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História Impulso - Não deixe para amanhã o soco que você pode dá hoje


Escrita por: Ixteeer

Notas do Autor


Hello, cabritos! '^' sentiram minha falta? não? okay ;w;
Relevem eventuais erros e boa leitura <33

Capítulo 24 - Não deixe para amanhã o soco que você pode dá hoje


 

_ Pro inferno, Gajeel! _ Juvia resmungava, verificando o termômetro que o homem deixara preso a axila por alguns minutos. _ 39 graus!

Ele grunhi em resposta, abotoando a camisa social.

_ Eu não tenho culpa de ter pegado uma virose, tenho?

Mas, na verdade, Gajeel tinha sim. Levy McGarden estava doente, e ele ficara grudado na mulher por horas, beijando-a e respirando o mesmo ar que ela, dentro daquele fusca minúsculo e abafado.

_ Eu estou ocupada com os trabalhos da faculdade. _ Juvia diz, apanhando um prato que estava repousado no criado-mudo. O coloca na bandeja que apoiava na curva de sua cintura, suspirando. _ Não vou ficar trazendo sopas para cá o dia todo.

_ Eu tenho mãos, Juvs, e eu não pedi pra você cuidar de mim _ Gajeel retruca, e Juvia estava prestes a acertar sua cabeça com uma caneca que também estava na bandeja quando a porta fora abruptamente aberta, parando-a no ato.

Wendy põe as mãos nos joelhos, tomando fôlego.

_ Sorano... lá embaixo... agora...

Juvia e Gajeel se entreolham, e a azulada segui a irmã com um mal pressentimento.

Quando descera as escadas, o mal pressentimento aumentou ao ver os outros funcionários _ até mesmo o motorista e o porteiro _ reunidos ao redor do sofá de couro preto, cochichando uns com os outros. Fora direto para a cozinha. Repousou a bandeja na pia e seguiu de volta para a sala, limpando as mãos suadas no avental.

_ Todos aqui? _ Sorano indaga sem erguer os olhos da agenda sobre suas pernas cruzadas.

_ Ela vai me pôr pra fora. _ uma mulher franzina sussurra para Grandeeney _ Acho que ela descobriu...

_ Hanna. _ Sorano chama sua atenção, para o seu pavor, fazendo todos se calarem imediatamente. _ Sinto lhe dizer, mas vou dispensar seus serviços.

Hanna engole em seco, as pernas magricelas bambeando.

_ Não pode... _ balbucia.

Sorano finalmente ergue os olhos do que tanto prendia sua atenção, sorrindo.

_ Ah, eu posso, Hanna.

_ Eu trabalho aqui há 5 anos! _ ela argumenta, os olhos miúdos enchendo-se d'água.

_ Que pena.

_ A própria Metalicana me pôs aqui!

_ Metalicana tá pouco se fodendo pra você. _ Sorano fala impiedosamente, seu sorriso crescendo um pouco mais. Grandeeney troca o peso de uma perna para outra, os punhos cerrados. Juvia sentia-se muito comovida, os olhos ardiam. _ Essa propriedade agora é minha e eu digo que você sai.

Os outros funcionários se agitam. Tem pena de Hanna, mas não querem ter o mesmo destino da pobre moça.

_ Estou organizando o número de funcionários _ explica voltando sua atenção para a agenda, como se o assunto não valesse a pena ser discutido. _ Sinto muito, mas não tem mais lugar para você.

Hanna permanece onde está, a encarando com as pernas trêmulas.

_ Por favor, não posso ficar desempregada agora que estou esperando um bebê...

_ Saia logo daqui, menina. _ Sorano abana uma mão, como se Hanna fosse um mosquito chato e insistente. _ Minha agenda é cheia demais para eu estar perdendo tempo com seu choro.

A mulher por fim desiste, afastando-se aos soluços. Os outros a observam ir quietos, num misto de pena e apreensão. Apreensão com a expectativa de serem os próximos.

