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História In-Desejável - Você vai esperar por mim?


Escrita por: ana_cappu

Notas do Autor


JÁ FALEI QUE VOCÊS SÃO AS PESSOAS MAIS DESESPERADAS QUE EU JA CONHECI KKKKKK

SÉRIO TODOS FICAMOS AGONIADOS COM O QUE ACONTECEU, MAS SEJAM BONZINHOS!

OBRIGADA DE NOVO PELO CARINHO CHUCHUS

Capítulo 12 - Você vai esperar por mim?


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Os dias seguintes foram difíceis, pareciam incompletos e vazios. Manteve a rotina normal e sua mãe pareceu não querer entrar no assunto Jungkook por algum motivo. Acabou o evitando também.

Sua rotina era basicamente a mesma todos os dias: acordar, se arrumar, ir para o colégio, voltar para casa, sair vez ou outra, voltar para casa, tomar banho, comer e dormir.

Se sentia um robô. Seus amigos também comentaram diversas vezes que estava estranho mais que o normal. Yuna o ignorou por completo e meio que agradecer por isso também, as outras pessoas também não se incomodaram em lhe zoar com tudo que havia acontecido naquela maldita festa.

Os dias foram passando, tão rápido que nem Taehyung se deu conta disso. Só percebeu que já eram férias. Sua energia parecia ter se esgotado, ou talvez só estivesse pensando demais nos últimos meses.

Sentiu quando o telefone vibrou em seu bolso, obrigando-o a procurar pelo aparelho antes de atendê-lo.

— Hum? — Falou sem muita vontade, logo escutando um bufar incomodado do outro lado da linha.

— Tae, somos amigos não somos? — Hoseok começou de forma calma e estranha, mas de alguma forma sabia que ele só estava tentando lhe ajudar.

— Somos Hobi. — Afirmou calmamente.

— Já fazem três meses, Tae. — A voz do outro ressoava pesada lhe fazendo encolher ali deitado sobre os lençóis.

— Eu sei. — Foi só o que conseguiu falar naquele momento.

— Isso não é normal. Quero dizer... não é você! — Ele começou enquanto Tae apenas ficava em silêncio. — Eu sei tudo que aconteceu, mas também sei que você está sentindo falta dele.

— Eu não estou! — Falou rápido demais mesmo sem ter qualquer confiança diante das próprias palavras.

— A mim você não engana. Te conheço desde que tínhamos cinco anos. — Sua voz era triste e sabia mais do que ninguém que ele estava certo.

— O que quer que eu diga? — Soltou desistindo de tentar disfarçar o próprio incômodo.

— TaeTae... — Hoseok começou gentil mais uma vez. — Não é vergonha você sentir falta de alguém, mas é burrice que você não faça nada a respeito e deixe-o apenas ir.

Soltou um grunhido entredentes ouvindo-o pigarrear do outro lado como se o mandasse continuar calado.

— Você gosta dele. — Hobi hesitou. — Não como seu irmão, mas não como eu ou o Suga. Acho que você só percebeu que gosta verdadeiramente do Jungkook quando ele se foi.

Aquelas palavras lhe fizeram engolir em seco. Um arrepio lhe percorreu o corpo assim como lhe roubou o ar. Só percebeu que chorava quando as lágrimas finalmente rolaram de seus olhos, molhando-lhe a face e o egando mais uma vez de surpresa.

Era errado, não queria admitir, mas estava sim. Tudo aquilo estava o incomodando profundamente, doía.

Chorou alto obrigando o amigo do outro lado a ouvir seus soluços de fraqueza. Ele não dizia nada, ficava em silêncio esperando que dissesse algo. Mas seu peito só dóia.

— O que eu poderia fazer? — Começou com a voz rouca. — O que eu deveria fazer? — Concertou ouvindo a voz ser cortada pelo choro. — Eu nunca gostei de um cara antes, eu não sei como agir e eu nem sei se gosto dele.

— Você o ama! — Hoseok foi mais rápido fazendo-o arregalar os olhos e chorar ainda mais à medida que o peito se apertava só de imaginar o quão tolo havia sido. Ter os próprios sentimentos jogados em sua cara era o pior.

