1. Spirit Fanfics >
  2. In Your Eyes >
  3. In Your Rude Words

História In Your Eyes - In Your Rude Words


Escrita por: ChittaphonBae

Notas do Autor


Oioi!!
Voltei! Tentei ser um pouco mais rápida desta vez com a att! Espero que gostem sz

Capítulo 5 - In Your Rude Words


Fanfic / Fanfiction In Your Eyes - In Your Rude Words

Encarei Chanyeol, confuso. Ele já tinha sido bem claro com relação à sua posição sobre minha estadia em sua casa, mas não pensei que fosse me privar de ao menos realizar o que fui contratado pra fazer. Permaneci quieto, como sempre ficava quando aumentavam o tom de voz comigo.

—Você é surdo? —Gritou— O que você está fazendo? Responda!

—Ia te ajudar—Respondi baixo.

—Eu te disse para não mexer em nada! —Respirou fundo, diminuindo um pouco seu tom de voz—Você entende o quão importante é que você deixe tudo no mesmo lugar?

Continuei em silêncio. Não sei o que fiz de errado, mas não contestei. 

—Vai ficar quieto? —Riu debochado— Ao menos deveria se desculpar, não é?

Encaro o chão, sentindo lágrimas formarem-se em meus olhos. 

—Desculpe—Murmurei—Só estava fazendo meu trabalho.

—Eu não ligo se é seu trabalho ou não, eu simplesmente não preciso da sua ajuda.

—Mas eu estou sendo pago para isso  e—Senti minha voz falhar, soltando um soluço em seguida.

—Não vai me dizer que está chorando. —Suspirou— Deixa eu te contar uma coisa, se você mover qualquer objeto um milímetro sequer, serei incapaz de encontra-los sozinho, entende? Eu sou cego e minha memória é puramente baseada no tato, mas parece que você ainda não entendeu isso.

—Eu poderia te ajudar com isso, quero dizer—respirei fundo, engolindo as lágrimas que insistiam em cair— Eu só ia lavar um copo.

—Eu vivi por anos sozinho, acha mesmo que sou tão incapaz a ponto de não conseguir lavar um mísero copo? —Disse debochado.

Claro, como não pensei nisso? E ainda havia cogitado limpar a cozinha. Sou um inútil, um idiota insensível que realmente acreditou que poderia tentar ajustar, mesmo que minimamente, sua vida. 

—Me desculpe. —Sussurrei, minha voz saindo inevitavelmente embargada.—Não farei isso de novo.

Ele riu abafado, mais uma vez. Colocou o prato que lavava em cima da pia e seguiu rumo à porta.

—Se quer tanto assim fazer algo de útil, termine de lavar a louça. —Disse enquanto seguia seu caminho.— Deixe tudo no escorredor, não ouse tocar em mais nada, porque, como você mesmo deixou claro, está sendo pago para isso, e eu poderia demiti-lo a qualquer momento, só não faço isso por conta dos meus pais.

Escutei seus passos se esvaindo, enquanto as lágrimas corriam sem pudor por meu rosto. Sentei-me no chão, abraçando meu corpo como uma tentativa de me confortar. Sempre odiei confrontos, principalmente quando sabia que a culpa deles era inteiramente minha. Permaneci sentado, tentando me acalmar, encarando meu redor. Levantei-me, então, relutante do chão, encarando a pia em minha frente.

Tentei deixar meus pensamentos de lado enquanto completava a função que me tinha sido imposta, mas não pude deixar de evitar algumas paradas para me acalmar. O tempo passou de modo lento, mas nem me importei. 

Assim que tudo estava lavado, coloquei tudo no escorredor e comecei meu caminho para meu quarto. Do corredor ouvi um barulho do quarto de Chanyeol. Mal percebi quando parei e tentei identificar o que se passava, ato este que foi falho. Falava ao telefone, então sabia que era algo particular. Continuei seguindo meu caminho, já havia me intrometido demais na vida dele, além de que suas conversas particulares não tinham nada de meu interesse.

Assim que adentrei o local que limpara mais cedo, deitei-me em minha cama. 

Estava aconchegante, mas nem isso fez-me tranquilizar. Me sentia um completo inútil, um idiota mesquinho que mais merecia desaparecer. Comecei a chorar, mais uma vez. Encarei o teto acima de mim, desejei nunca ter aceitado esta proposta, nunca ter terminado a faculdade, nunca ter nascido. 

Tremia por entre os soluços, talvez devido ao frio, não sei, mas não me cobri. Não tinha qualquer vontade de cuidar de mim. Abracei meu travesseiro, sentindo minha bochecha molhar após alguns segundos. Devem-se ter passado uns quinze minutos, talvez mais, talvez menos, mas sei que adormeci sem nem ao menos perceber.

 

•••

 

Uma fina luz adentrava por entre as cortinas, os pequenos raios de sol aquecendo as partes do meu corpo que tocava. Estremeci por entre os travesseiros, arrependendo-me de ter dormido sem me cobrir. 

Levantei-me relutante, meus pés arrastando-se de modo lento, cada movimento meu traspassando o mínimo de esforço. Me sentia pesado, como se todos meus ossos fossem esmagados por toneladas de pedras e gritassem por socorro. Sentia-me acabado, sem um propósito real a seguir.

Desci as escadas, vendo Chanyeol sentado no sofá. A televisão ligada em um canal qualquer.

—Está vendo o quê? —Perguntei sem realmente me importar.

—Nada. —Riu irônico— No caso estou ouvindo o jornal.

Soltei um "ah" como resposta. Havia feito de novo, esquecido que não podia ver nada, de fato.

—Precisa de algo? —Perguntei desinteressado.

Murmurou um "não" de forma seca. 

Mantive-me de pé, encostado em uma parede, esperando que alguma ordem me fosse dada. Não iria falar mais nada, visto que tudo que eu dizia era irrelevante ou extremamente desprovido de qualquer inteligência. 

Já estava me cansando quando o vi levantar, dirigindo-se a cozinha. Observei-o esquentar um prato pronto, mais uma vez me surpreendendo com o modo que conseguia virar-se sozinho, mesmo sendo cego, enquanto eu, estando em perfeitas condições, não sirvo nem ao menos para tarefas simples como essa.

Não demorou muito para que ele sentasse e começasse a comer. Ainda de pé, perguntei mais uma vez se precisava de algo, recebendo, como resposta, um murmúrio negativo. 

Esperei que me chamasse para sentar e me juntar na refeição, mas nada foi dito. Reparei que nem ao menos perguntou-me se sentia fome, ou sequer esperou que lhe indicasse que eu já havia começado a comer, devido nossa diferença de idade, como é de costume coreano, para que então desse sua primeira garfada.

Mas é claro, se ligasse para mim teria demonstrado isso desde o começo. Nem mesmo eu ligo para minha pessoa, porque ele se importaria? 

Meus pés começaram a doer depois de tanto tempo de pé, mas recusei minha vontade de me sentar ou de voltar para a cama. Fui contratado para cuidar dele e, mesmo que ele não queira ou mesmo que eu seja inútil, vou tentar cumprir minha função ao menos uma vez na vida.


Notas Finais


Link da fic no WattPad: http://my.w.tt/UiNb/ifxVCXniRF


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...