História In-Desejável - Parece que você finalmente entendeu

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O sol ardia contra seu rosto sonolento, obrigando-o a abrir os olhos preguiçosamente. Foi só quando finalmente fitou o teto claro é que teve consciência de estar em casa.

Se lembrava vagamente do que havia acontecido após a "ceninha" da festa. Havia saído com os garotos para um bar que costumavam frequentar e lá beberam tudo que conseguiram.

Não tinha certeza de como havia chegado em casa. Não fazia ideia, mas provavelmente algum deles teria o ajudado. Olhou para o lado e Jungkook não estava, provavelmente havia passado a noite com...

Balançou a cabeça, não queria pensar mais nisso e havia jurado na noite anterior que tiraria aquela garota de seu coração. Havia se cansado de ser tão tolo.

Levantou-se com uma baita dor de cabeça, tão grande que chegou a lhe desequilibrar por ter se levantado bruscamente. Seguiu para o banheiro onde optou por um belo banho frio, buscando se livrar do girar de seu cérebro.

Taehyung então desceu até a cozinha onde se deparou com sua mãe dançando animada, a mesma cantarolava alguma coisa inteligível graças a sua excepcional habilidade musical. Acabou rindo ao aproximar e isso pareceu roubar a atenção da mulher. .

— Oh, bom dia querido! — Ela soltou docemente.

— Mãe, ainda bem que você não vive para dançar e cantar. — Brincou ao que tampou os olhos e ouvidos. — Você cegou meus olhos e acabou com minha audição. – Provocou antes de dar uma gargalhada alta.

Por sorte Taehyung possuía um bom reflexo, mesmo de ressaca, já que precisou desviar de uma vasilha voadora que ela lançou sem qualquer dó.

— Isso é jeito de falar. — Ela resmungou fazendo uma careta. — Você veio bem bêbado ontem, o que te falei sobre isso? Ainda bem que seus amigos são gentis e te trouxeram. Taehyung, você precisa ser mais responsável como seu irmão.

Revirou os olhos para a reclamação da mulher e acabou fazendo uma careta ao ouvir a comparação ridícula com o outro garoto.

— Como se ele fosse responsável. — Retrucou ao sentar-se a mesa para servir-se de café e torradas.

— Ele ligou avisando que dormiria na casa de uma garota. Parece que ele já arrumou uma namorada. — Ela falou como se o fato dele ter avisado fosse uma coisa realmente emocionante.

Ignorou ao dar de ombros enquanto comia.

Após o café, subiu novamente para o quarto, era domingo e não havia muito o que fazer. Seguiu direto para o videogame decidido a continuar a bater o próprio recorde, em um dos seus jogos favoritos. Mais tarde talvez saísse para algum lugar com os amigos.

Era estranho que mesmo que fosse uma das suas melhores distrações, o tempo ainda parecia não passar. Talvez o relógio estivesse andando para trás.

Franziu o cenho desistindo do jogo algumas horas depois. Subiu na cama e tratou de mexer no celular, uma bela surfada pelas redes sociais poderia lhe animar.

Se deparou preso em um daqueles testezinhos ridículos, mas ao menos eles lhe arrancavam sorrisos pelos resultados absurdos.

Assustou-se quando o aparelho vibrou em suas mãos, o que o fez encarar a tela brilhante de forma curiosa.

— E ai! — Falou ao levar o aparelho até a orelha.

— Eu nunca me senti tão mal na vida. Acho que meu estômago está se revirando por conta própria. — A voz do outro lado da linha era como a de um doente.

— Você não devia ter bebido tanto já que não é acostumado, Hobi. — Soltou calmamente enquanto analisava os dedos da mão livre.

— E abandonar um amigo após a luta? Não mesmo! — Aquela comparação fez com que rissem.

— Você falou como um velho. — Provocou antes de ouvir o silêncio perdurar.

— Mas e você está melhor? — Hoseok finalmente lhe perguntou.

— Fora a baita dor de cabeça, estou bem. — Respondeu sinceramente.

— O que devíamos fazer? Quero dizer, você precisará encarar todos eles no fim das contas e Yuna também. — Ele estava certo, mas se negava a rebaixar diante dos problemas.

Era conhecido por estar sempre brincando e sorrindo com tudo e as coisas não iriam mudar.

— Eu não vou fazer nada. Vou seguir com minha vida normalmente como se toda essa merda jamais tivesse acontecido. — Explicou soltando um suspiro. — Na boa, cansei.

