História In Sight - Prologue

Point Of View Justin Bieber

- Três metros a sua esquerda – A voz de Ryan ecoou na minha orelha através da escuta.

- Entendido. – Respondi.

Através da mira consegui enxergar o alvo, o homem calvo usava um terno cinza e na mão esquerda segurava uma taça. A cobertura do prédio estava repleta de pessoas aproveitando a pequena festa, e seguranças armados estavam posicionados em todos os cantos olhando atentamente para qualquer possível ameaça.

Nick Graham, tinha quarenta e três anos de idade e era um grande empresário, dono de pelo menos um terço de todas as oficinas de Nova York, mas por debaixo dos panos comercializava e negociava com a máfia russa e a minha missão hoje era eliminá-lo.

- Os prédios a sua volta estão limpos, sem possíveis ameaças contra você. – Ryan falou. – Esteja pronto para atirar em dez minutos.

- Entendido.

Continuei na minha posição com o alvo ainda em mira. Minha única missão hoje era mata-lo e ir até Callahan notificar o sucesso da tarefa que havia me sido dada.

Encarei o relógio em meu pulso a fim de ver quanto tempo ainda teria que esperar. Sete minutos, mais sete minutos e eu poderia eliminar o Sr. Graham.

Enquanto eu estava no telhado a pelo menos dois prédios de distância, Ryan e Chaz – membros da minha equipe – estavam acompanhando da van estacionada a algumas ruas de distância, tudo o que acontecia na festa através do notebook. Chaz era um dos melhores hackers, enquanto Ryan era uma das melhores pessoas em fazer estratégias que eu conhecia, eu sempre estava acompanhado deles, não importava qual era a minha missão.

- Alguns oficiais da polícia estão na festa. – Ouvi a voz de Chaz. – Provavelmente são os policiais que Nick paga para encobrir seu comércio com a máfia russa.

Os russos sempre causavam problemas para a máfia de Nova York e era meu dever eliminar aqueles que eram inconvenientes. Mais precisamente, eu era o assassino que a máfia nova iorquina contrata para acabar de uma vez por todas, com todos os seus problemas. Não importa se é o mecânico russo ou braço direito do chefe da máfia que está incomodando ou prejudicando o negócio dos nova iorquinos, é a mim que eles chamam.

Eu já havia perdido a conta de quantas pessoas eu já tinha matado pela máfia.

- Sessenta segundos Justin. – Ryan alertou.

Ajeitei-me e destravei a arma, coloquei um olho na mira e quando a mira estava posicionada corretamente na cabeça de Nick, coloquei o dedo sob o gatilho.

- Dez... Nove... Oito... – Respirei fundo ao ouvir Ryan começar a contagem. – Três... Dois... Agora.

Pressionei meu dedo e vi o trajeto que a bala fez até certar corretamente o alvo e ele cair morto. O caos estava feito, as pessoas gritavam enquanto tentavam sair da cobertura, os seguranças sacaram as armas e ficaram procurando o culpado e algumas pessoas iam até o morto. Sai da borda do edifício e me levantei, guardei a arma e sai do terraço do prédio em que estava.

Desci os trinta andares do edifício correndo pelas escadas e apenas quando cheguei na rua retirei a máscara preta que usava. Corri em direção ao local em que a van estava estacionada, aos poucos pude começar a ouvir o barulho de sirenes se aproximando de onde ocorreu o assassinato.

Quando vi o veículo preto a minha frente dei dois socos rápidos na lataria me identificando. Foram questão de segundos até que a porta lateral fosse aberta o suficiente para que eu tivesse espaço para entrar.

- Belo tiro. – Ryan elogiou.

- Obrigado.

Ryan assumiu o volante da van e sem esperar mais um segundo sequer nos tirou da área. Enquanto ele dirigia deixei a arma no banco ao meu lado e retirei o paletó que eu usava por cima do colete a prova de balas, coloquei a pequena corrente por dentro da minha blusa e encostei a costas no banco, respirei fundo e prestei atenção em Chaz que tirava o CD com a gravação completa da missão de hoje.