— Como eu vou saber? Eu nem dei a ele uma chance, eu nem me dei uma chance. — Mordeu o lábio abafando um novo soluço. Estava irritado, envergonhado e impotente. Se sentia um completo tolo, uma criança indefesa, um lixo.

— Diga isso a ele! — Hoseok soltou firmemente para lhe incentivar, mas só de imaginar já se sentia hesitante uma vez mais.

— Eu não consigo... — Falou com a voz baixa demais, mas sabia que ele havia ouvido.

-— Tae... — Hoseok tinha um tom levemente diferente ao lhe chamar. — Você já disse. — Ele riu sem jeito antes de fazer uma longa pausa. — Jungkook também está na linha, me desculpe por isso.

Estava em choque, tanto que seu corpo tremia, até mesmo o choro se cortou. — Ele precisava saber, vocês precisavam se acertar. Entenda que eu apenas não queria ver meu amigo sofrer mais uma vez.

Seus dedos se apertaram junto ao telefone e ele agora só queria desligar.

Aquilo só podia ser uma brincadeira, uma brincadeira de péssimo gosto e que agora o deixava completamente atordoado. Mordia o lábio com tanta força que podia sentir o leve gosto de sangue sobre a língua.

— Taehyung... — A voz de Jungkook soou tão familiar aos seus ouvidos, mesmo os três meses afastados não havia mudado seu tom ou mudado a forma estúpida que seu corpo reagia a cada vez que o ouvia. — Acho que precisamos conversar.

E lá estava ele novamente chorando, enquanto flashes lhe vinham à mente. Todos os sorrisos daquele garoto estúpido, todos os olhares, todas as vezes que ele havia chamado seu nome, todas as vezes que o havia evitado...

O silêncio pareceu perdurar na linha e Hoseok pareceu notar.

— É aqui que minha participação termina. — Hoseok falou antes de soltar um risinho baixo. — Seja paciente com ele Jungkook. Taehyung pode ser estúpido, mas eu não sei se seu coração aguenta mais um baque. — E então naquela linha só sobraram Jungkook e Taehyung.
 

O choque em saber que Jungkook havia ouvido tudo o que havia falado, inclusive o choro sincero, o fazia querer desligar. Tinha certeza de que tinha o rosto bem vermelho naquele momento e não só pela vergonha, mas pelo choro também. Os lábios tremiam, mas não queria chorar ainda mais.

Respirou bem fundo esperando que ele começasse a falar, ainda não sabia o que deveria dizer, mas estava assustado.

Ajeitou-se na cama encostando junto à cabeceira enquanto tentava segurar o celular em sua orelha sem tremer. Do outro lado podia ouvir alguns ruídos indecifráveis ao longe e logo um suspiro longo.

— É realmente verdade? Você gosta de mim? — A voz do outro quebrou finalmente aquele longo silêncio o fazendo estremecer com a pergunta direta. Ainda não tinha certeza sobre o que estava sentindo por Jungkook.

— Eu não sei. — Soltou sincero, mas apesar de sua sinceridade, as palavras não parecem convencer Jungkook. — Como eu vou saber? Eu nunca nem pensei em um cara antes de... — Mordeu o lábio se lembrando do dia em que se beijaram.

Jungkook soltou um "runf" antes de lhe cortar. — Não pensou no seu amigo lá na festa?

Aquele tom rude havia lhe pegado de surpresa e por um momento se sentiu desconfortável por ele ter presenciado aquela cena, que no fim das contas também era por culpa dele.

Soltou um riso irônico enquanto pensava, era mais fácil conversar com ele quando não estava presente lhe olhando intensamente e foi só por esse motivo que resolveu lhe dizer de fato o que havia acontecido.

— Na verdade... — Começou, mas parou ao notar que não era só por causa de Yuna que havia feito aquilo.

Era ridículo não ter notado que estava com raiva não pela garota que estava ficando com um cara que não fosse a si mesmo, mas por esse cara ser Jungkook. — Foi por sua culpa.

— Minha culpa? — O mais novo soltou surpreso.

