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História In Our Bones - Capítulo I - This city never sleeps at night.


Escrita por: RushOfBlood

Notas do Autor


Yeaaaah, consegui resolver o problema do itálico, graças. Então, vou tentar postar todos os caps que faltam ainda hoje de noite aqui, postar um novo lá, e (se eu conseguir) o novo aqui também. Por isso, não vai ter muitas notas (que vocês nem devem ler) por agora. Mas pra quem lê: Obrigado, e já ta avisado.
Fui-me
(gostaram da foto da Pain?)

Capítulo 2 - Capítulo I - This city never sleeps at night.


Fanfic / Fanfiction In Our Bones - Capítulo I - This city never sleeps at night.

"I don't ever want to leave this town

Beause after all

This city never sleeps at night."

- Imagine Dragons, It's time.

- Ainda acho que você devia voltar ao colégio. - Disse Pain.

Mesmo depois de algumas piadas, ela não deixava esse assunto de lado. Era tão natural da parte dela que eu nem sequer conseguia pensar que ela fazia isso propositalmente.

E eu ainda não queria falar daquilo.

- Já te disse que eu não saí hora nenhuma. Eu ainda vou pra lá.

Ela revira os olhos.

- Duas vezes na semana, para que a coordenação não te dê uma perda de ano automática. - Ela argumenta. - E mesmo quando vai, nem sequer fala com ninguém.

- Posso aprender tudo no youtube, e aí só vou precisar da data das provas, o que não é difícil, já que o Stark sempre hackeia a rede do colégio pra mim.

Às vezes ele mudava as notas só pra brincar com alguns dos estudantes retardados, mas eu não me importava.

- Isso não muda o fato de não falar com ninguém.

Reviro os olhos.

- Não quero falar com ninguém. - Ela sabia que eu ia dizer isso.

- Ai, mano, por que merda você tem que ser tão cabeça-dura?

Contraio os pulmões cheios de ar numa exalada entredentes.

- Já te disse que ela espalhou o boato que traí ela. Todos aqueles merdas acreditaram. Eu detesto eles. Não me importava com eles antes, mas quando todo mundo acreditou, passei a odiá-los.

- Tem gente que não odeia. Que nem sequer acreditou.

Missy.

- Ela vai ficar melhor sem mim. - E eu pior sem ela.

Ela sorri daquele modo que destruiria o coração de um trouxa. O que eu tinha deixado de ser fazia um tempinho.

- Ninguém ficaria melhor sem você, idiota.

- Não sou o único cara de quinze anos sem amigos por aí.

- Isso não faz sentido. Mesmo que ignore as pessoas hoje, quando tiver um emprego vai precisar socializar.

Não era a primeira vez que eu via aquele argumento.

- Socializar num emprego não é exatamente necessário, você sabe.

- As pessoas dirão que você é frio.

- Eu tô pouco me fodendo pras pessoas.

Ela ergue as sobrancelhas atrás da tela.

- Até pra mim?

- Pras pessoas normais. - Corrijo.

Ela sorri e baixa um pouco os olhos, aquele velho sinal de vergonha. Ela tira os olhos de mim - ou da webcam - e percebo o som da notificação do chat. Seu sorriso some.

- O que houve?

Ela franze a testa.

- Eyeless de novo.

Suspiro.

- Ele surtou. - Ela explica. - Dessa vez diz que ta vendo demônios.

Ela joga a cabeça pra cima, cansada.

- Tô cansada. Preocupada. Irritada. Culpada. Triste. Um ser humano normal pode sentir tudo isso?

- Eu já te disse que você não é normal.

Ela sorri de leve enquanto levanta da cadeira.

- Seu idiota. - Ouço sua voz distante. Faz com que eu me sinta um pouco triste.

- Vai atrás dele?

Ela reaparece, agora sentada na beirada da cama, com uma bolsinha de couro pendurada no ombro.

- Sim.

- Vai me abandonar? - Finjo uma tristeza teatralmente.

Ela sorri. Antigamente eu ficaria triste por causa disso, mas hoje estou mais preocupado com Eyeless que qualquer outra coisa. Você pode chamar antigamente de Dois Meses Atrás quando Tive uma Quedinha pela Minha Amiga Virtual, também. Mas é segredo, okay? Fica entre nós dois.

- Isso é ciúme? - Ela responde.

Okay, às vezes eu penso que não é tanto segredo assim.

- Vai se foder. - Eu reviro os olhos.

- Também te amo.

Ela joga um beijo pra mim e assopra, e tento não mandar ela ir se foder de novo.

Ela ri. Provavelmente sabe o que estou pensando.

- Tchau, seu idiota. - Ela deixa o mouse sobre o botão de fechar a transmissão. - Te vejo hoje à noite?

Não faço a mínima ideia.

- Talvez. Se eu sair te aviso.

