Snape se encontrava parado em frente à casa do seu velho pai. Não lembrava quanto tempo tinha ido ali a última vez, mas nada mudara realmente. As paredes revelavam o tempo, a pintura estava descascando e as janelas e portas enferrujadas. Não havia nenhum vizinho pelas redondezas, de modo que o único som que escutava hora ou outra eram de pássaros que sobrevoavam a região.
Quem quer que passasse por ali, poderia jurar que a casa havia sido abandonada a séculos. Se não fosse por uma luzinha fraca que vinha de um dos cômodos.
Severo odiava aquela casa. Pertencia a gerações à família Snape. Seu pai, o último que morou nela, era um homem terrível. Quando casou com Antonella Prince ficara pior, a moça achava que com o casamento ele iria mudar, seria um boa pessoa. Enganada. Apanhava o tempo todo do marido, que vivia saindo com outras bruxas, e passava dias fora de casa, a deixando sozinha.
Quando engravidou de Severo, ele fez uma grande festa para comemorar. Seu primogênito colocaria para frente seus costumes, além de herdar a casa. Mas ao nascimento do garoto, ele era à cara da mãe. Cabelos escuros, olhos negros, a única coisa do pai era sua expressão dura. Isso decepcionou o senhor Snape que não ficou nada feliz em seu filho se parecer mais com aquela mulher que sempre fora chamada de nomes baixos e horrendos vindo dele. Passou a agredi-la com mais intensidade, e culpa-la fazia na frente do filho, que tentava em prantos ajudar à mãe.
Com 11 anos, o garoto recebeu à carta de Hogwarts, sua mãe ficou feliz. Ele nunca a tinha visto tão feliz em sua vida. Quando embarcou no trem para ir à Hogwarts ela se despediu. No seu rosto havia algo como se fosse liberdade, com um beijo na testa do filho falou:
– Hogwarts irá te acolher. Você será muito amado ainda, e conte com Dumbledore para tudo. Ele é o melhor bruxo que já existiu.
E o deixou partir.
Em sua primeira semana de aula o garoto foi chamado à sala do diretor. A triste noticia foi lhe dada, seu pai havia agredido a sua mãe, porque esta permitira Severo ir para à Escola de Magia. Uma carta foi mandada à Dumbledore, nela Antonella implora incansavelmente ao velho bruxo para cuidar do seu filho, não deixar que o seu pai se aproximasse dele. Antes que Dumbledore pudesse agir e impedir que a bruxa fizesse alguma coisa, seu corpo havia sido encontrado no velho porão da casa. Como se fosse libertada desse mundo igual a um Elfo doméstico, se suicidara. Seu marido passou todo o funeral dizendo que um sangue-ruim havia a matado, boatos falavam que ele tinha ficado maluco, mas algum tempo depois foi encontrado morto também na velha casa. A causa da morte nunca foi revelada.
Severo não foi ao funeral de nenhum. Sentia falta da mãe, ela tinha sido a única que o tinha amado a sua vida toda.
Dumbledore lhe deu toda a assistência e o tornou um bruxo habilidosos.
Mas sua ida ali não tinha nada a ver com os fantasmas do passado. Sabia que Hermione estava ali. Aquele era o único local que ninguém desconfiaria e nos últimos tempos havia sido sede dos encontros dos seguidores de Voldemort.
Se estreitou ao redor da sebe que ali existia e esperou. Havia bruxos das Trevas dentro da casa, e ele não poderia agir por impulso, se não colocaria à vida de Hermione em risco, além do mais, precisava saber onde ela estava.
Foi então que ouviu um gemido de dor. Apurou os ouvidos e viu que o barulho vinha do subsolo. Ela estava no porão.
Era hora de entrar.
HG
– Ora, ora, ora se não é a sangue-ruim Granger. – Bellatrix descia as escadas, seu olhar demonstrava o preconceito que havia com aqueles que nasciam filhos de trouxas. Seus dentes estavam mais podres e seu cabelo mais assanhado do que nunca. Ela apontou a varinha para Hermione, que não se distanciou. Se morresse ali, não iria ser lembrada como uma covarde, iria se opor e lutar até o último segundo de sua vida.
A bruxa fez cara feia, mas logo deu uma risada fria.
– Ande. – Então empurrou à garota, levando-a escada à cima.
Hermione se assustou com aquele lugar, era ainda mais estranho do que o porão. Tapetes empoeirados varriam o chão, um papel de parede velho e gasto cobria as paredes, e quadros com pessoas que se mexiam dançavam em torno da sala.
– Milord... – A bruxa chamou.
– Meu pai não está. – Chanel Oberlin saiu da escuridão, mostrando seus dentes branquíssimos e seus olhos azuis.
– Mas eu escutei o chamado. – Bellatrix retrucou.
– Foi eu que o fiz. – Ela ainda sorria para Hermione. Seus olhos haviam se vidrado na garota. – Pode ir, me deixa com ela.
A bruxa mais velha a olhou com indiferença, entretanto assentiu e saiu, deixando-as à sós.
SS
Do lado de fora tudo continuava igual, a não ser por um professor de poções, que se esquivou atrás do sebo e conjurou um patrono, precisava mandar uma mensagem a Dumbledore.
Mas o mundo parou naquele instante. Por um momento seus pensamentos se esvaziaram da cabeça, uma dor no peito tomou conta de si. E uma lagrima caiu de seus olhos. Não acreditava no que via e no que tinha acontecido. Mas tudo foi diferente. E ele percebeu quanto a amava.
Uma lontra irrompeu de sua varinha, o deixando atônito.
Aquele era o mesmo patrono de Hermione.
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