História (Im)Pure Angel - Capítulo único

Lá estava ela, parada em algum ponto aleatório no ar, encarando o grande vazio na sua frente. O vento forte faziam as madeixas azuladas voarem, muitas vezes tapando sua visão.

A ansiedade a atacava, precisava vê-lo logo. Ela sabia o quão aquilo era errado. Sabia que se descobrissem, ela poderia muito bem perder seu cargo de anjo. No pior dos casos, ser morta. Qualquer anjo que se relacionasse com qualquer ser humano, era exilado. Isso a fazia temer. Afinal, seu amado não era um humano, e sim, um demônio. A terceira encarnação da Raposa Demônio de Nove Caudas.

Não conseguia mais esperar o tempo passar para vê-lo, a excitação a atacava. Contava os segundos para encontrá-lo outra vez desde a última vez que o vira.

Seus olhos perolados miravam o chão; abaixo das nuvens, com a ajuda de um poder que apenas sua linhagem tinha, observando os seres humanos vivendo suas vidas por lá. Ela já cogitava a ideia de descer naquele momento e espera-lo no ponto de encontro combinado, mas não podia.

Não podia abrir mão de encontrá-lo, mesmo que as escondidas, por causa de sua boba ansiedade.

O momento se aproximava, sentia como se o seu coração estivesse batendo mais forte em seu peito, mesmo que sequer tivesse um coração. Tremia em antecipação, isso fazia com que suas asas cedessem. A qualquer momento, Hinata cairia.

Quem diria que ela, um anjo que estava no céu há séculos, agindo como uma tola adolescente indo encontrar o namorado escondida dos pais. Se bem que, de certa forma era isso que estava acontecendo.

A hora chegou. Ela desceu na maior velocidade que conseguia, suas asas batiam por conta própria. Queria chegar. Queria vê-lo, o mais rápido possível.

Assim que seus pés tocaram o solo humano, fez com que suas asas desaparecessem. Ela já podia controlar isso com perfeição, afinal, a partir do momento que seus pés tocavam o mundo humano, os mesmos podiam ver ela. Ou seja, não seria nada bom se alguém a visse em sua forma normal. Quem sabe o que fariam com ela?

No meio da enorme multidão, conseguiu avistar os cabelos dourados. Não precisaria ver o resto para ter certeza que era ele, ela o conhecia como ninguém.

Começou a correr com toda velocidade que tinha, claro que, não ser acostumada a usar as pernas contribuiu para que tropeçasse várias vezes. Começou a pensar que nunca o alcançaria daquela forma, era como se quando mais ela se aproximasse, mais ele se afastasse.

Depois do que pareceu uma eternidade, chegou em frente às suas costas. Assim que sentiu sua presença, ele se virou para ela e a abraçou, quase a sufocando.

Assim que a soltou, lançou seu melhor sorriso em sua direção. Sequer parecia o demônio que era.

— Hinata! Como vai? – perguntou Naruto no seu natural tom animado.

— O-oi… e-estou bem, Naruto-kun… e você? – sentia-se uma tola gaguejando na sua frente, estavam juntos há tanto tempo, e mesmo assim, nunca conseguia falar direito com ele devido à timidez.

— Estou bem… vamos? – perguntou, sentindo graça do jeito que ela falara. Sempre se encantou por seu jeito tímido de ser. Ela pegou na sua mão, com o rosto vermelho. A mão de seu amado era quente e aconchegante, assim como o que ela sentia por ele.

Hinata e Naruto se conheciam a mais tempo do que um humano conseguiria viver. O sentimento de ambos era como se fossem destinados, mesmo que o que possuíam fosse algo proibido, um tabu.

Hinata sentiu-se segura para aceita-lo em sia vida após perceber que ele era dos outros demônios que ouvira falar. Ela sabia que ele, assim como ela, não queria ter nascido daquele jeito. Porém, de certa forma, aquilo era bom. Quer dizer, teriam se conhecido se não fosse assim? Bem, ela não arriscaria.

Sentindo o calor de sua mão, começou a lembrar do dia que o conheceu. Lembrava-se perfeitamente.

"Era apenas mais um dia normal e tedioso para Hinata, que saiu para observar o mundo humano. Estava quente, muito quente.

Sempre tomava cuidado para não pisar no solo humano e acabar sendo vista, afinal, não controlava suas asas ainda. De longe, admirava os humanos. Como criaturas como àquelas podiam ser tão fascinantes?

Um humano em especial chamou sua atenção. Diferente dos demais a sua volta, ele possuía cabelos loiros e concentrava-se em um livro.

Resolvera se aproximar dele. Algo a atraía nele. Seus olhos eram azuis como o céu que vivia, o que era lindo, sem dúvidas. Ele possuía marcas na bochecha, o que a lembrava de certos demônios que já ouvira falar, mas… era impossível ele ser um deles, não é? Afinal, o que um demônio daquele nível faria no mundo humano?

— O que um anjo como você fez no mundo humano? – perguntou fechando seu livro, não sem antes marcar a página. A pergunta pegou Hinata de surpresa. Como ele viu ela? Será que tocou seus pés no solo sem querer? A ideia de todos aqueles humanos terem visto ela a apavorava.

— C-como você… – seu rosto ficou vermelho de vergonha. Olhando-o daquele jeito, ele era realmente bonito.

