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História Impulso - Impulso


Escrita por: Ixteeer

Notas do Autor


Hello!
Cabritos, eu andei pra um caralho hoje, de manhã cedo até 5h da tarde eu ainda tava resolvendo problemas, então perdoem se tiver erros grotescos! Eu queria que minha beta, a Cerisier_Hime, não lesse o último capítulo pra ser surpresa pra ela também ;w; por isso não tá betado, mas, acredito eu, que ficou baun sim... eu gostei do rumo que a história tomou. Eu tinha planos de matar muita gente ainda, mas sei lá, vi que tava ficando uma coisa dramática demais e resolvi maneirar ;w; Gratidão a todos que chegaram até aqui, sério, muita pouca coisa me faz feliz, e uma delas são minhas fics e a boa aceitação de vocês :') <33
Tenham uma boa leitura e relevem o tamanho do capítulo <33

Capítulo 36 - Impulso


Fanfic / Fanfiction Impulso - Impulso

 

09 de Abril, 2025

 

Levy deixou as cobertas acolhedoras de sua cama para ir acalentar a filha, que às 7h da manhã, berrava como filhotinho desmamado. Parou diante do berço, elevando-a e a trazendo para si cuidadosamente. A balançou nos braços por alguns segundos, o suficiente para Alba se calar ao perceber que a mãe a segurava ternamente. Tão tranquila e serena... Levy sinceramente não sabia de quem a menina herdara aquela personalidade já notável, porque dos pais, definitivamente, é que não fora.

Sem deixar de amamenta-la, caminhou até a janela do quarto a abriu, semicerrando os olhos para a claridade do dia. Sorriu, vendo a mãe agachada em frente um vaso de planta, provavelmente com mais uma mudinha para ser plantada. Depois de amamentar e ficar um pouco com Alba no colo, preparando-se para uma possível gorfada, que não veio, Levy checou a fralda e a pôs de volta no berço.

Encontrou com o pai ao sair do banheiro.

O homem já estava quase pronto para ir trabalhar, e deu uma boa olhada na filha antes de seguir seu caminho até a cozinha da casa. Levy revirou os olhos, mas não deixou de rir. Ren sempre ficava a espreita, esperando algum sinal de que a azulada estava esgotada, a ponto de ter uma crise de nervos. Segundo ele, aconteceu uma vez com Lauren Natsumi, e para acontecer com ela também não era lá uma coisa improvável de acontecer.

Naquela manhã, Levy estava sem apetite e acabou comendo apenas uma maçã. Ao voltar para o quarto, sorriu ao ver que Alba permanecia dormindo, tão quieta que se assemelhava a uma boneca. Ela tinha tanta sorte... e pensar que ela, Levy, segundo sua própria mãe, não lhe dava sossego quando criança. "O mundo é injusto, deveria ter uma filha tão inquieta quanto você foi", dissera indignada quando viu a neta pela primeira vez, dormindo nos braços do pai enquanto chupava o próprio dedo.

Antes de sair, Ren passou no quarto da filha para lhe dar um beijo na testa e babar um pouco sobre o berço de Alba. Isso porque Ren era o mais tímido; os tios de Levy falavam com voz de gás hélio e, por Deus do céu! , tinham a terrível mania de arremessar o bebê para cima.

Quando um deles fazia isso, Levy, internamente, rezava para Alba dar uma boa gorfada.

Estalou as juntas dos dedos, ligando o notebook sobre a escrivaninha. Sentou-se na cadeira em frente o móvel, batucando os dedos com impaciência. Quando o painel de controle finalmente surgiu, Levy começara a abrir os programas que usava para escrever, dando uma boa olhada em Alba antes de se voltar para a tela do computador novamente.

Levy havia mudado um pouco seus planos. A principio, iria escrever livros infantojuvenis, contudo, a azulada se viu mudando complemente de ideia. Largara de mão o antigo projeto e começara um novo há dois meses; um livro de romance voltado para jovens adultos. Sentia que nesse ramo poderia explorar melhor suas ideias, seus estudos e tudo o que tinha em mente para o seu primeiro livro a ser publicado.

Parou de digitar quando ouviu batidas na porta. Conhecia sua mãe e sua famosa sucessão de batidinhas ansiosas. Virou-se a tempo a tempo de ver Natsumi surgir numa brecha que ela mesma abrira, colocando apenas a cabeça para dentro, um sorrisinho nervoso estendendo-se no rosto sardento.

_ Gajeel tá aí. _ avisou de uma vez. Sutileza nunca foi o seu forte. _ Posso mandar entrar?

No entanto, antes que Levy pudesse sequer entreabrir os lábios para responder, a porta fora aberta repentinamente e Gajeel passou para dentro sem esperar por um pedido formal. Natsumi engoliu à seco e fechou a porta, preferindo não assistir ao que seja lá que viria à seguir.

Levy voltou-se para o notebook, fingindo não ver o Redfox alisar o rosto adormecido da filha. Ele estava com as roupas informais de sempre e com uma mochila nas costas, provavelmente iria ter aula daqui a pouco. Lhe doía ignora-lo, mas seu orgulho falou mais alto naquele momento. Ainda estava sentida com a última discussão que tiveram, na noite passada. Tinha consciência de seu comportamento infantil, mas, por hora, era melhor não tentar uma aproximação ou iria explodir, caso Gajeel resolvesse não dar o braço a torcer também.

Era idiota, ela sabia, mas mesmo assim não deixou de se sentir frustrada quando Gajeel saíra sem falar nada depois de matar a saudade da filha. Inspirou, recusando-se a chorar, mesmo estando sem ninguém para ver o feito. Em vez disso, continuou a escrever, criando uma discussão dos diabos entre os protagonistas, apenas para ter onde usar toda aquela gama de sentimentos ruins que estava sentindo no momento.

Parou ao ouvir as batidinhas na porta. A mãe entrou em seguida, caminhando furtivamente até a cama de Levy para sentar-se na beirada, com as pernas cruzadas e as mãos inquietas no colo.

_ Vocês terminaram? _ finalmente perguntou, direta como sempre.

Levy esfregou a têmpora.

_ Não, só brigamos.

_ Posso perguntar por quê?

A azulada suspirou.

_ Pra ser franca, mãe, eu não sei... acho que só estamos cansados, sei lá.

Natsumi franziu o cenho.

_ Cansados um do outro?

Levy pensou um pouco.

_ Não... acho que estamos cansados da nossa nova rotina... _ parou, de repente sentindo uma pontada de culpa. Olhou para o berço onde Alba dormia, engolindo à seco. _ Não que eu me arrependa de ter...

_ Não precisa explicar. _ Natsumi riu suavemente. _ Tudo bem, filho desgasta mesmo. Mas...

Levy virou-se para encarar a ruiva.

_ Mas? _ incentivou-a a prosseguir.

Natsumi parou de movimentar as mãos no colo, entrelaçando-as uma a outra.

_ Mas ao mesmo tempo nos faz sentir que foi a melhor coisa que fizermos. Às vezes nos assustamos com o quanto eles nos mudam, e nos perguntamos se estamos fazendo um bom trabalho... _ rolou os olhos para o teto. _ E, é claro, também tem os momentos que paramos para pensar em como seria se tivéssemos decidido não tê-los. _ voltou a encarar Levy, sorrindo com os olhos úmidos. _ Mas toda a vez que a gente pensa nisso, ficamos angustiadas, porque sabemos que não seríamos nada sem eles. Que não seríamos o que nos tornamos, e sabe, eu realmente gosto do que eu me tornei quando ganhei você. _ secou as lágrimas rapidamente, sorrindo com as lembranças que estavam vindo-lhe à mente. _ Eu era tão tola, azul. Ingênua. Você foi como uma âncora para sim, sabe.

