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História Impulso - Conflito


Escrita por: Ixteeer

Notas do Autor


Boa tarde, minna! '^' Acabei de ir votar. E vocês, já exerceram sua cidadania hoje? -q Sem mais delongas, boa leitura! <3

Capítulo 5 - Conflito


Fanfic / Fanfiction Impulso - Conflito

 

A cada passo dado, a azulada sentia os olhares aumentando sobre si. Todavia, fingia não notar e continuava caminhando em direção à sua sala de aula. Natsu conversava com os irmãos Cheney, recostado em seu armário, e quando Levy parou para usar seu armário, esqueceu-se do que falava e os outros dois seguiram seu olhar. 

_ O que houve? _ Sting indaga, aproximando a mão para tocar os fios azuis da garota, mas tornando a baixa-la quando ela reprovou a ação com o olhar.

_ Nada demais _ responde dando de ombros e encarando Rogue. Ele devolve o olhar, coçando a nuca constrangido. _ Ahn... meu armário. Está na frente dele.

Rogue cora, sentindo-se idiota e afastando-se para que a azulada o abrisse. 

_ É pra poupar trabalho? _ Natsu pergunta _ Por isso cortou assim?

_ É. _ menti, não querendo entrar em detalhes. _ E também esses dias estão muito quentes. _ ela guarda um conjunto de roupas junto com suas sapatilhas no armário, que usaria para ir trabalhar depois da aula, tornando a fecha-lo em seguida. O sinal toca, Sting e Rogue bagunçam os cabelos de Natsu e se afastam juntos. Levy e o rosado seguem para a aula, caminhando sem ânimo. Quando adentram a classe, a McGarden senti-se ser observada a todo momento, sentando-se em sua cadeira e acomodando sua mochila. Droy está sentando atrás de si e seus olhares cruzam, fazendo-a forçar um sorriso enquanto vira-se novamente para frente. 

Lucy estava no meio da classe, não em sua primeira cadeira de sempre. Está virada totalmente pro lado contrário da azulada, de modo que a menina podia ver seu longo cabelo loiro cobrindo suas costas. Parecia ser algo proposital, a Heartphilia queria passar-lhe a sensação que sua presença a incomodava profundamente.

Como se Levy se importasse.  

Elfman Strauss adentra a sala, fechando a porta e fazendo alguns alunos que estavam em pé irem se sentar. A azulada abri seu caderno, preparando-se pra sua primeira aula. Percebe, pelo canto dos olhos, que Karen Lilica lhe observava e sussurrava algo para Lucy. Senti que as duas tramavam algo, porém, não ponderou muito isso e logo estava anotando as explicações de seu professor de biologia, esquecendo-se da Heartphilia e sua amiga.

 

- w - 

 

Ignorando os cochichos e olhares curiosos, Levy adentrou o banheiro feminino a fim de lavar o rosto. Encarou-se no espelho enquanto abria a torneira, percebendo o quanto aparentava está exausta. Olheiras, maçãs do rosto saltadas, os cabelos cortados na altura da orelha espetando-lhe as bochechas. 

Quando a porta do banheiro abri, Levy desvia olhos do espelho rapidamente, molhando as mãos e as levando ao rosto. 

_ Você fica bem de cabelo curto. _ ela ouvi uma voz feminina ao seu lado. A McGarden abri as pálpebras, vendo uma garota soltando os cabelos e abrindo um estojo que trouxera consigo. 

_ Obrigada... _ responde tímida.

_ Eu gostei do que fez outro dia. Alguém tinha que pôr ela no lugar ao menos uma vez. _ Cana tira um batom do estojo, abrindo-o e colorindo os lábios de vermelho. Levy ouviu quieta, observando o quanto a garota era realmente bonita. Com longos cabelos castanho escuro, olhos cor de ametista e uma pele morena que ela não teria nem se ficasse um dia inteiro sob o sol. 

