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História In Your Eyes - "Menina Camila" - Lauren's POV


Escrita por: jeh_ark

Notas do Autor


Eaê?! Demorei?
Nem foi...
Não vou me explicar porque não vale a pena...
Sabe o que vale a pena?
Sim! Ler o capítulo...
Então te espero lá em baixo...

XoXo

Capítulo 3 - "Menina Camila" - Lauren's POV


Fanfic / Fanfiction In Your Eyes - "Menina Camila" - Lauren's POV

“Menina Camila”... O som ecoava repetidamente em minha mente sem controle, se debatendo nas várias perguntas que gostaria de fazer a Charlie: Quem é essa mulher? Porque Charlie a chama com tanto carinho na voz?

_Tudo bem, então. Pessoal, essa é Dra. Karla Camila Cabello Esteban a Médica da missão... – Eu escutava as informações descarregadas por Charlie entrarem, e a cada nova informação adquirida, uma pergunta se formava.

Filha? Ela poderia ser filha de Charlie... Ele já foi casado, eu sei disso. Mas apesar de sermos muito próximos, Charlie é reservado e eu nunca quis forçar um assunto que ele não estivesse à vontade para conversar comigo.

_Ela é Geneticista e participou de vários programas de estudos pelo mundo: Camboja, Libéria, Brasil, Cuba, Afeganistão, entre outros. – Charlie continuava sua apresentação e tirei meus óculos escuros para analisar melhor “Menina Camila”.

Ela é tão... linda! Os olhos castanhos, com o desenho alongado. Os cabelos são compridos e com ondas, na cor castanho escuro. A boca é instigante, com lábios de volume médio. Não deve ter muito mais que 1,55m de altura e não possui músculos definidos, apesar de ser magra. Ela tem traços latinos, completamente diferentes de Charlie que é afro-descendente.

_Agora está de volta em casa. Por pouco tempo... – Charlie disse olhando para ela, ambos sorriram confidentes. - Ela fará o monitoramento da saúde de vocês, observando possíveis mudanças fisiológicas. Também fará o apoio a possíveis emergências médicas tanto a bordo da nave...

Eles não têm laços de sangue, mas evidentemente são ligados por algo mais que uma simples relação profissional.

Inclinei-me um pouco sobre a mesa e dessa vez nossos olhos se encontraram. Hipnotizante... Seu olhar me parecia tão familiar, mas sabia que não a conhecia. Tinha a impressão de que o tempo havia parado e todos a nossa volta congelado... Uma Camila havia se materializado de um tempo muito distante ali em minha frente...

Eu já não processava mais nada do que ocorria a nossa volta. Nem sabia as quantas andavam a tal reunião, até que escutei Charlie dizer:

_...quanto em Marte.

_Acoméquié?! – disse alto sem querer.

_Sim, a próxima missão, de codinome ÉDEN¹, consiste em explorar os locais mais promissores à vida e se há presença de elementos essenciais para que se possa “criar” vida. Essa missão será dividida em 3 etapas: a primeira é Marte, a segunda é Europa² e a terceira é Encélado³. Depois de anos de exploração robótica, queremos ver com olhos humanos o que há de aproveitável a nós nos lugares mais promissores de nosso sistema solar e gostaríamos de fazer isso antes que os recursos na Terra se tornem escassos ou esgotem.

_Será uma única viagem para as três etapas Sr.? – Don interrompeu Charlie.

_Bem que gostaríamos Tenente-Coronel Vega, mas não. Decidimos dividir em duas viagens, pois não temos dados dos efeitos que causariam aos tripulantes uma viagem tão longa. Assim, vocês estão a princípio escalados para primeira viagem, e primeira etapa, que é saber se é possível estabelecer uma colônia em Marte e viver por lá por pelo menos 6 meses.

_Seis meses? Mas que beleza! – disse o tal Shawn Mendes, esse cara tem o poder de me irritar. – Mas vamos viver do quê se lá só tem areia, rochas e gelo?