Levy juntou as sobrancelhas, encolhendo os ombros.

_ Isso soa tão mal...

A McGarden mais velha levantou-se, aproximando-se enquanto meneava a cabeça pela mal compreensão de Levy.

_ Não, não nesse sentido. _ atalhou. _ No sentido de me trazer para realidade. Eu precisava fincar bem meus pés no chão, e foi exatamente o que você fez quando veio. _ beijou a testa da filha, ajeitando a bandana torta.

_ Mãe.

_ Hm.

_ Eu já disse que amo você?

Natsumi parou o que fazia, encarando-a divertida.

_ Esse ano não.

Levy revirou os olhos. Era claro que já havia dito aquele ano, provavelmente ainda semana passada, e a mãe estava tirando um sarro, como sempre.

_ Amo você. _ disse ao se virar de volta para o notebook, o que fez Natsumi agitar a cabeça negativamente e rir com o quanto do pai a filha tinha. Assim como Ren, Levy não era de abraços repentinos e declarações calorosas, demonstrava seus sentimentos daquela maneira; como quem não quer nada.

Depois de balbuciar coisas que nem Levy entendeu, quem dirá a pequena Alba, Natsumi deixou Levy sozinha com seu projeto e voltou para a sua mudinha.

A azulada almoçou às 14h, logo após dar de mamar para a filha, e então voltou a escrever, como se não houvesse amanhã, recusando-se a pensar em Gajeel e na discussão boba que tiveram. Bem, por um motivo bobo, porque a discussão em si não fora nada boba.

Estava terminando de trocar a fralda de Alba quando a porta se abriu atrás de si. Continuou o que fazia, sabendo bem, sem nem mesmo precisar conferir, quem acabara de entrar. Conhecia o cheiro de Gajeel, o modo que ele andava, o jeito que ele ficava quieto quando pensava seriamente em algo e a maneira que ele  lidava com as coisas. "Talvez ele simplesmente vá embora de novo pra evitar outra discussão". "Talvez ele vá esperar que eu termine de troca-la pra brincar um pouco e ir embora sem falar nada".

_ Não deveria se agachar desse jeito, vai foder a sua coluna. _ ouviu a voz inconfundível ralhar atrás de si. Levy, no entanto, continuou do mesmo modo, sem dar-lhe ouvidos. Quando por fim terminou de fechar a fralda, fez menção de levantar a filha, porém as mãos de Gajeel foram mais rápidas e Levy suspirou, vendo-o pega-la no colo.

Como de costume, nem bem se fez dez minutos que o homem a balançava nos braços e Alba dormira chupando o polegar. Com um cuidado excessivo, Gajeel a depositou no berço, alisando seu vestido amarelo antes de voltar-se para Levy, que já havia voltado para o seu notebook.

A verdade é que a McGarden não queria vê-lo passar por aquela porta. Uma terrível sensação de abandono lhe acometia com tal cena.

_ Petit...

Levy parou de digitar, sentindo o coração acelerar num segundo. Era tão idiota assim aquele apelido piegas mexer com ela daquela maneira, mesmo depois de tanto tempo?

_ Não tem que ir pra faculdade amanhã? _ perguntou assistindo-o tirar a mochila das costas e a largar aos pés da cama.

Gajeel sentou-se e começou a tirar o coturno.

_ Não faz mal faltar de vez em quando.

A mulher voltou-se para o notebook, fechando-o lentamente. Levantou-se, caminhando até o homem e parando bem em sua frente, umedecendo os lábios enquanto observa-o terminar de tirar o calçado. Quando Gajeel finalmente se endireitou, Levy o abraçou de repente, apertando-o contra seus seios.

_ Me desculpe ter insinuado que tava de olho na sua ex. _ murmurou rapidamente, quase atropelando as palavras. _ Fiquei nervosa por você não ter contado que tinha ido àquele bar.

Gajeel afastou-se para encara-la. Alisou sua bochecha, a testa franzindo de leve.

_ Você se alimentou hoje? _ inspirou quando Levy permaneceu em silêncio, lhe dando uma resposta clara. _ Você tomou o seu remédio?

A McGarden empalidecera subitamente. Não havia se dado conta daquilo até Gajeel tocar no assunto.

_ Por Deus, Levy, não pode simplesmente se esquecer! _ ralhou ao se levantar, fitando-a preocupado. A mulher não respondera nada, apenas o seguiu pela casa, ouvindo-o murmurar coisas desconexas.

Natsumi observou os dois, de um lado a outro, com os olhos afoitos, sem sequer disfarçar a curiosidade. Estava de pé, cortando um nabo para a sopa que pretendia fazer para o jantar. Contudo, parou o que fazia para assistir Gajeel bater um bocado de verduras dentro do liquidificador, acrescentando, como se não pudesse ficar pior, uma generosa quantidade do suplemento vitamínico que Levy tomara durante a gravidez.

A azulada torceu o nariz para a bebida, Gajeel, no entanto, não tivera dó.

_ Não. _ murmurou, tal como falaria com uma criança que se recusava a tomar um remédio. _ Bebe tudo.

Levy suspirou e obedeceu a contragosto, depositando o copo na pia e limpando os lábios com o dorso da mão ao terminar. Só por um momento, Levy achara que Gajeel iria dizer para Natsumi que ela esquecera sua medicação, porém, pela segunda vez, o homem a surpreendeu aquela noite. Simplesmente lhe tomou pelo pulso e a levou consigo de volta para o quarto.

Ficaram sentados na cama por longos minutos; Gajeel encarando o berço da filha, Levy brincando com um fiapo da blusa. A verdade é que a azulada não estava mais irritada com Gajeel, mas o receio ainda estava lá, em seu coração. Ele não desmentira, afinal. Queria ouvi-lo falar com todas as letras, mas, ao mesmo tempo, tinha receio de pedir e discutirem de novo.

Gajeel, em contrapartida, pensava em como era sortudo ter uma mulher como Levy. Que tivesse paciência com ele e com seu humor, ironia aparte, adorável.

_ Gaj... _ ele virou-se para encara-la, vendo-a fitando o próprio colo. _ Você me falaria se começasse a gostar de outra?

O Redfox sorriu, empurrando-a de leve para que deitasse. Acomodou-se ao seu lado, apoiando o próprio peso em um braço, enquanto afastava um cacho azul para atrás da orelha de Levy com a mão do braço livre.

_ Não vou me apaixonar por outra, Levy. _ garantiu ele.

_ Promete? _ ela insistiu teimosamente, erguendo o mindinho. O homem o encarou, inspirando e entrelaçando seu dedo ao dela, não deixando de sorrir ao vê-la suspirar de alivio. _ Como pode ser tão inteligente, e ao menos tempo, tão tola? _ se perguntou em voz alta.

Levy comprimiu os lábios.

_ Tenho receio, Gaj. Sinto que depois de Alba criei laços mais profundos com você. _ uma ruga se formou entre suas sobrancelhas. _ Mais complexos, eu mesma não me entendo mais.

Gajeel dedilhou o contorno dos lábios de Levy, observando-o como se fosse a coisa mais interessante do mundo.

_ Duvido que outra pessoa mexa comigo como você. _ segredou. _ Você é a única em meu coração. _ parou, sorrindo torto. _ Bem, a única além de Alba.

