História In the right time - A festa

Então eu estava lá, no banco de trás do motorista. Só estava olhando pela janela e pensando o porquê de eu estar ali, até que sinto alguém me cutucar, era Lisa, minha melhor amiga, estava me oferecendo um chiclete, não o aceito, mas agradeço, eu so quero ficar quieta por um tempo, sem ter que me preocupar com nada.... Foi por isso que aceitei vir para essa cidade com Lisa e sua família. Penso em só olhar as filas de carro indo e vindo enquanto escuto música, não há nada melhor para fazer mesmo.

Passa apenas alguns segundos até que Lisa tira o fone direito do meu ouvido.

- Ei – digo.

- Você é surda? – Ela pergunta olhando para o fone – enfim, olha isso – ela me entrega seu celular, nele estava mostrando a conversa com sua prima Mona (uma de suas parentes que mora em NY). Era sobre uma festa que ela daria hoje à noite. Olho para Lisa, penso um pouco se seria uma boa ideia, afinal, eu preciso me distrair um pouco, então concordo com a cabeça, ela nem espera e já pergunta para sua mão no banco do carona.

- Nem pensar! – fala a mae dela lendo o jornal – vocês não vieram poara Nova York para sair em festas, eu lhe disse, nós iriamos passar uns dias aqui para fazer companhia para sua avó e estar com sua tia J. no nascimento do bebê, eu deixei você trazer uma amiga pois eu sabia que você se sentiria sozinha e...

- Mãe, mas você conhece Mona! – Grita Lisa interrompendo a mãe.

- Exatamente por isso. Ela já tem 18 e vocês tem 16... Provavelmente nessa festa terá bebida porque sua tia D é muito liberal com ela, eu já te disse e...

- Eu faço 17 mês que vem! E a Mona só compra bebida sem álcool! E a minha tia não é muito liberal com ela não! Ela confia na própria filha! – Diz Lisa interrompendo mais uma vez.

- Não importa! Vocês não irão nessa festa! Imagina se acontece alguma coisa? Eu seria a responsável e nunca mias vocês poderiam sair juntas!

- Mas...

- Sem mas! Já disse! – Dessa vez a mãe de lisa interrompeu

Lisa, decepcionada, vira-se para a janela ao seu lado, eu resolvo fazer o mesmo.

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Demorou um pouco, mas chegamos no apartamento da vó de Lisa, era enorme! Havia uma sala com alguns sofás e uma televisão, no lado direito tinha uma enorme mesa de jantar, logo atrás vejo uma sacada, segui o corredor atrás de Lisa, entramos num quarto no lado direito, lá havia duas camas de solteiro arrumadas, um criado-mudo com um abajur, na frente das camas encostado na parede, uma escrivaninha com uma televisão.

- Nossa! – Falei.

- Você tem que ver o quarto da minha vó!

Largo a minha mala e sigo Lisa até o final do corredor, ela abriu uma porta no lado esquerdo. Quando entrei, não sabia para onde olhar, era muito grande, uma cama de casal estava sob um tapete felpudo branco que cobria praticamente todo o chão do quarto, outra sacada grande estava no fundo perto da cama. Olhei para cima e vi um lindo lustre, na frente da cama, um puf bege e na parede uma televisão. No outro lado do quarto havia duas portas, chuto que uma delas deve dar para um closet (já que não vi nenhum armário ali) e outra o banheiro.

 A avó de Lisa deveria ser bem rica.

- Lisa! Audrey! Venham jantar! – Ouço a mãe de Lisa gritar.

Chegamos na mesa de jantar e em cima havia uma pizza.

- Chamei uma pizza assim que sua mãe avisou que estavam chegando. – Diz a vó de Lisa sorrindo

Nós três sentamos à mesa já arrumada, até que vem a mãe de Lisa correndo.

- Onde está o pai? – Pergunta Lisa.

- Sua tia está passando mal e seu tio foi chamado para trabalhar hoje no turno da noite.

- E? – Lisa pergunta fingindo não entender.

- Vou pegar um táxi para alcançar seu pai no hospital – Diz Sr. Collins pegando um casaco no cabide ao lado da porta de entrada- Tchau!

- Sua tia vai ficar bem? – Pergunto.