Cana lhe fita de repente, tornando a fechar o batom e sorrindo sutilmente.

_ Tá tendo dias difíceis, hein? 

Levy desvia os olhos rápido, percebendo que deixou a torneira aberta o tempo todo. Encara o ralo da pia, sentindo a outra lhe observando. 

_ Quer ajuda pra esconder essas olheiras?

 A azulada senti-se estranha. Conhecia a filha de seu professor de química desde o sétimo ou oitavo ano. A morena sempre sentava nos fundos, quase nunca falava e tinha uma má fama. O pouco que sabia dela era que se relacionara com um professor no passado, bebia demais e várias vezes foi vista beijando garotas. Levy se perguntou se Cana estava dando em cima dela. Lhe olhou pelo canto dos olhos, percebendo que ela vasculhava seu estojo. 

_ Você não tem um namorado? _ ela indaga de repente, não conseguindo se conter. Cana ergue o olhar, lhe encarando com o cenho franzido.

_ Tenho. Bacchus, acho que você conheci. _ ela torna a vasculhar seu estojo, erguendo as sobrancelhas. _ Bem, ele é do time de basquete, estranho é não saber quem ele é. _ Cana para de repente, voltando a fitar a azulada com os olhos semicerrados. _ Espere, por que a pergunta?

_ Achei que tava dando mole pra mim. _ Levy responde constrangida. A Alberona rir, chacoalhando a cabeça negativamente. 

_ Sincera, hein. Porém não. Você até que faz meu tipo, sabe _ ela tira um objeto que lembrava uma caneta, o chacoalhando no ar enquanto continua _ Garotas lolis são instigantes, mas eu gosto do meu namorado. Ele não é otário como quase todos os garotos do time. 

Levy cora com o termo que a outra usou. Encara o que ela tinha em mãos, apertando os lábios enquanto tentava lembrar a última vez que se maquiou. 

_ O que é isso? _ pergunta por fim. Cana arqueia as sobrancelhas, abrindo o objeto e aproximando-se mais da azulada.

_ Corretivo. _ responde, afastando alguns fios da garota e passando a ponta macia sobre suas olheiras. _ Não liga muito pra essas coisas, não é?

_ Acho uma perda de tempo. _ Cana gesticula para que ela espalhe o creme e ela o faz, com os dedos. _ Cana... não vai ficar esquisito? Nossas peles são diferentes. 

_ Ah, não. _ responde guardando o corretivo e fechando seu estojo. _ Esse é de minha mãe, ela é branquela que nem você. _ Levy assenti, não sabendo se levava aquilo como ofensa. O sinal toca, fazendo a McGarden se encarar no espelho e perceber a sutil diferença. Agora parecia menos cansada. 

_ Acho que vou começar a usar isso. _ admiti enquanto saem do banheiro. Levy não importava-se com estética, mas assim parariam de lhe indagar se estava bem. Ninguém precisava saber que ela passou a madrugada estudando. 

Novamente, Levy senti-se observada durante todo o trajeto. Mas agora os olhares eram diferentes. Havia curiosidade, mas também surpresa. Droy estava de braços cruzados em frente a sala, conversando com seu irmão e outro garoto, e ao ver as duas se aproximarem juntas, franziu o cenho e desencostou-se da parede. 

_ Com licença, rapazes. _ Cana diz, quando eles simplesmente ficam olhando de uma a outra sem sair do caminho. Levy passa por eles, sentindo seus olhos lhe acompanhando. 

Lucy ria com Karen, e quando a azulada adentrou a sala, seu sorriso murchou e ela virou-se rápido, com uma mão cobrindo a lateral da boca enquanto cochichava algo com sua amiga. Levy segui para sua cadeira, sentando-se e batucando os dedos impaciente. A professora estava atrasando e a garota mal esperava para dividir aquela atenção que estava recebendo de seus colegas. 

