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História Impulso - Ultimato


Escrita por: Ixteeer

Notas do Autor


Bom dia!!! Finalmente consegui vir ;w; perdoem o atraso, realmente não tive como postar dia 25 e até pensei em deixar pra postar dia 31, mas sei lá, minha família ainda está por aqui, vai que não consigo postar dia 31 neh ;w; Eu estou meia incerta sobre como vocês vão reagir, mas bora lá neh QWQ perdoam, mais uma vez, se tiver alguém se cansando com esses capítulos longos. A partir do próximo, voltamos as programações normais
Preparem os lenços, o copo de água com açúcar para acalmar os nervos e boa leitura! <333

Capítulo 16 - Ultimato


Fanfic / Fanfiction Impulso - Ultimato

 

_ D-desculpe _ Ela diz quando o homem já havia virado a esquina. _ Eu sou tão i-i-idiota.

Gajeel queria concordar com ela, lhe dizer que fora muito arrogante e que ele havia lhe avisado, mas engoliu esse desejo infantil. A imagem de Levy se debatendo em sua cama completamente fora de órbita passou por sua mente, fazendo-o aperta-la ainda mais com o braço que a envolvia.

_ Se acalme, Levy, só respire _ diz esfregando a mão em suas costas, aguçando os ouvidos para ouvir com clareza a respiração da garota. Estava descompassada, ruidosa, porque Levy estava respirando pela boca de forma muito desesperada, como se não tivesse ar suficiente. _ Levy?

A garota não responde, de repente caindo debilmente no vão entre os dois bancos da frente. Gajeel estaciona de qualquer forma, sem se importar com uma possível multa caso estivesse infringindo alguma lei.

_ Certo, retirar qualquer coisa que estiver apertando _ repeti as instruções de Grandeeney. Tenta retirar uma pulseira, perdendo a paciência e a arrancando bruscamente, as bolinhas quicando no piso do carro. O fato de Levy está o encarando o acalmava um pouco, ainda estava consciente, só não conseguia falar. _ Respira, bem fundo _ diz tocando seu rosto com as duas mãos. A observa tentar obedecer, mas visivelmente estava difícil pra Levy respirar pelas narinas. _ De novo, continua _ Ele destrava as janelas, fazendo o vidro fumê descer completamente. Um lufada de ar invadi o carro, movendo os fios soltos de Gajeel. Ela fecha os olhos de repente, e isso o faz acreditar que pudesse estar começando a convulsionar, mas então ela os abre novamente e recomeça as tentativas.

Quando a respiração de Levy tornou-se silenciosa e ela apenas entreabria os lábios para expirar muito baixo, Gajeel soube que já estava mais calma, a erguendo sem muito delicadeza e a apertando em seu peito.

_ Estou bem _ consegui dizer, afasto-o para encara-lo _ Desculpe, Gaj...

_ Esqueça isso _ murmura sentando no banco do motorista e ligando o motor do carro.

Ela o encara, apertando os lábios tensamente.

_ Está irritado comigo?

_ Não _ responde secamente _ Só que essa merda me assusta.

Muito lentamente, Levy põe as pernas sobre o banco, arrastando-se para junto dele.

_ A pressão ainda tá alta? _ pergunta encarando-a.

Ela desvia o olhar para o para-brisa, negando com a cabeça. Seus pulsos ainda estavam um pouco dormentes e seu coração ainda não batia num ritmo regular, mas ela achou melhor guardar isso pra si, o pior já havia passado, afinal.

Com cautela, envolveu o tórax de Gajeel com os braços, como se temendo uma rejeição. Mas ao sentir ele lhe apertar com o braço livre, suspirou e relaxou junto de seu corpo, observando a estrada passar voando pela janela. Não ousou olhar para os ponteiros, tudo estava tranquilo e aconchegante demais para uma nova discussão.

Durante toda a tarde, Levy teve a sensação de que Gajeel estava tentando agrada-la de muitas formas.

Haviam ido comer num café requintado de Hargeon _ mesmo que ela tivesse protestado. Depois, ele a levou a um lugar suspeito, e Levy saiu do estabelecimento com uma pulseira de prata em volta do pulso, as bochechas infladas e coradas. Quando novamente entraram na picape, ela ficara cutucando a adereço, como se ele irritasse sua pele.

_ Está gastando muito dinheiro comigo _ murmura constrangida, observando pingente de coração metálico.

Gajeel sorrir torto, parecendo muito animado.

_ Ah, pare com isso, baixinha. É apenas o seu presentinho.

Levy estava imaginando vários locais que ele estaria levando-a, mas ao contrário do que achou, ele apenas estacionou na orla da praia, e não em frente um restaurante absurdamente caro para comerem comida com gosto de vômito.

_ Gajeel, você já imaginou se fotografam você assim? _ indaga nervosamente enquanto o homem se desfaz do jeans escuro, ficando apenas com sua boxer cinza.

Ele não responde. Aproxima-se da água do mar, mergulhando e sumindo de vista.

_ Dane-se _ Levy diz ao arrancar o vestido do corpo, deixando-o junto das roupas do homem e correndo para juntar-se a ele de lingerie, mergulhando na água fria e nadando freneticamente por conta da temperatura.

Ela guinchou ao sentir algo em suas canelas, mas era apenas Gajeel.

_ Você me mordeu! _ o acusa lutando para ele larga-la. Por fim desisti, percebendo como era boa a sensação de estar suspensa em seus braços, e o quanto ele realmente era forte.

Dedilha os músculos do homem, subindo até seu bíceps e beijando-o veementemente, de repente o frio desaparecendo. Sentiu as mãos de Gajeel deslizarem até suas nádegas, apalpando-as por baixo do tecido da calcinha.

Com um lampejo de consciência, Gajeel a afasta e sobe as mãos para sua cintura, mantendo-as ali firmemente. Ela o questiona com um olhar confuso, então ele engole seco.

_ Bebês, Levy, bebês!

Ela fez bico, porém sabia que ele estava certo. Para alguém que era completamente irresponsável, Gajeel havia amadurecido muito, e ela se surpreendeu por estar lamentando isso.

Tratou de cruzar as pernas um pouco mais acima de onde estava, evitando o membro que estava a cutucando, e volta a beija-lo mais calmamente, sentindo-o acariciar suas costas. Assim também é bom, concluiu, ainda temos tempo pra fazer isso adequadamente.

De volta à picape, Levy já não parecia ter tido momentos angustiantes mais cedo, o que era a intenção de Gajeel. Continuava mexendo em sua pulseira, mas agora sorria um pouco, os cabelos úmidos totalmente voltados para trás. Gajeel podia ver perfeitamente sua cicatriz naquele penteado, e Levy fora tirada de seu devaneio quando ele beijou sua têmpora, fazendo-a corar surpresa.

_ Para onde estamos indo? _ pergunta enquanto puxa uma mecha do cabelo azul para cobrir a cicatriz.

_ Pra minha casa _ responde calmamente, ignorando a careta que ela fizera. _ Está tudo bem, sua mãe sabe lidar com seu pai.

_ Sabe mesmo _ admite _ Mas ele ainda deve estar em apuros...

Gajeel a encara.

_ Quer ir pra casa?

Ela grunhi, virando-se para a janela.

_ Foi o que pensei.

Um chuva fininha começou a cair, engrossando no momento em que Gajeel estacionava no jardim de sua residência.

Gajeel sequer percebeu o Volvo branco do outro lado do jardim, distraído observando a chuva bater em seu para-brisa.

Distração essa que ele se arrependeria pouco tempo depois.

 

40 minutos antes

 

_ Céus, vai cair uma chuva daquelas! _ Margaret afirma, nem bem tendo deixado o carro.

Seu marido a encara enquanto retirava as bagagens da mala.

_ Já está reclamando, mulher?

Ela torci o nariz, indignada.

_ De onde diabo tirou essa ideia de que reclamo de tudo?! Eu não estou reclamando, ora essa!

Jessie passa por ela, os fones de ouvidos lhe incapacitando de ouvir qualquer coisa além de sua música.

_ Garota, quer abaixar esse volume?! _ vocifera fulminando as costas da filha mais velha _ Depois que ficar mouca não diga que não avisei!

Edmund revira os olhos, fechando a porta da mala e caminhando em direção ao hall da casa, arrastando as bagagens consigo. A esposa o observa se afastar, virando-se e batendo no vidro do Volvo sem paciência alguma.

_ Vamos, Eva! O que está esperando?

A garota suspira, saindo do carro com muito cuidado. Sua mãe a observa completamente desgostosa, acompanhando-a para dentro da casa de sua prima. Nem bem entraram e Eva fora surpreendida por uma Juvia afobada, que a abraçou sem notar o animal que a garota tinha no colo e em seguida afastou-se, finalmente notando.

_ Wow! _ exclama encarando o filhote de Husky Siberiano aninhado na manta rosa, fazendo um carinho em suas orelhas.

Margaret não disfarçava o desafeto que tinha pela azulada, lhe encarando e franzindo o nariz, como se a garota cheirasse muito mal.

_ Seu cabelo está tão bonito... _ comenta ainda distraída com o animal, sorrindo para Eva. No último ano, o longo cabelo de Eva estava na altura dos cotovelos, e agora, alcançavam sua cintura.

_ Obrigada! _ também sorrir animada, apertando o braço da azulada por um momento muito breve, pois Margaret cerrou os olhos e agarrou a mão da filha antes que Juvia a puxasse para a cozinha para conversarem.

Jamais engoliu aquela amizade. Eva merecia mais que a companhia daquela desmiolada.

_ Onde está sua patroa? _ indaga na pura intenção de lembra-la seu lugar.