- Claro que sim, depois que ela engravidou, isso está acontecendo com muita frequência, mas meu tio não para de trabalhar, não dispensa nenhuma hora extra, acho que ele quer conseguir mais dinheiro para dar do melhor para o novo filho.

Concordei com a cabeça e comemos aquela maravilhosa pizza.

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Era dez horas da noite quando Lisa recebe uma ligação, era a sua mãe:

 - O que houve? – Perguntei.

- Nós vamos para a festa! – Diz Lisa saindo e gritando sem medo de sua vó ouvir, pois está sem seus aparelhos de audição.

- Como assim: A sua mãe deixou?

- Não – Era obvio que não – Ela disse que hoje ela e o meu pai vão dormir na cas da minha tia para ajudá-la. Daqui a pouco irei chamar um táxi – Diz ela saindo do quarto indo para a sala.

- Mas a sua vó vai perceber a nossa ausência. – Falei a seguindo.

- Só esperar ela dormir, ela dorme feito pedra – Lisa respondeu indo para o sofá no qual deixou o seu celular.

- Mas que hora nós voltaremos? E se a sua mãe resolver vir para cá para buscar algo que esqueceu?

- Não se preocupe, ela está sem chave e me ligaria para avisar. – Ela fala pegando o celular no sofá de costas para mim.

- Mas se...

- Para de “mas”, vai dar tudo certo, ok? Você se preocupa muito! – Ela diz virando-se para mim e olhando nos meus olhos.

-Ok...- Falo

Depois de uma meia hora nos arrumando, Lisa chama um táxi, pegou as chaves de casa e mais umas notas de dinheiro que estavam escondidas em um armário na sala de jantar. Não consegui ver quanto ela havia pego, mas com certeza não foi pouco.

- Você vai carregar tudo isso na sua bolsa? – Pergunto.

- Claro que não – Ela pega as notas a as coloca dentro do sutiã – Pronto! Vamos?

Pegamos um táxi e fomos direto para a casa de Mona. Lá estava cheio de gente e carros estacionados. A casa era grande, havia dois andares e um quintal lindo na frente, um casal estava enlouquecidamente se beijando lá.

- Um dia vai ser nós – Diz Lisa olhando para o casal – Cada uma com um “boy”.

- Como assim? Não precisamos de um menino para nos divertir. – A puxei para dentro de casa, não queria ouvi-la falar sobre meninos, principalmente depois de tudo que aconteceu.

A música da casa estava alta, havia pessoas para todos os lados, segurando copos de plásticos com bebida, suspeito de até ter visto alguém se drogando, me arrepio por inteira.

- Lá está ela! – Grita Lisa para eub poder escutar com o som daquela música – Vamos!

Lisa me puxa para um grupo de meninas, estavam todas sentadas em um sofá. Uma no meio com vestido amarelo justo se levanta, era Mona:
- Então você veio!

- Fugimos de casa. – Diz Lisa

- Foi o que pensei. Como eu amei seu vestido! – Fala Mona olhando para o vestido prateado de Lisa – Aí meu Deus! – Comecei a achar Mona muito exagerada – O seu também! – como ela gostou do meu simples vestido preto? - E esses sapatos?! – Comecei a me sentir envergonhada pois eles eram de Lisa, então apenas sorri. Queria matar Lisa por me fazer usar salto! Eu preferia estar com um all star agora.

- E onde estão os solteiros? – Pergunta Lisa à Mona, eu reviro os olhos.

-Esperem aqui – Diz mona saindo da sala com um copo na mão.

- Não acredito que você perguntou isso! – Falei

- Relaxa! Quando teremos outra oportunidade dessas? Aproveita! – Revirei os olhos novamente, Lisa realmente estava desesperada, depois do fim de namoro com Gabriel (que ela havia conhecido num clube de piscinas) ela parecia ter muita raiva dele, mas nunca soube esconder que sentia muito a sua falta, então ela parecia sempre buscar alguém para preencher o espaço deixado por ele, mas geralmente ela ficava com vários meninos em uma só festa e nem sequer sabia o nome da maioria.

