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História In The Heat Of The Morning - E os Meus Sapatos?


Escrita por: RamonaCalamidad

Notas do Autor


ola
eu sonhei com esse enredo, dai escrevi
nao sei editar desenhos
primeira fic em terceira pessoa
...
fechou

Capítulo 1 - E os Meus Sapatos?


Fanfic / Fanfiction In The Heat Of The Morning - E os Meus Sapatos?

- Ei, você está bem?

- O que você acha? Me roubaram até os sapatos

Ele se levanta ajeitando seu suspensório e tentando tirar a poeira do que sobrou de suas roupas.

- Me desculpe, não quis ser grosso com você, aqueles vândalos... – arfou levando a mão até a cabeça

- Eu entendo. Sabe, tem um bar aqui perto, tudo o que você precisa é de uma bebida!

- Eu não estou em condições de ir à lugar algum, olha o meu estado – ele já ia dando as costas para ela – obrigado por se importar

- Sabia que é uma falta de educação sem tamanho negar o convite de uma dama?

Rupert não era o homem mais gentil e cavalheiro do mundo, mas tentava ser agradável. Assim sendo, mesmo calçando apenas suas meias pretas e sentindo falta de seu sobretudo e seu chapéu, seguiu aquela jovem até um bar próximo ao local que se encontraram. Um bar modesto, onde uma bandinha tocava canções lentas com suas guitarras elétricas, algo não muito comum, mas ainda sim envolvia as pessoas naquele lugar. 

Ela o guiou até uma mesa num canto qualquer, fez sinal para um atendente que logo veio até o local, se olharam como se conhecessem muito bem, mas não falaram sobre nada além do costumeiro pedido, seguido de um breve sorriso de gratidão. Ele olhava envolta, não costumava frequentar esse tipo de lugar, observava o variado tipo de pessoas que ali passavam o tempo, observava a decoração, quadros de rapazes cabeludos, pôsteres estampando a Union Jack, observava os meninos tocando e os comparava aos do quadro enquanto o som de suas guitarras atravessava seus ouvidos. Já ela observava o homem a sua frente. Não era o mais bonito que já havia sentado naquela mesma mesa junto a ela, muito menos o mais arrumado, na verdade já começava a se perguntar a razão de tê-lo convidado, mas sentia que tinha uma boa razão para isso. Tudo na vida tem uma boa razão para acontecer.

- Se sente melhor?

- Ainda não

Distraído com seu copo de cerveja ainda pela metade, o da garota já havia se secado há tempos. Levantou-se do seu lugar e seguiu até um homem que a esperava de pé próximo a saída. Rupert parou de olhar para o próprio copo e observou a garota se distanciar, talvez o álcool começara a fazer efeito na parte filosófica de seu cérebro, assim começando a questionar diversas coisas como quem era ela, o que estava fazendo ali, havia acabado de ser roubado e agora estava bebendo com uma desconhecida, nem mesmo tinha ideia do seu nome. Sinceramente não sabia o que sentir, talvez buscava sentir um mínimo de amizade por ela, ora pois, ela havia se preocupado com ele de certa maneira que nem ele mesmo se preocuparia se estivesse no lugar dela. Apoiava a cabeça em uma das mãos sem nem perceber que seu braço já doía, aquele pouco de álcool fez seus sentidos aguçarem de forma estranha, ou talvez aqueles garotos apenas tivessem aumentado o volume de sua música, que no momento falava de amor... ou drogas, seja o que for era agradável. Sua vista levemente turva capturava cada detalhe da garota como o modo carinhoso que ela falava com o homem. E então ele que estava próximo a saída, saiu. A menina voltou, não tinha reparado que o que usava à diferenciava de todas que ali estavam, uma camisa xadrez vermelha e um jeans surrado, sem esquecer dos óculos escuros de armação redonda pendurado na camisa e os cabelos longos que chegavam a, bem, já estava vendo mais detalhes do que deveria. Ela colocou algumas notas em cima da mesa enquanto o olhava fixamente.

- Eu preciso ir – disse calma

- Não posso permitir que pague a conta – ele passou a mão no bolso da calça – que idiota, eu fui roubado

Ela sorriu sem perder o contato visual em momento algum, a não ser quando se virou para ir embora.

- Espere, posso saber seu nome?

Ela se virou devagar – Angel... e o seu?

Voltou para a casa sozinho, sem os sapatos, sem o seu chapéu que havia comprado há três meses na chapelaria do centro da cidade, sem seu sobretudo preto que por acaso havia comprado no mesmo dia que comprou o chapéu, sem sua carteia onde guardava um velho trevo de quatro folhas que não havia dado sorte alguma, mas de certa forma sentia que voltou para casa com mais coisas do que quando saiu.

Não haveria pão em sua mesa a não ser que se levantasse cedo e fosse para a editora do jornal da cidade, mesmo que pela manhã se sentisse melancólico, pobre de algo que não sabia o que era, fosse o que fosse, ficaria pobre de dinheiro se não saísse naquele exato momento. Passou hora, passou dia, passou mês, para Rupert cada segundo se arrastava e ele não entendia o motivo. Em um dia desses qualquer conheceu Emily no trabalho, uma novata que acabara de ocupar o cargo de secretária. Bonita, seus olhos podiam penetrar até mesmo chumbo, cabelos crespos até os ombros, sua pele tinha um brilho e um ar vivo que fazia qualquer homem querer provar, Rupert não era exceção, aliás, em um dia onde se encontraram a sós no elevador, após mostrar-se garboso fazendo o enorme favor de apertar o botão do andar que ela queria, que era totalmente o contrário do dele, tomou coragem e a convidou para um jantar em um restaurante não muito longe dali. Ela sem se fazer de difícil aceitou naturalmente, sempre com um largo sorriso no rosto.