A azulada arria os ombros, o sorriso deixando seu rosto tão rápido quanto veio. Mas, para o alívio de Juvia, ela não precisou responder.

Metalicana descia os degraus da longa escada, tão impenetrável e esguia quanto sua prima recordava-se.

_ Margaret _ a cumprimenta numa falsa comoção, sentindo seu estômago revirando com a visita mais que inesperada. Sua prima vinha apenas no mês de dezembro, poucos dias antes das datas comemorativas. Era uma surpresa _ muita desagradável, por sinal _ a encontrar em sua sala de estar tão precocemente.

A mulher sorriu daquela forma estupidamente narcisista que a RedFox conhecia muito bem.

_ Edmund _ Ela aperta a mão do homem, como sempre, mais forte do que seria necessário. Era a força do hábito, uma das coisas que adquirira convivendo com muitos homens. _ Jessie _ a loira a olha brevemente, sorrindo minimamente e voltando sua atenção pro celular. _ E Eva. _ essa tentou acenar, quase derrubando o filhote que tinha no colo. _ O que trazem vocês aqui?

Edmund olha a esposa de soslaio.

_ Margaret achou que talvez... _ Ele tossi, ficando inquieto de repente _ Talvez estivesse precisando da... família.

Metalicana arqueia uma sobrancelha, encarando sua prima.

_ E por que acha isso?

Margaret bufa.

_ Ora, vimos as noticias! _ retruca cruzando os braços. _ Toda a Fiore viu! Foi um ano deveras complicado para você, imagino, com o filho que tem.

Um silêncio se instala no cômodo, pesado e desconfortável. Todos encaravam um ponto diferente e muitas vezes imaginário, até que Jessie falou de repente, parecendo muito irritada:

_ Mamãe, estou com fome. _ Ela encara Juvia de forma sugestiva.

A verdade é que não estava nenhum pouco, mas tinha uma rixa antiga com a azulada, e simplesmente adorava submete-la a humilhações desnecessárias.

Margaret a fita, arqueando as sobrancelhas até que ela girou nos calcanhares e afastou-se, inspirando profundamente para não começar a chorar em frente a todos. Tinha um descontrole emocional terrível, e muitas vezes odiava-se por isso.

_ Francamente, Met, não deveria trata-la como se fosse da família _ comenta indignada, arrumando os fios que bagunçaram ao sair de dentro do carro.

Metalicana apenas a fitou, tão exausta com o comportamento de sua prima que não falara nada.

Infelizmente, aquele pensamento era comum em Crocus e, sobretudo, em Hargeon, consequência da quantidade de famílias ilustres que moravam por ali há séculos. Ela, Metalicana, era a pioneira, a estranha, a louca. Seu comportamento era visto como um absurdo, ela recordava muito bem de seus tempos de escola, sendo vista com Grandeeney em muitas ocasiões, sendo questionada do porque considera-la uma amiga, sendo ela uma garota sem sobrenome valorizado.

A azulada volta da cozinha com uma bandeja, Gray vinha ao seu lado, trazendo uma jarra de suco de pêssego. Eles colocam tudo sobre o centro, em frente o sofá em que Jessie estava sentada, e se afastam ao mesmo tempo, ficando quietos num canto da sala.

_ Oh... _ Margaret deixa escapar um som de surpresa. _ É Gray Fullbuster? Então as noticias são verídicas?

_ Sim, sim, os pais deles são velhos amigos meus, como você bem sabe. _ Metalicana atalha _ Uma tentativa de o pôr na linha.

Margaret fitava o garoto de forma ambiciosa, vários pensamentos envolvendo um altar e sua filha caçula passando por sua mente. Mas, antes que pudesse falar como reprovava o casal Fullbuster por humilhar o filho daquela maneira, a porta fora abruptamente aberta, tirando-a de seus devaneios.

Eles riam, complemente descontraídos e relaxados. Ao ver aqueles pares de olhos os encarando, sobretudo, o castanho escuro e inflado de Margaret, plantou os pés firmemente no chão, assumindo uma posição altiva e prepotente; a máscara que poucos viam além.

A pequena azulada estava parcialmente oculta pelo grande porte físico de Gajeel. Estava nervosa com aquelas pessoas, não esperava achar aquela gente ali, olhando-a como alguém olharia um bicho exótico.

_ Gajeeru! _ Eva apoia o filhote num braço, abraçando o homem da forma mais apertada que conseguiu. Ao fazer isso, a manta rosa debateu-se, um som esquisito soando de forma abafada. Gajeel puxou o pano muito rápido, por um segundo achando ser um bebê, mas ao ver o Husky Siberiano de pelagem branca e felpuda, encarou Eva como se fosse lhe dá um cascudo.

Bufa, irritado.

_ Não me assuste assim, caramba.

_ Gajeeru, achou que eu tinha tido um bebê? _ indaga alarmada, rindo da mente fértil do homem.

Então ela percebeu. Finalmente percebeu uma garota agarrada ao braço do RedFox, apertando-o com os dedos trêmulos. Os outros presentes na sala já a haviam notado desde que Gajeel chegara.

_ Quem é essa? _ Jessie indaga, uma expressão não muito convidativa em sua face. Não que sentisse ciúmes de Gajeel, só era uma facada no seu ego o homem a negar veementemente _ ela, uma mulher excepcional _ e aceitar aquela azuladinha _ uma garota completamente comum e sem pedigree.

_ Me chamo Levy _ a azulada se pronuncia antes que Gajeel a respondesse, mudando sua posição rapidamente. Larga o braço do moreno, cruzando os seus próprios para desfaça a tremedeira.

Agora, sem estar parcialmente oculta, Margaret a via com clareza, arfando enquanto a analisava minuciosamente.

Levy era incontestavelmente bonita, mas não o suficiente. Os cabelos azuis _ naquele tom mais escandaloso que os de Grandeeney e suas duas filhas _ eram revoltos e curtos, o nariz fino e pequeno, o formato do rosto era de aparência delicada, e o corpo era magro e franzino. Tudo parecia miúdo e sem graça.

Bonita, mas muito mixuruca para Gajeel. Ele era um RedFox, merecia muito mais que aquele bibelô.

_ De onde ela é? _ pergunta, mesmo tendo certeza que de Hargeon, com toda aquela sua falta de classe e senso de moda, é que não era mesmo.

_ Bosco _ novamente, Levy responde no lugar de Gajeel, vendo a mulher arquear as sobrancelhas e fitar sua prima como se ela tivesse dito uma idiotice sem tamanho. _ Mas moro atualmente em Oshibana.

_ Oshibana... _ repeti com tanto desdém que Levy trincou o maxilar, sentindo-se provocada. Mais que isso, humilhada. _ Tudo bem aceitar empregados que venham... desses lugares, mas francamente, Oshibana, Metalicana? _ A RedFox permaneci em silencio, observando Juvia, que parecia bem perto de uma de uma crise de choro. _ Como você consegue deixar seu filho perto... dessa suburbana?

_ Mãe... _ Eva murmura, assustada com sua falta de ética.

_ Por que você nos trata assim? _ Juvia se enfia na conversa, a voz trêmula _ Só porque nasceu em condições melhores, não significa que seja melhor.

Margaret sorrir, fitando-a impiedosa.

_ Quem de nós está servindo os outros?

As mãos da garota estavam trêmulas, ela odiava aquela mulher do fundo do seu coração.

Jessie deu uma risadinha maldosa, dando sua primeira garfada na fatia de pudim que a azulada trouxera. Então, pegando-a de surpresa de tal forma que ela até mesmo esqueceu-se da situação patética que estava inserida, Juvia sentiu sua mão ser envolvida por uma maior, e a tremedeira diminuiu quase de imediato.

A atitude não passou despercebida por Margaret, que se horrorizou.

Num movimento impensado e impulsivo, Levy foi até o centro, apanhou a jarra que estava sobre o móvel e arremessou o suco de pêssego na mulher.

_ Você é detestável, me surpreende que alguém tenha tido a coragem de casar com você _ E correu, simplesmente abriu a porta da casa e correu para fora sem olhar para trás.

_ Ei! _ Gajeel a alcançou, agarrando seu braço e a virando _ Ei...

Ela o permitiu a aperta contra o peito, acariciando suas costas e beijando sua testa de forma terna.

_ Eu sei, isso é um pé no saco. Agora imagine passar todo natal com isso.

Levy grunhi, se afastando para encara-lo.

_ Melhor eu ir embora.

_ Não _ Ele acaricia sua bochecha, controlando-se para não beija-la ali mesmo, no hall da casa. _ Vai ficar trancada no meu quarto, ela nem vai te ver _ promete.

_ Isso é um sequestro? _ arqueia uma sobrancelha.

_ Se você considera dormir na casa do seu namorado um sequestro, sim, é.

Levy foi pega de surpresa. Durante o tempo em que ficara em pé, observando Juvia arrumar o quarto de Gajeel enquanto o xingava de vários palavrões, aquela pequena palavra continuava martelando em sua cabeça, como um comercial chato de tevê que sua mente faz questão de ficar relembrando de 5 em 5 minutos.

_ Inferno! _ Juvia encara o homem, limpando o suor da testa _ O caralho que vou arrumar essa porcaria da próxima vez! _ e sai pisando duro, Gray indo logo atrás, como um cão de guarda.

_ Ah, o amor fraternal _ Ele cantarola, fechando a porta e virando-se para encarar Levy.

_ Eu sou sua namorada? _ indaga com as sobrancelhas juntas.

Ele pisca, uma expressão provocativa começando a surgir em seu rosto.

_ Bem... _ se aproxima lentamente _ Eu gosto de você, você gosta de mim, nós damos uns amassos escondidos do seu pai e eu te levo em casa porque me preocupo que aquela sua lata velha faleça numa rua deserta e você seja vítima de um serial killer. Então sim, acho que isso faz de nós namorados.