Levy também sorriu, guardando bem aquelas palavras em suas memórias. Não era todo dia que Gajeel dizia algo tão profundo... que dizia sóbrio, porque quando bêbado o homem se assemelhava a uma torneira que não para de jorrar sentimentalismo.

_ Graças a Deus que veio uma garota. _ disse em tom de zombaria. _ O pobre Álbum iria sofrer na escola com esse diabo de nome.

A azulada fingiu limpar algo na camisa de Gajeel.

_ Nós iríamos adaptar para Albus. _ retrucou.

_ Albus? _ ecoou com escárnio. _ Que sortuda, a Alba. _ e em seguida, os dois olharam para o berço, onde a menina continuava, como sempre, dormindo.

Gajeel voltou-se para Levy segundos depois, beijando-a suavemente. Porém, a mulher agarrou seus cabelos da nuca e aprofundou o ato, cruzando as pernas em sua cintura enquanto enfiava, furtivamente, as mãos por debaixo da camisa do homem para arranha-lo.

Naquele momento, eles estavam tão absortos na simples sensação de estarem bem, de tudo estar em seu devido lugar, de estarem juntos e de não estarem ressentido um com o outro, que nada mais importou. De repente eles precisavam estarem juntos, no sentido mais literal possível da palavra. De repente essa necessidade era urgente, como que se não terminassem logo de tirar as roupas e se encaixassem, o ar lhes faltaria.

Nada lhes veio à mente além de consumarem logo o ato.

Nada, nem mesmo um preservativo.

 

22 de Maio, 2025

 

Levy saíra do banheiro agitando o objeto na mão, com visível impaciência. Ao chegar em seu quarto, contudo, ela sentiu o ar fugir de seus pulmões ao ver o positivo surgindo timidamente. Não soube bem discernir o que estava sentido; se era incredulidade, medo ou  pura apreensão. Quer dizer, Gajeel costumava dizer que queria, e muito, ter filhos _ no plural. Mas já fazia tanto tempo... será que ainda pensava daquele modo?

Bem, não havia outro caminho para descobrir, se não contando a novidade de uma vez e esperando por sua reação.

 

 

_ Gaj, ele não pode te ouvir. _ a mulher retrucou, achando graça no comportamento do homem. Ele, porém, não lhe deu ouvidos. Continuou beijando e murmurando coisas rente ao ventre da McGarden.

_ Ela. _ Gajeel a corrigiu.

Levy revirou os olhos.

_ Gajeel, não dá pra saber ainda.

O Redfox fingiu farejar o ventre de Levy, o que a fez rir ainda mais.

_ Eu sinto que é. _ argumentou. _ Dessa vez, eu escolho o nome. _ acrescentou, olhando Levy de rabo de olho.

_ Alba é perfeito! _ a azulada disse na defensiva.

_ Aham. _ fingiu concordar, voltando sua atenção para a barriga lisa. _ Será Brigitte.

Levy pensou um pouco, tentando achar uma forma de tirar sarro.

_ Bem... _ começou com ar de riso. _ O lado positivo de escolhermos esse é que termina com "e". Logo não tem gênero e poderemos usa-lo do mesmo modo, caso venha um menino.

Gajeel fez uma careta.

_ Brigitte é uma garota. _ teimou.

A azulada alisou os cabelos do moreno, sorrindo diante de sua devoção precoce por Brigitte.

 

 

_ Você tá usando drogas?!

Gajeel se remexeu no sofá de couro preto, observando a mãe reler o resultado do enxame _ pela terceira ou quarta vez.

_ Aconteceu...

_ Aconteceu?! _ ecoou jogando os papeis sobre o centro. _ Alba não tem nem seis meses! _ inspirou, o peito subindo e descendo constantemente. _ Você não terminou sua faculdade ainda!

_ Termino esse ano, mãe... _ tentou dizer, mas fora calado pela revolta de Metalicana.

_ Exatamente! Esse ano! Não poderia deixar pra fazer isso ano que vem?!

Gajeel sorriu torto, lembrando da noite em que Brigitte fora concebida.

_ Com certeza, não. 

Grunhiu ao sentir os papeis que trouxera para a mãe ver chocarem-se contra um lado de sua face.

_ Seu moleque!

_ É tarde pra discussões! _ levantou-se, alisando o lugar ardido. _ A Brigitte já tá a caminho.

Metalicana sentou-se e cruzou as pernas, balançado o pé nervosamente. Murmurou consigo mesma várias e várias até voltar-se para o filho.

_ Brigitte, é? _ meneou a cabeça. _ E se for um garoto?

_ Não vai ser.

_ Mas e se for? _ insistiu.

_ Bem. _ deu de ombros. _ Se for um garoto, se chamará Brigitte também, foi o acordo com Levy.

Metalicana empalideceu momentaneamente.

_ Misericórdia.

 

Em contrapartida a reação da Redfox, os McGarden foram bem mais receptivos a notícia _ se você desconsiderar a ameaça de Lohan e Daichi.

Alba começava, muito lentamente, a ficar sentada sem precisar de apoio. Às vezes vacilava, porém, os episódios estavam ficando cada vez mais raros. Os cabelos começavam a surgir, e para a surpresa de Gajeel e Levy, os fios eram ruivos, e não azulados ou negros _ coisa que chegaram a apostar entre si.

A partir daí, nascera a rivalidade entre Lauren Natsumi McGarden e Igneel Dragneel. Os dois discutiam para saberem quem Alba herdou os genes, visto que os dois eram ruivos.

Levy percebia, à medida que os meses se passavam e o cabelo da menina crescia, que Alba puxara Igneel. Ao contrário dos da avó, os fios eram num tom afogueado, chamativo, escandaloso. Os de Lauren eram um castanho-avermelhado tímido e discreto.

Mas bem, Lauren não tinha do que reclamar: A menina tinha, definitivamente, os seus olhos lindos verdes. Ponto final!

 

15 de Outubro, 2025

 

Fora no dia do aniversário de Gajeel que a vida de Levy dera uma reviravolta de trezentos e sessenta graus.

Eles haviam almoçado na casa dos Redfox, e tiveram que suportar a presença de Margaret e seu marido submisso. Mas bem, não fora de todo ruim afinal. Juvia esteve presente, obviamente, e também Gray, e a mais nova diretora da empresa Redfox, Eva Stones. E também Igneel Dragneel e o filho, que estava bem mais calmo que das outras vezes que precisara estar sob o mesmo teto que o meio irmão.

De forma geral, fora um almoço agradável _ se você desconsiderar as insinuações de Margaret sobre Gajeel estar gastando sua maravilhosa genética com suburbanos.

Levy estava de sete meses. Como na primeira gestação, a barriga crescera pouco, ficando discreta e perfeitamente adaptada no corpo miúdo. Contudo, sempre que precisava passar o cinto de segurança, sentia que estava bem maior do que aparentava.

_ Juvia está tão feliz. _ comentou enquanto lutava para fechar o cinto. _ É visível que está. _ finalmente conseguiu finalizar a missão, expirando profundamente. _ Bem, nada mais justo.

Gajeel estava muito quieto para o gosto da McGarden. Semicerrou os olhos, percebendo que não estava indo para a casa de seus pais, em Bosco. Olhou para o banco de trás por um segundo, vendo Alba em sua cadeira acolchoada da Minnie... dormindo.

_ Certo, o que você tá aprontando?

Gajeel sorriu torto.

_ Não tem graça se eu contar.

A azulada inspirou, como se para expulsar a agitação com o feito.

_ Eu tô de sete meses. _ ela o lembrou.