Quando acabou o expediente, Rupert esperou por ela na portaria. Emily saiu tão deslumbrante como sempre, levando uma pequena bolsa, e claro, seu sorriso. Já acompanhado, chamou um taxi e fez questão de abrir a porta, morreria se não fizesse essa gentileza para ela, que a cada pequeno agrado da parte dele, ficava cheia de gratidão. O restaurante não era longe, quando chegou e sim, ele saiu primeiro e abriu a porta para que ela descesse a levando pela mão. Bem próximo do taxi havia dois casais conversando, Emily logo os reconheceu e foi cumprimenta-los, chamou Rupert para conhece-los também, ele pediu para o taxista esperar um pouco e foi em direção a eles, percebeu que eles falavam demais e isso o incomodou um pouco, até porque ele imaginava uma noite tranquila com a garota mais linda da cidade. O que já era desconfortável ficou ainda pior quando eles convidaram Emily e Rupert para se sentarem com eles para jantarem juntos. Emily além de demonstrar uma afetividade com aquelas pessoas, também era gentil e não recusaria um convite assim de seus amigos, por assim aceitando. Apesar da conversa frenética frente a mesa, Rupert não se deixou abalar, fez o que sabia fazer de melhor e observou. A sua frente uma jovem de traços orientais cheia de carinhos com o moreno alto que a correspondia muito bem, ora trocavam pequenos beijos, ora falavam qualquer besteira. Já a morena falava bem mais do que comia e acompanhava o homem que tinha seus cabelos loiros caídos pela testa, este que olhava Emily com um olhar faminto e que incomodava Rupert mais que qualquer um naquela mesa.

- O que foi Rupert? Está tão calado

Não se explicou para ninguém, apenas pediu licença e foi ao banheiro, lavou seu rosto enquanto se perguntava o motivo de se sentir estranho no meio daquelas pessoas. Ajeitou seu cabelo e permaneceu se encarando no espelho esperando que seu reflexo lhe desse as respostas.

- O homem no espelho não vai dizer nada. – Disse um homem desleixado que entrou para usar o mictório

- Eu sei – Rupert disse sem olhar na direção dele

- Na verdade ninguém vai responder – o homem falava enquanto estava urinando, o que causou uma certa estranheza em Rupert – ainda não sei porque a gente ainda pergunta.

Puxou o zíper de sua calça e saiu, Rupert que ainda estava se encarando no espelho se virou para olhar para o homem, conseguindo apenas ver de costas, por alguma razão achava que o conhecia de algum lugar. Saiu de seu transe pessoal e voltou para a mesa.

- Achei que não fosse voltar mais, você está bem? – Emily perguntou

- Não, eu... digo, estou bem, eu só... encontrei um amigo lá e conversamos um pouco.

- Está falando daquele caminhoneiro sujo que saiu agora pouco? Eu não sei o que um tipo como aquele faz num restaurante como esse, teve a cara de pau de entrar aqui só para usar o banheiro, aposto que nem lavou as mãos. – Disse o loiro sem pudores

Rupert o encarou como alguém que queria comprar a briga, não entendia o motivo, o que aquele homem disse era verdade, o homem estava sujo de graxa, entrou para usar o banheiro e saiu sem lavar as mãos, ele estava lá como prova. Então porque queria acertar seu punho naqueles olhos azuis o fazendo ficar roxo?

- Ah, Rupert, Gregory nos convidou para uma festa daqui a pouco, vamos? Emily pergunta sorridente

Mal sabia quem era Gregory naquela mesa, tinha a sensação que era aquele mal-educado. Não conseguia organizar os acontecimentos em sua cabeça, nem pensar em uma resposta para ela. Tentava ser rápido com a resposta, mas logo vinha o homem no banheiro, o soco imaginário no loiro, o beijo em Emily, também imaginário. Sentiu-se tonto a ponto de sentir suas pernas vacilarem.

- Rupert? Esta mesmo bem? – Ela perguntou

- Sim, sim... eu... não estou com cabeça para festa – finalmente uma resposta

- Então acho que é só você, Emily – disse o loiro que não tirava os olhos dela

- Não se importa se eu for?

- Não, quer dizer, quero que se divirta!

Ele se despediu dos novos conhecidos e para Emily disse “até amanhã”, recebendo em troca agradecimentos pelo convite e por fim um beijo em seu rosto. A noite não foi exatamente como Rupert imaginou, na verdade ele havia imaginado que Emily nem iria aceitar sair com ele, então estava no lucro. Observou ela entrar num carro e sumir no horizonte. Quando voltou a si, olhou em volta e percebeu que alguém vinha em sua direção, o taxista que ele havia pedido para esperar realmente esperou, e claro, ia cobrar pelas horas estacionado próximo ao restaurante. A conta era absurda e Rupert não tinha toda aquela quantia, muito menos depois de ter pago a conta do jantar. Se não tivesse pago o restaurante teria ficado para lavar os pratos, já nesse caso, do taxista o rapaz levou uma boa surra. O taxista levou os trocados que tinha no bolso, seu paletó de linho... e seus sapatos. 


Notas Finais


moral n sei


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