_Na verdade Sr. Mendes há muito mais recursos lá do que é apresentado nas revistas e nos programas de TV. Marte não tem uma atmosfera densa como a da Terra, o que dificulta a proliferação de vida. Mas o mais insano disso tudo é que, mesmo assim, Marte tem produzido uma quantidade considerável de metano. E só há duas fontes de metano que conhecemos: a primeira é através de gases expelidos por vulcões e sabemos que não há vulcões ativos em Marte há muito tempo. E a segunda, e então mais provável possibilidade, é que este metano esteja sendo produzido por algum tipo de vida orgânica que anda “defecando” em Marte. – respondeu Dinah exemplarmente gesticulando com seu jeito expansivo.

_Muito bem, Srta. Hansen. Nossas sondas não conseguiram nos dar evidências solidadas dessa vida orgânica que citou nossa Astroquímica. Então, a NASA precisa de uma equipe para trazer essas informações, que vai beneficiar não só nossa nação, mas toda a raça humana.

_Hum... Então quer dizer que vamos comer marcianos enquanto estivermos lá esses 6 meses? – “eu-realmente-não-acredito-que-to-ouvindo-isso E AINDA DE UM TRIPULANTE DA MISSÃO! Tomara é que um marciano te coma! Idiota!!!” Pensei, suspirei pesadamente passando as mãos por meus cabelos. Ele conseguiu me irritar.

_Não, Sr. Mendes. A NASA tem tecnologia suficiente para produzir comida fora da Terra, reciclar água, oxigênio e outras coisas necessárias à vida humana.  Além disso, vamos levar suprimentos suficientes. Não será nenhuma cesta de piqueniques recheada, mas vamos conseguir sobreviver bem. – disse Don de uma forma tão educada. Eu jamais conseguiria ter essa paciência.

_Exatamente, Tenente-Coronel Vega. – concordou Charlie.

_E quanto tempo temos para nos preparar, Sr. Bolden? – perguntou Normani.

_Quatro meses. Na verdade esperamos que fiquem prontos antes, mas nossa janela de lançamento se esgota no tempo máximo limite de quatro meses. – respondeu Charlie e eu soltei uma risada nasal carregada de ironia recostei-me na cadeira.

_Ta de brincadeira. – disse baixo, mas acho que todos ouviram, Charlie me olhou de canto de olho.

_E quando começamos General? – perguntou à latina. Agora, menos ofegante, pude perceber o quão doce é sua voz...

Charlie olhou para o relógio em sua mão direita, para mim e depois para Camila:

_Bom, assim que assinarem os contratos que estão em suas frentes, Menina Camila. – disse sorrindo cordialmente.

Charlie a chamou de “Menina Camila” mesmo! De onde eles se conhecem??? Odeio ser a ultima a saber das coisas...

Charlie continuou:

_Peço que, por favor, leiam atentamente as cláusulas. E que, se estiverem de acordo, assinem. Assim que assinarem estarão a serviço da NASA e terão obrigatoriedade de sigilo total quanto aos assuntos dessa missão. Suas vidas não o mais lhe pertencem, mas sim a ciência e a humanidade. Vocês têm alguns minutos, podem ler com calma, tomar um café ou chá... Água... Enfim, levem o tempo que precisarem. Essa é uma decisão difícil e que vai mudar suas vidas radicalmente. – disse Charlie enquanto caminhava até o bebedouro.

Todos estavam assinando, só o tal Shawn que ficou fingindo que estava lendo. Eu já tinha assinado logo que sentei à mesa, já estava pra lá de acostumada com essas formalidades. Peguei o papel levantei e fui entregar a Charlie:

_Precisamos conversar, Charlie. Quatro meses??? – perguntei em tom baixo, bem próximo a ele.

_Agora não, Menina Lauren. – disse me interrompendo e passando por mim, indo em direção a Camila que se encontrava em pé, encostada na mesa de reuniões – Menina Camila, há quanto tempo?!

Ela sorriu abertamente a ele, os dois se abraçaram e trocaram beijos no rosto:

_Olá Tio Frank... Realmente faz muito tempo que não nos vemos.