Droy entra na sala junto com seu irmão. Jet senta na primeira cadeira e o moreno caminha em direção a sua, atrás de Levy. A professora Evergreen fecha a porta, indo para sua mesa e preparando-se para dar aula. 

A azulada apontava seu lápis quando sentiu algo lhe cutucar. Ela baixou o olhar, vendo um papel dobrado estendido para ela. O pega com o cenho franzido, o abrindo e lendo rapidamente. 

Você sumiu no intervalo. 

Levy olha para frente, vendo sua professora apagar a lousa e alguns colegas rirem e comentarem sobre suas nádegas avantajadas. Rabisca logo abaixo da frase de Droy, entregando o papel por baixo da banca.

Estava no banheiro, precisava ficar um pouco sozinha.

A resposta vem rápido. Levy abri o bilhete, apertando os lábios ao lê-lo.

Cuidado com a Cana. Não vai querer ter a mesma fama dela, vai?

Levy escrevi a resposta com uma ruga entre as sobrancelhas, entregando o bilhete ao mesmo tempo que sua professora fechava o jaleco.

Você é um idiota. A conversa acaba por aqui.

Ela ouvi a caneta de Droy riscando o papel depressa, fazendo-a revirar os olhos e olhar por cima do ombro.

_ Pare. _ sussurra e volta a olhar para frente. No entanto, o senti lhe cutucar e pega o bilhete com um suspiro cansado.

Só me preocupo com você... não é legal ser vista com ela. Vai por mim, não vale a pena.

_ Professora, a McGarden tá trocando bilhetes. _ Karen anuncia em voz alta, fazendo a classe toda virar-se pra encarar a azulada. Evergreen arqueia uma sobrancelha, aproximando-se enquanto fita a garota por cima de seus óculos. Levy encara a esverdeada, vendo Lucy rindo de canto por cima do ombro e Karen enrolando a ponta do cabelo. A professora estende a mão e ela lhe entrega o papel sem resistência, baixando o olhar e fitando a folha em branco de seu caderno. A mulher abri o bilhete, o lendo com os olhos estreitos. Ergue o olhar, fitando os fundos da sala por um segundo, e amassa o papel enquanto volta para sua mesa.

_ Muito bem, vamos começar a aula e não quero nenhum bilhete circulando. _ ela joga o papel amassado no lixo, tirando um piloto do bolso do jaleco.

_ Desculpa. _ Droy murmura junto da orelha da azulada, afastando-se em seguida. Ela continua fitando a página em branco, afastando o desejo de atravessar a sala e esmurrar as duas garotas que não perdiam a oportunidade de lhe constranger em público.

No fundo da sala, três cadeiras depois de Cana Alberona, Natsu rabiscava sem parar seu desenho, ausentando-se da aula de física. Lucy joga os cabelos por cima do ombro, olhando para traz e o vendo de cabeça baixa, com os olhos fixos em seu caderno. Pisca e desvia o olhar, encarando sua amiga e voltando para sua conversa sobre cortes assimétricos.

 

- w - 

 

_ Eu sinto muito, Levy! _ o garoto diz, caminhando atrás da menina que andava ligeiro _ Levy! _ ela desci os poucos degraus da saída da escola, andando em silencio. Jet vinha um pouco atrás dos dois, encarando o chão enquanto ouvia a discussão.

_ Só deixa quieto _ ela responde por fim, continuando seu caminho. Eles atravessam a rua, Levy agachou-se para soltar a bicicleta, emprestada por Laxus, e Droy continuou lhe encarando, esperando que a garota lhe dissesse que estava tudo bem. Levy levanta, guardando a correntinha no bolso da mochila. Inesperadamente, Droy lhe puxa para um abraço, fazendo-a prender a respiração e arregalar os olhos castanhos. 

_ Eu sinto muito. _ ele diz novamente, acarinhando seus fios curtos. Levy recosta sua cabeça no peito do garoto, engolindo o nó que se formava em sua garganta.