Passou um tempo até que vejo Mona, agora com um rabo de cavalo em seus cabelos escuros (realmente estava muito quente) que estava seguida por dois meninos, o mais baixo com cabelos loiros estava olhando para baixo e para os lados, provavelmente procurando por algo. O outro menino, que estava atrás dele, era moreno e com olhos incrivelmente claros, não pude evitar de perceber um lindo sorriso em seu rosto. Admito que a última coisa que eu queria ver agora é meninos, mas como Mona conseguira meninos tao bonitos?

- O loiro é meu! – Cochicha Lisa no meu ouvido.

- Pode ficar com os dois, não vim aqui para ficar beijando meninos – falo.

-  Nem pensar! Faz tempo que não te vejo com um menino! Você não pode perder essa oportunidade!

- Oi – Diz Mona sw aproximando – Esses são Finn e Arthur.

- Oi Finn ! – Diz Lisapuxando o loiro pelo braço. Ela vira o rosto e faz um sinal com a cabeça para mim, era para eu falar com Arthur.

- Oi, sou Audrey- falo com um sorriso – Finn perdeu algo? Ele parecia que estav procurando por algo.

- Ah sim, ele não acha sua carteira, mas não se preocupe, ele vive perdendo as coisas mas sempre acaba as achando.

Ficou um silêncio entre nós, não sabia o que dizer, ele parecia também não saber. Então ele começou a se aproximar, cada vez mais, até que começou a me beijar. Eu o empurrei imediatamente.

- Você tá louco?! – Pergunto e saio daquela sala em procura de Lisa, percebo algumas pessoas me observando. Só queria ir embora daquela festa.

Encontro Lisa sentada em um sofá numa outra sala cheia de gente. Faço um sinal com a cabeça, ela me olha com uma expressão “agora não dá, não tá vendo não?”, mas faço outro sinal para reforçar para ela ver que era realmente importante. Acho que ela pede licença para Finn e me segue até o banheiro. Tranco a porta para ter certeza de que ninguém entraria.

- O que aconteceu agora? – ela pergunta.

- O Arthur me beijou! – digo.

- Ai meu Deus! Isso é...

- Eu sei... terrível, que pessoa mais...

- Incrível! – Ela grita.

- Como assim? Eu mal falei com ele e ele já quer sair me beijnando?!

- Pare de reclamar! Você está muito sortuda! Eu nem cheguei perto disso.

- Vamos embora!

- Como assim? Não vamos... Olha! Uma carteira!

Lisa pega uma carteira que estava em cima da bancada da pia, ela já sai abrindo.

- Está vazia, certeza que alguém a pegou e roubou o dinheiro que estava aqui.

 - Nossa! Como você é inteligente ein? Quem é Sherlock comparado a você? – Falo sarcasticamente – agora vamos embora!

- Não vamos não! – Diz lisa saindo do banheiro.

A sigo até a sala que ela estava antes, mas Finn não estava mais lá.

- Viu o que você fez?!

- Cala a boca! Isso é um sinal para irmos embora.

- A, sério, faz isso por mim, não precisa ficar com Arthur, só finge que está se divertindo, pelo menos só esta noite. Você não faz ideia de como eu estou feliz por ter conseguido estar aqui, então, pelo menos, pode ficar? Por mim? Please?

- Ok, mas por favor, a gente pode ficar por pouco tempo...?

- Uma hora! – Diz ela sorrindo virando-se de costas e indo em direção à primeira sala.

Entrei na sala que Finn e Lisa estavam antes. Peguei meu celular na bolsa (que Lisa havia me emprestado) e sentei no sofá.

- Quer? – Olho para cima, era Mona, que já estava snetndo ao meu lado – Vai te fazer bem-Diz ela me oferecendo um copo, pego sem saber o que é e provo (se fosse um desconhecido eu não provaria).

- Vodca? – Pergunto fazendo uma careta.

- Sim, mas mistura com isso – Ela pega meu copo e coloca um pouco do que há no copo dela. Não consigo identificar o que era.

- Tome! – Diz ela me erguendo o copo novamente.

Provei, não posso mentir para mim mesma, eu adorei!

- Gostou né? – Mona me pergunta com um sorrido.

- O que você colocou aqui?

- Isso eu não posso falar, é segredo – Diz ela ainda sorrindo – Vou ao banheiro, aproveite a festa!