Juvia morde o lábio inferior, o coração cada vez mais apertado.

_ Max. _ Sorano cantarola. O homem engole em seco, sentindo os outros se afastarem dele no mesmo instante. _ Soube que andou fazendo enxames, ao que tudo indica tem passado mais tempo no hospital que em casa. _ ela arqueia as sobrancelhas.

Max assente, uma gota de suor brotando na têmpora.

_ Sinto muito, mas eu não é viável que meu motorista tenha epilepsia, Max.

Max, ao contrário de Hanna, não tentou argumentar. Assentiu, saindo de queixo erguido.

_ Bob. _ o baixinho se encolhe ao lado de Sol. _ Você está ficando velho e creio que será melhor dispensa-lo.

_ O Bob fica.

Sorano trinca o maxilar. Sequer encara Gajeel, que acabava de descer o último degrau e se aproximava lívido, ainda febril e fraco.

_ Ele está velho. _ murmura entre os dentes, irritada com sua intromissão.

_ Não velho o suficiente para não conseguir usar o aparador de grama. Suponho que você não vai querer aparar a grama. _ ele sorrir, provocativo _ Então, o Bob fica.

Gajeel estala as juntas dos dedos, o olhar nocivo, incentivando-a a descer do salto. Sorano iria gritar com ele, manda-lo calar a boca e deixa-la fazer o que era certo, mas não queria parecer desequilibrada na presença dos empregados.

Se recompôs, ficando ereta e sorrindo calmamente.

_ Vejam como meu marido é piedoso. _ o moreno trinca o maxilar, fazendo-a sorrir mais. _ Tudo bem, querido, o Bob fica, se é isso que quer.

Bob e Sol se entreolham, arriscando um suspiro de alívio. Os outros funcionários sorriem discretamente, com medo de Sorano interpretar como uma afronta.

Juvia e Wendy entrelaçam as mãos, engolindo em seco. Grandeeney acaricia as costas da mais nova, acalmando-a. Sabia que Sorano não iria separa-las, Gajeel colocaria aquela construção a baixo.

Sorano pigarreia, chamando a atenção para si novamente.

_ A partir de hoje, teremos algumas regras. _ ela levanta, começando a ler suas anotações. _ E que fique claro que se eu ver, _ arqueia as sobrancelhas _ Ou souber que alguém as descumpriu, é demissão imediata, sem chances de defesa. _ para por alguns segundos, observando os rostos tensos de preocupação. _ Primeiro, o horário para estarem aqui é às sete em ponto. Não sete e um, nem sete e cinco. Sete em ponto. _ os funcionários assentem rapidamente. _ Segundo, é para estarem vestidos adequadamente. _ ela encara Wendy, que ainda vestia seu fardamento escolar. A menina se encolhe. _ Se estão em horário de trabalho, é para usarem o uniforme de trabalho. _ ela joga os longos cabelos platinados por sobre um ombro. Fica em silencio por longos segundos, deixando todos ansiosos para ouvirem a última regra. _ Terceiro... _ e então a porta da sala abri abruptamente, interrompendo-a.

Gray Fullbuster se aproxima de peito nu, a camisa pendurada no cinto da calça. Juvia apenas lhe lança um olhar e ele rapidamente se veste sob os olhares de todos que estavam na sala.

_ Como eu ia dizendo... _ Sorano retoma a conversa, ignorando Gray totalmente. _ A terceira regra é não terá mais essa desorganização de setores. Quero quatro empregados para cada andar. Não quero ver ninguém fora de seu devido lugar. _ ela encara cada um, fazendo se encolherem e assentirem. _ E teremos um cozinheiro e um assistente, não vou mais tolerar que vocês limpem a privada e depois preparem o meu almoço. _ e dessa vez, o olhar foi totalmente direcionado a Juvia _ que estava bem perto de uma crise violenta de choro, ainda pensando na pobre Hanna e seu bebê.