_ Ei _ murmura afastando-se antes que começasse a chorar no meio da rua. Em seguida, sorri e aperta as alças de sua mochila. _ Da próxima vez que você me fazer passar uma vergonha daquela, eu te bato. _ e aproximou-se da bicicleta, pronta para monta-la. Mas para no ato, percebendo uma certa loira do outro lado da rua.

_ Que coisa mais fofa! _ Lucy diz em voz alta, fitando a tela de seu celular. Jet olha de Levy a Heartphilia, nervoso. 

_ Imagina a cria desses dois, meu Deus. _ Karen fita sua amiga, fingindo está traumatizada. _ Apaga isso, dói a vista só de olhar.  

Levy larga a bicicleta com um estrondo, atravessando a rua como um raio e sendo suspensa pelo cabelo. Chacoalha os pés no ar, sendo largada no chão sem cuidado algum. Seu coro cabeludo arde, tudo a sua volta parece está em movimento. Droy e Jet se agacham rápido, segurando a garota para que ela não bata a cabeça no asfalto. Lhe examinam rapidamente, encarando Loki como se ele fosse um inseto nojento.

Levy ergue a cabeça e vê a loira com os olhos arregalados, lhe fitando completamente sem ação. Karen cobria os lábios, já imaginando a cara de suas outras amigas quando contasse o ocorrido. 

_ É uma pena ter o cortado _ Loki diz, envolvendo os ombros de Lucy. _ Não tem onde puxar direito _ E então se vai, levando a loira junto consigo. Karen os segue quase correndo, rindo como se tivesse saído de um stand up. A azulada fica um tempo quieta, até sentir as coisas pararem de rodar. Levanta-se, limpando o fardamento com as mãos e atravessando a rua novamente.

_ Levy, tá tudo bem? _ Jet indaga preocupado, temendo que a garota desmaiasse a qualquer momento.

_ Tá. _ menti, ajeitando a mochila e montando sua bicicleta _ Só louca para afundar meu joelho entre as pernas desse idiota.

 

*  *  *

 

Batucando os dedos no volante, olhando a rua movimentada pela janela do veiculo, Gajeel esperava impacientemente por aquela que suspeitava estar carregando seu filho. O homem raramente fumava, mas ele abriu uma exceção aquela tarde, levando o cigarro aos lábios enquanto acompanhava com os olhos duas mulheres caminharem com os braços entrelaçados, olhando para traz e sorrindo ao vê-lo observando-as.

Quando Sorano finalmente saiu do estabelecimento, Gajeel jogou o cigarro pela janela, observando ela se aproximar com uma sacola em mãos. Ele lhe encarava, tentando descobrir o resultado em suas feições, mas Sorano estava inexpressiva enquanto abria a porta do carro e sentava-se ao seu lado. 

_ E então? _ pergunta tenso. A mulher não lhe responde. Em vez disso, abre a sacola em seu colo, tirando uma pequena caixa rosa e a abrindo. Ela põe o objeto em frente o moreno, fazendo-o pega-lo com o cenho franzido. _ O que significa isso? _ ele semicerra os olhos, vendo as duas listras. _ Pelo amor de Deus, mulher, me responda de uma vez.

_ Deu positivo. _ ela responde com um sorriso de canto. Gajeel a encara, depois o objeto em suas mãos e novamente ela, ficando nesse estado até Sorano perder a paciência. _ Estou esperando um filho seu, Gajeel. Entende o que falo?

_ Você tá mesmo grávida? 

_ É o que diz aí _ ela cruza os braços, virando-se pra janela. Fingi está irritada, mas na verdade senti-se extremamente vitoriosa. Afinal, entre muitas, ela chegou onde nenhuma outra conseguiu. 

Gajeel fica encarando aquelas duas listras. Depois desvia o olhar pro ventre da mulher, coberto pela seda branca de seu vestido. 