Tio Frank? Ela é sobrinha de Charlie!?! Como...? Eu não... Nunca conversei sobre... Eu sabia que Charlie tinha uma irmã e que ela havia morrido há muito tempo. Quando Charlie me contou a história, mesmo que resumidamente, pareceu-lhe tão doloroso que preferi não prolongar a conversa. Mas não imaginei que Charlie tivesse uma sobrinha...

_Como está seu pai? O velho ainda caça coelhos? – perguntou Charlie afrouxando o abraço entre eles.

Eu não me lembro de tê-la visto aqui na Base. Nunca fui apresentada a ela. Por quê? Charlie vai ter que me responder isso também:

_Ainda babando, Jauregui? – Don disse ao se aproximar.

_Hã? O quê? – perguntei tentando me concentrar menos na cena de intimidade entre Charlie e Camila.

_Ihhh... Gamou na “Dr. Cabêyo”... – Don balançou a cabeça negativamente e sorria. – Ela é mesmo bonita, não é?

_É... – respondi vagamente. Camila passava a mão nos cabelos ajeitando-os e olhou para mim, com um leve sorriso nos lábios. Don começou a rir e eu me toquei que tinha respondido sem prestar a atenção – Digo, não. Err... Sim...

_Ta se enrolando toda, Tenente! – agora ele realmente riu da minha cara.

O som saiu mais alto e ele chamou a atenção de Camila que nos olhou com aquele olhar curioso. Charlie disse alguma coisa e ela sorriu sem jeito, ajeitou sua franja atrás da orelha e desviou o olhar de nós.

_Ai, ai. Eu entendi, Laur. Relaxa... – respondeu tentando ficar sério novamente.

_Diego?... – ele olhou para mim ainda com cara de riso – Sai daqui... Vai ver a Ally, vai... – Ele sorriu ainda me zoando e foi em direção à pequena que estava conversando com Dinah e Normani.

Conheci Don antes de participarmos da nossa primeira missão, quando ainda éramos Segundo Tenente. No começo competíamos entre nós como dois insanos. Queríamos provar a Charlie que éramos um melhor que o outro.

Isso durou até o dia em que quase nos matamos, literalmente. Em uma de nossas disputas, pilotando aeronaves supersônicas a altitudes extremas, Don e eu passamos do limite.

Nós estávamos voando a aproximadamente Mach 2.64, à 75mil pés, o que já era um treinamento arriscado, e fiz uma manobra ousada. Don estava perto demais e eu me aproximei muito, ele não conseguiria desviar se não executasse uma manobra evasiva. A curva foi acentuada demais, e numa velocidades dessas não a como resistir mesmo com equipamentos de segurança. Don desmaiou. Teríamos nos chocado se não fossem as habilidades dele.

No fim tínhamos um astronauta desacordado, caído em algum lugar próximo as Ilhas de Cabo Verde e uma Lockheed SR-71 Blackbird5 da Força Aérea de alguns milhões de dólares perdida em algum lugar do Oceano Atlântico, completamente destruída. As investigações do acidente mostraram que Don atingiu com sua aeronave algo entre 10 e 15Gs6! Foi realmente por pouco que não tivemos um acidente fatal.

Ficamos duas semanas suspensos, e esse foi tempo que Don ficou internado para tratar os ferimentos do “acidente”.

Alguns dias depois, quando fui visitá-lo na enfermaria da Base, Charlie veio conversar comigo. Ele disse que a culpa não era só minha. Que a competição entre nós já não estava sendo saudável e nem benéfica ao nosso crescimento profissional. Então ele finalmente me perguntou “Você realmente quer ser uma Piloto, Menina Lauren? Eu não entendo o porquê!?” Fiquei sem entender na hora.

Como ele podia estar me perguntando aquilo? Claro que eu queria muito ser Piloto! Queria ser como ele, como meu Pai: Uma Astronauta! Então lhe respondi que sim, que queria ser uma Astronauta, caminhar pelo espaço, explorar novos mundos. E ele logo me disse: “Então você está fazendo tudo errado!” sorriu e continuou “Pilotos e Comandantes nunca deixam a nave, eles não caminham no espaço. Eles não são expedicionários, são apenas motoristas.”

Pensei por uns instantes e Charlie continuou dizendo “Os que saem da nave para explorar são engenheiros, paleontólogos, biólogos, geólogos... Esses sim, os verdadeiros Exploradores!”