_ Vai gostar. _ ele prometeu ainda sem encara-la.

Levy bufou, mas não retrucou. Permaneceu em silêncio até pararem na orla, no exato lugar onde Gajeel a trouxera quando lhe presenteou com sua pulseira.

_ Gaj, por que me trouxe aqui? _ o questionou, recordando de um dos melhores dias de sua vida.

O Redfox abriu o porta-luvas, ato que Levy acompanhou atentamente. Viu quando ele tirou de lá uma caixinha de veludo preta, e sentiu seu ventre se agitar. Mesmo tendo uma vaga noção do que viria à seguir, Levy ainda se perguntou se ele não estava brincando, por algum motivo desconhecido.

Mas Gajeel não brincara. Quando abrira a caixinha diante dela, havia dois anéis de prata aninhados no centro, cada um com uma única e singela pedra; âmbar e rubi.

_ Isso é um pedido de casamento? _ perguntou com a voz embargada, as lágrimas ameaçando vir.

_ Não. _ largara a caixa no colo, apanhando as duas mãos de Levy e mantendo-as juntas enquanto prosseguia, olhando-a de um jeito novo. A McGarden ainda não sabia categorizar aquele olhar, mas já o amava. _ Isso é um pedido: Quer ser minha musa inspiradora pra sempre, Levy?

A mulher encarou-o, depois o anel, e novamente o homem, até por fim gargalhar tão alto que até mesmo Alba, quem tinha um sono profundo, se remexeu em sua confortável cadeirinha.

_ Isso não é um pedido. _ murmurou secamente, rouca de rir.

Gajeel aproximou o rosto do dela.

_ É sim. _ a beijou suavemente, desconcertando-a, e em seguida afastou-se para encara-la com expectativa.

_ Sabe qual é a minha resposta. _ disse, a fim de provoca-lo um pouquinho.

_ Quero ouvi-la, Petit.

Levy sorriu.

_ Sim.

Gajeel desenhou o contorno dos lábios da mulher com a ponta dos dedos.

_ Sim o quê?

_ Quero ser sua musa inspiradora pra sempre. _ corou de leve, algo naquilo soava constrangedor aos seus ouvidos.

O moreno sorriu extremamente satisfeito, beijando o dorso das mãos que ainda segurava gentilmente.

_ Eu amo você. _ murmurou rente aos seus lábios. _ Porra, como eu amo você, Levy!

 

15 de Novembro, 2025

 

Levy entrara na igreja com oito meses de gestação.

Não poderia estar mais bonita enquanto caminhava em direção ao altar, com um Ren debulhando-se em lágrimas ao seu lado. Não pestanejou nem por um segundo ao subir os poucos degraus e parar diante de Gajeel, controlando-se arduamente para não lhe beijar a boca que, naquele momento, mostrava-se terrivelmente atrativa.

Dali, pôde ver Eva ao lado de Metalicana, com os cabelos quase rente a orelha, e Igneel do outro lado da Redfox, com um sorrisinho presunçoso enquanto assistia o filho mais velho casar. Pouco atrás estava Erza e Jellal, com uma Andrômeda saltitante entre eles. Natsumi se encontrava ao lado de Lohan, na primeira fileira do lado esquerdo, chorando aos soluços. Mirajane secava gentilmente suas lágrimas com um lencinho.

Por onde olhasse, Levy achava um rosto conhecido. Sorriu, sentindo os olhos arderem quando achara Lisanna com o namorado, fitando-a com os olhos azuis marejados. E também achara Lucy e Natsu, e Laxus com o filho agarrado à sua perna.

Por um momento, se perguntou como tanta gente coube naquele espaço.

Ao encontrar Juvia ao lado da irmã e da mãe, soluçando tanto quanto Natsumi McGarden, meneou a cabeça, se questionando onde estaria o seu namorado. Por Deus do céu, que estivesse devidamente vestido!

E bem, Gajeel e Levy gostariam de dizer que prestara atenção ao que o reverendo dizia, mas a verdade é que não pararam de se encarar a maior parte do discurso, distantes daquele altar, daquela igreja e de tudo ao redor deles. Quando, finalmente! , chegaram a parte de trocarem os votos, falaram às pressas, querendo encerrar logo àquilo e pularem para a melhor parte.

Quando seu anular fora envolvido pelo anel de prata, aquele momento lhe pareceu tão certo que se emocionou e chorou, com uma igreja abarrotada de gente.

Mas, pela primeira vez, ela nem ligou para isso.

_ Eu vos declaro... _ e em seguida o padre agitou a cabeça e inevitavelmente riu com o resto da igreja, desistindo de prolongar a cerimônia quando os casal beijou-se antes mesmo de ele dá-la por encerrada.

 

[...]

 

_ Vai vestir a porra da camisa!

_ Estou de boas assim!

_ Você tá no casamento do meu irmão!

_ Ele não é seu irmão!

Gajeel massageou a nuca, no exato local onde Natsu havia arremessado uma mão cheia de arroz quando o Redfox saíra da igreja com a esposa no colo, incapacitado de simplesmente lhe devolver o gesto com um soco. O encarou de rabo de olho, vendo-o sorrir abertamente ao lado de uma Lucy um pouco bêbada. O próprio Natsu estava mareado, não tinha costume de beber, e uma taça de vinho fora tiro e queda.

Sorriu torto, estalando as juntas dos dedos com ar malicioso.

_ Gajeel. _ a azulada o chamou no exato momento em que o homem estava prestes a se aproveitar da vulnerabilidade do irmão caçula. Encarou-a enquanto ela se aproximava, esquecendo-se de sua vingança infantil e qualquer outra coisa que não fosse Levy e Alba _ no colo da mãe, sustentando o próprio tronco sem grandes problemas.

Quando Levy chegara perto suficiente, Gajeel a puxou pela cintura com uma delicadeza incomum, beijando-a e puxando a filha para o seu próprio colo. Sentia um enorme desejo de ir embora, contudo, os parentes de Levy estavam espalhados pelo salão de festa, divertindo-se e comemorando o evento, e Gajeel sabia que Levy não iria simplesmente ir embora, deixando-os à mercê de pessoas como Margaret e o marido.

_ Olhe, olhe lá! Veja, é por isso que sou tão fervorosamente contra essas relações indevidas! _ a mulher dissera para Eva, sua filha caçula, num momento que pensara estar no anonimato. Porém, escolhera um péssimo momento para abrir a boca. A música havia sido suspensa abruptamente, e sua voz, sempre tão exageradamente sentida, soara por todo o salão, e até mesmo Mirajane e o marido, que estavam no lado oposto do lugar, a ouvira perfeitamente.

Juvia e Gray pararam a discussão que se estendia há quase dez minutos completos, encarando Margaret com expressões raivosas.

_ Cala a boca, sua velha mal amada! _ grunhiu Juvia, fechando as mãos em punhos. _ Quem você pensa que é?! Você nem foi convidada, tá aqui só porque Metalicana é gente boa demais pra barrar você!

_ Lave a boca antes de falar da minha Juvia. _ foi a vez de Gray grunhir. _ Ninguém xinga ela além de mim.

E em seguida os dois saíram de mãos dadas, como se não tivessem a ponto de se matarem há longos dez minutos.

Margaret sorriu nervosamente para as pessoas que a encaravam, bebendo o conteúdo de um copo que estava largado por perto.

_ O que é um casamento sem um bom barraco, não é mesmo? _ Igneel comentou, fazendo um floreio para que Metalicana o acompanhasse até o centro do salão, a fim de dançarem. Rapidamente o clima do lugar melhorara, tornando-se leve e descontraído outra vez. 

