História Life - Matthew

30 de Agosto - Angeles, Illéa

POV. America

Decidimos ir jantar em uma pizzaria próxima dali, cada um foi em seu carro e nos encontramos lá. Comemos e conversamos bastante até que decidi ir embora, estava tarde e eu me sentia cansada. Me despedi de todos e fui em direção ao estacionamento que não era tão longe dali. 

A rua estava deserta, "Também, é 1 da manhã America, quem estaria na rua a essa hora ainda mais na madrugada de uma quinta-feira?" Falo comigo mesma enquanto passava pela pequena rua que me levaria até o estacionamento, senti que estava sendo observada a partir do momento que virei naquela rua, mas não deixei me abalar, minha cabeça adora me pregar peças.

-Oi. –Ouço uma voz grave atrás de mim fazendo com que eu pare no lugar. -Está sozinha princesa?

-Não. –Respondo rápido virando para encarar o tal homem, não consegui ver seu rosto pois a rua estava escura.

-Tem certeza? Não estou vendo ninguém aqui. –Fala colocando suas duas mãos na minha cintura quando estava próximo de mim. "Ele com certeza não é cego America, você está sozinha." Penso comigo mesma.

-Não me toque. –Respondo ríspida tentando me afastar..

-Você não se lembra de mim, mas eu me lembro de você. –Fala e consigo sentir o cheiro de álcool vindo de sua boca. -Você é a namorada do playboy.

-Não tenho namorado… –Falo e me arrependo na hora.

-Ótimo, não tenho o porquê me preocupar então. –Responde me empurrando até que eu encoste em uma parede. -Prometo que será rápido, princesa.

-Não. Pare com isso. –Falo começando a me desesperar enquanto tento empurrar ele.

-Se você resistir, será pior. –Fala e então me beija a força, eu não estava esperando por isso, muito menos pelo o que estava por vir. Eu tentava empurrar ele, mas era em vão, ele era mais forte do que eu e eu não tinha como escapar.  Senti sua mão ir até a barra da minha saia e levantá-la enquanto direcionava seus dedos até a minha intimidade ainda coberta pela calcinha. Mordi seu lábio tentando evitar tudo o que poderia acontecer, mas foi em vão, isso só fez com que ele mordesse retribuísse o ato; senti o gosto de sangue na minha boca e então tive outra ideia. Levantei meu joelho e o empurrei para longe de mim começando a correr, nem pensei em pegar minha bolsa que estava no chão, o importante era que eu encontrasse algum lugar seguro longe desse cara louco. -Onde a senhorita pensa que vai? –Ele pergunta me puxando pelo cabelo e me jogando no chão. Senti o mundo girar quando minha cabeça tocou o chão assim como meu corpo.

-Por favor… –Falo com a voz falha e então percebo que eu estava chorando. -Eu vou gritar se você não me deixar ir 

-Sem gritar princesa. –Fala ficando em cima de mim e tampando minha boca. Foi nessa hora que me dei conta quem era o homem, Matthew. 

Eu estava fraca, tinha vontade de vomitar e dormir, eu estava chorando mas ele não se importava. Eu não tinha mais forças para lutar, tudo o que eu queria era dormir e não havia nada que eu pudesse fazer para acabar com isso. Enquanto sua mão direita tampava minha boca, sua mão esquerda voltou para dentro da minha saia, senti ele tirar minha calcinha e quando ele estava prestes a fazer algo a mais, senti o meu corpo ser liberto. Olhei para o lado e vi Marlee, Aspen e Celeste me olhando espantados enquanto eu chorava.  

-Você está segura agora. –Fala Aspen me abraçando enquanto eu me sento e ele me abraça. -Ele te fez algo?

-Não. –Falo com a voz falha soluçando. Ele faz sinal com a cabeça para que as meninas se aproximem e assim que elas o fazem, ele se afasta. 

-Chega Maxon. –Ouço Aspen dizer e olho em sua direção, Maxon dava socos no rosto de Matthew enquanto Aspen tentava separá-los. -Já foi o suficiente.

-Esse idiota merece muito mais, ele merece morrer. 

-Ela precisa da gente. –Fala Aspen e então Maxon para direcionando seu olhar para mim. Ele desfere mais um soco no rosto de Matthew e o solta vindo até mim enquanto encara o chão. -Minha vez. –Fala Aspen antes de socar uma última vez a cara do garoto que caiu no chão desacordado.

-Você está bem? –Pergunta Maxon tirando sua jaqueta e colocando nas minhas costas. 

-Não. –Respondo ainda chorando. Como eu estaria bem depois do que acabou de acontecer?

-Desculpa, pergunta estúpida. –Fala repreendendo ele mesmo.

-Precisamos levar ela para casa, ela tem um corte na cabeça. –Fala Celeste parecendo preocupada.

