História In love again - Acho que o cupido está tramando algo

Taehyung P.O.V – Flashback

“Eu lembro quando conheci ela. Eu era apenas uma criança quando cheguei em casa, após um passeio com meus pais, e me deparei com um casal de adultos carregando várias caixas para dentro da casa que antigamente não era ocupada. Uma menininha, que ia logo atrás deles, parou e se virou em minha direção. Me encarou por um tempo.

Minha primeira constatação na hora foi que eles eram os tais vizinhos que mamãe disse que se mudariam para a casa bem ao nosso lado. Mamãe acariciou meu cabelo, sorrindo, e pegou minha mão, me guiando até a garotinha.

Minha mãe e a mãe dela se cumprimentaram com um sorriso. Meu pai, antipático como sempre, entrou direto dentro de casa. Mas eu dispensei aquilo e direcionei meu olhar para a garota a minha frente.

— Oi! – ela exibiu seu sorriso de menina de 5 anos. Segurava uma boneca em seus braços e seu vestido era amarelo. Uma borboleta linda azul estava estampada no canto. – Eu sou S/N!

— Eu sou Kim Taehyung. – sorri bobamente.”

S/N P.O.V – Atual.

Me levantei naquela manhã completamente grogue. Eu não deveria ter ficado a madrugada inteira assistindo seriados, porque aquilo tinha me custado preciosas horas de sono. Mas sinceramente? Por mais que eu me bronqueasse mentalmente, eu sabia que não adiantaria de nada, pois eu sempre repetiria a mesma rotina.

Por sorte, hoje era apenas domingo e eu não tinha o maldito horário escolar para cumprir, embora meu relógio biológico estivesse obviamente desgovernado.

Levantei o tronco na cama e esfreguei os olhos, bocejando. Em seguida, olhei ao meu redor e me deparei com minha gata, SunHee, deitada ao meu lado. Sorri com a visão da minha felina preguiçosa favorita e fiz carinho em seu pelo branco e macio. Tinha que aproveitar o fato dela estar dormindo, porque acordada ela provavelmente já teria me mordido. Olhei para os bandaids em minhas mãos (resultado de erros inconsequentes com minha animal de estimação) e suspirei, rindo de minha própria burrice em seguida.

Calcei minhas pantufas de guaxinim e peguei meu celular, me deparando com diversas mensagens das minhas melhores amigas.

“Qual é, S/N! Não vai levantar não? Hoje você tem compromisso! Acorda sua imbecil!”, era de uma Maria aparentemente enfurecida. Porém, no final da mensagem, ela tinha enviado um coração. Típico dela.

“S/N, eu não acredito que a Bonnie e o Damon ainda não estão se pegando! Eles TEM que ficar juntos no final! São meu OTP, poxa!”, era de Naysla. Eu nem precisava ler o nome de seu contato para saber que se tratava dela, na realidade. Coincidentemente, eu estava justamente assistindo a série em questão na hora de dormir.

“AAAAAAAAAAAAAAH!!!”, franzi as sobrancelhas ao ver a mensagem de Helen. O que diabos tinha dado nela? “Eu finalmente baixei Mystic Messenger e eu tô’ simplesmente apaixonada pelo Zen. Mas o Yoosung é tão fofinho...”, e então carinha de choro. “Não sei qual escolher!”

“A gente precisa conversar mais tarde, bebê. Por ora, só aproveita o bofe no seu emprego de meio período enquanto dá.”, foi o que Julia digitou. Fiz bico, curiosa para saber do que se tratava, mas deixei de lado no momento. Digitei respostas rápidas para todas as minhas amigas e depois fui escovar os dentes.

Minha mãe me olhou de canto do olho: — Vai sair novamente hoje, S/N?

Sorri.

— Arrumei um emprego finalmente, mamãe.

— Hm. E onde é? – ela franziu as sobrancelhas.

Como minha mãe era muito descontraída e meu pai não estava em casa, eu tomei a liberdade de sentar ao lado dela no sofá. Ela baixou o volume da TV automaticamente, se virando pra mim. Contei a situação, e ela sorriu. Sabia muito bem quem era Taehyung e da queda que eu tinha por ele.

— Então trate de se esforçar! Não quero você passando uma má impressão pro menino!

— Pode deixar, mãe! – ri, determinada.

-

Eu respirei fundo. Estava na porta da casa (muito bonita, por sinal) de Taehyung. Ao menos, eu acreditava que era. A descrição batia perfeitamente, e eu tive certeza de não errar o caminho. Era não muito longe da escola, e por isso foi mais fácil do que eu imaginava.

Completamente nervosa e trêmula, apertei a campainha. Taehyung não demorou nem 2 segundos para atender, como se já estivesse na porta há muito tempo. Ele sorriu, ao me ver. O sorriso dele fez meu coração disparar. Acho que um tiro seria menos arrasador do que o sorriso incrivelmente sexy de Kim Taehyung.

— Oh, você veio! Estava esperando.

“Esperando por mim? Uau.”

— Hahah. – ri constrangidamente. – Eu não poderia me atrasar logo no meu primeiro dia, não é mesmo? Na verdade, não pretendo me atrasar em nenhum! – afirmei com plena convicção. No fim das contas, eu realmente detestava me atrasar para qualquer compromisso.

— Você é sempre tão responsável... Eu gosto disso.

Eu podia jurar que minhas bochechas adquiriram um tom rosado naquela mesma hora.

— Obrigada... – murmurei. Ele sorriu novamente.

— Bem, pode entrar. – ele abriu mais a porta e eu entrei, engolindo o seco ao ouvir ela sendo fechada atrás de mim. – Minha irmã não é problemática nem nada do tipo, mas eu queria uma babá pra ela porque imagino que ela precise de uma influência feminina em sua vida. – enquanto ele me guiava, eu aproveitei para olhar para sua casa. Era bastante espaçosa.

No entanto, era bastante vazia. Isso atiçou minha curiosidade, principalmente sobre o “influência feminina”, e eu fui obrigada a perguntar: — Mas... Onde seus pais estão?

De repente, Taehyung ficou sério e me encarou. Senti um frio percorrer pela espinha.

— Por favor, não fale dos meus pais perto da minha irmã. Eles morreram há algum tempo, e ela ainda não superou o ocorrido.

— Ah! Sinto muito... – gaguejei, totalmente constrangida. Seria melhor ter ficado de boca fechada.

— Não, tudo bem! – a expressão dele suavizou e novamente seu sorriso estava de volta. Ele segurou no meu pulso. – Vamos, estou ansioso para que você conheça ela!

Assenti, sorrindo de volta e acelerando o passo junto com ele. Então, ele abriu uma porta e eu dei de cara com uma menininha de aproximadamente 11 anos numa cadeira de rodas. Ela sorriu amigavelmente para mim. Não posso negar, com apenas aquele gesto aquela menina basicamente derreteu meu coração de manteiga. Muito parecida com o irmão, igualmente bonita.

— Então você é a garota que o meu Hyung tanto fala!