_ Acho que agora vai. _ Levy murmurara para o marido.

Gajeel dera uma boa olhada no irmão, meneando a cabeça com um sorriso debochado.

_ Não vai porque ele é um retardado de marca maior.

Levy fizera um muxoxo, mas não deixara de rir. Não deixava de ser verdade, embora deveras indelicado.

 

_ Luce. _ a cutucou, fazendo-a virar-se parcialmente para ele. _ Luce, estou me sentindo quente...

Lucy virou-se completamente ao ouvi-lo, encarando-o fundo. Gargalhou estrondosamente, chamando atenção para si.

_ Quanto você bebeu, idiota?

Natsu murmurara algo incompreensível e puxara Lucy para mais perto em seguida, atraindo ainda mais atenção _ principalmente do pai, que até mesmo diminuíra o passo na dança para entender o que estava acontecendo.

_ Pouco. _ admitiu. _ Acho que estou com febre.

Lucy rira novamente do quão idiota Natsu poderia ser. Encostou o dorso da mão em seu pescoço, tomando um susto no segundo seguinte. Não tivera reação ao sentir os lábios mornos sobre os seus, mas no decorrer dos segundos, fechou os olhos e o retribuiu, fingindo não ouvir a algazarra que inundara o lugar, tornando-se mais alta que a música.

Natsu levantou num salto, afastando-se a passos largos, levando a loira pela mão. Igneel sorrira com satisfação, voltando a dançar mais animadamente.

 

 

_ Eu tô pegando fogo, Luce! _ tentara enfiar a chave na fechadura uma, duas, três vezes, para só então conseguir abrir a porta do seu carro e entrar, puxando uma Lucy atordoada para dentro.

_ Natsu! _ a loira chamara a atenção do homem num tom repreensivo. _ Está bêbado, não vai dirigir!

Natsu sorrira largamente, puxando-a pela nuca a fim de beija-la. A verdade é que não estava tão embriagado assim, apenas bebeu o suficiente para ficar tonto e criar coragem para fazer o que em seu íntimo desejava intensamente.

_ E quem foi que disse que eu vim dirigir?

Lucy não sabia quem era aquele homem e o que fizera com o Natsu tímido que conhecia tão bem, mas, seja lá onde o Natsu tímido estivesse, ela esperava que ele se demorasse bastante por lá.

 

- X -

 

Está conformado: Levy Redfox dera a luz a sua segunda filha na última quinta-feira e ambas passam muito bem!

Mas não, caro leitores, essa não é a grande fofoca quente do dia! Chegou aos ouvidos dessa humilde colunista que Eva Stones fora vista em Bosco, na companhia de um lindo azulado (sim, o mesmo que a proprietária da empresa Redfox fora vista saindo do casamento do primo!). A pergunta é: Será ele algum parente de Levy? Apesar de muito gentil, o rapaz não confirmara nada quando questionado.

Bem, se for o caso, sugiro que Margaret Stones beba bons litros de água para ajuda a descer mais rápido!

 

STAR WOMAN, Diário oficial de Crocus, 

03 de Janeiro, 2026

 

- X -

08 de Março, 2030

 

Gajeel inspirou por alguns segundos, uma leve camada de suor umedecendo-lhe a testa. Virou-se, abraçando as costas de Levy, procurando aquietar os batimentos cardíacos. A azulada se remexeu, grunhindo coisas desconexas, e Gajeel sobressaltou-se ao sentir uma mão pequena lhe apalpar. 

Tateou as cegas o abajur, acendendo-o e semicerrando os olhos com a luminosidade repentina. Quando adaptou-se a penumbra, quase um minuto depois, vira Levy sob as cobertas, os olhos fechados e o cabelo azul espalhado na fronha lilás. Tornou a abraça-la, tentando apagar os resquícios daquele pesadelo macabro.

E, novamente, sobressaltou-se com uma mão de Levy indo de encontro a sua virilha. Dessa vez, não se afastou. Ao que parecia, a mulher estava tendo sonhos muito melhores que o do Redfox. 

Ele alisou o dorso da mão de Levy, sentindo o membro endurecendo sob as caricias. Colou seu corpo ao dela, esfregando a ereção contra o traseiro coberto pelo fino tecido do short. Nesse momento, Levy devolveu o ato, esfregando os quadris de encontro aos de Gajeel.

O Redfox gemeu, esquecendo-se completamente do sonho. Alisou os braços de Levy, descendo pela cintura e apertando as coxas. A outra mão desceu por seu ventre, pairando entre suas pernas. Ela murmurou algo e as abrira mais, dando-lhe espaço para prosseguir com o contato.

Quando o homem finalmente cansara de acaricia-la por cima da roupa, enfiou furtivamente uma mão dentro do short, passando por dentro da calcinha e gemendo ao sentir a intimidade tão molhada e aprazível sob seus dedos. Desceu uma alça da blusa com a mão livre, baixando o tecido delicado com impaciência. Apalpou o seio sem medir a força do ato, gemendo ao ver a azulada entreabrir os lábios e empinar o traseiro para trás, começando a se agitar.

_ Acorde, sua pervertida. _ mordeu o lóbulo da orelha, rindo ao notar Levy arrepiando-se. _ Não vou fazer o trabalho todo sozinho.

Levy pareceu sorrir sob a parca luz amarelada do abajur. Virou-se lentamente, ficando de frente para Gajeel. Beijou seu maxilar, sentindo as nádegas serem apertadas demasiadamente forte.

_ Gaj. _ ele baixou a cabeça para encara-la, tentando enxergar seu rosto com clareza. _ Você quer que eu te chupe?

Gajeel sorriu torto, mas Levy, mesmo naquela penumbra, não deixou de perceber ele corar sutilmente.

_ Assim, tão direta, senhora Redfox? 

Acontece que sutileza não era o forte de Levy, não nessas horas, pelo menos. Com um sorriso tímido, coisa que atordoava Gajeel, porque suas atitudes não estavam sendo nada tímidas, Levy baixou o cós da calça de moletom junto com a boxe, agarrando o membro com as duas mãos.

_ Você tá má hoje, baixinha. _ comentou observando-a, os dedos enrolados aos fios azuis da mulher. 

Levy ergueu o olhar, sorrindo daquele modo ingênuo de novo. Aquilo matava Gajeel.

_ Você gosta de garotas más?

_ Sim. _ sorriu de lado. _ Sobretudo, de puni-las.

Aquilo pareceu instigar Levy ainda mais, pois, logo em seguida, ela abaixou-se e abocanhou o membro que segurava, descendo os lábios pela extensão e voltando para a glande, onde deixou uma lambidinha.

Gajeel estava de dente trincado para não arriscar um gemido alto. Não sabia se olhava Levy o chupando ou o seu traseiro empinado para o alto de propósito. 

_ Gaj. _ murmurou ao tirar o membro da boca, movimentando-a dolosamente lento entre as duas mãos. _ Eu realmente gosto disso. _ referiu-se aos piercings do local. Em seguida passou o língua sobre eles, o que fez Gajeel finalmente estourar seu limite e a puxar para cima, deitando-a enquanto a beijava.

Não soube bem em que momento Levy se livrou do próprio short, mas percebeu que ela estava sem ele quando afastou suas pernas e sentiu apenas o tecido fino da calcinha. Puxou sua blusa para cima, arremessando-a longe e voltando a beija-la mais intensamente. Roçou o membro em Levy, por cima da calcinha, apenas para instiga-la, e no momento seguinte os dois pararam com a mesmíssima expressão. "Brigitte".