Levy ignora a ofensa ao seu fusca azul, abraçando o tórax do homem e escorando o queixo em seu peito para encara-lo.

_ Meu Deus, como chegamos a isso?

Ele cruza as mãos ao redor de sua cintura, trazendo-a para mais perto de seu corpo.

_ Se te assusta, pode continuar chamando isso de amizade.

Ela rir, negando com a cabeça e roçando o queixo no tecido macio da camisa de Gajeel.

_ Eu não desejo meus amigos como desejo você _ fica na ponta dos pés, os olhares fixos o tempo todo _ Chame isso de qualquer coisa, menos de amizade.

Quando os lábios iam se encontrar, misturando-se daquela maneira que fazia uma simples faísca crescer para um fogo descomunal, batidinhas na porta os fizeram se separar, frustrados.

_ Gajeel-Kun! _ Wendy irrompe o quarto, afobada. Ainda vestia o uniforme escolar, o filhote de Eva estava em seu colo, e Carla cercava-a, arisca. _ Você já viu a lobinha?

_ Já _ responde secamente. Ela gira nos calcanhares, saindo correndo para mostrar a cadela para o resto dos empregados.

Eva estava um pouco atrás da garota, tentando, inutilmente, não encarar Levy por muito tempo. Até ano passado, seu primo ainda estava firme em sua convicção. Nada de mulheres em minha casa. Em meu quarto? Nem em pensamentos. Minha relação com elas é dessa porta para fora. E agora aquilo? Eva não era louca, aquilo não era um pequena mulher enfiada em seu quarto?

_ Você deve ser a Eva _ Levy supõe, sorrindo um pouco.

Eva aproximar-se mais, relaxando.

_ Desculpe minha mãe _ murmura envergonhada. _ Ela tem ideias estranhas...

A azulada percebeu que os olhos de Eva não eram perolados, como achou em primeiro momento, mas sim de um azul extremamente claro, quase cristalino. O cabelo era negro e longo, como o de Gajeel, mas a pele era bem clara e rosada em muitos pontos _ como a do loiro que ficara omisso durante todo o diálogo degradante de Margaret, provavelmente o seu pai.

_ E sua irmã também? _ pergunta sem conseguir se conter.

Eva suspira, mas rir baixinho.

_ Suponho que sim. Irá casar em fevereiro, e ela o viu apenas duas vezes.

Gajeel fica agitado de repente.

_ Jessie vai se casar ano que vem?

_ Sim, não viu o anel em seu dedo? _ indaga assombrada _ É um enorme Ruby!

_ Você ainda brinca de casa na árvore, não é?

Ela faz um careta, entendendo o que ele queria dizer com aquilo.

_ Eu não vou me casar ano que vem, Gajeeru.

_ Nem no próximo?

_ Espero que não.

Levy os observava atentamente, rindo internamente do modo que Gajeel demonstrava sua preocupação.

_ Sinto que nasci para ser uma solteirona _ continua, em tom de brincadeira _ Acho que vou chegar aos trinta e não estarei casada. Isso se, claro, minha mãe não surtar e me vender para um indiano rico empacotada numa caixa com furinhos.

_ Suas tentativas de humor são fascinantes _ Gajeel diz, cheio de sarcasmo.

_ Isso porque puxei o primo aqui _ Ela lhe acotovela _ Hihihi.

12 de novembro de 2017

 

A animação era palpável. Havia cartazes de bandas calouras pelos corredores, cartazes de universidades famosas e o clichê "você pode tudo se acredita de verdade. Creia nos seus sonhos!". Levy estava olhando um desses, mas os pensamentos estavam bem longe das tentativas toscas de incentivo estampadas naquele cartaz idiota.

Ela relembrava sua noite interior.

Gajeel havia adentrado seu quarto pela janela _ como vinha fazendo com bastante frequência as ultimas semanas _ e ela acabara indo dormir exausta e satisfeita. Esse pensamento a fez corar, e, rapidamente, como se temendo que algum telepata estivesse por perto, virou-se e encostou-se na parede do corredor, um sorriso de canto brincando em seus lábios.

Ela ver Yukino passar junto de suas inseparáveis amigas, a blusa esticada sobre a barriga saliente. Sting olhava algo em seu armário, e Levy o viu fecha-lo abruptamente e se afastar às pressas ao perceber que a garota parara pra conversar com Minerva e Kagura ao seu lado _ seja por coincidência ou não.

O loiro andara estranho as últimas três semanas, como se de repente tivesse dado-se conta que Yukino estava grávida e ele havia transado com ela sem meio algum de evitar uma gestação. Levy queria correr atrás dele e bater em sua cabeça, como Rogue vivia fazendo.

Ah, Rogue.

Rogue garantira a vitória da Fairy Tail no último jogo, episódio esse que acabou numa festinha de comemoração no ginásio do colégio, e Kagura o agarrou depois de beber três Margarita. Foi um horror, até o presente momento eles desviavam o olhar rapidamente quando se encontravam pelos corredores _ como acabava de acontecer aquele exato momento.

_ Vai se inscrever? _ Natsu indagou aproximando-se acompanhado de Rogue e Jet.

Levy pisca, olhando para o lado e vendo uma caixa transparente cheia de inscrições para "rei e rainha do baile".

_ Não. Eu não tenho chances com a Lucy.

Ah, Lucy.

Lucy sumiu por semanas depois de Levy ser agredida por seu namorado, fazendo seus colegas acreditarem que talvez havia sido transferida para outra escola, mas, ela então surgiu, com os cabelos cortados, sem os adereços que era tão acostumada a usar e até um pouco máscula. A partir daí, seguiu-se uma série de acontecimentos estranhos e constrangedores _ ao menos para Levy.

Houve a vez que a McGarden a flagrara a observando, mas não daquele modo provocativo de sempre.

Teve a outra vez em que Levy adentrara um boxe, e havia os dizeres "devia subir um pouco mais a saia. Tem pernas bonitas" , escrito com um piloto vermelho na parte descascada da porta, e Levy não sabia como, mas tinha certeza que fora Lucy, e isso lhe assustou um pouco, imaginando se ela estaria tornando-se uma stalker.

No final de setembro, Lucy já havia melhorado de seu visível estado de confusão mental, voltando a se vestir com saias e a pentear o cabelo de lado, como costumava fazer. Ainda observava Levy quando achava que ela estava distraída demais, e a azulada tinha a sensação de que a qualquer momento ela viria falar com ela.

Mas ela nunca vinha.

Também continuava namorando Loki, e Levy se perguntava o porquê. O que a levava a continuar com ele? Todos sabiam que ele a traía com a melhor amiga dela _ havia até boatos de que ele estava querendo terminar o relacionamento para ficar apenas com Karen, mas Lucy teria implorado para ele não deixa-la.

Por quê?

Levy chacoalha a cabeça, afastando aqueles questionamentos sem respostas.

_ Nem vem, Lê _ Jet abre o caderno que estava debaixo do braço, arrancando um pedaço de uma folha e pegando a caneta que Rogue mantinha junto da orelha. Antes que rabiscasse o papel, Levy o tomou de suas mãos, encarando os três garotos seriamente.

_ Me dá isso aqui, tua letra é horrorosa. _ murmura irritada _ Não vou participar dessa porcaria.

Os três a encaram, surpresos com a reação.

Jet ergui as mãos em redenção, dramaticamente ressentido.

_ Não precisava disso, tá? _ funga. _ Magoou.

Ela bate nele com sua bolsa, rindo da cena. Por fim suspira e se recompõe, preparando-se psicologicamente para o que faria logo após o almoço.

- w -

_ Ai, mãe! _ Levy gemeu de dor ao sentir aquele alfinete lhe furar novamente.

Natsumi bufa, encarando a filha impaciente.

_ Fique quieta. Todo esse sofrimento valerá a pena. _ garanti voltando a marcar as medidas da menina. _ Emagreceu de novo, mas creio que apenas um ajuste na cintura será mais que suficiente.

 

05 de dezembro de 2017

 

Como já esperado, Levy havia sido aprovada com excelentes notas. Apesar de seu pai ainda se manter quieto e pouco falar com ela desde que Droy contara sobre seu relacionamento com Gajeel, o homem a acompanhou até o baile de formatura com um braço enganchado ao dela, fingindo-se de turrão _ quando na verdade estava derretido por dentro.

Lá estava ela, em sua formatura! Quando foi que o tempo começou a passar tão rápido?

Tímida e querendo fugir dali o quanto antes, Levy adentrou o ginásio onde ocorreria o baile, seus amigos berrando como um bando de desvairados, o que aumentou seu desejo de fugir. Mas ela se manteve firme, não tropeçou, caminhou tranquilamente e ignorou a algazarra que alguns veteranos faziam por qualquer motivo idiota.

_ Eu quero ir embora _ grunhiu junto do pai, olhando em volta com um visível desespero. Levy detestava multidões, detestava aquele barulho de gargalhadas alheias e garotos bêbados fazendo piadas que apenas eles riem.

_ Nem pensar, azul _ Natsumi cruza os braços, determinada _ Vamos ficar até às 8 horas, okay?

Com um suspiro pesaroso, Levy aceitou sua sentença.

Durante as duas primeiras horas _ que ficara ouvindo as bandas que o diretor Jude Heartfilia contratara para animar seus alunos e tentando se esquivar de garrafas que a ameaçavam de um banho gelado de cerveja _ , Levy suspirava e suspirava, deixando claro como não estava confortável com a situação. A roupa que sua mãe escolhera para ela ao menos era de seu agrado _ justiça seja feita.  Levy tinha certeza de que se fosse obrigada a vir num salto 15, com os cabelos duros de gel e com algum vestido que parecia ter sido feito para uma princesa da Disney, ela fugiria sem olhar para trás.

