* Décimo dia *
Os grandes animais ainda olhavam para o quinteto.
— Olha, quando eles saírem, corram até aquela pedra e se escondam. - Leonardo disse baixo. -
— Não tem nenhuma pedra. - disse Oliver. -
— Tem sim, lá longe.
— Não vamos conseguir correr até lá, Leo.
O alaranjado queria correr e ajudar os seus amigos, mas bastava um movimento e seriam vistos, aqueles animais não pareciam ter uma boa visão, não notaram eles ali.
— Como não reconheci o som deles antes? - pensou Akira. — Vamos andar bem devagar, eles não vêem se nós não fizermos muito barulho. - disse o azulado. -
Se passou dois minutos e não andaram quase nada.
— Seria uma boa ideia a gente correr? Eles não parecem estar olhando para a gente. - disse Tayamiw. -
— Corram de um jeito silencioso. - disse Oliver. -
— Isso é impossível. - disse Larissa. -
— Tentem então.
— Um, dois, três e já. - disse o adolescente de cabelo laranja. -
Leo correu na frente e os outros estavam logo atrás, não corriam rápido. Aos poucos foram correndo mais rápido, quando Tayamiw pisou sem querer em algo oco, quebrando -o.
No mesmo segundo os animais rosnaram.
— Calma, eles não vão vir aqui. - o azulado tentava pensar positivo, mas estava com muito medo. -
Os "lobos" começaram a correr. O som de suas patas ao chão ecoava por toda a caverna, eram muito fortes. Os cinco corriam o mais rápido que podiam para não serem mortos.
* No continente dos demônios. *
Um demônio que usava o corpo de um humano de vinte e cinco anos estava sentado em um sofá cinza que cabia duas pessoas, mas é solitário e não havia ninguém ali.
O "homem" segurava um objeto que se parecia com um controle remoto, havia uma parte desse controle que tinha uma câmera que dava para ver tudo o que o objeto que ele controlava pode enxergar, o objeto também tinha uma câmera. Mas não era um objeto, era o seu "animal de estimação", um cachorro do inferno.
Ele não estava mais controlando o cão, deixou o animal fazer o que quisesse depois de avistar pessoas na caverna.
O homem de cabelo verde estava com uma garrafa de cerveja na mão, colocou o controle no sofá e levou a garrafa aos lábios quando escutou alguém bater em sua porta.
— Quem é? - perguntou o dono da casa, que usava uma blusa branca sem manga. -
— Abre esse negócio aí, Slanor. - gritou a pessoa que batia na porta, era a voz de um homem. -
— Abre você, Layce. - disse o esverdeado, bebendo a cerveja. -
Layce fez uma chave com água e conseguiu abrir a porta, esse era o seu poder, elemento de água. O "garoto" de cabelo vermelho fechou a porta em seguida.
— Por que me chamou? - perguntou o avermelhado, pulando no sofá e se sentando ao lado de seu colega. -
— Você precisa sair daquela sua casa, está anti social demais nos últimos dois anos.
— Sério que me chamou aqui para isso? - reclamou o garoto com blusa e calça preta. -
— Não, te chamei para você matar umas pessoas comigo. - disse o homem de cabelo verde, entregando o controle à seu "amigo". -
— Onde é isso? - perguntou Layce, olhando para a câmera do controle. -
— É no continente dos magos, em uma caverna, sabe?
— Ah, entendi. - o avermelhado balançou a cabeça. — E seus cachorros estão parados, não está controlando o outro?
— O outro é de um amigo.
— Saquei. Por que fez o seu cachorro ir do outro lado do mundo só para perseguir pessoas em uma caverna?
— Eu não gosto de ninguém daquele continente, se dependesse de mim eles estariam mortos.
— Você não gosta de ninguém de todos os continentes. - o avermelhado riu baixo, soltando o controle e colocando - o no sofá. -
— Estou vendo algo diferente em você. - disse Slanor. -
— Estou mais bonito que o normal? - riu o avermelhado, brincalhão. -
— Não, está sem o seu bicho, cadê ele?
— Eu nem ligo para aquela coisa, eu não sairia na rua com ela.
— Não foi isso que fiquei sabendo, você cuida daquele bicho como se fosse seu filho. - riu o esverdeado, tentando deixar Layce constrangido. — Está na grande lista que prova que você não é um demônio de verdade.