A mulher surgi com uma mochila pendurada num ombro, soluçando em plenos pulmões ao lado de Max. Todos viram para encara-la, a azulada senti as lágrimas querendo vir.

Sorano bufa, impaciente.

_ Ande logo com isso, garota.

Max passa um braço sobre seu ombro ossudo, batendo de leve e fazendo menção de ir embora com ela.

_ Inferno. _ Juvia funga, parando-os. Larga a mão da irmã, decidida. _ Eu me demito.

Wendy chacoalha a cabeça, encarando-a como se ela tivesse enlouquecido.

_ Ah, que mulher de bom coração. _ Sorano senta-se e cruza as pernas, fitando Juvia com satisfação _ Hoje você está com sorte, Hanna.

Gajeel estava de punhos cerrados, encarando Juvia fixamente.

_ Você não vai sair daqui. _ diz entre os dentes.

Juvia suspira, o olhar baixo.

_ Tá tudo bem. _ força um sorriso. _ O Lyon comprou um apartamento pra mim, eu iria sair de qualquer forma.

Grandeeney põe as mãos na cintura, encarando a filha com os olhos cerrados. Não sabia disso, sentiu-se traída.

_ O-obrigada. _ Hanna choraminga e a abraça, os olhos inchados e vermelhos de chorar. A azulada bate em suas costas, a fim de acalma-la.

_ Você não vai! _ Gajeel vocifera do outro lado da porta. Grandeeney acaricia o braço do homem, tentando apaziguar a situação. _ Não vai! _ e chuta a porta, a garganta dolorosamente seca.

Juvia termina de fechar sua mala, limpando o suor da testa.

_ Que história convincente _ ri sem humor. _ Pena que é mentira.

_ Cala a boca. _ ela rosna, encarando-o de olhos cerrados. _ Se falar pra eles, eu juro que eu te castro, cachorro.

Gray levanta da cama, segurando-a pelos ombros.

_ Você vem morar comigo. _ fala decidido.

Juvia cerra os olhos, afastando as mãos do homem de si como se elas queimassem sua pele.

_ Você não tem uma casa própria. _ retruca aos sussurros.

_ Isso eu resolvo hoje mesmo. _ dá de ombros.

A azulada empurra o peito de Gray, sentindo-se irritada pelo facilidade que ele resolvia os problemas.

_ Eu não vou morar com você!

_ Por que não?

Ela apenas cerra os olhos em resposta, como se aquela pergunta fosse retórica.

E era.

_ Juvia, você não pode simplesmente ir embora desse jeito! _ Gajeel retoma a discussão, a testa rente a porta. _ Você nem tem mais um emprego! Esse cara tá te enrolando a anos, eu disse pra você chutar as bolas dele!

Gray assente diversas vezes, apontando para a porta com um olhar de quem venceu uma grande aposta.

_ Isso mesmo! _ aperta novamente os ombros da azulada, a chacoalhando como se para fazê-la acordar de um transe profundo _ Lyon sempre tá ocupado demais pra você, porque a verdade é que ele gosta de você, mas não a ama.

A azulada se encolhe.

_ Eu amo você, Juvia! _ ele suaviza o aperto, os olhos negros perfurando os azuis _ Eu estou nessa porcaria a cinco anos! Eu aguentei cinco anos dos perfumes do Ichiya, quatro anos aguentando ela _ ri acidamente ao mencionar Sorano _ Eu até mesmo aprendi a cozinhar pra não te tirar do sério todas as vezes que eu tinha que ajudar na cozinha! _ Juvia faz menção de falar algo, mas ele continua, cortando-a. _ Lyon gosta de você, mas não ama. A única coisa que ele ama é a carreira, acredite em mim!

Juvia baixa o olhar, o choro ameaçando vir.