Durante esse meio tempo houve também o resultado de quem seria o "rei e rainha do baile" e, para sua surpresa, Lucy sequer se inscrevera, e quem ganhara foi Kagura e Rogue, que subiram no palco sob assobios e algazarra.

Então ela ouviu. Ouviu aquela voz inconfundível e única por perto.

_ Ainda não entendi o porquê desse panaca estar aqui _ retrucava.

Juvia revirou os olhos com impaciência, fitando Gajeel como se ele fosse um débil mental.

_ Ora essa, já falei que ele é o meu cachorro!

O RedFox encarou Gray, esperando uma enxurrada de xingamentos, mas ele não esboçou reação, parecendo bem conformado com aquilo.

_ Que imbecil. _ rir torto _ Já que é assim, por que não vai me arruma uma bebida? Te dou um biscoito de bom garoto. Gihihi.

Gray trinca o maxilar, prestes a aconselha-lo a calar a boca, mas não foi necessário.

_ Nem pensar, cabeça de titica! _ Juvia se apressa a dizer, parecendo não ter percebido que Gajeel queria apenas provoca-lo. Ela alisa o colar que o homem não tirava nunca, empinando o nariz de forma esnobe _ Ele é meu. _ e antes que Gajeel tocasse sua testa para ver se ela estava bem, ele notou Levy o observando, não muito longe.

_ Oi... _ Ela diz, sorrindo antes que pudesse se conter.

Ren, que ainda mantinha seu braço enganchado ao da filha, o apertou, como se para impedi-la de dar um passo a frente. Ele vê por cima do ombro de Gajeel que Juvia olhava naquela direção com interesse, enquanto Gray apenas olhava tudo em volta, desconfortável.

_ Senhor McGarden _ Ren o encarou de olhos cerrados na mesma hora, fazendo Gajeel pensar com cuidado nas palavras que usaria. Resolve ser formal, ignorando a sensação de que estava parecendo um idiota completo _ Peço sua permissão para levar sua filha para um passeio.

Os olhos castanhos-escuro do homem, que já estavam apertados, apertou-se mais um pouco, se é que isso era possível.

_ Permissão negada. _ responde friamente.

_ Ren! _ Natsumi se intrometi. Tudo, desde o inicio, era apenas para Levy ter experiências. Essa foi a intenção de Natsumi: fazer a filha ter experiências, seja boas ou não, de forma que não importava se um garoto bêbado derrubaria cerveja em Levy, ou se ela própria ficaria bêbada. Para Natsumi, o importante era sua filha ter vivido aquilo, ter lembranças sobre sua formatura, pois era algo que ela julgava de suma importância.

Então, diferente do marido, Natsumi achou que não seria uma ideia ruim Levy ir se divertir com Gajeel em sua formatura. A filha a olhava com um olhar suplicante, e ela sorriu e assentiu, vendo-a largar o braço do pai sem perder tempo e esticar-se para depositar um beijo em sua bochecha.

_ A trago antes das onze _ Gajeel prometeu, para em seguida engoli seco e afastar-se do olhar fulminante de Ren.

_ Para onde vão? _ Juvia indagou acima da música alta, seguinte Gajeel e Levy.

_ Não _ Ele respondeu simplesmente, continuando a caminhar em direção à saída.

Ela fez bico, mas entendeu. Era melhor assim. Não ia querer ficar vendo os dois flertando, afinal.

_ Para onde estão indo? _ Gray perguntou quando conseguiu alcança-la, ainda parecendo muito desconfortável por estar ali.

_ Não sei _ admiti _ Mas vão dar uns amassos. _ suspira pesarosa, olhando sua mãe num canto afastado, observando-a rigorosamente _ Queria poder dar também.

Ele apertou os lábios, baixando o olhar para o piso do ginásio. Sabia que ela se referia a Lyon, que não pôde vir porque namoravam as escondidas e Grandeeney viera para monitorar a filha. Mas, só por um momento, vendo-a sob aquelas luzes multicoloridas, ele desejara que Juvia o desejasse como desejava seu irmão. Ela era louca, ela era exagerada e era imprudente, e talvez, por ser exatamente assim, Gray começava a querê-la como, em sua infância, queria as bebidas de seu pai, sempre guardadas tão alto e indisponíveis para ele. Era errado? Era, mas Gray Fullbuster vivia errando como se esse fosse seu talento, e ele pensou, enquanto observava Juvia sorrir para uma colega que passava por ela, que aquele era o erro mais bonito que ele já cometera na vida.

- w -

Às dez e meia da noite, Levy abriu a porta de sua casa e virou-se com um sorriso bobo nos lábios, ficando séria ao encontrar seu pai brechando a janela da sala. Ele fecha a cortina rispidamente, analisando a filha com os olhos dos pés à cabeça. Por fim se convenci de que ela estava da mesma forma que foi, até mesmo seu batom cor de Carmim estava impecável.

_ O RedFox tá tentando me agradar? _ resmunga constrangido, cruzando os braços e olhando a hora em seu relógio de pulso. Meia hora antes do combinado.

Levy apenas sorriu, beijando a bochecha do homem e em seguida a limpando com os dedos.

_ Ele é incrível, pai. Se você ao menos desse uma chance... _ suspira, encarando-o _ Eu não sei o que Droy falou, mas ele não tenta me seduzir ou algo assim _ Ela sorrir, satisfeita por não ter que mentir sobre isso. De fato, era ela quem vivia o seduzindo. _ Ele é bom, e respeitável.

Ren rir sem humor, como se ela tivesse dito um absurdo sem tamanho.

_ Gajeel RedFox? Respeitável? _ rir novamente.

A azulada bufa.

_ Droy falou que o viu beijar você...

_ É o que namorados fazem!

Ren paralisa, encarando a garota por um minuto inteiro. Engole seco.

_ Namorado? _ repeti pesaroso.

Ela assenti.

_ Namorado mesmo? _ insisti na esperança de ter entendido errado. Não, não estava acontecendo de novo, ele sequer havia se acostumado com Droy, e agora ela já estava namorando novamente. O pesadelo de qualquer pai.

_ Sim... e eu gosto muito dele, pai, será que você poderia deixar ele passar o natal com a gente? A família dele é tão miserável e pequena, ele nunca teve um natal de verdade...

O homem pensa por um tempo, tentando engolir a informação. Era difícil, era sua única filha, e Gajeel a havia feito muito mal um dia... mas ele se perguntou se sua bênção faria diferença. Não, concluirá, Levy iria permanecer com Gajeel, queira ele ou não, apenas ficaria triste pela falta de apoio do pai.

_ Tudo bem _ responde num tom de derrota. _ Mas se ele fizer uma gracinha...

Levy deu pulinhos e beijou a outra bochecha do homem, dessa vez deixando-a suja de batom.

_ Obrigada, pai! Você é o melhor! _ e sai em disparada para o seu quarto, deixando-o sozinho na sala.

_ É, eu sou o melhor _ concorda sem perceber a marca em sua bochecha, abrindo a cortina novamente para ver que a picape continuava lá, estacionada em frente sua casa. Dali de dentro, através da vidraça, ele teve a impressão de ver Gajeel esboçar um sorriso, ou um meio sorriso, e em fim ir embora. _ Moleque idiota.

15 de dezembro de 2017

Foi num dia aparentemente como qualquer outro que Levy acordara com gargalhadas altas e conversas alheias. Ela sentou, ficou encarando seus pés descalços por algum tempo, até que finalmente os pôs no chão frio de seu quarto e bocejou longamente. Foi até o banheiro, escovou os dentes e lavou o rosto, para só então ir até a cozinha de sua casa e pular nos braços do dono daquela gargalhada inconfundível.

Daichi, irmão mais velho de seu pai, e seu tio favorito _ que os outros oito não escutassem.

O homem a pegou na hora certa, a rodopiando no ar como sempre fazia, desde que ela não passava de uma menininha  de 4 anos com adoráveis cachinhos azuis.

_ Poxa, Levy, continua tão levinha _ faz um trocadilho, gargalhando e sendo encarado pelas nove filhas da mesma forma severa, todas parecidíssimas umas com as outras, com apenas algumas diferenças no tom do azul de seus cabelos.

_ Pai _ Chiharu, a mais velha, o repreendeu. _ Não sei de onde diabo tira tanta criatividade. Cada ano é um trocadilho pior que o outro.

_ Deixe-me em paz, sua metida. _ baixa a cabeça para encarar Levy, que abraçava seu tórax _ Ninguém mandou ela ser tão pequena. _ Mas seu tom era tão terno que Levy não se ressentiu. Era uma brincadeira deles. 

Levy afasta-se para encarar o resto de sua família.

A cozinha parecia ter diminuído de tamanho, tudo estava abafado e apertado, mas, incrivelmente, acomodara todos com sucesso, e ela se sobressaltou quando notou uma cabeleira branca atrás de seu tio Hideki, descobrindo ser Mirajane provando um café que sua mãe acabava de pôr na garrafa, e, prestando mais atenção, seus ouvidos captaram a voz gutural de Laxus Dreyar em outro cômodo da casa _ provavelmente a sala.

Hannah parecia mais robusta do que no ano passado, aumentando ainda mais a sensação de que era exageradamente grande. Kin, sua tia mais nova, já estava com um novo bebê, suas outras três crianças dando pulinhos para alcançarem a manta rosa em seus braços. Hiroshi e Hideki, seus tios gêmeos, continuavam idênticos e trocando farpas entre si, mas lá no fundo, não vivam um sem o outro. Shuichi raspara a cabeça, visual que não caíra nada bem _ e Levy não comentaria isso, seu tio Shuichi era muito sensível _ , e Lucille, a tia mais afiada e parecida com Keiko _ avó da mulher, e bisavó de Levy _ estava com os cabelos tingidos de vermelho acaju, e não havia sinais de que mudara de ideia sobre filhos.