Desse dia em diante eu parei de competir com Don para ser a melhor Piloto. A ficha caiu. E nunca quis ser Comandante. Preferi estudar Engenharia Mecatrônica, Aerodinâmicas e afins. Deixei a ideia de ser a “motorista” para ser a “mecânica” da missão!

Desde então, Don e eu somo uma dupla. Somos mais que isso, somos amigos, torcemos um pelo outro. Claro que ainda há disputa entre nós, mas só de brincadeira.

Hoje consigo ver que ele tem todas as características de um Comandante: tem seriedade, paciência e cautela. Reage muito bem sobre pressão e sabe tomar decisões difíceis, como a manobra que fez para nos salvar naquele exercício. É um chato, às vezes, mas eu o admiro muito.

_Preciso urgente é de um café! – eu disse olhando em volta a procura da máquina de café.

_Tenente-Coronel Jauregui, todos já assinaram os contratos e a partir de agora estão entregues a sua tutela para iniciar os treinamentos. – disse Charlie arrumando os contratos em uma pasta azul com a logo da NASA.

_Porque vamos ser treinados pela Jauregui e não pelo Tenente-Coronel Vega? – se eu escutar uma pergunta idiota do Shawn Medes mais uma vez, juro que o afogo nesse copo de café.

_Porque a Tenente-Coronel Jauregui é a especialista em sobrevivência em ambientes extremos e de risco. Ela é quem vai ensinar a equipe, isso inclui pilotos e especialistas da missão, como se movimentar em pouca ou gravidade zero, os procedimentos em caso de emergência, caso precisemos abortar a missão... Essas coisas... – Don novamente explicou com a calma de um monge ancião – Eu como Comandante apenas recebo as ordens e as repasso aos tripulantes da missão, Sr. Mendes. E você como primeiro piloto é só o motorista.

Tomei uma golada do meu café e me engasguei ao ouvir o final da explicação de Don. Hahahaha o babaca do Shawn tinha que escutar uma para se por no seu lugar, não foi uma resposta a La Jauregui, mas serviu por enquanto.

_Bem feito, esse idiota tem que parar com essas perguntinhas... – disse Dinah baixo como que para si, mas eu pude ouvir.

_Concordo plenamente, DJ... – disse, ela sorriu cúmplice.

_Bom... – iniciei depois de jogar meu copo vazio de café na lixeira ao lado da máquina – Acho que minhas atribuições estão mais do que explicadas, não é mesmo? Então quero todos às 1:30p.m. em ponto no pátio do Hangar 39B. Alimentem-se. Descansem um pouco e espero que estejam bem dispostos para hoje à tarde, afinal se só temos 4 meses, ou menos, não podemos perder tempo. O treino já é um pouco puxado no tempo regular, com esse nosso cronograma curto será ainda mais severo. Não se preocupem com roupas ou equipamentos, eu lhes mostrarei o alojamento e os armários com tudo que vão precisar. Alguma dúvida?

Esperei até que alguém se manifestasse. Vi o tal Shawn cochichando algo perto de Camila que sorriu gentilmente e se afastou. Ninguém disse nada:

_Então, estão liberados por hora.

Troquei um aceno de cabeça com Charlie que ficou na sala conversando com Ally. Todos foram saindo. Normani e Dinah saíram seguidas de Shawn. Depois Louis, Harry e Camila, quando vi só estávamos Don e eu no corredor:

_Don, pra você o horário é 1:00p.m., você vai pilotar. – disse.

_Ohhh, mas que honra! Então será hoje que te farei por os bofes para fora!? – disse rindo animadamente enquanto andávamos lado a lado.

_Nunca! Você pode até tentar, mas o máximo que conseguirá é fazer a tripulação pensar em desistir. – ajeitei meus óculos escuros no rosto e vesti a jaqueta de couro.

_Ah, Lauren... Você é uma andróid! Você não sua, não se sente enjoada... – ele falava enquanto dava leves empurrões em meu ombro.

_Alguém tem que ser forte aqui, não é?! – disse rindo de lado.