_ A porta tá trancada? _ Gajeel questionou baixinho.

Levy tentou lembrar.

_ Não sei. _ admitiu. 

_ Não acredito que nós demos um vacilo desses. _ o homem se assombrou, sentando-se. _ Se uma das meninas entrarem aqui...

_ Vão ver os pais se amando. _ Levy também sentou-se, beijando as costas largas do marido. _ Está tudo bem, deve ter sido um rato roendo algo na cozinha.

Gajeel virou-se e riu, beijando Levy antes de levantar.

_ Melhor eu ir olhar pra garantir. _ disse ao calçar um chinelo. _ Alba dorme como um anjo, mas a Brigitte levanta de noite que eu já vi.

_ Deixe que eu...

_ Levy, você tá pelada. _ Gajeel comentou, antes que a mulher inventasse mesmo de levantar e ir averiguar. Ela deu de ombros, olhando o próprio corpo, depois esparramou-se na cama, o que fez Gajeel ir logo ver se o filho estava perambulando ou não.

Ao abrir o quarto de Alba, não encontrou nada fora do normal, a menina dormia sob as cobertas, tal como Gajeel dissera. No de Brigitte, porém, alguns objetos de uma prateleira estavam no chão, e Gajeel semicerrou os olhos quando aproximou-se da cama e viu a filha dormindo pesado nela. 

Ao olhar para a prateleira outra vez, flagrou Lily caminhando preguiçosamente sobre o móvel, derrubando algum objeto para se entreter com algo.

_ Vai dormir. _ Gajeel rosnou para o bicho, e ele, como se para provoca-lo, estendeu uma pata muito lentamente e derrubou uma boneca. Gajeel o pegou no colo com impaciência, saindo do quarto e desligando a luz antes de finalmente estar no corredor. Fechou a porta lentamente, evitando grandes ruídos, e então largou o bicho no chão, xingando-o enquanto voltava para o quarto. 

Contudo, toda a sua raiva se foi quando encontrou Levy lendo um livro sobre a cama, nua, e com aqueles óculos de aros vermelhos. Ela estava fazendo de propósito?

A azulada ergueu os olhos da leitura quando o marido aproximou-se e começou a jogar as cobertas no chão, observando seus atos em silêncio. No fim, Gajeel também pôs os travesseiros sobre a bagunça e virou-se para a mulher, que o encarava curiosa. 

_ Ela acordou ou não? _ perguntou enquanto Gajeel beijava seu pescoço. 

_ Era o vadio do Lily. _ respondeu abafado, para logo então sair de cima da mulher e puxa-la pelos tornozelos até a beira da cama. 

Levy tirou os óculos e fechou as hastes lentamente, ato que Gajeel acompanhou com o olhar. 

_ Por que vamos continuar isso no chão? _ perguntou quando percebeu que Gajeel não iria se explicar. Guinchou quando o homem a ergueu da cama e a pôs sobre um ombro, dando uma palmada em seu traseiro antes de deposita-la sobre a confusão de cobertores.

Sorriu torto.

_ Não vamos querer acordar as crianças, não é? _ lambeu os lábios róseos de Levy, fazendo-a instantaneamente agarrar seus longos cabelos. _ E nem os vizinhos. _ a beijou enquanto beliscava os mamilos rijos, descendo as mãos vagarosamente até a cintura da mulher para vira-la de bruços.

Foi nesse momento que ambos se deram conta de algo, e grunhiram quase ao mesmo tempo. Contudo, quando Gajeel fez menção de se afastar para ir buscar um preservativo, Levy o segurou pelo antebraço, mantendo-o sobre si.

_ Petit...

_ Me foda de uma vez, por favor. _ Gajeel não soube se foi a intenção, mas aquela voz manhosa de Levy lhe fez perder as estribeiras. Alisou as costas da mulher, a fazendo se abaixar. Levy puxou um travesseiro para perto, acomodando-se, porém, Gajeel não lhe deu avisos prédios de que iria penetra-la, apenas adentrou a intimidade terrivelmente úmida, arremetendo de uma vez. Não tardou a começar a se movimentar dentro dela, gemendo com satisfação.

Levy gostava de ouvi-lo, era como uma canção composta especialmente pra ela. 

Mesmo ali, em meio aquele ato que nunca se cansaria, Gajeel estava muito consciente de seus atos; tinha um plano que consistia em sair de dentro de Levy quando pressentisse que iria ejacular. Mas, é claro, que tal plano se mostrou difícil de ser concluído quando a mulher começou a gemer e dizer coisas desconexas, apertando-o internamente daquela forma enlouquecedora.

_ Mais rápido. _ ela finalmente disse algo coerente.

Gajeel abaixou-se até estar com a boca em seu ouvido, mordendo a ponta da orelha de leve.

_ Você gosta de ser fodida assim, não é? _ parou de propósito, mesmo que ele mesmo sofresse em o fazer. Levy movimentou os quadris para trás, desesperada para senti-lo entrar dentro de si novamente, mas Gajeel segurou-a pela cintura com as duas mãos, parando-a no lugar. 

Levy choramingou.

_ Gosto. _ murmurou. _ Consigo... _ puxou ar para os pulmões. _ Consigo te sentir bem fundo.

Se permitiu um movimento, trincando o maxilar e perdendo de vez a controle com aquela sensação deleitante.

_ Assim... _ disse em alto e bom som, recebendo uma palmada numa nádega. _ Eu vou gozar...

"Eu também", pensou, e mesmo assim, mesmo pressentindo esse fato, Gajeel não conseguiu sair de Levy no momento devido. Esfregou o ponto sensível da mulher sem parar de preenche-la com estocadas bruscas, grunhindo ao sentir os dedos molhados. Era naquele momento que ele deveria ter saído, porém a intimidade da mulher pareceu mais acolhedora do que nunca e quando deu-se conta, já havia gozado dentro dela. 

Ao contrário do homem, Levy não parecia nenhum pouco preocupada com o feito. Bateu seu travesseiro para afofa-lo, sorrindo um pouco com o rosto ainda avermelhado.

_ Petit... _ Gajeel murmurou, olhando-a de baixo. Estava deitado ao lado, observando-a atentamente.

_ Me dê um tempo. _ corou suavemente, deitando a cabeça no travesseiro. _ Você me cansou pra valer agora.

Gajeel bufou num riso baixo, virando-se para ficar de frente para ela. Alisou a bochecha quente, afastando alguns fios que grudaram em seu rosto com o suor. "Agora ela fica tímida".

_ Não é nada disso. _ suspirou. _ Só estou pensando se você engravidar de novo.

Levy tocou o rosto do homem com a ponta dos dedos, alisando-o também.

_ Bem, se eu ficar grávida, teremos outro filho, oras. _ riu. _ Temos condições pra arcar com isso, Gaj. E também... _ aproximou-se mais de Gajeel, se aninhando junto ao seu peito. Ergueu a cabeça para encara-lo. _ Talvez eu nem fique, vai saber.

O homem comprimiu os lábios, alisando as costas úmidas de suor de Levy. 

_ Eu me preocupo, Petit. Tenho receio de causar algum problema de saúde em você, sei lá...

_ Não vai. _ garantiu depois de bocejar longamente.

_ Você me parece frágil e às vezes me sinto culpado de querer filhos.

_ Ei... _ o fitou novamente, alisando o peito largo em que estava encostada. _ Eu também quero isso, não o faço só por você, Gaj. _ sorriu gentilmente, erguendo uma mão para alisar a barba que começava a despontar no maxilar do Redfox. _ Não vou morrer se tivermos outro filho. 