Lucille era bastante problemática, espontânea e a cada ano trazia um namorado novo. Levy recordava de Jacob, um rapaz magricela e com óculos de grau que era fascinado por geometria espacial _ e que Lucille dissera que estava com ele por gostar de como era sexy ouvi-lo falar geometria espacial. Lembrava de Thierry, um homem com quase 40 anos e que Ren não gostara nadinha por ele dar olhadas furtivas pra sua esposa, com Lucille bem ao seu lado na mesa. E também recordava de Mike _ o gordinho loiro que devorara metade da ceia sozinho _ , Jim _ o professor de história que não parava de falar sobre esquerda política e como ela salvaria o mundo, até que Daichi o cortou e mando-o ir morar na Coreia do Norte _ , e, vagamente pois ela tinha 9 ou 10 anos, Levy lembrava de Tyler _ um ruivo de cabelos longos e de roupas pretas.

Por fim, Levy sorrir largamente para sua família, e então dá falta de sua tia Emi. Antes que ela abrisse a boca para perguntar por ela, a mulher adentrou a cozinha, os quatro filhos em seus encalço _ quase o dobro de seu tamanho.

Os quatro filhos de Emi _ a tia que morava em Mississippi e vinha pra Fiore apenas nessa época do ano _ sorriram calorosamente ao verem Levy. Bryan e os gêmeos Derek e Dylan tentaram abraça-la ao mesmo tempo, o que lhe rendeu uma dor nas costas ocasionada pelos modos desmedidos dos garotos. Benjamin, no entanto, sorriu quando os irmãos largaram a azulada, aproximando-se e a abraçando demoradamente, sendo o mais velho deles, e também o mais gentil.

Aquele era seu primo favorito _ que os outros não escutassem.

Laxus vinha logo atrás, e bagunçou os cabelos de Levy ao passar e ir juntar-se a sua noiva, encostada na bancada, segurança a xícara de café com as duas mãos. A azulada chamou a atenção de todos com um pigarreio, parando as conversas alheias e recebendo total atenção.

_ Humm... _ Ela põe as mãos atrás de si, entrelaçando-as e balançando-se nos calcanhares timidamente _ Bem, eu tenho algo para contar...

Um grasnido a interrompi. Keiko McGarden surgi com sua bengala, já um pouco cega, mas ainda com a língua afiadíssima.

_ Que netos desnaturados você me deu, Issa _ resmungava com a filha, que tinha o braço enganchado ao dela _ Nove! Nove netos, e não teve um para fazer a gentileza de me tirar da combe. _ Shuichi abri a boca para falar algo, mas a mulher o corta _ Cale a boca, Sushi! _ Ele baixa o olhar, ficando abatido. Seu irmão mais velho gargalha estrondosamente e sua esposa esfrega seu braço, dando uma olhar duro a Daichi _ Onde está a filha do Rin?

Levy engole seco.

_ Estou aqui... humm _ suspira, decidindo soltar de uma vez. _ Esse ano meu namorado vai vir pra cá.

Daichi encarou Ren, Ren encarou Lucille e Lucille cerrou os olhos, fazendo a pergunta que Ren não queria que fizesse.

_ É aquele gordo de novo? Porque se for, eu volto pra Bosco hoje.

_ Não, não é o Droy... _ responde a olhando com as sobrancelhas juntas _ Se chama Gajeel. Gajeel RedFox.

_ REDFOX? _ Keiko guincha, deixando cair sua bengala e assustando Levy com seu entusiasmo. Inesperadamente, Keiko põe as mãos nas costas, conseguindo se manter de pé sem ajuda alguma. Era uma farsa, nunca torceu o tornozelo, apenas queria ir morar junto de Daichi e convencer sua esposa a ter seu décimo bebê. A senhora ainda acreditava que o garoto que o homem tanto queria, e nunca veio, ainda poderia vir _ RedFox... _ Ela sobe o óculos que estava na ponta do nariz, fitando Levy longamente _ Quem diria que seria você quem fisgaria um bom partido. E eu apostando nas filhas do Daichi.

Levy cora até os ombros, Ren engasga e Daichi gargalha alto _ as nove filhas o encarando, indignadas.

_ Ele é um bom homem... _ diz constrangida com as insinuações de sua bisavó.

_ Ah, ele é _ Keiko concordou, um pensamento envolvendo um RedFox e dez herdeiros passando por sua mente.

25 de dezembro de 2017

Inesperadamente, a vinda de Gajeel foi muito bem aceita por todos, ou quase isso. O homem viera às doze da tarde, com um envelope que Levy não desgrudou os olhos até que ele o entregou em suas mãos. Todos sabiam o que era, e ao abri-lo com os dedos trêmulos, ela soube o que no fundo já sabia.

Foi aceita na Universidade de Sydney.

Depois de ser ser suspensa do chão várias vezes, por vários abraços de quebrar ossos, Levy pôde respirar novamente e chorar e rir ao mesmo tempo. Parecia tão surreal, ela fora mesmo aceita na Sydney...

Gajeel mostrou-se muito cavalheiro o resto do dia, elogiando o cheiro da comida que as tia e esposas dos tios de Levy preparavam na cozinha. E, claro, Keiko era só elogios a sua bisneta favorita _ que as outras não escutassem.

Eram exatamente oito horas quando finalmente Levy voltou do supermercado com seus quatro primos. Haviam ido comprar bebidas, e a fila estava longa e cheia de senhoras revoltadas com a demora do atendimento. Ao adentrar a sala, Levy estava com as mesmas roupas surradas que colocou pela manhã, descabelada e encharcada de suor. Ela entregou a sacola a Bryan e praticamente correu, indo tomar um rápido banho para se aprontar.

Gajeel estava sentado no sofá da sala, recusando a bebida que os homens ofereciam, explicando que iria dirigir na volta para casa, quando finalmente Levy saiu de seu quarto. Estava totalmente vestida de preto e com os cabelos em ordem. Achara engraçado, gostava de vê-los cheios e revoltos.

O homem continuou com seu papel impecável de cavalheiro gentil e Ren parou de monitora-lo depois das doze e meia. Começava a ficar um pouco bêbado, e seu irmão Daichi já estava com uma caneta de colorir no bolso, pronto para quando ele finalmente dormisse. Fazendo jus ao seu papel, o RedFox elogiara bastante a comida que foi servida, Levy apenas ria com tudo aquilo, divertindo-se com o quanto ele conseguia encenar.

Às uma e meia da madrugada Gajeel avisou que estava indo embora, despedindo-se e seguindo para fora da casa. Mas Levy, conhecendo-o muito bem, sabia que ele voltaria e sorriu travessa, dando um gole numa taça de vinho que estava largada sobre a mesa.

- w -

 

Eram três da manhã quando ela ouvira uma movimentação estranha atrás de si. Já estava pronta para tirar seu vestido e deitar-se, uma brisa suave irrompeu o quarto através da janela aberta.

_ Quem é? _ indaga, mesmo sabendo muito bem a resposta.

Gajeel sorrir, seu hálito arrepiando seu pescoço.

_ Papai Noel _ responde cercando-a com seus braços.

Ela vira-se, empurrando-o em direção à sua cama.

_ Eles te deram presentes? _ indagou ao sentar na beirada do colchão.

_ Alguns _ responde fazendo mistério.

Gajeel sorrir, apertando sua cintura e a trazendo para mais perto. Ela vai sem êxitar, repousando as mãos no ombro largo do homem e apertando-o, como se desejasse senti-lo sem o tecido da camisa.

_ E você, ganhou algo?

_ Não _ desci as mãos para as nádegas, apertando-as e fazendo Levy arfar _ Ainda não. Gihihi.

Mas o riso some tão rápido quanto veio.

Levy apertou seus próprios seios, fazendo Gajeel encara-los, já excitado e desejando senti-los sob suas mãos. A puxa para cama, ajoelhando-se sobre ela e prendendo os braços sobre sua cabeça com uma mão, apalpando um seio coberto com a livre.

_ Está gostando do seu presente? _ indaga cheia de sarcasmo.

_ Sim _ responde também provocativo _ É o presente mais macio que já ganhei.

Foi a deixa de Levy.

_ Garanto que aqui dentro deve ser mais ainda.

Ele praticamente engasga, fitando-a assombrado. Mesmo que não fosse a primeira vez que Levy falava coisas como aquela, era sempre alarmante vê-la dizer coisas pervertidas.

Alarmante e terrivelmente excitante.

_ Baixinha, é melhor você se comportar. _ adverti.

Mas é claro que Levy não deu-se por vencida. Abriu mais as pernas, fazendo o homem engolir seco. O vestido havia subido e suas pernas estavam de fora, e, para o fim do controle de Gajeel, Levy estava sem calcinha.

_ Você planejou isso! _ a acusa, olhando para a porta, torturado.

_ Talvez _ dá o seu sorriso levyano. _ Ela está trancada, se quer saber.

O RedFox aguça seus ouvidos. Podia ouvir as risadas e conversas alheias na sala e cozinha da casa.

_ Eles ainda podem te ouvir _ diz pesaroso. Não seria nada agradável ser flagrado por aquela família de gorilas transando com uma parente deles no natal.

_ Eu mordo o travesseiro _ rir travessa, erguendo as pernas sobre seus ombros e deixando a intimidade em seu campo de visão de propósito.

_ Você por acaso tem preservativo?