_ Você tem passado mais tempo comigo do que com ele. _ continua mais calmo. Segura o rosto da mulher com as duas mãos, forçando-a a encara-lo. _ Tem se divertido comigo, e no começo pode ter sido ruim pra nós dois, mas você sabe que não é mais assim agora. Sabe que estou aqui porque quero, e também sabe que você gosta de me ter por perto.

_ Acho que ela só está se despedindo do quarto. _ a voz de Wendy soa do outro lado, provavelmente para acalmar outro ataque de nervos do RedFox.

_ Ele é o certo. _ diz simplesmente, afastando as mãos de Gray.

O homem sorri, o rosto próximo demais pro bem dos dois.

_ É. _ concorda. _ Mas sou quem você quer, Juvia.  _ E então, com Gajeel RedFox chutando a porta do quarto, Grandeeney tentando acalma-lo e Wendy chorando como uma criança que se perdeu da mãe em um mercado cheio, Gray Fullbuster beijou Juvia Lockser.

A azulada o encarou aturdida, os olhos saltados de surpresa. Mas a surpresa durou apenas alguns segundos. Com um puxão rude em sua nuca, Juvia devolveu o beijo. Estava irritada por Gray ter a feito admitir o que não queria, e melancólica por estar saindo dali, onde esteve os últimos 22 anos. Mas, mesmo que jurasse que não, Juvia também estava sentindo-se bem em beija-lo, os lábios do homem eram terrivelmente convidativos e pareciam ter sido moldados para os seus.

Quando ela se afastou, estava com um olhar baixo e culpado. Mas assentiu para ele, concordando com a ideia.

_ Você não vai! _ Gajeel berrou na face da mulher assim que ela abriu a porta.

Juvia apenas suspirou.

_ Eu vou ficar bem. _ garantiu. _ Uma hora isso iria acontecer, eu não poderia ficar aqui pra sempre...

_ Poderia sim! _ ele discorda energicamente. _ Poderia não, deveria!

_ Inferno, Gajeel! _ ela finalmente desata a chorar, abraçando-o apertado. _ Pare com isso, imbecil...

Wendy abraça as costas da irmã, quase sufocando no próprio choro.

_ Eu não sei bem se quero te esfolar viva por ter escondido uma coisa dessas de mim ou se quero te abraçar. _ Grandeeney murmura secamente, os olhos marejados.

Juvia larga o RedFox e abraça a mãe, chorando ainda mais.

_ Juvia v-vai ficar b-bem. _ repete entre soluços, afastando-se para secar as lágrimas insistentes. _ Vocês poderão visitar Juvia sempre, não é como se Juvia estivesse indo para o outro lado do mundo.

_ Pare de falar em terceira pessoa! _ Gajeel guincha. Ficara tão atordoado de presenciar aquela façanha que esqueceu-se por um momento da situação.

_ Juvia está nervosa. _ argumenta, lutando para se acalmar.

_ Vou sentir sua falta... _ Wendy comenta baixinho, afastando-se para limpar o nariz com o dorso da mão.

A azulada ri em meio os soluços

_ Juvia v-vai vir vê-la s-sempre.

_ Para, Juvia! _ o moreno se encolhe, encarando-a aturdido.

Gray apanha a mala da mulher, impaciente.

_ Vamos, Gray precisa falar com... _ chacoalha a cabeça, se corrigindo rapidamente para caso alguém tenha ouvido. _ Eu preciso falar com minha mãe! _ diz em alto e bom som. Mas Gajeel o ouviu bem desde o início, e encolheu os ombros um pouco mais.

_ Você enlouqueceu, mais um motivo pra não ir. _ diz voltando sua atenção para a azulada.

Ela puxa ar, já mais calma, tomando a mala de Gray.

_ Estou em juízo perfeito.

_ Juvia, ele vai quebrar seu coração... _ Gajeel insiste uma última vez, e a azulada por um momento se pergunta a quem o moreno se referiu exatamente.