— Nada haver, não cuido daquele bicho, nem sei por que ele me escolheu para eu ser o dono dele. - o avermelhado já estava desconfortável. -
— Por que os caça - mestres gostam só de pessoas sentimentais por dentro. - o homem estava esperando a chance para zoar o seu "amigo". — Você parece um ser humano, sabia?
— Não, e aquele bicho não me escolheu por eu ser sentimental, escolheu por estar sem ninguém para proteger ele.
— Ah claro que sim. - disse com o tom mais irônico possível. -
— Chega, vou continuar minha busca pelo Raynartt.
— Raynartt? O rei escolheu você para procurar?
— Sim, mas estou enrolando o máximo que posso.
— Por que? Não quer que a guerra comece?
— Quero, mas só não estou querendo procurar ele.
— Eu posso procurar para você se quiser, sei como você é lento com essas coisas.
— Aposto que vai até o continente dos magos e espalhar que alguma pessoa nada haver é ele, certo? Conheço você.
— Acertou.
— É, eu sei. Então quando achar ele você me avisa.
— Isso, agora vou voltar a controlar meu cachorro, pode sair da...
Bem antes de acabar de falar a frase, Layce já havia sumido.
* Na caverna. *
Os cinco ainda corriam, os cães ainda estavam atrás deles e as pernas de todos não aguentavam mais. Avistaram a pedra e pularam atrás dela, a rocha tampava todos eles.
Os cachorros realmente tinham uma visão ruim, Slanor não estava controlando - os mais. O controle dava choque nos cães, por isso eles corriam para onde Slanor desejava.
As criaturas saíram de perto da pedra, andaram para a saída da caverna, que estava muito longe, mas não sabiam onde era por estar tudo escuro.
Atrás da pedra Akira estava abraçado com Tayamiw e Oliver, tremendo.
— Que medroso. - riu o moreno, tentando fazer com que o seu medo passasse. -
Larissa estava sentada no colo de Leo, com a cabeça abaixada para não ser vista por cima da pedra. O alaranjado estava abraçando -a com os olhos fechados.
— Pronto, já acabou. Está tudo bem agora. - disse o garoto de olhos verdes logo depois de abrir os olhos. -
Esperaram os cachorros estarem bem longe deles para voltarem a andar.
— Nunca mais vamos fazer esse tipo de missão. - disse Oliver. -
— Nunca mais mesmo. - disse a loira. -
Estava tudo muito escuro, o quinteto já tinha se acostumado e viam algumas coisas, mas não era o suficiente, tinham que ver por onde andavam.
— Oliver, você tem poder de fogo, ajuda a gente. - disse o homem de cabelo espetado. -
— Tá, mas o meu fogo não é alto.
— De boa, só faz o fogo aí. - disse o garoto mais baixo. -
Eles se levantaram e olharam para trás, os cachorros não estavam mais lá.
Oliver usou o seu poder de fogo, colocou o máximo de concentração em sua mão e o fogo apareceu. Não era muito mas dava para iluminar, foram andando e iluminando o chão e as paredes.
— Como esse fogo não queima a sua mão? - perguntou a garota que usava óculos. -
— Não sei, deve ser porque ele é meu.
— É, faz sentido.
Andaram mais e viram onde "terminava" a caverna, tinha um buraco muito fundo e largo ali.
— Ilumina isso aí. - disse o garoto de olhos verdes. -
— Não dá. - o moreno ficava na beirada do "buraco" . -
— Joga fogo lá em baixo. - sugeriu o híbrido. -
O adolescente fez uma bola de fogo em cada mão e jogou - as com toda a sua força no "penhasco".
— Ihhh. - disse Leo, chocado e preocupado ao mesmo tempo. — Não dá pra ver o fundo, não podemos pular aí.
— Que?! - disse a loira, virando rápido para seu melhor amigo. — Queria pular? Está louco? Quase morremos duas vezes hoje, não quero me arriscar pela terceira vez.
— Prefere pular e não acontecer nada por eu saber voar ou ser morta por cachorros gigantes? - disse Leo. -
— Prefiro viver, mas e se você não conseguir voar?
— Consigo sim, não se preocupe.
Depois de alguns minutos o garoto de cabelo alaranjado conseguiu convencer sua melhor amiga a pular.
— Vamos? - perguntou o adolescente de olhos verdes. -
— Vamos. - disse os outros quatro amigos, todos estavam um do lado do outro de mãos dadas. -
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