— Heh, meio que eu sou igual a você… infelizmente… – explicou para ela, sussurrando a última parte. Hinata estava próxima o suficiente para conseguir ouvir.

— Como assim? – estava confusa. O que ele quis dizer com "sou igual a você"? Seria ele um anjo? Não… nunca o viu antes, tinha certeza disso.

— Uzumaki Naruto, também conhecido como…

— A terceira encarnação da Raposa Demônio de Nove Caudas… – falou apreensiva. Ele com certeza era diferente do que os rumores diziam. Ainda estava em choque, sem dúvidas, porém, não sentia medo dele. Ao contrário, sentia-se estranhamente confortável ao seu lado. – Hyuuga Hinata… prazer em conhecê-lo… N-naruto-kun. – disse abrindo um sorriso.

Eles não entendiam o que ligava os dois. Bem, tinham chances de ser o tão conhecido Fio Vermelho do Destino, mas… o que Deus ganharia em unir um demônio junto de um anjo?”

Hinata suspirou com as memórias de seu passado, tentando segurar sias lágrimas. Se eles se amavam tanto, por que aquilo era proibido? Por que não podiam ter sequer uma chance de amar? Um soluço não foi reprimido, fazendo Naruto a encarar assustado.

— H-hinata… o que aconteceu? Por que está chorando? – estava preocupado, nunca a viu chorar em todos os anos que estiveram juntos.

— Naruto-kun… – disse soluçando, com a voz embargada. – Por que não podemos ser felizes? Tudo seria tão fácil de apenas fôssemos humanos… quem sabe… nós não mantemos um relacionamento ás escondidas?

— Hinata… você sabe melhor do que eu que isso é errado. Não podemos fazer algo só porquê queremos… e também sabe que não pode esconder nada dos Céus… sabe que eu não quero que vire um anjo caído e arruíne tudo seu por minha causa. Eu não quero fazer você sofrer…

— Eu… eu não ligo, Naruto-kun… a única coisa que eu preciso é você… – disse Hinata, aos poucos parando de chorar.

— Hinata, você… você tem certeza que quer isso? – perguntou o loiro apreensivo. Tinha medo de que se levassem aquilo a frente ela acabasse por se arrepender, e a culpa seria toda dele caso acontecesse.

— Eu quero isso desde que descobri que te amava, Naruto-kun. – respondeu com um sorriso. O mais lindo de todos, na visão de Naruto. Seus olhos estavam um pouco vermelhos devido ao choro anterior, porém, não a deixava menos bela. Naruto a beijou, sendo correspondido no mesmo instante. Estavam bem próximos a cabana em que “viviam” quando ficavam no mundo humano, as vantagens de Naruto ser um demônio era que ele conseguia tele transportá-los para lá.

Sequer precisaram trancar a porta, afinal, sequer a usaram alguma vez, devido aos poderes de Naruto. O beijo que compartilhavam agora era como se fosse uma compensação por todos que tiveram vontade, porém não podiam fazer. Mais uma das vantagens de não serem humanos: o ar não era necessário a eles.

Nenhum dos dois era experiente no que estava prestes a acontecer. O mais perto que algum deles chegou disso foi ouvir humanos falando sobre, e bem, aquilo não ajudava muito.

Mesmo que muito envergonhados, começaram a lentamente a tirar a roupa. Bem, um ajudava o outro nisso. Seus rostos estavam prestes a entrar em erupção. Assim que ambos estavam nus, Naruto a deita na cama. Aquela posição conseguiu deixá-los ainda mais envergonhados.

Não tinham ideia do que fazer. Sabiam que tinham que “estar prontos” para aquilo fisicamente e mentalmente, só não sabiam como.

Após um tempo pensando, Naruto resolve tocar a anja. O primeiro lugar que pensa é sua entrada. A tocou, e a sentiu úmida. Começa a passar aos poucos seus dedos pelo local, até que percebe que Hinata soltava pequenos suspiros quando ele tocava uma parte específica. Ele começa a se concentrar mais naquele local, vendo que ela ficava cada vez mais úmida e soltava ainda mais suspiros. Percebeu que ela estava excitada, e muito.

Seus dedos escorregam para sua entrada e ela sente um pequeno desconforto assim que ele o introduz. Era estranho, porém, era bom.

Conforme ele simula esticadas com os dedos, Hinata percebe que ele aumenta a quantidade. Sentia-se pulsando. Queria mais. Precisava de mais.

— Na-naruto-kun… por favor… – gemeu sôfrega. Finalmente chegou o momento. A partir dali ambos seriam um só. Assim que sente o membro de Naruto entrando em si, ela aperta os ombros dele. Aquilo era pior que o desconforto de antes, mas nada que não pudesse aguentar por ele.

Aos poucos, ele começa a se movimentar. Logo, os gemidos de ambos tomavam conta do quarto. A balança que pesava o certo e o errado, para eles, sequer existia agora. Só existiam eles naquela cabana, amando-se pela primeira vez, como se fosse a última.

Assim que chegaram ao ápice, o maior caiu ao lado da azulada, a abraçando o mais forte que conseguia, tinha medo de que ela fugisse ou que a arrancassem dele.

Ele não importava-se mais por ter manchado a pureza de um anjo.

E ela… não se importava com o que quer que acontecesse com ela, contanto que pudesse ficar com seu amado pela eternidade.