Gajeel a conhecia e sabia que, apesar de ser uma mulher empática e sensível, Juvia também sabia ser fria quando lhe convinha. O homem não era nenhum idiota, e até mesmo um idiota veria o modo que aqueles dois andavam se portando os últimos meses.

_ Ninguém quebra meu coração. _ murmura com as sobrancelhas arqueadas, como se para fazer o RedFox lembrar de quem era ela.

Gajeel suspira, estava certo, afinal. Juvia estava envolvida com Gray bem mais do que deveria, e talvez no fim seria ela quem sairia mais machucada nessa história. Mas tudo bem, Gajeel sabia que Juvia sempre vestia sua máscara de mulher inquebrável quando a situação saia do controle, era seu modo de defesa.

 

•  •  •

 

Levy McGarden finalmente parara de rabiscar naquela folha de papel, erguendo-a bem em frente os olhos como alguém que finalmente resolvera um enigmático problema de matemática.

A azulada, com um assombro que levara a cor de seu rosto, constatou que estava em sua pior época do mês para se ter uma relação sexual sem as devidas precauções.

Ela larga a folha sobre a escrivaninha, olhando a hora em seu celular.

Eram exatamente três e meia da tarde.

_ Espere! _ Lisanna finalmente diz algo depois que a azulada contara tudo o que houve. _ Você encontrou o Gajeel escondido em um beco? _ ela franzi as sobrancelhas em confusão _ Por que o Gajeel estava em um beco?

Levy grunhe, irritada.

_ Não importa! A questão é que transamos e estou fértil!

_ Você é doida ou o quê? _ a albina guincha. _ Que sorte a sua de que isso foi ontem. Já imaginou se você só se dá conta da loucura que fizeram umas 3 semanas depois?

_ Eles não se viam a 4 anos, dá um crédito. _ Cana sai em defesa da azulada. Vira para encarar Levy, sem um pingo do desespero das outras duas. _ Vai ficar tudo bem, branquela. Tenho certeza que ela vai te ajudar.

Levy sai do Bel Air que pegara emprestado de Lohan.

Flare Corona estava trocando o soro de um paciente quando a azulada finalmente a achara. A puxou para um canto, explicando-se e encarando-a com expectativa.

Ela assente, enrolando a ponta do cabelo muito longo.

_ Me espere lá fora, meu intervalo é daqui a pouco.

Levy faz o que a mulher mandou. Sai do hospital público e espera por ela no carro. Quando Flare por fim apareceu, Levy soltou uma lufada de ar, aliviada.

_ Você pode se sentir muito enjoada e ter dores de cabeça forte. _ Flare adverte, lhe entregando um copo descartável com água para ela ingerir o comprimido.

Levy assente, pondo o comprimido na boca e o engolindo em uma golada só.

_ Mira tomou uma vez _ Lisanna conta. _ Ficou bem enjoada mesmo, por uns 3 dias.

A azulada faz uma careta. Não queria ficar enjoada por 3 dias. Mas, com um dar de ombros, chegou a conclusão de que suportaria 3 dias pra não suportar possíveis 9 meses.

_ Mas isso é bem relativo também. _ a ruiva suspira. _ Quando eu era bem mais nova e ainda estava no ensino médio, eu tive um namorado. _ ela se interrompe, o olhar vago, o pensamento longe do Bel Air. Inclina a cabeça levemente para a direita, lembrando-se de coisas que Levy e as outras podiam apenas imaginar. _ Quer dizer, eu tive muitos namorados. _ sorri de canto _ Mas no meu último ano, eu conheci um cara. E ele era um filho da puta de primeira. Mas ele era tão bonito que eu até esquecia isso.

Lisanna estava com a testa vincada, Cana com uma sobrancelha arqueada e Levy apenas encarava Flare, séria.