-Eu vou levar ela para casa. –Fala Aspen me olhando nos olhos. -Vou cuidar de você Meri.

-Não. –Respondo com a voz entrecortada.

-Não?

-Eu não quero ir para casa Aspen, não quero ter que contar aos meus pais o que aconteceu. –Digo desesperada. -Não posso.

-E o que vai fazer? –Pergunta preocupado.

-Ela pode ficar lá em casa. –Fala Maxon antes que eu pense em uma resposta.

-Eu combinei com Carter que ia dormir na casa dele Max. –Fala Lee.

-Não tem problema, eu cuido dela. -Responde e olha para Aspen.

-Tudo bem por você Meri? –Aspen pergunta e eu assinto com a cabeça. -Ok, consegue levantar?

-Sim. –Respondo levantando, mas quando me coloco de pé eu senti meus olhos pesarem e meu corpo cambalear.

-Meri? Ei, olhe para mim, mantenha os olhos abertos ok? –Fala Aspen me impedindo de cair.

-Eu estou cansada. –Respondo repousando minha cabeça em seu ombro.

-Ela precisa ir gente. Ela precisa se deitar e descansar… –Ouço Celeste dizer.

-Vou te pegar no colo, ok? –Pergunta Maxon e antes que eu diga algo ele me pega no colo, sinto ele começar a andar e quando chegamos ao seu carro ele me coloca no banco de trás deitada. -Eu mando mensagem para vocês, fiquem tranquilos. Vou cuidar dela.

-Ok, precisando de algo me ligue. -Escuto Aspen dizer e então a conversa acaba.

-Tente ficar acordada ok? –Maxon fala entrando no carro e dando partida no mesmo. 

***

Ficamos em silêncio durante o caminho até sua casa, ele me observava pelo retrovisor enquanto eu apenas chorava baixinho deitada no banco de trás. Por que isso tinha que acontecer comigo? Logo eu, a pessoa mais quebrada que existe. 

-Chegamos. –Fala Maxon quando chegamos na sua casa. Ele me ajuda a sair do carro e me pega no colo me levando até um dos quartos. -Vou te deixar aqui no meu quarto e procurar algumas roupas. –Fala quando ele me coloca deitada na cama. -Já volto.

Quando ele sai do quarto, me levanto e vou até o banheiro usando as paredes como apoio, sento no chão do banheiro perto do vaso sanitário e volto a chorar, sinto uma ânsia me atingir e então coloco tudo o que havia comido para fora. 

-Meri? –Maxon chama por mim quando volta para o quarto. 

-Aqui. –Digo baixinho enquanto dou descarga.

-O que aconteceu? Você deveria estar na cama.

-Eu estava passando mal. –Falo encostando a cabeça no armário. 

-Peguei umas roupas no quarto da minha irmã. Você quer tomar banho? –Pergunta olhando para todos os lugares exceto para mim.

-Estou cansada. –Falo fechando os olhos. 

-Você precisa pelo menos se trocar. –Fala se aproximando.

-Pode me ajudar? –Pergunto sonolenta. Eu só queria dormir, é pedir demais? -Por favor…

-Claro.  –Responde, ele me pega no colo novamente e me coloca na cama. -Primeiro vou cuidar do corte na sua cabeça. –Fala indo até o banheiro e voltando com um kit de primeiros socorros. -Isso pode arder um pouco.

-Tudo bem. –Respondo e ele limpa o pequeno corte na minha cabeça. -Max?

-Sim?

-Você sente repulsa de mim? –Pergunto curiosa já que o mesmo não olhou nos meus olhos desde o ocorrido.

-Não, claro que não. Por que fala isso?

-Você não olhou nos meus olhos desde … você sabe. –Falo cabisbaixa.

-Desculpa, é que eu deveria ter te protegido, deveria ter me oferecido para te acompanhar até o carro. Se eu tivesse feito isso, você estaria bem. -Fala se sentando ao meu lado e respirando fundo. -Eu não consigo olhar para você e saber que eu tenho parte da culpa.

-Você não tem culpa Max. –Falo pegando em sua mão. -A culpa foi dele.

-Me desculpa por não ter chego antes. –Ele fala me olhando nos olhos agora.

-Está tudo bem, você bateu nele e isso é suficiente. Obrigada por me proteger. 

-Por nada. –Responde sorrindo de lado.

-Eu só preciso dormir. –Falo me deitando em sua cama. Eu ainda estava com a minha roupa mas não me importei, não tenho forças para me trocar agora.

-Se precisar de algo, estarei no sofá ali no canto. –Fala apontando para um pequeno sofá perto da janela. Eu assinto com a cabeça e fecho olhos. -Durma bem minha querida.  –Fala dando um beijo na minha testa e assim eu adormeço.