Me levantei ainda com o copo e fui atrás de Lisa. Aquela vodca estava muito boa, preciso de mais. Vi uma menina com um copo e aproveitei para perguntar:

- Onde você conseguiu isso?

- Na cozinha está a vodca e em cima da geladeira há uma garrafa com uma mistura de Mona.

- Obrigada – Digo indo em direção à cozinha.

Quando cheguei lá, peguei a vodca e a mistura, aproveitei e cheirei o liquido da garrafa. Tinha um cheiro forte de limão com morango, estranho que na vodca o gosto é bem diferente.

- Oi! Estava te procurando! Tem uns meninos muito gatos! Você tem que... – Viro de costas, obvio que era Lisa falando daquele jeito.

- E já falei que...

- O que é isso? – Pergunta ela arrancando o copo da minha mão – Hum – fala enquanto balança o copo para ver o liquido dentro. Ela o cheira e logo já prova – Bom, é bom, mas toma cuidado com isso aí, parece bem forte.

- Relaxa! Você sabe que eu sou cuidadosa! Olha! Não é o Finn alí? – Menti espiando atrás dela – Ele está indo para a sala de TV.

- Sério? – Pergunta ela virando-se de costas para mim – vou procurá-lo!

Quando ela saiu aproveitei e virei o copo em poucos goles.

De repente tudo começou a ficar tão alegre, mas eu estava com sono, não sei explicar, a música mesmo não me agradando, me deu vontade de dançar, cantar.. o que deu em mim? Eu nem sei dançar, muito menos cantar! Tudo começou a girar e eu fui perdendo o controle do meu corpo... não pode ser! Eu não posso estar bêbada! Principalmente em tão poucos goles!

Agora o que me resta é encontrar Lisa para irmos embora dessa festa logo.

Tentei sair da cozinha, mas estava muito tonta, fui obrigada a me apoiar nos balcões.

Chego na porta da cozinha para o corredor, mas não sei para onde ir, não lembro em qual sala que Lisa havia me dito que estaria, nem sei qual direção tomar. Ou será que ela realmente dissera que ia para alguma sala? Bom, eu não posso desistir agora, eu preciso ir para alguma direção ou nunca irei embora daqui.

Resolvo seguir à direita. Na metade do caminho (No qual andei me segurando nas paredes e nos móveis) vi Lisa sentada num sofá em uma sala que não me lembro bem, tenho vagas lembranças do sofá, mas não muita coisa.

Chegando na porta da sala, consegui ver melhor Lisa. Ela estava cercada de pessoas, muitas, principalmente rindo. Havia dois meninos, um em cada lado dela, todos estavam rindo. Por que? Aquela festa nem estava tão boa. Podia ser as doses de bebida agindo em meu corpo, mas aqui parecia tão real. Resolvo ficar um pouco mais ali em pé para observar mais um pouco.

Quando já fico cansada de esperar, já penso em chamar Lisa para irmos embora, mas algo me chama atenção, e eu posso jurar que não era o álcool. Os meninos que estavam em volta dela, ainda rindo, colocaram algo em sua bebida, ela parece não perceber, distraída olhando e rindo para outro menino. Então eles estavam a drogando?! Eu precisava fazer alguma coisa, entrei correndo naquela sala (tenho a impressão que derrubei algo). Lisa percebeu que eu não estava muito bem sóbria, bem, todos pareciam ter percebido, claro né, eu estava andando que nem uma girafa em cima de uma bola de circo – Não pendei em mais nada, só gritei:

- Lisa! Não toe isso! Eles estão tentando te drogar!

- Meu, você tá bêbada! – Ela responde rindo.

- Eu nunca fico bêbada! – Tropeço no pé da mesa de centro, ouço algumas risadas – Você não pode fazer algo inteligente uma vez na sua vida?

- Estamos falando sobre matemática.

- E desde quando você se importa com matemática?

- Desde hoje! – Ela grita e logo toma a bebida na qual vi os meninos colocarem a droga.

De repente tudo começou a parecer em câmera lenta. Todos rindo, Lisa rindo, agora drogada mais que nunca. Resolvo procurar por Mona, para pedir ajuda. Mas depois disso não me lembro mais de nada daquela noite.