_ E eu vivia bêbada, era bem problemática, e ele era babaca o suficiente para não me parar _ a azulada instantaneamente pensa em Rebecca, mas afasta o pensamento com destreza. _ E aconteceu o que era bem óbvio. _ Flare pisca, voltando pra realidade. _ Não sente nada, nem uma misera dor de cabeça.

_ E você se arrepende? _ Lisanna indaga finalmente entendendo a história.

_ De ter tomado a pílula do dia seguinte? Não mesmo. Mas me arrependo de não ter acertado um soco nele.

Na volta para casa, Cana e Lisanna finalmente recordaram do que Levy aprontara. A azulada ligou para as duas tão desesperada que elas esqueceram qualquer vingança que estivessem tramando. Mas agora, enquanto Levy levava as duas para casa, a volta da azulada veio a tona e Cana foi a primeira a quebrar o silencio:

_ Apenas aguarde, McGarden. _ diz simplesmente, encarando a janela fixamente, o nariz empinado.

_ É, não pense que esquecemos sua traição. _ Lisanna concorda.

Levy apenas sorri, ligando o rádio automotivo. Ela deixa as duas amigas em suas respectivas casas _ no caso de Cana, em seu trailer _ , e então segue seu caminho de volta a Bosco.

Seu pai jantava quando finalmente chegou em casa. Quando perguntou pela mãe, ele dissera que Natsumi havia saído com o irmão e a "esquisitinha" saíra sem dizer para onde estava indo, e ele não achou boa ideia questiona-la.

Levy riu do modo que seu pai temia Cassie e beijou sua bochecha. Dissera que passou a tarde num barzinho, com Cana e Lisanna. Não queria contar que encontrou Gajeel RedFox em um beco no dia anterior, que transou com ele três vezes dentro do seu carro e que andou atrás de Flare para conseguir uma pílula.

Ela poderia arriscar se fosse apenas uma vez. Essas coisas acontecem constantemente, e muitas vezes não acontece nada. Mas não podia arriscar três vezes. Em uma das  três poderia acontecer a fecundação. Ou nas três.

Levy franze o cenho com os pensamentos que estava tendo. De repente estava imaginando três bebês gêmeos, todos com o rosto rústico de Gajeel e com suas bandanas coloridas, chorando ao mesmo tempo e chamando-a de "mamãe" com uma voz grossa demais para qualquer criança.

Seu celular toca de repente, sobressaltando-a. Ela o apanha no criado-mudo, sorrindo ao ver o nome de Gajeel na tela acesa.

_ Desculpe pelo carro. _ é a primeira coisa que ele diz, e Levy revira os olhos, deitando-se de peito para cima.

_ Nós quebramos ele juntos. _ ela o lembra com uma nota de irritação na voz.

_ Se você não achar demais...

Levy o corta.

_ Sim, eu acho demais você me dar um carro. _ arqueia uma sobrancelha _ E além disso, para todos os efeitos, meus pais acham que perdemos contato. Não vai ser nada bom eu chegar aqui com um carro novo. Eu nem tenho um emprego ainda, e eles engoliram a história de que meu fusca simplesmente morreu, porque ele era velho mesmo...

_ Ainda bem que você sabe. _ Gajeel comenta com ar de riso, Levy trinca o maxilar.

_ Mas não vão engolir um carro novo, assim do nada. _ ela continua, ignorando a provocação.

_ Eu posso...

_ Não, Gaj. _ Levy o corta novamente, suspirando. _ Eu vou conseguir as coisas, mas vai ser por mérito. Não quero que simplesmente compre tudo pra mim, droga.

_ Okay, okay, não vou mais tentar facilitar as coisas pra você. _ Gajeel diz, mas Levy o conhecia o suficiente pra saber que não falava sério, apenas queria evitar uma possível discussão.

_ Quando eu estava na Austrália, eu comecei um projeto. Pretendo enviar para algumas editoras, mas nada sério ainda.

_ Isso é ótimo, petit... _ ele ri baixo.

Ela senta-se e encara sua mala, ao lado do guarda-roupa em desuso.