Peguei o CD assim que ele o estendeu para mim e o segurei por todo o caminho até o prédio no centro da cidade. Em todas as minhas missões eu precisava provar que o trabalho estava feito e por mais que eu fosse temido e respeitado, as imagens mentem menos do que as palavras. Callahan gostava de manter um pé atrás com as pessoas, não importa quem fosse.

Na máfia não podiamos confiar em alguém, sua vida está em risco constantemente e confiar na pessoa errada pode custar caro.

Assim que o veículo parou em sua vaga de sempre no estacionamento, saímos e subimos a escada até que chegamos a recepção. Para as pessoas de fora esse edifício no coração de Nova York era apenas mais um hotel entre tantos outros, e de certo modo era, porém as únicas pessoas aqui hospedadas eram da máfia. Se algum turista aparecesse usavam a desculpa que já estávamos cheios, uma desculpa fodida, porém que funciona por anos.

- Ele já o espera. – Carl informou quando me viu andando pela recepção do hotel.

Junto a meus homens caminhamos até o elevador. Alguns minutos era o que me separava da minha folga, eu tinha apenas que mostrar as filmagens e então estaria livre por hoje.

- Mal posso esperar para chegar em casa. – Ryan quebrou o silêncio do elevador. – Só quero uma dose de whisky e me jogar na cama.

- Eu combinei de encontrar alguém hoje. – Chaz falou sorrindo malicioso. – E você Justin?

- Daqui até a minha casa é longe demais, vou ficar por aqui hoje e amanhã cedo vou para casa.

- Poderíamos aproveitar a noite na cidade juntos. – Chaz respondeu. – Música alta, bebidas e mulheres, o que acha? Talvez possamos ir até 7 Hells. – Falou se referindo a minha boate.

- Estou cansado demais para isso, mas aproveite.

Assim que as portas do elevador se abriram entramos na cobertura e encontramos Callahan escorado no balcão do bar que tinha ali. Ao seu lado um rapaz provavelmente mais novo do que eu compartilhava a bebida com o mais velho.

- Disseram que estavam subindo. – Callahan disse nos cumprimentando.

Com um pequeno sorriso de gato de cheshire ergui o CD e em seguida o entreguei. Ryan, Chaz e eu estávamos todos com os braços cruzados e semblantes sérios enquanto observávamos Callahan e o desconhecido analisar a filmagem.

– O dinheiro já está sendo transferido para conta de vocês. – Disse tirando o celular do paletó e digitando nele em seguida. Acenamos com a cabeça e quando estava preste a me virar para ir embora sua voz me parou. – Quero apresentar uma pessoa a vocês.

Esperamos silenciosamente enquanto ele fazia um gesto para o desconhecido chegar mais perto e em seguida passou o braço por seus ombros.

- Esse é meu filho Keith. – Me surpreendi ao ouvir suas palavras. Eu nunca tinha ouvido falar do rapaz e pelo modo como Ryan e Chaz olhavam eles também pareciam não saber disso. – Ele estudou na Europa por anos e voltou agora.

Eu não estava muito feliz em saber isso, eu sabia tudo sobre todo mundo, todos os detalhes de suas vidas e não saber sobre algo importante sobre um dos cinco sócios me incomodava.

Tanto eu quanto Ryan e Chaz apenas demos um rápido cumprimento com a cabeça antes de voltar a nossa atenção para o pai de Keith. Primeiro ele apresentou ao rapaz cada um dos meus amigos, destacando seus trabalhos e o que eles faziam de melhor e em seguida a mim.

- E por fim, esse é Justin Bieber. – Apontou para mim. – Você conhece o bicho papão? – Ele perguntou ao filho.

- Você é o bicho papão? – Keith perguntou a mim, mas seu pai fez questão de responder.

- Não meu filho, ele é o cara que contratamos para matar o bicho papão.