_ Sim.

Ele cerra os olhos, fitando a azulada embaixo de si. Ela ria, as bochechas estavam um pouco coradas, mas parecia bem consciente.

_ Não está bêbada?

_ Não mesmo. Só bebi dois dedos de vinho.

Gajeel ainda pondera aquilo, continuando a observa-la.

_ Recapitulando: eu não estou bêbada, mas meu pai está, a porta está trancada e eu tenho preservativo. Agora é a hora que você me fodi de uma vez.

Ela havia ganho. Não havia como Gajeel vencer aquela discussão. Foi a primeira vez que sentiu-se satisfeito com uma derrota.

_ Pega logo essa porcaria.

Levy é libertada do aperto, indo até seu guarda-roupa aos pulinhos enquanto ele a seguia com o olhar. Quando ela volta, andando em linha reta, como ele fizera questão de analisar, Gajeel sorriu de um jeito esquisito, mas ela apenas ignorou e juntou-se a ele em sua cama.

Ele a beijou de um modo que a fez abrir as pernas quase inconscientemente, e, quando Levy ainda estava distraída com o beijo, ele a arrastou bruscamente até a grade da cama, apanhando a bandana amarela que estava sobre o criado-mudo e a amarrando.

Sorrir da careta que ela fizera.

_ Gajeel! _ murmura irritada _ Fala sério, você não vai fazer isso...

_ Ah, eu vou _ discorda e abri mais dois botões do seu vestido, o contorno dos seios surgem _ E você vai gostar.

_ Mas eu quero tocar em você _ arfa quando ele abri o último botão, abaixando as mangas até seus cotovelos e deixando seus seios expostos para seu bel prazer.

_ Você me provocou por meses _ a lembra enquanto afrouxa o cinto _ Meses, Levy. Foi uma péssima menina.

Ela o observa se despir, desejando tocar, beijar e morder cada parte daquele corpo escultural. Vestido, era um homem de sensualidade inegável, mas não existia roupa no mundo que o fizesse ficar mais sensual que em sua própria nudez.

Com um olhar grogue, Levy fitou o membro aninhando entre os pelos escuros, arfando e sentindo seu ventre inquieto, a intimidade ansiosa para recebe-lo.

_ Tire essas luvas _ murmura baixinho, assistindo-o masturbar o membro e pôr o preservativo. Mas na verdade ela pouco se importava com as luvas, só não queria parecer tão patética.

_ Você está adorando isso _ ergue mais o vestido, deixando todo seu quadril nu.

_ Não _ menti constrangida.

_ Não é o que seus mamilos dizem. _ ele os belisca, sentindo-os rijos.

_ É, eu estou adorando isso _ se rendi. _ Me fode logo, a situação tá complicada aqui embaixo.

Ele sorrir vitorioso, apanhando outra bandana, amarela com uma flor enfeitando, que estava em sua penteadeira, voltando para a cama com ela.

Levy a encara de olhos saltados.

_ Gaj! _ guincha indignada.

_ Acha que vou arriscar ser pego por esses Orangotangos? Nem pensar _ Ele cerca a cabeça da garota com o adereço, tapando seus lábios e fazendo um nó na nuca _ Eles estão em maior número, sou um homem sábio.

A azulada observa atentamente ele agarrar suas pernas, afasta-las para ter livre espaço entre elas e roçar seu membro na virilha, procurando sua entrada.

Quando finalmente encaixou-se, sentiu-se ser engolido pela umidade da garota, e de repente era ele quem corria o risco de fazer ruídos comprometedores. Movimentou-se rápido e sem avisos prévios, observando as expressões deliciosas que Levy fazia, fitando-o fixamente com seu olhar lascivo.

Ele desci o olhar, encarando seu quadril enquanto chocava-se contra ele, apertando-o de uma maneira que suas mãos ficariam marcadas na pele clara e macia, e essa ideia o agradava.

A McGarden não sabia exatamente como se sentia _ se estava irritada por não poder toca-lo ou se na verdade estar amarrada aumentava seu libido _ , só que era bom, muito bom. Gajeel passou a estimula-la com seu polegar, esfregando seu ponto sensível sem parar de preenche-la com estocadas rudes. Foi o que bastou para o controle de Levy ir pelos ares.

_ Você tá doidinha _ diz ao vê-la começando a arquear-se, erguendo o quadril e tendo alguns espasmos internos. Continua a estimulando, olhando os seios movimentando-se eroticamente. Era tão bonita, e adorável, e fodidamente sexy. Sobe o olhar para o rosto da garota, percebendo que ela lhe olhava suplicante, fazendo sons abafados através da bandana que lhe amordaçada.

Num movimento abrupto, desceu o objeto e a beijou, sentindo-a aperta-lo num espasmo mais intenso. Apalpou o seio com uma mão, o mamilo rijo roçando em sua palma.

Gajeel poderia ter seu ponto alto aquele momento, mas queria vê-la chegar lá primeiro e, pela forma que o apertava e se contorcia embaixo de seu corpo, não tardaria.

_ Gajeel... _ gemeu ao inclinar-se para trás e cruzar as pernas em sua cintura, seu corpo amolecendo numa exaustão repentina.

Ele enterrou-se fundo e permitiu ser vencido por aquele mar de sensações, fazendo sons roucos e contidos. Com cuidado, retirou-se de dentro dela e largou-se sobre seus seios, ouvindo seu coração descompassado, acalmando-se no decorrer dos minutos.

A desamarra em silencio, livra-a da mordaça e sobe a manga do vestido.

Levy gostaria de fazer amor novamente, dessa vez, sem estar amarrada e amordaçada, mas sabia que não era viável, já estavam abusando da sorte ao se arriscarem daquele jeito. Por essa razão, não o impediu de ir.

_ Parabéns, baixinha. Sabia que conseguiria _ diz, dando-lhe um beijo demorado antes de pular sua janela.

Ela largou-se em sua cama, apertando o travesseiro contra os seios, percebendo como o tempo passou impiedosamente. No primeiro dia do ano, ela estaria no aeroporto, decolando para a Austrália. Sentiu seu estômago embrulhar, já sentindo o vão que a ausência de Gajeel deixaria em sua vida.

 

Ao acordar no dia seguinte, destrancou sua porta e caminhou com cuidado por entre os colchonetes espalhados pela casa, chegando a cozinha e comendo os restos da ceia. Depois de alimentada, escovou os dentes, esvaziou a bexiga e achou válido amarrar os cabelos armados com uma bandana, saindo de casa após deixar um bilhete debaixo da porta dos pais.

Precisava ver Gajeel. Se tinham uma semana antes de ela ir embora pra outro país, então seria os melhores 7 dias de 2017.

Largou sua bolsa no banco ao lado, dando partida. Tinha consciência de seu rosto amassado, a roupa do dia anterior amassada e seu cabelo cheio querendo soltar-se da bandana, mas não se importou.

O porteiro sequer precisou vê-la para saber quem dirigia aquele fusca azul de 1998. Permitiu que ela entrasse, observando-a sair do carro e caminhar em direção ao hall da casa, sorrindo um pouco dentro de seu cubículo.

Levy cumprimentou Eva, que alimentava sua cadela com uma mamadeira, e foi direto para a escada, ignorando Margaret e sua antipatia. Bateu na porta três vezes, esperando pacientemente. Pouco mais de um minuto depois, a ouvi ser destrancada e Gajeel surgi de toalha, surpreendendo-se ao vê-la ali.

_ Baixinha?

Ela sorrir, entrando no quarto.

_ Eu estava tomando um banho _ continua, trancando sua porta e virando-se para encara-la.

Levy estava bem atrás de si, e jogou os braços ao redor de seu pescoço, ficando na ponta dos pés para olha-lo de perto.

_ Isso é ótimo _ deposita um selinho em seus lábios _ Não vamos precisar de roupas mesmo.

Num movimento despreocupado, a ergueu pela cintura e caminhou até sua cama.

_ A Wendy está aí? _ indaga quando Gajeel deixa a toalha cair no piso do quarto.

_ Está com minha mãe e Grandeeney, numa galeria de arte.

Sorrir, passando seu vestido pela cabeça e ficando nua, sem receios ou inseguranças.

Levy amava como Gajeel a aceitava, como a olhava, como combinavam sem precisarem forçar uma situação. Era simples com Gajeel, as coisas aconteciam com naturalidade, sem neuras desnecessárias.

Diferente da noite anterior, o ato ocorreu mais tranquilamente, sem homens-gorilas ameaçadores a espreita. Levy ficara solta, livre para tocar onde quisesse e expressar o que quisesse. Gajeel percebeu que amava a forma que Levy pronunciava seu nome enquanto faziam amor, era quase como se cantarolasse sua canção favorita. Ele também gostaria de agir mais gentilmente, mas estava fora de seu controle, e Levy não se assustava com os sons que ele fazia, então ele não se conteve.

Ás 10 da manhã, quando Levy estava sobre seu peito, ouvindo seu coração bater já num ritmo regular, eles ouviram batidas na porta. Duas suaves batidas.

Gajeel franzi o cenho, sentando-se e pondo uma calça moletom para ir atende-la. Senti o sangue fugir do rosto ao ver Sorano, sorrindo serenamente, como uma verdadeira benfeitora.

_ Bom dia, Gaj. _ Faz questão de chama-lo pela forma que só Levy o fazia _ Espero que eu não tenha atrapalhado nada _ dá um risinho maldoso.

_ O que está fazendo aqui? _ pergunta entre os dentes, sem paciência para joguinhos.

_ Ah, Gaj, que falta de educação tratar suas visitas desse jeito.

Levy estava com as cobertas presas nas axilas, sentada na cama, em completo silencio.