Sentou-se em seguida, espreguiçando-se. Gajeel a observou em silêncio, recordando do sonho e sentindo a garganta fechar num segundo. A puxou para o seu peito, apertando-a contra si como se ela pudesse de repente sumir.

_ Gaj. _ murmurou assombrada. Não que Gajeel não fosse carinhoso, ele tinha os seus momentos, porém ela podia sentir o desespero do ato. _ Gaj, o que foi?

_ Não me deixe, pequena. _ finalmente disse algo, afastando-se para deixa-la respirar. Afastou um cacho azul para atrás da orelha, vendo Levy o fitando séria. _ Promete que não vai me deixar?

_ Prometo. _ respondeu sem pestanejar, voltando para o peito do homem que amava. _ Quer me dizer qual o problema?

_ Deixa quieto.

_ Gajeel...

_ Não é nada, só foi um pesadelo. _ estremeceu, meneando a cabeça para se livrar daqueles pensamentos sombrios. Não queria se imaginar passando por tudo aquilo, não queria se imaginar sem Levy. Tudo ficava um porre sem ela, ela era a graça de sua vida. A cor, como dissera outro dia.

Levy tornou a sentar e sorriu.

_ Vamos tomar banho, não vou conseguir dormir desse jeito. _ mudou completamente de assunto. _ E depois vamos dormir, você tem que acordar cedo amanhã pra ir dar entrevista.

Gajeel gemeu de frustração.

_ Nem me lembre disso. 

 

15 de Agosto, 2030

 

A movimentação na sala permanecia, apesar de não passar das 3h da madrugada. Os parentes de Levy estavam afoitos, ansiosos por noticiais. Eva Stones bebericava um café amargo, sorrindo docemente, disfarçando o quanto estava ruim. Benjamin McGarden massageava seus ombros tensionados, em pé, logo atrás dela.

Ao contrário do restante do grupo, ele estava calmo. Sabia que a prima ficaria bem e que seu bebê também nasceria logo, e igualmente bem.

Como das outras duas vezes, Levy não urrara de dor, apenas gemia baixo, o que era um alivio para Gajeel. Não suportaria vê-la berrando, se contorcendo com uma dor que ele apenas podia imaginar. Ela era forte.

Num momento que a dor se excedeu, Levy fincou as unhas na mão do marido, e então sentiu que seu filho havia finalmente conseguido sair. Gajeel afastou uma mecha do cabelo azul da mulher, beijando sua testa úmida de suor. O obstetra cortou o cordão umbilical com um bisturi, depositando o bebê sobre o peito da mãe. Ele esperneava, chorando alto e agitando as perninhas energicamente, porém, em poucos segundos acalmou-se.

Levy ofereceu um seio e ele o aceitou de bom grado, alimentando-se de forma um tanto desesperada.

_ Olha o tamanho desse garoto _ o médico observou, limpando o suor da testa com o dorso da mão _ Parabéns, querida,

_ Collin.

Levy encarou o marido, sabendo que ele estava a provocando pela teimosia em aceitar que ele esteve certo desde o inicio, quando descobrira a terceira gravidez e ela insistira que seria uma terceira garota. Mas, em vez irritar-se, ela apenas sorriu aliviada e acomodou-se melhor nos travesseiros.

_ Como você sabia?

_ Não sei _ ele deu de ombros _ Eu só sabia. Como olhar para o céu e sentir que irá chover.

Levy encarou o filho recém-nascido, acariciando a cabeleira negra e macia. Não dava para ter certeza com o sangue cobrindo-o, mas ela sabia que sua pele era castanha como a de Gajeel. A Redfox sorriu, tomada por um sentimento de ternura. 

_ Ele parece tanto com você _ comentou carinhosamente, balançando um pouco a criança em seus braços.

_ Deve ter seus olhos _ retrucou, apenas para contradize-la.

Levy revirou os orbes castanhos.

_ Tenho certeza que tem os seus.

Como se para encerrar a discussão dos pais, Collin abriu os olhinhos lentamente, sem parar de se alimentar.

Levy arfou.

_ Ninguém acerta a previsão do tempo sempre. _ Gajeel dissera para logo depois beijar os lábios sem cor da mulher. _ Obrigado, Petit.

Ela corou, ganhando um vermelho vivo adorável.

_ Idiota _ murmurou encabulada _ Não os fiz sozinha.

_ Não _ concordou e afastou alguns fios negros da testa do filho _ Mas mesmo assim, obrigado. Sabe que ter uma família grande era o meu sonho, e o fez possível, sacrificando-se um pouco para isso.

_ Nosso sonho _ Levy o corrigiu.

Gajeel colou sua testa a dela.

_ Nosso.

_ No fundo, sempre fomos parecidos demais. _ Levy conjecturou, sorrindo para o recém-nascido faminto. _ Tínhamos sonhos, e eramos o impulso que precisávamos para segui-los.

 

10 de Setembro, 2030

 

Levy custara a crer no que encontrara ao adentrar o restaurante do marido. Era o dia de estreia-lo, a impressa em peso estava por ali, registrando o máximo que conseguisse. No entanto, não lhe passara pela cabeça, em momento nenhum, que Gajeel se aproveitaria do evento para lhe fazer uma surpresa.

Uma surpresa de aniversário.

_ Gajeel! _ murmurara quando tivera a primeira oportunidade. _ Que diabos você fez?! _ expirou profundamente, como se para expulsar a ânsia de bater no marido. _ O que combinamos? Nada de presentes!

Gajeel sorrira torto, daquele modo que Levy sentia-se coagida a rebater a provocação muda.

_ E não lhe dei um presente, lhe dei uma festa. _ argumentara.

Levy suspirou, alisando os cabelos bagunçados por natureza.

_ Não sei... _ desistira de baixar o volume dos fios, suspirando outra vez. _ Acho que não sirvo pra isso. _ e como se Gajeel não pudesse compreende-la bem, acrescentara: _ Não sirvo pra ser alvo da mídia, Gaj. _ sorrira. _ Sabe, você fica tão bem da forma que for, é como se fosse da sua natureza ser o centro das atenções. Eu não, acho que por mais que eu me esforce, não consigo deixar de ser uma mulher de Bosco.

Gajeel bufara, puxando-a para mais perto de si. Sorrira por cima do ombro de Levy ao ver que fotografam suas ações.

_ Pare com isso, Petit. _ baixara a cabeça para aproximar as faces. _ Você é de Bosco, nada mudara isso. _ alisou a bochecha quente da mulher, sorrindo do quão tímida ela estava. _ E não precisa mudar isso. Não precisa mudar nada.

Levy assentiu lentamente, inspirando e expirando algumas vezes. Passou um braço na cintura de Gajeel, se permitindo sorrir timidamente para uma câmera ou outra. 

 

[...]

 

Natsu olhava em volta com visível interesse. Não no evento em si, mas naqueles profissionais curiosos que o registravam tão afoitamente, não deixando passar um momento sequer da lente de uma câmera ou da ponta de uma caneta.

_ Ele está por aqui, tenho certeza. _ o rosado murmurara convicto.

Lucy, sentada ao lado com Brigitte no colo, encarou-o com as sobrancelhas juntas de confusão.

_ Ele? Ele quem?

_ O colunista. _ dissera simplesmente, igualmente aos múrmuros, como se o tal dito cujo estivesse por perto, ouvindo-os. _ Porque é um cara, anota aí!