_Meu Vega é forte, tá Laur! – a voz doce e meiga de Ally ecoou atrás de nós.

_Ah meu Deus! Essa voz que me acompanha e não sai da minha mente nunca!!! – virei-me girando o corpo a abracei de lado e dei um beijo na bochecha da baixinha.

  _Agora não vai mais só escutar minha voz nas sessões de terapia, vai me verrrr! – Ally riu, batendo palminhas animadamente.

  _Você parece bem animada, né? – disse compartilhando de sua felicidade.

 _E estou... Só esse ranzinza do meu noivo lindo que está ai... Olha a cara dele Laur! – acenou com a cabeça na direção de Don que estava com o cenho franzido.

  _Ahh... Qual é Man! Vai ser o máximo ter essa baixinha enchendo nosso saco lá em cima! – gargalhei quando Ally me deu um “tapinha” no braço por tê-la chamado de baixinha.

  _Vocês duas sabem muito bem, não é que eu não goste ou não confie em você, meu Amor. Mas eu me preocupo! Ter alguém por quem tenho sentimentos na missão pode mudar meu foco, direcionar minhas decisões... É perigoso para a missão. – Don argumentava seriamente.

  No fundo Ally e eu sabíamos que ele estava com razão, mas não adiantaria nada ir contra. Se Charlie a colocou na missão, somente um impedimento físico ou emocional grave poderia a tirar do programa.

  _ E hey! Larga! Larga!!! Sei bem o que você pensa quando abraças garotas lindas como a minha. – disse Don puxando Ally e brincando conosco.

 _Ainda bem que você sabe que se der mole eu me caso com ela meeeeesmo! – disse depois de soltá-la do abraço e pararmos no saguão de entrada do prédio.

 Ally deu um beijo demorado em Don, os dois tão apaixonados. Eles são o casal mais lindo que conheço, já que eu nunca tive um relacionamento estável em toda minha vida e minha mãe não se casou mais depois que meu pai morreu.

 _Onde vamos agora? – perguntou Ally arrumando a camisa do uniforme de Don que ficou levemente desalinhada depois do beijo que trocaram.

 _Almoçar eu acho, preciso descansar um pouco depois do almoço. A Lauren quer que eu pilote o voo inaugural de treinamento da tripulação da nova missão. – disse Don rindo.

  _Oh Deus! Vocês vão fazer todos nós passarmos mal, não é? – Ally disse com os olhos arregalados; eu e Don riamos.

  _Na verdade Don quer ME fazer passar mal... – disse tentando parar de rir.

  _Mas ela é tão treinada que nunca consegui fazê-la se quer suar!!! – ele deu um soco de leve em meu ombro esquerdo.

  _Ah meu Deus, vocês são duas pestes! – Ally disse agora rindo conosco.

  _Não se preocupe Amor, vou te dar um remédio para enjoos, pelo menos nesse primeiro voo. – Don disse todo amoroso tocando o rosto de Ally.

  _Isso é trapaça! Não vale... – disse tentando parecer séria.

  _Lauren, você não ouviu nada. – Ally disse e todos rimos.

  Concordamos em almoçar no restaurante que fica na sede em que estávamos mesmo, assim sobraria mais tempo para descansar.

  Nos sentamos em uma mesa próxima a enorme janela de vidro que dava vista para o museu ao ar livre. Podíamos ver dali vários foguetes e veículos de exploração. Magníficos.

  Logo que sentamos os cardápios acenderam em nossas frentes sobre a mesa. Comecei a analisá-lo:

  _O que vai comer Jauregui? – Don perguntou.

  _Um X-burguer duplo com bacon, batata frita e um coca cola. – respondi tocando os botões na tela touch do cardápio para finalizar meu pedido; meu cardápio se apagou.

  _Você tá de brincadeira, né Jauregui? – Don disse em tom de ameaça e eu ri, pura inveja por não conseguir segurar seu almoço no estômago.

  _E você Ally? – Ele se voltou para sua noiva que estava com o brilho azul da tela em seus olhinhos.

  _Acho que vou pegar leve... – sorriu – Vou de sanduíche de 4 queijos com tomate seco – disse ainda pensativa.