_ Tenho tanta coisa pra arrumar ainda... _ comenta com pesar. Gajeel não a responde de imediato. Levy percebe que há algo muito errado. _ Gaj?

Ele suspira lento e pesadamente.

_ Juvia foi embora.

Levy franze as sobrancelhas.

_ Como é?

_ Embora. _ ele repete _ Eu estou tendo a sensação de que Sorano tá afastando todos de mim. _ e dessa vez Levy captou algo novo, algo bem perto de medo. _ Tá afastando tudo o que me faz bem.

_ Não vai me afastar. _ a azulada promete.

_ Ela pode, e vai, te destruir _ o homem diz, apreensivo. Espera que ela diga que é forte, que consegue lidar com isso. Levy McGarden sempre deixava muito explicito o quanto era segura de si mesma.

_ Gaj, apenas se mantenha em segurança e eu estarei bem. _ faz pouco caso do assunto.

Ele bufa.

_ Levy, você sabe ao menos dá um soco sem quebrar as juntas dos dedos?

Ela abre a boca para responder com alguma grosseria, mas para, encarando os dedos finos de sua mão esquerda.

Não, ela não sabia.

_ Foi o que pensei. _ o homem murmura secamente.

Ela revira os olhos.

_ Vou pedir pra Lohan me ensinar defesa pessoal, se isso te deixa mais calmo. _ propõe.

_ Espere... Lohan também veio pra Fiore?

Levy se dá conta de que Gajeel estava por fora de vários assuntos. Suspira com pesar em ter que explicar tudo outra vez. Já havia explicado para Cana e Lisanna, e Levy contava com elas para espalhar a noticia, não queria ter de repetir aquela história mais vezes.

_ Não me interrompa, okay? _ e então conta tudo. Do seu resfriado até a viajem em que dera tudo errado e tiveram que ser guinchados até uma oficina.

Ela espera pacientemente em silencio. Gajeel permanece quieto por longos minutos.

_ Você ficou doente?

_ Foi apenas um resfriado. _ revira os olhos. De tudo naquela história, foi aquilo que mais chamou a atenção do RedFox?

_ Por minha culpa.

_ Gajeel, não começa. _ reclama sem paciência para discutir aquele assunto. _ Já estamos resolvidos quanto a isso.

Ele não retruca. Não queria brigar com Levy, não queria estar chateado com ela, e nem chateá-la.

_ Quero vê-la. _ diz mudando totalmente de assunto. _ Preciso vê-la.

A azula sorri, relaxando.

_ Quando você tá livre?

_ Você pode vim na empresa. _ ele sugeri.

_ E Sorano?

_ Sorano mal fica na empresa. _ ri secamente. _ Ela reveza entre infernizar os empregados e dá entrevistas. Ela tá adorando a fama que ando tendo. Ela criou essa situação e ela tá lucrando com isso, fazendo o papel da esposa fiel e protetora.

Levy se encolhe.

_ Não gosto disso...

_ Eu também não, petit. _ suspira. _ Por isso preciso vê-la.

A azulada pondera por alguns minutos. Pensa sobre o que faria durante a semana, tenta lembrar de um possível compromisso.

_ Amanhã com certeza meus pais vão querer visitar meus tios para falar sobre o Lohan. _ suspira. _ Então acho que na quarta-feira é o mais provável.

_ Vou desligar. _ Gajeel diz rapidamente, como se de repente tivesse lembrado que deixara uma panela no fogão. _  A irmã da Sorano tá brigando com o marido de novo. _ explica parcialmente. Parecia tenso.

_ Marido? _ a azulada repete aturdida. _ Tudo bem... até quarta, Gaj.

_ Até quarta. _ e então desliga.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Notas Finais


confesso que eu ri bastante enquanto escrevia essa cena da Flare, acho que sou retardada '^' enfim. Espero que tenham gostado e até o próximo u3u <33


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