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História In Front Of Me - Sete


Escrita por: LarrySRainbow

Capítulo 7 - Sete


Louis ficou feliz por ter conseguido pedir desculpas para o garoto com cara de palhaço.  


Louis realmente achava que a altura era excelente para uma morte rápida. 


Ele ficou irritado quando soube que teria de pular de cabeça, aquilo era difícil. Louis nunca conseguiu mergulhar de cabeça em piscinas. Mergulhar de cabeça para morrer seria complicado demais. E também tinha aquele menino que não o dava espaço, Harry o nome dele. Teria que dar outro jeito.


  - Louis. - A mãe bateu na porta - Trouxe algo para você comer. 


Louis correu até a porta e a destrancou. Jay segurava uma bandeja com um prato de frango e purê. 


Aquela seria uma boa hora para botar sua lista de coisas para fazer em ação. Louis decidiu ser legal com a mãe. 


  - Eu vou jantar com vocês hoje. - Ele falou. 


Jay o encarou atenta a qualquer coisa suspeita. Ela achava que ele estava apontando algo ou brincando com ela. 


  - Como é? - Ela perguntou estreitando os olhos. 


  - Vou comer na mesa, com você e Lottie. - Louis disse dando de ombros e pegando a bandeja da mão dela, descendo as escadas e indo até a cozinha. 


Jay o seguiu. 


Lottie estava sentada a mesa e arregalou os olhos quando viu Louis sentando a sua frente. 


  - Quem é você? - Lottie zombou. 


Louis decidiu ignorar qualquer tipo de piada. Na cabeça dele, esses eram seus últimos dias e ele precisava aguentar as chatices da criança chata a sua frente.


  - Lottie, sem gracinhas. - Jay a repreendeu. 


  - O que deu em você? - Lottie perguntou, levando a colher até a boca. 


  - Eu acho que os remédios estão me curando. - Louis disse, cutucando o frango a sua frente e sorrindo forçado. 


Jay apenas observava aquilo, não acreditando muito e Louis percebera que não seria fácil convencer a mãe de que ele estava bem. 


  - Você tem tarefas da escola? - Louis seguiu com seu plano - Eu vou ajudá-la, se quiser. 


Lottie parou de mastigar a comida e gargalhou estranhamente. 


  - Você está zoando? - Ela disse ainda rindo. 


Louis deu de ombros. 


  - Seu irmão quer ajudá-la. - Jay se sentou na ponta da pequena mesa retangular, tendo visão para os dois filhos - Seja boazinha. 


  - Mãe, ele está estranho. - Lottie cruzou os braços, ela o conhecia muito bem. Jay também o conhecia muito bem. Louis não enganava ninguém - O que está aprontando, hm? - Lottie franziu todo o rosto em uma careta. 


  - Eu já disse que estou melhor. - Ele insistiu - Só quero ajudar você. Será que é difícil entender isso? - Ele levou mais comida a boca e mastigou um pouco irritado. Isso seria mais difícil do que ele imaginou. 


  - Tudo bem. - Jay disse firme - Isso é ótimo, filho. - Ela sorriu - Então, vamos comer como uma verdadeira família, reunidos. 


Lottie encarava Louis e Louis encarava a mãe. 


Fora uma noite tranquila e estranha, mas ele precisava fazer aquilo. E quando o jantar acabou ele beijou a mãe na bochecha e beijou Lottie no topo da cabeça, algo que ele nunca fazia. 


Louis subiu para o quarto e escovou os dentes, depois abriu o chuveiro e entrou embaixo d'água com roupa e tudo. E chorou. 


Realmente seria complicado. 


No outro dia, Louis acordou com a mãe batendo na porta e ele resmungou entre os lençóis antes de sair da cama e abrir.. 


  - Tudo bem? - Jay perguntou preocupada. 


Louis assentiu e diferente das outras vezes, não ficou irritado com ela. 


  - Eu vou levar Lottie a escola e depois irei trabalhar. Quer que eu traga alguma coisa? - Ela ainda parecia preocupada. 


Um dia antes, Louis diria para ela não se preocupar com ele, diria para ela nunca se preocupar e que ele não precisava de porcaria nenhuma. Mas hoje ele foi diferente. 


  - Hm... Está tudo bem, mãe. - Ele disse - Não preciso de nada. 


Jay assentiu observando o filho a sua frente, tão diferente. 


  - Talvez... - Ele continuou - Talvez traga algo para comermos, nós três juntos, mais tarde? - Ele meio que pediu e viu sua mãe sorrir satisfeita. 


  - Eu vou fazer isso. - Ela disse segurando um riso. 


Porque Jay tinha medo de sorrir e aquilo mudar o comportamento do filho. Ela tinha medo porque o humor dele mudava muitas vezes sem explicação e ela achou que se desse alguma pista do quanto estava feliz pelo filho estar diferente de um jeito bom, o humor dele mudasse e aquilo terminaria ali e ele voltaria a sofrer. Porque ela sabia que ele sofria em silêncio. 


Assim que Jay saiu levando Lottie com ela, Louis continuou em seu quarto. 


Em um estalo, Louis se levantou e abriu a porta do quarto decidindo naquela hora sair de casa. Ele não sairia do quintal, seria rápido. Ele só queria sentir o gramado nos pés. 


Então ele tirou os sapatos durante sua descida nas escadas, e as meias quando chegou a porta da sala de estar. 


Com os pés descalços, ele abriu a porta e andou pela varanda, depois desceu os degraus vagarosamente e por último pousou seus pés na grama gelada. 


Louis sorriu. Aquela sensação era boa. 


Segurando as mangas do suéter escuro e erguendo o rosto para enchergar o céu cinza ele rodou algumas vezes com os braços abertos. Foi divertido. 


Ele ficou tonto e começou a rir descontroladamente, sozinho. 


Ele não sentiria mais isso depois de fazer o que estava planejando. 


Os rodopios pararam e Louis decidiu só ficar parado observando as árvores sem folhagem e sentindo o vento gelado no rosto.


Um barulho fez Louis acordar. 


Ele olhou para o quintal ao lado e aquele menino chamado Harry estava ali com uma das mãos segurando a porta do carro e com uma mochila nas costas. O Harry cara de palhaço estava o observando. 


E assim que Louis encontrou os olhos dele, o tal do Harry mostrou uma carranca e entrou no carro, como se ele estivesse bravo. 


Talvez ele estivesse bravo porque Louis não tinha dito seu nome. 


Mas Louis não ligava para isso. 


O carro saiu da frente da casa ao lado e seguiu pelo asfalto em uma velocidade lenta. 


Louis correu para dentro de casa e deitou no tapete da sala, observando o teto. Ele nunca havia saído daquela casa, faziam meses e aquela fora a primeira vez. E foi bom. 


Louis sorriu para si mesmo e fechou os olhos satisfeito. 




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