Encostada na bancada Anna corta alguns tomates que iriam em sua receita. Ouve um pouco de música e durante a tarefa dança sem perceber. Distribui os pedaços sobre uma tigela e corta em seguida algumas abobrinhas e berinjelas. Desde que começara a passar mais tempo na casa de Stone adquirira o hábito de cozinhar com mais frequência e, por consequência, a geladeira da casa de Stone nunca fora tão bem abastecida quanto durante aquele período.
Com o tempo de relacionamento com Stone havia o feito começar a apreciar a culinária francesa. Não que antes ele não gostasse, porém, era o que mais lhe agradava fazer. Já que durante o início de vida adulta passara algum tempo na França e aproveitara para cursar um pouco sobre a culinária do local.
- Hum... Que cheiro delicioso... – sente as mãos de Stone sobre sua cintura e o queixo em seu ombro.
- Já está com fome? – questiona.
- Não estava, mas quando saí do estúdio e senti o cheiro vindo da cozinha... – comenta.
- Já terminaram? – Anna liberta-se dele e abre a geladeira.
- Não... Só vim ao banheiro. – Stone pega um pedaço de algo dentro da tigela e come.
- Stone! – ela reclama.
- É só um pedacinho! – Stone sorri e a faz revirar os olhos. – O que vamos comer, hein? – levanta as sobrancelhas e a encara.
- Tapenade, carne ao vinho e ratatouille. – pega a tigela sobre a bancada e leva para o forno.
- Wow! Meu Deus! Eu preciso disso na minha vida... – ele comenta e a faz gargalhar. – O que foi?
- Nada! – Anna continua rindo e agora tira uma assadeira do forno.
- Quer saber? Eu falo sério! – Stone se aproxima dela.
- Fala sério sobre o que, amor? – ela tira o conteúdo da vasilha e coloca dentro de uma tigela.
- Você aqui na minha casa... Desse jeito assim...
- Cozinhando para você? – Anna ri debochada.
- Não! Eu pensei nisso agora, mas eu não falo sobre isso. Eu estou falando disso... Você aqui, a vontade... Fazendo o que quiser. Você já está aqui sempre mesmo e eu adoro que isso esteja acontecendo. Você deveria vir morar comigo! – Stone fala empolgado.
- O que? – ela se surpreende.
- Mudar pra cá! – ele sorri. – A casa é grande o suficiente para nós dois, é quase a mesma distancia da sua casa para o trabalho...
- Stone, você perdeu a cabeça? Vocês estavam fumando algo lá embaixo? – Anna ironiza e o faz rir.
- Amor, estamos juntos há nove meses! Nove meses! Você sabia que uma vida poderia ser formada em nove meses? – argumenta e a puxa para si. Anna o encara sem saber o que dizer. – Ok. – ele respira fundo e em seguida solta o ar. – Eu sei que pareceu algo fora de contexto, mas você promete que vai pensar sobre isso? – questiona. Ela morde o lábio inferior e o fita por longos segundos. – Promete? – Stone a balança devagar e tira um sorriso dela.
- Prometo. – agora era a vez de Anna respirar fundo.
- Obrigado. – ele a beija.
Stone sai da cozinha e deixa Anna com a pulga atrás da orelha. Aquela oferta soava como loucura na cabeça dela. “Não é tempo suficiente para isso...”, tenta achar argumentos contrários. “Stone está fora de si”, continua. Assim que põe a mesa ouve o barulho da porta do porão sendo aberta. “Tenho que lembrar de colocar óleo naquela porta”, pensa. “Puta que pariu! Estou pensando como se morasse aqui!”, ri dos próprios pensamentos.
- A mesa está posta! – fala mais alto e busca algumas taças e um vinho. Quando retorna encontra Eddie e Stone já naquele cômodo.
- Bem, eu acho que vou embora... – Eddie comenta.
- O que? – Anna se surpreende. – Ir embora? Você está louco? Não... – ela coloca as taças e a garrafa sobre a mesa e o segura pelos ombros. – Você pode se sentar aí! – o empurra para uma cadeira. Eddie ri e se senta. – Eu não fiz esse tanto de comida para você ir embora e nem provar! – puxa outra cadeira e também se senta. Stone repete o mesmo ato que o dois, porém se senta ao lado de Anna. – Você abre o vinho? – ela pede para ele. Stone assente e pega a garrafa. Anna começa a se servir e em seguida Eddie faz o mesmo.
- Aqui. – Stone entrega uma taça a ela e logo depois outra para Eddie, antes de servir uma para si. – Eddie, prepare-se. Quando Anna cozinha qualquer coisa francesa o resultado é incrível. – começa a se servir.
- Stone é exagerado. – Anna leva o garfo até boca.
- Eu já comi algumas coisas. – Eddie comenta.
- Eu sei... Mas francês não... – Stone retruca. Ele nega com a cabeça. – Pois então, ela fez esse...
- Curso de culinária na França? – Eddie completa o que ele falaria.
- Oh! – Stone o fita confuso. – Você já sabia... – olha pra Anna.
- É. – Anna bebe um pouco de vinho. – Eu já havia contado para ele.
- Ah. – Stone perde o entusiasmo.
- Está realmente muito bom! – Eddie fala. – Puta que pariu! – exclama rindo.
- Eu sei... – Stone concorda.
- Obrigada. - ela levanta a taça para um brinde. – Aos dois! – eles tocam suas taças. – Baby, - chama a atenção de Stone. – Você precisa consertar aquele barulho da porta do estúdio.
- É verdade. – Stone assente. – Tá vendo? – muda o tom. – Viu o que acabou de dizer? – ri e a encara.
- Não, não, não... Stone, agora não... – Anna dá outra garfada.
- Pensa bem... Faz muito sentido. Você não concorda comigo, Eddie? – tira a atenção de Eddie da comida.
- O que? – ele indaga meio perdido na conversa.
- Você ouviu o que Anna disse? – Stone questiona.
- Não... Desculpa... Não prestei atenção... – ele toma um gole de vinho.
- Ela acabou de me chamar a atenção sobre uma porta barulhenta. – Eddie balança a cabeça acenando positivamente.
- Amor, agora não... – Anna insiste.
- Eu só vou pedir a opinião de um amigo. – ele acaricia a coxa dela sob a mesa. – Enfim, eu acabei de chama-la para vir morar comigo. – conta.
- Morar com você? – Eddie se assusta.
- Exato! – Stone a beija na bochecha. – Estamos juntos há um tempo, eu sou louco por ela, a casa é grande, perto do trabalho, Anna já tem passado a maior parte do tempo aqui... – coloca um dos braços no encosto da cadeira dela. – Você não acha?
- Eu? – Eddie parece tenso. – Eu não sei... Eu acho que Anna é quem deve dizer, não? – olha para ela, que abre um sorriso sem graça. – É um grande passo. – volta a beber.
- É. Eu sei. – Stone soa empolgado. – E eu estou muito convicto do meu pedido. – roça o nariz no pescoço dela. – Só espero a resposta. – sorri. Anna o encara por alguns segundos.
- Depois a gente fala sobre isso, ok? – ela o olha com um ar repreensivo.
- Ok. – Stone suspira e se aquieta.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.