  _Bom, vou comer uma salada de folhas com atum. – Don concluiu e apertou o botão para efetuar o pedido.

  _Atum Vega? Essa definitivamente não é uma boa ideia... Lembra daquela aula de treinamento na gravidade zero que fizemos para a missão Cold Breat7? Você tinha comido atum e o resultado tinha um cheiro meio forte... – disse e comei a rir, Ally franziu o nariz em uma careta de nojo.

  _Vai se ferrar, Laur! Eu só passei mal na primeira vez, e foi porque não era eu que estava pilotando! – disse retrucando minha alfinetada.

  É normal para pilotos, quando não estão em posse do manche, se sentirem um pouco enjoados. No começo, quando sai da posição de piloto e fui para o treinamento como especialista de missão, eu ficava mal várias vezes, mas segurava como podia até chegar ao alojamento. Então intensifiquei os treinamentos na maquina de rotação para momento de inércia e agora consigo ficar numa boa.

  _Amor, porque não pede um sanduíche de peito de peru? É levinho, que tal? – Ally argumentou carinhosa colocando sua mão sobre a de Don.  

 _Ounn, que fofinho... Don tem um estômago de Porquinho da Índia... – abaixei os olhos e pisquei os olhos fazendo uma careta de fragilidade – Talvez eles tenham semetinhas de girassol aqui no cardápio. Deixa eu ver... – toquei a mesa no botão para ativar o cardápio novamente.

 _Não, Amor... Eu vou ficar bem... Não sou mais novato. A Lauren é que está de sacanagem comigo... – Don ignorou minha provocação respondendo a pergunta de Ally.

 _Está bem... – Ally ponderou – Porque não mudamos de assunto? – sugeriu pressentido o mau humor de Don se instalando.

 Falamos sobre algumas amenidades e logo nossos pedidos chegaram. Começamos a comer e depois do primeiro gole em minha bebida, quando “passei” meus olhos pelo salão do restaurante, vi Camila e Charlie almoçando juntos em uma mesa ao fundo.

 Prendi-me, olhando-os por um tempo. Fiquei tentando imaginar no que falavam: lembranças nostálgicas de família ou sobre a missão. Enfim, eu queria saber mais dessa história e a ansiedade de ficar finalmente a sós com Charlie o mais rápido possível voltou a me dominar.

 _Ally meu Amor, o que sabe sobre a Drª Cabello? – Don perguntou tomando um gole de seu suco. Droga ele percebeu que eu estava olhando para eles.

 _Porque quer saber? – ela perguntou desconfiada erguendo uma de suas sobrancelhas eo rosto fechado, a Baixinha é ciumenta!

 _O quê? Não! Não é interesse meu, é da Jauregui... – riu, ele estava tentando se vingar das minhas piadas com seus enjoos.

 _”O quê?” digo eu! Não perguntei nada não Ally... – comi umas batatas me mostrando pra ele como se estivesse comendo um manjar dos Deuses. Ally riu.

 _Quer mesmo saber, Laur? – Ally perguntou erguendo uma de suas sobrancelhas, mas agora com curiosidade e um sorriso de satisfação.

 _Er... – hesitei uns instantes. Olhei novamente pra latina ao longe, parecia estar em uma conversa tão interessante com Charlie. Queria muito saber sobre o que falavam...

 _Claro que ela quer! Olha a cara dela!!! – disse Don.

 _Estou ansiosa para poder te chamar de Porquinho da Índia! Porque é assim que chamo os fracos de minhas turmas! E eu não to com cara nenhuma... – disse desconversando.

 _Ta sim! Com essa de bobona... Não para de secar a Drª “Cabêyo” desde hoje na reunião.

 _Aff, mas que mentira! – tentei disfarçar e ri ironicamente – Só... Estou curiosa pra saber de onde eles se conhecem... Ele chama ela de “menina Camila”, vocês perceberam isso???

 _Al, é mais grave do que pensava. Ela não está só interessada na garota, está com ciúme também! – Don ria solto, na verdade o safado estava gargalhando as minhas custas.