Ela ri.

- Tipo pra onde?

- Fumar e fumar pelas ruas. O Jeff deve ter alguns cigarros.

Eu sempre comprava isso e ignorava as ervas dele. Na última semana ele quis me vender uma que ele mesmo tinha feito. Colocou o nome de Metatron. Tinha uma fixação por nomes bíblicos, na verdade, mas eu sempre preferia mil vezes algo com o nome de Uriel do que Abbadon.

- Já fumou a Metatron?

Sorrio. Não precisava responder.

- Até mais, Pain.

- Até, Bones.

Ela clicou e setenta e cinco por cento da tela do meu pc ficou preta. A garota de cabelo azul, o pôster do Metallica, a cama bagunçada, a escrivaninha abaixo do pôster e até mesmo a pequena caixinha com cadeado onde ela guardava as únicas ervas boas - umas três - que Jeff vendia. Tudo, todo aquele cenário familiar, sumiu.

Desde um ano e meio atrás, quando eu tinha pegado minha ex-namorada fodendo com outro cara e abandonei a porra do mundo todo, eu tinha limitado meu mundo à Eyeless, Jeff, Stark, e principalmente Pain, além de uns outros caras do Run for Youself, o pequeno, porém de ótima qualidade, site de creepypastas onde eu tinha conhecido os meus novos amigos. 

Por sorte, os desgraçados moravam perto, até por quê esses quatro fundaram o site juntos. Eu apenas entrei depois - uns seis meses, na verdade - e por ter me tornado um dos mais próximos, ganhei o cargo de administrador também. Eu dedicava minha vida ao site, e ganhava uma grana extra no fim do mês, vindo de uns poucos patrocinadores. Ultimamente a gente tinha crescido, mas quem cuidava mais disso era o Stark. 

Jeff, que cursava finanças junto com o Stark - e era muito melhor nisso que ele, mesmo que Stark não ficasse pra trás - queria o cargo no começo, mas não dava muito certo por causa da venda de drogas dele. Ele dizia que eu era o único menor pra quem ele vendia algo. Eu não ligava muito, na verdade. Mas esperava que meu "traficante" (Ele não é o único cara no mundo que vende cigarros pra um garoto de quinze anos) e amigo, lá no fundo, não fosse preso.

Jeff estava com dezenove agora, e Stark com dezoito. Pain tinha dezesseis, e tinha conhecido Stark com quatorze no 4chan - e se você não conhece termos como "creepypastas, ou "4chan", eu sugiro que pesquise - que depois lhe apresentou ao seu traficante, Jeff, o que ia contra o fato de que eu era o único menor para o qual Jeff vendia algo - não sei se ele contava Pain, quando falava. Na época, Jeff e Starktinham dezessete e dezesseis, respectivamente.

E então, eles fundaram o Run for Yourself, e seis meses depois, me encontraram, e agora, mais um ano e meio depois, esse se resumia ao meu universo: Fumar, beber, ter dois amigos maiores de idade para fumar e beber comigo, e uma melhor amiga de cabelo azul que morava do outro lado da cidade, que era bonita pra caralho, e que eu afastava a ideia de me apaixonar por ela à cada dois meses.

E veja, eu era feliz. Não muito saudável, mas eu era muito, muito feliz.

Às nove, Pain ainda não tinha voltado. Nunca perguntei o nome dela, nem ela o meu. Nem Stark ou Jeff, embora alguns outros membros gostassem de perguntar. Eu olhei o restante da minha grana na carteira enquanto fazia o upload de uma creepypasta nova e longa demais. Tinha o bastante pra um maço e uma cerveja que não tivesse gosto de urina de cavalo - e não, eu nunca tomei, mas você nunca sentiu o cheiro de sorvete e descobriu que era o mesmo gosto?

Eu deixei uma mensagem pra Pain no Skype e guardei a carteira no bolso secreto improvisado do meu moletom - ou seja, um rasgo na parte das costas que me dava acesso à parte entre o tecido externo e o interno. Parece loucura, mas sempre serviu pra guardar balas nas aulas, e eu percebi depois de ser assaltado três vezes, que os assaltantes sempre apalpavam apenas seus bolsos - embora seguranças procurassem o corpo todo, e não me pergunte por quê eu sei disso.

O upload acabou. Então saí para mais uma das minhas caminhadas sem sentido numa noite de sábado, provavelmente indo parar na praia, olhando para o mar e fumando, e, se alguma garota legal aparecesse, dar umas voltas por aí.

Ignorei meu pai já dormindo no sofá às dez da noite, subi na moto que eu não tinha permissão de usar por não ter carteira, coloquei Believer, do Imagine Dragons, no fone, e o capacete, e dirigi por dois barros até chegar ao traficante mais inovador, divertido, retardado e viciado em alcóol de todo o país.



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