_ É? Refresque minha memória, porque não lembro quando a chamei.

_ Tenho assuntos com sua mãe _ diz sem se abalar.

_ Se é o caso, desça e espere por ela. Tenho certeza que Margaret vai ser uma excelente companhia _ faz menção de fechar a porta.

_ Não _ segura a porta com uma mão, encarando Levy sentada na cama _ Achei que pudesse me juntar a festinha de vocês.

Levy apertou os olhos.

E apertou mais um pouco.

E um pouco mais.

_ Está vendo essa garota? _ diz apontando o polegar para trás _ É minha.

_ Você não se importava de dividir as mulheres comigo _ aproxima o rosto do dele _ E nem de me ver tomando-as para mim.

Levy estava entendendo perfeitamente, mas não era nada que já não soubesse. Gajeel frequentava as festas regadas a drogas, sexo livre e bebedeira. Festas do tipo que Gray estaria indo na noite em que foi pego. Então não se alterou. Sabia que Sorano queria apenas a tirar do sério, e ela tinha bastante experiência em agir racionalmente.

_ Obrigada, mas _ sorri _ Eu prefiro um pau, sem ofensas.

Sorano não gostava de Levy, mas também não a odiava _ até então. Para ela, a pequena azulada era apenas um pião débil e sem importância alguma. Todavia, aquele tom, aquela segurança em si mesma, a fez sentir raiva de Levy. Ela não tinha planos de envolver a garota em seus jogos, mas agora, depois daquilo, acrescentou a azulada em sua lista extensa de alvos. Talvez deixasse seu corpo ao lado do de Gajeel, e assistiria os dois queimarem juntos. Muito romântico, pensou.

Mas, antes de chegar a essa etapa de seus planos, a faria engolir o que disse. Ah, ela faria.

_ Até breve _ diz encarando  Gajeel demoradamente antes de soltar a porta e ir embora.

Ele a tranca novamente, passando as mãos no rosto como se para despertar de um estado de sonolência. Volta para a cama, sentando-se e encarando Levy por alguns minutos, observando-a.

_ Não queria que soubesse dessas coisas assim _ murmura.

_ Nada que eu já não esperasse _ suspira _ Mas é sério que Sorano gosta de mulheres?

_ Sorano não gosta de ninguém _ bufa _ Ela usa os outros, apenas isso. Usa quem for preciso para chegar onde quer. Achou que  com esse tipo de coisa me faria vê-la de forma diferente, mas pra mim ela era apenas uma mulher carente, nada que eu já não tivesse visto.

Levy não queria ficar ponderando aquilo. Não estragaria seus 7 dias ao lado de Gajeel com aquele assunto. Ele nem a conhecia nessa época, afinal, pouco lhe importava com quantas ele havia transado _ ao mesmo tempo ou não. Sabia que nenhuma outra havia estado ali, em sua cama. Mesmo sendo algo banal, era especial para ela, a fazia sentir-se única e privilegiada. E tinha toda razão em sentir-se assim. Era a primeira a roubar o coração daquele homem ao ponto dele reconsiderar seus conceitos inabaláveis.

_ Não está nenhum pouco irritada mesmo? _ pergunta olhando-a admirado.

_ Um pouco.

_ Há a algo que eu possa fazer? _ Ele fez a pergunta que ela queria ouvir.

_ Há. _ sorrir lasciva, o olhar carregado de uma malícia oculta.

_ E eu achando que era frígida como uma velha de 80 anos. _ rir consigo mesmo.

Ela deixa os cobertores, subindo em seu colo e colando os seios ao peito largo do homem. Beija-o com os dedos perdidos na cabeleira revolta, tudo ao seu redor desaparecendo.

_ Seu coração, Levy, não vai ser sobrecarrega-lo se... exercitando tanto? _ indaga antes que fosse vencido por seus desejos.

_ Não sei _ responde sincera _ Se é o caso, então agora você fica por cima e faz o trabalho duro.

_ Trabalho duro _ repeti fitando-a divertido _  Sua nanica suja.

Mais tarde, no mesmo dia, Levy se mudara para uma casa relativamente perto da de seu tio Daichi, em Bosco. Quando deitou-se em sua cama, em seu novo quarto, sorriu completamente exausta e extasiada.

Aquele havia sido o melhor ano de sua vida, e ela não tinha a mais remota ideia de como tudo mudaria dentro de alguns dias.

 

31 de dezembro de 2017

 

Não houve avisos prévios, conversas desnecessárias ou sinal de fumaça.

Sorano parou sua caminhonete vermelha em frente a residência dos RedFox, outros dois carros logo atrás. O porteiro falara rapidamente com Metalicana, subindo os degraus até seu cubículo e abrindo os portões para o comitê.

Além de Sorano, vinham três advogados e um juiz.

Houve um tumulto de empregados organizando-se em fila e Grandeeney, que estava à frente de todos, abriu a porta para as visitas, algo em seu peito dizendo-a que aquilo era um péssimo presságio. Ela encarou Metalicana, conhecendo-a o suficiente para saber que estava nervosa com tudo aquilo.

_ Chame Gajeel _ diz arrumando o véu sobre os cabelos platinados.

Sorano estava vestida de noiva.

Juvia encara Gray e ele assenti, subindo os degraus com Wendy em seu encalço.

_ Acorda! _ O homem não se mexi, continuando a dormir pesadamente de peito para cima. Gray dá um estalado tapa num lado de seu rosto, fazendo-o sentar desorientado. _ Tem uma doida vestida de noiva lá embaixo! _ anuncia quase atropelando as palavras.

Gajeel cerra os olhos, a bochecha ardendo e o punho pronto para devolver o ato.

_ Tá drogado, caralho?

_ Cara, tem uma doida vestida de noiva lá em baixo! _ repeti lentamente, como se o homem fosse um débil mental.

Ao descer os degraus com os cabelos amarrados, Gajeel foi para o lado da mãe, controlando o forte desejo de expulsar aquela gente aos socos.

_ Sim?

Sorano sentar-se no sofá, cruzando as pernas e estalando os dedos no ar. Um dos advogados _ uma loira um pouco acima do peso _  lhe entrega os papeis que segurava junto ao peito.

Metalicana acena para Sol, que apanhou os papeis e preparou-se para ler os documentos.

_ Jared RedFox... _ aperta o monóculo, empalidecendo com o que acabara de ler. Mas continua secamente, numa apreensão palpável  _ Indiciado pelo crime de estupro...

Metalicana arfa e Gajeel cerra os punhos, recusando-se a ouvir o resto daquela porcaria fajuta. Claro que não era verdade.

_ Pare de difamar meu avô!

Sorano não discuti. Estala os dedos no ar novamente, e outro advogado _ um homem magricela de óculos de grau _ se aproxima, entregando um caderno fino. Sorano o estende para Gajeel, que o pega de imediato, folheando as folhas com violência.

_ São os boletins de ocorrência. _ explica _ Recolhi as provas abafadas por seu querido avô, não queira saber como, colhi informações e investiguei fundo. _ sorrir presunçosa. _ Sinto informar, mas não é o único que tem um excelente detetive. _ a rosada atrás de si também sorrir.

Cada foto seguia-se do nome da vítima, a data, sua localização e seu testemunho. Gajeel olhava aquilo, um nó se formando na garganta e tudo dentro de si gritando que não era verdade. Não podia ser. Jared era um ótimo homem, não era? Era seu avô, ele sofrera muito quando ele se foi. Não podia ser verdade, Sorano tinha que estar mentindo.

_ Acho que sua querida mãe precisa falar um pouco sobre o pai, quem sabe assim você acredite.

Ele encara Metalicana, mas ela permaneci muda.

_ Bom, sendo assim...

O terceiro advogado _ uma mulher baixa de cabelos róseos, e que era bastante conhecia por Metalicana e seu filho _ apenas entregou o envelope. Ela esteve atrás de Sorano desde o inicio. Metalicana o agarra no ar, sabendo do que se tratava. Grandeeney engole seco ao lado da filha, sentindo que seria agora que Gajeel descobriria, daquele modo grotesco, pela boca daquela mulher desprovida de empatia.

Um teste de DNA.

_ Vamos, Met, mostre pra ele _ Sorano cantarola, parecendo estar se divertindo horrores com a situação.

Gajeel olhava de uma a outra, um misto de sensações o perturbando.

Ele sabia que era aquilo, o motivo devastador, o segredo de sua mãe. Ter consciência disso o deixava ansioso e aturdido, casa segundo de espera mostrando-se uma verdadeira tortura.

_ A sua mamãe mentiu _ continua com seu tom eufórico.

_ Sorano, não!

Mas ela continua, impiedosa:

_ Você é filho de Igneel Dragneel. _ anuncia de uma vez _ Sua mamãe mentiu pra você o tempo todo.

Grandeeney apanha a RedFox, que havia caído de joelhos, a erguendo e a apertando junto ao peito. Gajeel encara-a, esperando uma negação, mas tudo que via era desespero.

Desespero por ter sido descoberta.

Ele queria fugir. Fugir sempre fora sua saída de emergência, seu mecanismo de defesa. Desde que era menino, fugir sempre fora a resposta que deu para situações angustiantes e, agora mais do que nunca, fugir parecia tentador. Mas ele não se moveu. Trincou o maxilar, puxando a mãe dos braços da amiga e a apertando nos seus próprios, alisando os cabelos curtos da mulher, um olhar duro direcionado a Sorano.

_ Que fofo _ fingi estar emocionada _ Ah, que bom filho você é, Gajeel! _ Ela assenti para o advogado _ Agora vamos logo resolver isso.

_ Eu não vou me casar com você! _ vocifera, a garganta terrivelmente seca.