— Quando eu fiquei sabendo que estava se pegando com a Yuna, fiquei realmente com raiva. Achei que fosse só por ela de início, já que eu achei que fosse realmente apaixonado por aquela garota. Por longos anos eu acho que fui. — Admitiu se sentindo um idiota. — Mas acho que era por ser você o cara que estava com ela. — Completou ironicamente.

— E aí você achou que beijar o seu amigo lhe faria mais feliz? — Era visível o tom irônico na voz do outro, aquilo o incomodava. Ele falava como se fosse uma puta qualquer que pegava o primeiro que aparecia.

— Não seja estúpido! — Soltou grosseiro. — Eu estava realmente irritado e não consegui disfarçar que estava chorando. Suga tentou me ajudar. Eu sei que foi meio estúpido mas ao menos ninguém conseguiu ver meu rosto choroso e depois eu só deixei acontecer.

Jungkook ficou em silêncio por alguns longos minutos como se processasse toda a informação que havia lhe passado.

— Eu fiquei realmente irritado quando vi. — Sua voz agora era baixa e distante. — Eu não beijei a Yuna, ela me chamou para conversar e me agarrou. Não é como se pudesse simplesmente empurrar ela ali na piscina, então...

— Deveria. — Acabou rindo ao sussurrar baixo o suficiente para que ele não ouvisse. Então tudo não havia passado de uma grande bola de desentendimentos desde o início.

— Qual a graça? — Ele bufou parecendo magoado.

— Não sei, acho que desde que começamos a conviver, nossa vida tem sido uma imensa bola de neve. Uma montanha russa com diversos altos e baixos e alguns loops. — Riu mais uma vez.

A risada de Jungkook preenche uma parte do vazio que sentia no peito. Talvez ele também estivesse começando a entender o que queria dizer com sua comparação estúpida.

Ainda era estranho, mas de alguma forma meio louca se sentia um pouco mais confortável ao falar com ele. Não sabia se tudo aquilo mudaria alguma coisa, mas ao menos lhe tirava daquela fossa ridícula que achava que só as garotas viviam.

Os minutos em silêncio foram se prolongaram e Taehyung até pigarreou para tentar melhorar a situação, que de nada adiantou.

— Tae! — Jungkook chamou de repente. — Eu não vou voltar.

Suas palavras por mais baixas que fossem, soavam completamente cruéis aos seus ouvidos.

— Eu não quero algo incerto. Eu não menti quando disse que gostava de você naquele dia e... depois do beijo que trocamos eu tive certeza de que não era apenas coisa da minha cabeça. — Estava assustado com a ideia de Jungkook desaparecer mais uma vez, mas ele soava tão sério.

— Você vai sumir de novo? — Perguntou com a voz trêmula, estava realmente assustado.

— Eu deixei meu número com você, mesmo que você não tenha me procurado. — Ele completou com um riso fraco, quase decepcionado.

— Eu estava... estou confuso. — Explicou hesitante.

— Eu sei. — Seu suspiro parecia inundar sua mente.

Não queria passar por tudo de novo, por toda aquela angústia e aquela culpa, mas ainda tinha medo porque era tudo completamente novo, sabia que Jungkook poderia entender isso também.

— Não vai mesmo voltar? — Temia a resposta e ainda assim a queria.

— Até que você defina como se sente, não. Eu não quero falsas esperanças Tae, se for para eu voltar ou será para ser realmente seu irmão mais novo ou para você ser meu por inteiro. — Ele estava confiante.

Jungkook era mais novo, mas com toda certeza ele era muito mais maduro que Taehyung. Não queria admitir, mas entendia o que ele queria dizer com tudo aquilo. Ambos precisavam daquele espaço e daquele tempo para colocar não só a cabeça em ordem, mas os sentimentos também
.
— Você vai esperar por mim? — Perguntou baixinho.

— Eu o espero a três meses. — Ele riu.

— E eu posso manter contato? — Aquilo soava como uma garota tímida temendo o fim do primeiro encontro.

— Seja lá qual caminho você escolher, ainda iremos conviver. Nada mais justo que seja uma boa convivência. — Era impossível fugir de Jungkook.

Assentiu mesmo que ele não pudesse ver.

 



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