_ Quero casar com você. _ ela diz, virando-se pra lhe encarar. _ Quero que ele tenha um pai. _ continua, sabendo dos efeitos de suas palavras. _ Um pai de verdade. 

_ Sorano, você sabe que a gente não tem nada a ver... _ ele discorda cautelosamente. _ Eu não a amo, não faz sentido nos casarmos. Mas eu irei assumi-lo, tem minha palavra.

A verdade é que a mulher era como todas as outras que o RedFox transou em sua picape, que pagou uma bebida cara e terminou a noite num motel, que conheceu numa festa dada por seus amigos, num luau, num café pouco movimentado. A diferença é que com Sorano ele ficara bêbado demais, a ponto de não se recordar se usou preservativo, e a mulher alegava que não.

_ Mas eu o amo! _ ela retruca, subindo o tom de voz. _ O amo, Gajeel, não quero que assuma um compromisso com nosso filho. Quero que assuma com nós dois!

Sorano Aguria era uma mulher calculista, de olhar lascivo e atitudes muito bem planejadas. Ela analisava os outros, conhecia seus medos e então agia. A verdade é que não amava Gajeel, porém tinha planos grandes. Casar com ele era um dos degraus para chegar lá, e se tivesse que atuar, ela atuaria, e atuaria muito bem. 

_ Casamento é um passo muito grande! _ ele vira-se pra janela, controlando o impulso de socar algo. _ Sorano, não posso casar com você. Isso é ridículo, eu não gosto de você nenhum pouco.

A mulher pensa rapidamente, chegando a conclusão que não conseguiria o que queria daquela forma. Fica quieta por alguns minutos, fitando o porta-luvas e concentrando-se em seu plano B. Gajeel vira para lhe fitar, notando seu silencio repentino. Senti como se tivessem lhe estapeado ao ver a mulher chorando. 

_ Não quero que ele seja como você, Gajeel. _ diz fungando levemente. _ Não quero que ele cresça com um pai ausente. Por favor, dê o que você não teve _ em seguida, lhe encara com seus olhos marejados e o beija, agarrando sua nuca e subindo em seu colo. Gajeel aperta suas nádegas, ignorando o fato que estavam numa rua movimentada, com as janelas abertas. Lhe afasta com um puxão leve em seu cabelo, lhe encarando com olhos estreitos.

_ Não tente me dizer o que devo fazer, mulher. _ ele a larga, afastando-a pro banco ao lado. Sorano limpa as lágrimas, irritada por ele não ter cedido. Gajeel se empoleira sobre ela, abrindo a porta do carro e gesticulando para que saísse. 

_ Não pode tratar a mãe do seu filho assim. _ reclama indignada. 

_ Vamos, saia logo. Preciso de um tempo pra engolir isso. 

Sorano sai do carro, batendo a porta com força. Gajeel sobe o vidro fumê, ligando o motor e deixando-a para trás, lhe fulminando com os olhos até que ele sumisse na esquina. Senti-se prestes a explodir, não digeria a informação de forma alguma. Não importava quantas vezes olhasse aqueles dois traços no teste de gravidez, Gajeel sentia-se telespectador de sua própria vida. 

 

*  *  *

 

A azulada permanecia em seu canto, quieta e reclusa. Observava Metalicana balançar-se em sua cadeira móvel enquanto analisava a pilha de papeis. Possíveis acordos, diretores propondo comercias. As vezes a mulher resmungava consigo mesma, rasgando um papel em mil pedacinhos. Já em outros momentos, Metalicana mostrava-se interessada, lendo enquanto batucava suas unhas no vidro de sua mesa. 

_ Levy. 

A azulada sai rapidamente da sala, indo até a máquina de café expresso e enchendo um copo descartável. Era seu terceiro dia de trabalho, lentamente, seus colegas estavam começando a lhe deixar de lado. Já não lhe secavam sem disfarçar, limitavam-se a lhe olhar de esguelha e continuar seus afazes. Levy preferia assim, sentia-se constrangida com todas aquelas mulheres elegantes, com sapatos caros e cabelos de comercial de shampoo. Enquanto ela sempre estava com uma camiseta de banda, jeans escuro e suas sapatilhas surradas.