_ Bem, caso seja um mal garoto, amanha mesmo todos saberão o homem que Jared foi. Imaginem só, quem vai querer manter contrato com uma empresa dessas _ suspira _ Será o fim da marca RedFox.

Dentre muitas coisas que ele poderia pensar, foi a imagem de Levy que passou por sua mente. Seu sorriso, sua voz, seu sarcasmo, aquela porcaria de fusca azul velho, seu corpo despido embaixo do seu... não. Era tão injusto, era com Levy que ele iria casar, quando ela voltar-se. Ele lhe daria um lindo anel, ajoelharia em sua frente e pediria com todas as letras.

Não, não e não!

Era Levy quem ficaria ao seu lado num altar, Levy quem lhe daria os filhos que queria, era Levy.

Devia ser Levy...

Mas o que diabo ele poderia fazer? Ele nem mesmo sabia o que sentia, se era pavor ou uma raiva descomunal, a informação sobre a identidade de seu pai demorando a ser processa por seu cérebro. Seu pai estava lá, na capital. Sempre esteve. Seu pai estava tão perto, o tempo todo!

Com um suspiro que parecia vir até mesmo de sua alma, ele novamente pensou nela, em Levy.

Gajeel encara seus pés enfiados no chinelo, tendo a sensação de ver tudo a sua volta se deteriorar.

_ Ótimo. _ murmura, fazendo os empregados que assistiam a cena arfarem. Juvia mordeu o lábio, as lágrimas incontroláveis correndo pelo rosto. Mas, diferente dos outros choros, não fazia barulho algum, apenas sentia seu peito sendo esmagado ao ver Gajeel naquela situação, desejando poder fazer algo, mas nada podendo fazer além de chorar em silencio. _ Marque pro dia dois.

Sorano cerra os olhos. O plano era casar ali mesmo.

_ Dia dois _ repeti entre os dentes, de repente parecendo muito mais velho.

Metalicana se encolhi. Não acreditava que aquilo estava acontecendo, tinha que ser um pesadelo. Quando ela finalmente acordaria e encontraria seu filho pulando a janela do quarto, a fim de fugir de seus sermões? Quando ela acordaria e ele seria o seu moleque petulante, e não aquele homem duro?

_ Aaaah, claro _ sorri _ Como pude esquecer. Tudo bem, pode ir pra sua despedida de solteiro com sua putinha do subúrbio.

Sorano arfou quando a mão do homem fechou em seu pescoço, o apertando e aproximando o rosto com os olhos vidrados nos dela.

_ Respeite Levy, sua puta de merda. _ a larga, todos atônitos o encarando de olhos saltados _ Marque pro dia dois.

Sorano o encara, a respiração descompassada.

_ Dia dois de janeiro _ fala para o juiz, que limpou o suor da testa e abriu sua agenda para anotar o compromisso.

_ E agora saia daqui _ diz lentamente, esticando os dedos das mãos, a raiva quase não cabendo dentro de si.

Ninguém se mexi de imediato e Gajeel acerta um soco na cara de um dos advogados _ o cegueta _ fazendo-o ser impulsionado pra trás, a lente  que cobria o olho acertado, trincada.

_ Ótimo _ Ela levanta segurando a barra do vestido _ Até dia dois, noivinho.

 

Ele iria contar. Mesmo não tendo a remota ideia de como, iria contar para Levy. Ela ainda era sua melhor amiga, a sinceridade entre eles era algo incontestável.

Ele a chamou para vir até sua casa pelo telefone, e ela concordou, já estranhando o modo que ele falara. Ao adentrar a casa, os empregados pareciam desorientados, todos reunidos na sala de estar. Juvia estava sentada no primeiro degrau, com Wendy no colo, parecendo acalenta-la _ embora ela própria precisasse ser acalentada. Gray sabia bem disso, mas achou melhor apenas ficar de pé ao seu  lado.

Levy subiu os degraus com o coração descompassado, varias teorias passando por sua mente. Até mesmo cogitou a morte de Metalicana ou de Grandeeney, levando em consideração todo aquele clima melancólico e fúnebre.

Gajeel abriu a porta antes que o nó de seus dedos encontrasse a madeira, como se estivesse de frente à ela o tempo todo.

Trancou-a, ficando vários minutos com a testa colada na porta, as mãos espalmadas.

Levy arfou, quebrando o silencio de uma vez.

_ O que está acontecendo, Gajeel? Fale de uma vez...

_ Vou me casar com Sorano _ diz sem rodeios _ Ela tem provas de que meu avô sempre foi um cretino e, se eu não casar com ela, toda essa merda vai pra mídia.

Não houve resposta.

_ Ele explorava garotas. _ continua, a voz subindo uma oitava _ O maldito explorava garotas e eu o considerava um herói. Eu não sei como ela sabe disso, mas ela tem provas, e são verídicas, Levy. Sei que é verdade pelo modo que minha mãe reagiu. Ela está em frangalhos.

Quase cinco minutos se passa e ainda não havia resposta alguma. Gajeel virar-se inseguro com aquele silencio, vendo Levy com as pernas bambas e os olhos cheios d'água.

_ Me desculpe, Levy... _ a abraça apertado, seu coração trincando com a reação da garota.

_ Não _ murmura afasto-o para encara-lo _ Pare. A culpa não é sua _ desvia o olhar pro peito inquieto dele _ Não tinha como você saber...

Seria menos doloroso se Levy o batesse, lhe xingasse de todos os palavrões que conhecia e o odiasse. Por que ela tinha que ser tão certa pra ele? Por que tinha que ser exatamente o que ele sempre quis?

_ Vamos esquecer tudo isso _ força um sorriso trêmulo _ Só hoje... _ fica na ponta dos pés _ Uma última vez...

Ela não precisou deixar aquilo mais claro.

Gajeel a ergueu do chão em meio a um beijo. Dentre tantos, aquele  foi o mais sôfrego. Eles queriam que aquele último ato de amor entre eles demorasse mais que os demais, que de alguma forma, o tempo não fosse tão impiedoso. Mas logo eles chegaram ao clímax juntos, arfando e encarando-se por longos minutos, sem falarem nada.

O RedFox olhava a azulada embaixo de seu corpo, acariciando sua bochecha com o polegar e tendo a absoluta certeza de que não haveria outra que o fizesse se sentir daquele modo, que o olhasse daquele modo e que o mudasse da forma que Levy o mudou.

Com convicção em cada palavra que diria, Gajeel tocou seus lábios e falou o que era inevitável.

_ Eu amo você, Levy. Eu amo tanto você.

01 de janeiro de 2018

 

Ren McGarden apertava sua filha a cada 5 minutos. A esposa estava ao seu lado, abanando-se com o passaporte de Levy e alisando os cabelos azuis da garota, controlando o ímpeto de chorar.

A azulada tinha os olhos baixos, Gajeel a olhava fixamente, pouco se importando com os pais da garota notando seu comportamento obsessivo. Queria gravar cada detalhe dela em sua mente. Como seus cachos azuis tocavam suas bochechas quando uma brisa mais forte soprava, como aquela blusa amarela abraçava suas curvas e o quão bonito era aquele tom de castanho de seus olhos.

Quando às 9 horas da manhã chegou, Natsumi desatou a chorar enquanto alisava a roupa da filha. Levy beijou a bochecha da mulher e abraçou o pai longamente, virando-se com dificuldade enquanto arrastava suas bagagens, o coração apertando a cada passo dado. Mas ela parou de repente, largou a mala e correu de volta, puxando Gajeel para baixo pela gola da camisa e beijando-o. Não foi um selinho ou um tocar de lábios tímido, foi um beijo.

Pouco lhe importou seus pais ali, vendo tudo, ou se alguém poderia tirar uma foto da cena e se ela estaria numa capa de revista de fofoca no dia seguinte. Precisava fazer aquilo, não poderia ir em paz sem lhe dar um último beijo e dizer o que tanto doía admitir, pela sinceridade que palavra dita carregava.

_ Eu amo você, Gaj.

Ele a observou correr até sua mala novamente, a arrastando consigo enquanto continuava seu caminho a passos largos _ como se com medo de perder a coragem de seguir seu sonho. Mas é claro que não perdeu, e, mesmo sentindo que Levy levava com ela quaisquer resquício de alegria, Gajeel sorriu. Sorriu por ter conseguido liberta-la, por fazer ser possível o maior de seus sonhos.

Choramingar e apontar culpados por suas desgraças não o levaria a lugar algum, foi o que aprendeu com Levy. Então Gajeel não agiria como um moleque que sempre foi. Ele sentiu, aquele exato momento que dava as costas e ia embora, que tornava-se alguém diferente _ e não sabia o poder que essa mudança teria, mas que ela era necessária para suportar qualquer coisa que enfrentaria naquele ano que mal começava.

 

 

 

 

 


Notas Finais


Look da Levy na formatura: http://docevidafashion.com.br/wp-content/uploads/2014/04/pagina41.jpg
Vestido de natal da Levy: http://mlb-s1-p.mlstatic.com/vestido-vintage-de-malha-com-botoes-13104-MLB20072437521_032014-O.jpg
Estão todos vivos? ç----ç respira, respira ;w; O próximo será explicado como essa diaba conseguiu essas provas, quem é sua comparsa (se é que alguém ainda não sacou), o rumo de alguns personagens como Elfman, Evergreen, Lucy e Yukino, e outras coisinhas a mais -q Espero que eu tenha me saído bem, que eu não tenha deixado as coisas mais confusas que música de carnaval e que vocês queiram matar a Sorano como eu quero ;w;
Essa música pode ser considerada a trilha sonora dessa primeira parte, porque sim ÇuÇ https://www.youtube.com/watch?v=6QQ1VUuG6Xc


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