair daquela enrascada? A casa é alugada, tem contas chegando todo mês, e dívidas e mais dívidas de remédios!

_ Eu dou a casa _ diz de repente, interrompendo o ataque de nervos da azulada.

_ Como é?

_ Se o problema é a casa, eu dou uma casa.

Levy pisca um par de vezes, de repente ficando estupefata.

_ Você dá o quê? Gajeel é uma casa, não é um chaveiro, é uma porcaria de uma casa!

O homem pareci se divertir com a indignação da McGarden.

_ Dou uma casa _ repeti lentamente, como alguém tentando negociar com uma criança birrenta _ E você vai pra Sydney.

_ Isso é... isso é... _ murmura arfando _ Gajeel, é uma casa!

_ Não seja tão complicada, petit, aceite minha ajuda.

_ Ninguém pode me ajudar _ Ela virar-se bruscamente, subindo o cobertor até o queixo e afundando no colchão macio.

Gajeel aproximar-se cautelosamente, apertando-a contra si e abaixando o cobertor para beijar seu pescoço.

_ Não é verdade, sabe que não é. Você não quer aceitar ajuda, é diferente.

Ela virar-se um pouco, fitando-o por cima do ombro.

_ Desculpe ser infantil, eu não estou acostumada com alguém tentando resolver meus problemas.

O moreno beija seus lábios demoradamente, afastando-se sério.

_ Ao menos prometa que vai pensar.

Quase um minuto depois, Levy abaixa os cobertores até o ventre, erguendo o mindinho e sorrindo um pouco.

_ Prometo.

_ Boa menina _ Gajeel desliga o abajur, suspirando cansado. Boceja, sentindo que não tardaria para enfim dormir.

_ Boa noite, Gaj _ sussurrou ela.

_ Boa noite, petit _ responde beijando sua testa ternamente, para em seguida ceder a exaustão que tensionava seus músculos.

 

*  *  *

 

_ Se eu soubesse... _ o homem resfolega, tentando prosseguir _ Se eu soubesse que era tão boa assim, teria largado o maldito TCC e qualquer porcaria da faculdade.

Juvia sorrir, tão arfante quanto.

_ Estou tão feliz que tudo acabou _ Ela suspira pesarosamente _ Eu cheguei a pensar que estava me evitando.

_ TCCs, a culpa da desgraça do mundo é deles _ defende-se com ar de riso, afastando o longo cabelo azul para um lado do ombro e beijando a pele úmida. _ Como eu poderia estar evitando minha sereia?

Sorriem, beijando-se fervorosamente até que um estalo alto os sobressalta. Ao longe, um vulto corria já distante demais para ser alcançado sob a sombra das árvores, carregando consigo as mudas de roupas que estavam junto da toalha de piquenique e os chocolates feitos pela azulada.

Levantando-se num salto, ela arqueja com os olhos fortemente apertados, os punhos cerrados tão tensamente que a ponta de seus dedos brancos estavam quase roxos com a falta de circulação sanguínea.

_ Como diabos eles nos seguiu?! _ Lyon vocifera, também levantando da grama e encarando a namorada, que tinha a face paralisada em uma careta enfurecida.

Juvia pisca um par de vezes, inspirando e expirando profundamente. O vento frio da noite começava a lhe incomodar, arrepiando os pelos de seus braços e fazendo-a tremer suavemente.

Ali, naquele exato momento, enquanto ouvia seu namorado resmungar sobre a infantilidade do irmão, Juvia não teve o menor resquício de dúvida.

Declarara ódio eterno a Gray Fullbuster.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Notas Finais


E finalmente chegamos as notas finais '^' e aí? O que acharam das informações reveladas? E dessa proposta do Gajeel? Será que a Levy vai aceitar a ajuda? Quero saber o que estão achando ;----; Até o próximo ♡ ♡ ♡


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