 _Sabe Don, o que me conforta é que em poucas horas quem estará gargalhando de um certo Porquinho da Índia VERDE serei eu! Sabe por quê? Acabei de mudar de ideia quanto a quem vai pilotar, e olha só: - peguei meu celular e mandei mensagem ao meu irmão Chris que é piloto da Força Aérea, mas não é Astronauta. – acabei de mandar uma mensagem para o Chris! Você vai fazer o treinamento conosco. Isso não é o máximo!?

 _Você não faria isso, Laur! – Ele disse já prevendo o enjoo que teria.

 _Reze para que Chris não esteja na base. – disse, mas logo meu celular apitou, era a resposta positiva de Chris dizendo que iria sem problemas.

 _Ops! Tarde demais... – sorri vitoriosa – Pense que vai ser bom você estar mais próximo dos outros tripulantes.

 _Bom, eu vou indo... Quero tomar um banho antes do treino. – disse me levantando da mesa.

 _Sei você vai é por pra fora esse sanduíche que comeu, pra não passar mal no exercício. – Don falou ainda com cara de preocupado com o que lhe aconteceria.

 _Larga de ser chorão... Aceita que eu tenho estomago de Ema que dói menos! – esbarrei em seu ombro para implicar com ele escutei a risada de Ally ao fundo.

 _Vai ter troco, Jauregui... – ele disse em tom de ameaça, mas sorriu.

 _Eu espero que sim, se não com quem vou implicar? – sorri de volta – Descansem!

               

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ÉDEN¹ - É só um nome fictício. Não sei se já houve alguma missão da NASA com esse codinome, mas se sim, uma não tem relação com a outra.

Európa² - É uma das quatro luas do planeta Júpiter. Galileu Galilei é considerado o descobridor de Europa, a partir das observações feitas em 7 de Janeiro de 1610 em Pádua. (Maiores informações durante o desenrolar da história :))

Encélado³ - É o sexto maior satélite natural de Saturno. Foi descoberto em 1789 por William Herschel. (Maiores informações durante o desenrolar da história :))

Mach 2.6^4 - O Número de Mach ou velocidade Mach (Ma) é uma medida adimensional de velocidade. É definida como a razão entre a velocidade do objeto e a velocidade do som.

Lockheed SR-71 Blackbird^5 - É um avião de reconhecimento estratégico da Força Aérea Americana e considerado o mais rápido do mundo. (Os Russos dizem ser o MIG-31 hahaha). Ele atinge uma média de 3.418km/h e a altitude limite de voo é de 85mil metros. É feito de titânio e também possui tecnologia de ponta em tudo q se refere à aviação... Não vou ficar falando muito aqui porque muitas informações que se encontram no Google não devem ser as reais informações, não é mesmo?! :D

15Gs^6 - A aceleração relativa à gravidade é quantificada em Gs, uma nomenclatura comumente usada na aviação, e que você já deve ter ouvido. 1 G equivale à pressão aplicada ao corpo humano pela constante gravitacional (9,80665 metros por segundo ao quadrado) no nível do mar. Isto é, o que está por aí normalmente. Forças G maiores que isso não podem ser produzidas pela gravidade sozinha; tem que haver o efeito de uma força mecânica também. (fonte: <http://gizmodo.uol.com.br/por-que-o-corpo-humano-nao-consegue-suportar-aceleracoes-bruscas/>

Cold Breath^7 - É só um nome fictício, também. Da mesma forma, não sei se já houve alguma missão da NASA com esse codinome, mas se sim, uma não tem relação com a outra.


Notas Finais


E ae? Tão goxtando???
Eu espero que sim...
Logo teremos o primeiro contato Camren!
Não, não estou enrolando! Estou apenas preparando o terreno... :p

Espero que comentem pra eu ter um feedback interessante.

Ah!!! Mais uma coisa... No começo, quando escrevi esse Cap. eu tinha usado o Troy como personagem... Depois achei melhor e troquei para Don... Eu tentei mudar os nomes, mas toda vez que leio encontro um "Troy" por ai... Então, se acharem algum, me avisem pra eu editar o texto, combinado? Obrigada, de nada.

Obrigada por ler minha fic,

Até ano que vem,

XoXo


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