O outro deu uma breve risada antes de mais uma vez hesitar.
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— E aquela coisa com o Suga... quero dizer... o que aconteceu? — Sua voz falhava, como se ele buscasse uma forma de entrar no assunto sem parecer um incômodo.

Respirou fundo enquanto se permitia pensar em uma resposta. — Sinceramente... — Começou lentamente. — Nem eu sei. Quero dizer, ele não me obrigou nem nada. No início foi para esconder o fato de eu ter ficado sabendo sobre Yuna e Jungkook. Ele sabia que eu não queria que me vissem chorar, mas depois... — Taehyung mordeu o lábio agradecendo mentalmente por Hoseok não poder ver seu rosto. — Não sei, agi por instinto e acabei me excedendo. Ele deve me odiar agora, mas não foi ruim.

— Não odeia. — Hoseok soltou mais rápido do que esperava. — Eu falei com ele antes de te ligar. — Completou por fim.

— Isso é bom. — Respirou mais aliviado.

— Eu só perguntei porque ele também se sente assim. Seria realmente esquisito que isso atrapalhasse nossa amizade sabe. Claro que não haveria problema se vocês fossem namorados de verdade... — Taehyung se engasgou logo. — Eu sei não são. — Hoseok riu. — Bom, eu só queria mesmo saber se estava tudo bem.

— Eu sei Hobi. — Tae soltou gentilmente. — Obrigado por se preocupar. — Ouviu sua risada baixa ao fundo antes da ligação finalmente ser encerrada.

No mesmo instante em que a chamada terminou, a porta do quarto havia sido aberta. Jungkook surgiu olhando-o por breves segundos, e então desviando o rosto em seguida.

Não se deixou abalar por sua presença, continuando exatamente da mesma forma que estava antes, deitado sobre a cama e mexendo no celular, porém é claro, o observava pelo canto do olho. Seu rosto parecia levemente inchado e ele tinha algumas marcas no pescoço que ainda não conseguia identificar.

Ignorou o fato se xingando mentalmente por observá-lo. Levantou-se bruscamente da cama para sair dali, o clima era realmente pesado quando ficavam sozinhos.

— Nós terminamos. — Ouviu a voz de Jungkook soar fraca atrás de si, obrigando seu corpo a parar. Realmente não se importava, mas era estranho saber do fim de algo que mal havia começado.

— Eu não me importo. — Soltou rudemente, nem se dando ao trabalho de virar-se.

Seu suspirar era pesado e o ranger de dentes grosseiro. — Ainda assim a culpa é sua.

Bufou imediatamente com a resposta impertinente do outro. Seus braços tremiam enquanto fechava as mãos em punho fortemente. Virou-se encontrando seu olhar baixo e os ombros caídos.

— Eu não tenho nada a ver com seus problemas! — Continuou firme o suficiente para parecer uma real despreocupação com o fato.

— Claro! — Ele sorriu irônico. — Não que você se importe, mas pelo que eu entendi... — Ele hesitou passando a mão sobre os cabelos bagunçados tentando se concentrar. — Eu devo ter chamado por você enquanto dormia.

Aquilo o pegou de surpresa, realmente não esperava por tal declaração. A feição horrorizada deixava mais que clara a sua insatisfação.

— Porque você faria isso? — Perguntou realmente confuso, mas Jungkook apenas riu ironicamente de novo.

— Porque era em você que eu estava pensando. — Sua voz soou mais forte quando ele finalmente levantou o olhar para encarar Taehyung diretamente pela primeira vez. — Porque eu queria você nos meus braços, não ela.

Engoliu em seco, automaticamente dando alguns passos para trás. A lembrança daquela noite em que Jungkook se tocava enquanto dizia seu nome lhe veio à tona lhe causando um longo arrepio.

Aquilo era estranho e o fazia se sentir estranho também. Porque ele tinha que dizer tudo aquilo depois de tudo que havia acontecido. Sua voz falhou não conseguindo pronunciar uma palavra sequer, o seu "irmão" indesejado estava dizendo realmente que preferia um cara do que a garota mais gata do colégio.

Começou a juntar os pontos em sua cabeça até a fita finalmente cair. Aquilo tudo fazia sua barriga gelar e os músculos funcionarem grosseiramente. Apontou para Jungkook de olhos arregalado, mas não disse nada.

— Parece que você finalmente entendeu. — Jungkook completou ao lhe lançar um sorriso que foi capaz de lhe tirar o fôlego.