Lucy riu baixinho, finalmente entendendo-o. 

_ Fala de Star Woman?

Natsu assentiu.

_ É uma mulher, idiota. _ conjecturou Lucy, alisando os cabelos azuis de Brigitte distraidamente. _ É tão óbvio.

O Dragneel bufou, encarando a Heartfilia como se ela fosse uma completa imbecil.

_ Exatamente! Exatamente por ser tão óbvio, é um cara.

Lucy ergueu os olhos da criança, aproximando-se do rosado. Beijou-lhe o ombro e aproximou os lábios de seu ouvido, mordendo de leve antes de sussurrar:

_ Eu sou a Star Woman, idiota. _ segredou.

Natsu ficou encarando-a depois que ela afastou-se, observando-a levantar-se para receber Alba quando a menina correra em sua direção com os braços abertos. Fechou a boca rapidamente, como se só naquele momento, quase um minuto inteiro depois, tivesse percebido que encarava a Heartfilia como um débil mental. Olhou em volta, vendo todas aquelas pessoas, pessoas que não sabiam a identidade de Star Woman.

Sendo o infantil que era, sorrira largamente, sentindo-se parte de uma espécie de ceita extra secreta.

 

Sting Eucliffe estava em uma mesa afastada, observando a movimentação alheia sem o menor interesse. Viera parabenizar sua antiga colega, e ficara por consideração a mesma. Sua filha, Sayuri, batia os talheres na mesa com impaciência, olhando em direção à cozinha sem disfarçar a ansiedade. Quando um grupo de garçons, finalmente, saíra de lá, Sayuri sorrira largamente para os pais, mostrando a banguela frontal recém adquirida. 

Ao ver a comida ser servida no prato a sua frente, Sting fizera uma careta, sorrindo amarelo para o garçom, que percebera seu desgosto.

_ Que garfe, homem! _ Yukino riu, ajudando a filha a manusear os talheres.

Quando a mãe voltou sua atenção para o pai, Sayuri largou a faca e atacou a comida apenas com o auxílio do garfo. Achava desnecessário usar a faca, afinal, porque usa-la quando podia muito bem cortar tudo nos dentes?!

_ Eu odeio polvo frito! _ argumentou.

_ Você nunca provou. _ Yukino comentou, como se fosse sua carta na manga.

Sting murmurou coisas incompreensíveis, observando a filha detonar a refeição que lhe foi servida. Bem, se a menina conseguia, ele também deveria conseguir, certo? Era um homem adulto, afinal. 

Ergueu corajosamente seus talheres, cortando uma porção do polvo e enfiando-a na boca de uma vez. Mastigou algumas vezes, esperando pela ânsia de vômito ou qualquer coisa assim. Mas, para a sua surpresa, viu-se tentado a provar mais.

Gostara.

Sting Eucliffe sempre achara que morreria antes dos trinta. Contudo, lá estava o homem, com os pés nos trinta e um! Seu ódio declarado por polvo frito mostrou-se tão sem fundamento quanto sua certeza de morte precoce. 

_ Idiota. _ Yukino meneou a cabeça, controlando-se arduamente para não gargalhar da cena.

 

- X -

 

_ Ele tem olhos vermelhos. _ Lisanna balbuciava sobre a criança, fitando o rostinho adormecido de Collin. _ Mas é fofinho demais pra ser assustador como o pai.

_ Ele estar de olhos fechados. _ Bickslow comentou, observando a noiva com os braços cruzados.

Lisanna revirou os olhos.

_ E daí? Já o vi acordado, tem os olhos vermelhos sim!

_ Mas tem o queixo da Levy. _ Gajeel murmurou, como que se Collin ser sua copia fiel fosse algo negativo. 

Cana passara o copo de bebida para o marido, que o virou numa golada quando a mulher lhe deu as costas para se aproximar de Collin, quem dormia confortavelmente no colo do pai.

_ Agora que você falou, eu percebi! É verdade mesmo! _ exclamou com a voz alterada, deixando explícito sua embriaguez. 

Levy revirou os olhos, baixando o olhar para o filho. Alisou a bochecha rosada e saliente, beijando-a em seguida. 

_ Lembra da personagem do meu livro? _ perguntou ao marido quando seus amigos se afastaram.

Gajeel a encarou divertido.

_ Bem, seu livro tem muitos personagens, vai ter que ser específica, senhora Redfox.

_ A protagonista. _ Levy explicou com um revirar de olhos. Sorriu ao voltar a encarar Gajeel. _ Alessa Young.

_ Por que está falando de Alessa agora? _ quis saber, aproximando os rostos. 

O canto dos lábios da Redfox ergueu-se um pouco.

_ Foi completamente inspirada na Alba, sabia? _ sorriu um pouco mais, vendo Gajeel semicerrar os olhos rubros em descrença. _ Eu escrevia pensando na nossa filha, pensando numa história de amor que ela poderia vir a viver.

_ Não. _ disse simplesmente, procurando sua primogênita com o olhar até encontra-la montada nas costas do tio. _ Ela tem cinco anos, é uma criança. _ meneou a cabeça. _ Não mesmo.

_ Exatamente. _ Levy concordou. _ Por isso que no meu livro ela tem vinte e um.

Gajeel fizera uma careta, imaginando Alba aos vinte e um anos, conhecendo um homem e abandonando-o.

_ Não. _ repetiu mais convictamente. _ Ela vai ser sempre uma criança. 

_ Gaj. _ a azulada beijou o ombro do homem, divertindo-se a berça de seu comportamento. _ É a lei da vida, nós criamos filhos para os outros.

O Redfox bufou.

_ Está fazendo isso para me provocar, não é? _ sorriu de lado, fingindo prestar atenção em Cana Alberona passando alguma vergonha. _ Quer apostar que Alba vai chegar aos vinte e um sem interesse nenhum em vida amorosa?

_ Dezessete. _ Levy o contradisse com um arcar de sobrancelhas, estendo uma mão sem pestanejar. O outro apoiou o filho em um braço só, erguendo sua mão esquerda para firmar o que diziam. Sorriu, levando a mão para a cintura da mulher e beijando-a nos lábios com um fervor desconcertante. Sentiu-se profundamente satisfeito quando a viu corar até as orelhas sob os cliques nervosos, escondendo-se, por um momento, atrás de seu tronco largo. Talvez aquilo nunca mudaria; eles viviam para se provocar, como se tivessem nascido para isso. 

Gajeel sorriu, imensamente feliz por seus pesadelos, que penduraram por meses, terem se mostrado paranoias. 

Nunca na vida sentiu-se tão grato por estar errado.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Notas Finais


Vestido que Levy se casou: https://s-media-cache-ak0.pinimg.com/564x/88/f4/44/88f444af0e65a0fd1fbb336a7f8714aa.jpg
Música dessa segunda parte da história: https://www.vagalume.com.br/gazette/cassis-traducao.html
Galera, relembrando que eu tenho uma caralhada de projetos sendo escritos! Ou seja, nem tão cedo vão se livrar de mim :P
Mais uma vez, obrigada por terem dado uma chance pra minha fic!
Nos vemos por aí <33
EDITADO - Gente, pra quem ficou boiando ficou curioso: Wendy tava sendo assediada, não chegou a um estupro, e contou tudo pra Yukino antes que o pior acontecesse. Virgo segue presa, embora sua pena tenha sido diminuída pelo fato dela ter se entregado. Jura Neekis, o candidato a presidente que queria liberar os casamentos poligâmicos perdeu. É, nada de suruba u.u


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