A McGarden e a menina Yukino eram as mais novas da empresa. Mas ainda assim, Yukino estava sempre muito arrumada. Não arrumada como as demais mulheres, mas apresentável. Com os cabelos lisos e sem frizz, com maquiagens suaves e que realçavam sua beleza delicada. Levy não era uma garota feia ou sem potencial. Tinha belas curvas, tudo parecia muito proporcional ao seu tamanho, a cor de seus cabelos era chamativa e ela tinha um rosto muito peculiar, com lábios carnudos e rosados, poucas sardas salpicadas em suas bochechas e olhos de âmbar. Todavia, toda essa beleza era reprimida pelo jeans rasgado, a camiseta do The Gazette e por sua reclusão total, visando o conselho que recebera. 

_ Obrigada. _ A mulher agradeci quando a azulada lhe entrega seu café. Levy fica um tempo quieta, ao lado de sua mesa. As mãos entrelaçadas atrás de si, estalando os dedos nervosamente.

Metalicana ainda lhe intimidava. Tinha receio de lhe chatear de alguma forma, por isso mantinha-se quieta e silenciosa, limitando-se a observar suas expressões enquanto analisava os papéis.

Levy senti suas bochechas arderem quando a mulher lhe encara com o cenho franzido.

_ Levy, posso lhe perguntar por que cortou seu cabelo tão curto? _ Indaga pondo o corpo descartável sobre a mesa, curiosa com a mudança da menina. 

_ Minha mãe, ela perdeu o cabelo. _ explica parcamente, evitando os olhos negros. 

_ Ah... entendo. _ ela bebi o resto de seu café num gole, puxando um papel da generosa pilha sobre sua mesa. Levy agradeci mentalmente por ela não insistir no assunto, já bastava seus colegas lhe indagando sobre. Elas continuaram dessa forma por longos minutos. Metalicana resmungando enquanto rasgava mais uma proposta, Levy ao seu lado, como um enfeite. Ambas sentem o coração acelerar quando a porta é aberta sem avisos prévios, revelando Gajeel RedFox com ar sério e centrado, como alguém que notificará um falecimento. Ele fecha a porta, virando-se e vendo a pequena azulada ao lado da mãe, lhe encarando irritada com o susto que tomou.

_ Quantas vezes já lhe disse pra bater nessa merda?! _ Metalicana respira profundamente, retomando a calma.

Gajeel tomba a cabeça pro lado, olhando Levy. A menina desviou o olhar pro piso, controlando o desejo de lhe questionar o motivo de olha-la daquela forma, embora já soubesse. 

_ Brigou com o cabeleireiro, nanica? _ e em seguida rir de sua própria piada, esquecendo-se por um minuto suas razões pra está ali.

_ E você passou titica de galinha pra deixar o cabelo engordurado desse jeito? _ provoca, mordendo os lábios e baixando a cabeça nervosamente. Metalicana rir, pondo a mão na têmpora e apoiando o cotovelo na mesa. Gajeel aperta os lábios, fechando os punhos e desviando os olhos pra sua mãe, que continuava rindo. Levy não sabia bem como agir. Se ria também ou se deveria permanecer quieta.

_ Parece uma tomboy, me pergunto se tá usando cueca_ comenta querendo lhe cutucar. 

_ Pare de provocar minha funcionária, moleque. _ Metalicana se recompõe, ainda com ar de riso. Analisa seu filho rapidamente, vendo que ele estava diferente do seu normal. Os cabelos presos numa trança muito bem arrumada, provavelmente feita por Juvia. Camisa de abotoar cinza, com os três primeiros botões abertos. O jeans escuro e o coturno por dentro da calça. Gajeel só se arrumou assim quando seu avô faleceu, há tantos anos atrás. Seja o que fosse, certamente era importante. 

_ Mãe, precisamos conversar. _ ele retoma o ar sério.

Metalicana suspira pesadamente, cruzando as mãos e apoiando os cotovelos na mesa. 

_ O que você fez, Gajeel?

_ Aqui não. _ ele responde devolvendo seu olhar.

_ Não posso simplesmente largar meu posto. _ ela gesticula pra pilha de papeis. _ Olhe o que tenho de terminar ainda hoje. 

Levy ouvia em silencio, fitando suas sapatilhas. Franziu as sobrancelhas, notando a urgência na voz de Gajeel. 

_ Onde está sua secretária? _ ele indaga irritado. 

_ Não sei, me diga você. _ Metalicana arqueia uma sobrancelha. _ Sorano simplesmente não compareceu ao trabalho esses últimos três dias, nem sequer telefonou para se explicar. 

Levy ergue o olhar, vendo Gajeel começar a andar em círculos na sala. 

_ Ela não está aqui? _ ele tira o celular do bolso, procurando seu número em seus contatos. Metalicana começa a ficar inquieta, pegando seu copo descartável e entregando a Levy. A azulada se afasta rápido, fechando a porta e deixando os dois sozinhos.

Eram duas e meia da tarde, Erza Scarlet comia uma generosa fatia de bolo de morango. Levy a encarou por um segundo, desviando o olhar rapidamente ao recordar do conselho do RedFox. A ruiva lhe olhou de esguelha, sentando-se novamente em sua mesa e recomeçando seu trabalho, um rascunho de uma possível nova embalagem de sabonete liquido. Cobra encerrava uma ligação, anotando a informação obtida numa agenda. Observou Levy voltar para a sala de Metalicana, se perguntando quanto tempo ela ia durar naquele emprego.

Levy parou à porta. Umedeceu os lábios e bateu suavemente, virando a maçaneta e averiguando se era seguro entrar. Viu Gajeel recostado na mesa de sua mãe, com os braços cruzados sobre o peito. Metalicana com os dedos finos e longos enfiados em seu coro cabeludo, parecendo incapaz de esboçar alguma reação. A azulada entrou na sala acuada, fechando a porta e indo entregar o café. Metalicana permaneceu da mesma forma que estava, como uma estatua. 

_ A senhora está bem? _ ela pergunta preocupada, fitando Gajeel rapidamente e depois voltando a encarar a mulher. 

_ Eu vou resolver isso, mãe. _ o moreno diz, encarando seu coturno. A mulher parece acordar de seu transe, estreitando os olhos enquanto ergue o olhar lentamente.

_ Ah, vai? _ pergunta com voz afetada. _ Você tem ideia da merda que fez?! Tem ideia do que isso significa, Gajeel? Do que isso pode acarretar pro nome da nossa empresa? _ ela vira para a azulada, que estava estática assistindo tudo. _ Está dispensada por hoje.

A McGarden assenti, caminhando para fora da sala a passos largos. Não fazia ideia do que se tratava aquilo, mas de uma coisa Levy tinha certeza: os RedFox estariam envolvidos em mais uma confusão, nem bem fazendo dois meses desde o última. Levy fazia uma nota mental enquanto abria seu armário e pegava sua mochila, adentrando o banheiro dos funcionários para passar uma água no rosto. Prepare-se, Levy McGarden. Sua possível primeira vez servindo café pra um bando de bacanas irados se aproxima.
 

 

 


Notas Finais


O cabelo da Levy tá desse jeito: http://www.hairwiki.ru/wp-content/uploads/2015/08/kor-pr-dev-26.jpg tentem imaginar, apenas tentem -q Gajeel fazendo merda, novidade :v mas bem, adianto que o clima daqui pra frente vai se tornar mais sério, pq vai acontecer umas parada aí que vai mexer com os dois -q
Até o próximo, gentxi <3


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