História Inadequado, mas irresistível (Harry Potter) - Feitiços e Poções

Hermione acordou com uma dor de cabeça, seus pensamentos estavam embrulhados sobre tudo que ocorreu na noite anterior. Snape, Draco... Sonserinos... argh! E uma ressaca pra completar.

Teria aula com Snape naquele dia, e não queria mostrar que havia bebido, visto que o mestre de poções era eficiente em descobrir os alunos malfeitores.

A primeira aula seria com de Defesa Contra as Artes das Trevas com o Professor Lupin, ela ainda não tinha o visto depois do que viu ele com a Tonks.

Harry e Rony já estavam a esperando na sala comunal quando ela finalmente saiu do quarto.

- Por que demorou tanto, Hermione? - Rony perguntou a ela.

- Eu estou com dor de cabeça.

- Acho melhor visitar a ala hospitalar, Mi. - Harry falou a olhando - Você parece não estar bem.

- Mas eu estou bem. Vamos? - falou ela, encerrando o assunto.

Lupin e os outros alunos já estavam na sala quando chegaram, todos olharam pra eles. Se fosse com outro professor, teriam recebido uma advertência, ou uma detenção. Mas o professor Lupin era uma pessoa muito legal, então só sorriu e mandou eles procurarem um lugar para sentarem.

- Como eu estava falando, hoje iremos estudar sobre o Feitiço Ilusório do Crescimento. "Crisciri". Como o nome já diz, é uma ilusão. Faz a pessoa achar que sua estatura, ou algo do seu corpo está maior. Só a pessoa que lança o feitiço, e a que recebeu percebem o que está acontecendo. Na última Guerra Bruxa esse feitiço foi usado deliberadamente, e os bruxos que recebiam o feitiço achavam que estava com alguma doença, os hospitais ficaram lotados. Relatavam que os membros e extremidades, como as mãos e pés estavam enormes. Lábios, unhas, dentes, para eles estavam tudo desproporcionais. Mas, isso logo foi erradicado com o anti-feitiço "Disminuri". Agora, eu preciso de um voluntário, Neville, você poderia vir aqui?

Neville andou em direção ao professor, a passos vacilantes.

- Ok Neville, agora quero que você ponha a língua pra fora, isso... E quero que depois que eu recitar o feitiço, você tente falar algo, está bem?

Neville confirmou com a cabeça, e o professor apontou a varinha em direção a língua do garoto, que estava pra fora.

- Crisciri!

Neville deu um grunhido que assustou quase toda a sala. Estava olhando sua língua, que estava aparentemente normal, mas que o garoto trazia uma expressão assustada.

- Agora eu quero que fale algo. - O professor Lupin continuava próximo a ele. - Você consegue falar?

Saiu algo da boca de Neville, que quase ninguém conseguiu escutar. 

- Pode falar mais alto, está bem?

Então o garoto emitia sons estranhos,  sua língua ainda continuava para fora e aparentemente era isso que o impedia de falar. Ele achava que sua língua estava realmente grande. Alguns alunos estavam rindo disso, então Lupin achou melhor parar.

- Ok, ok, tá bem. Disminuri!

Neville parou e começou a falar que sua língua estava realmente grande e que não consegui falar.

- Isso foi tudo ilusão. - Neville voltou a carteira, ainda confuso - Agora formem duplas e comecem a praticar. Apenas nas unhas, ok?

Os alunos começou a ficar em pares, e Hermione acabou por ficar com Lilá Brown, o que não gostou muito, visto que ela e Rony estavam de muita amizadinha, o que não agradava em nada a castanha.

Hermione foi a primeira a realizar perfeitamente o feitiço, ganhando 20 pontos para a Grifinória. As unhas de Lilá ficaram grandes, e Lupin dava as notas através dos olhares dos alunos, que sempre se mostravam assustados quando conseguiam realizar o feitiço. A aula de repente foi interrompida por uma auror, que pediu desculpas logo que viu que a sala estava cheia de alunos e todos estavam olhando pra ela.

- Oh, não sabia que estava havendo aula agora. - Tonks falou, olhou para o professor e disse - Remo, Dumbledore me pediu que depois da aula você passasse na sala dele.

Tonks e Remo se olharam, não um olhar normal, mas um olhar cheio de desejos. Hermione riu internamente lembrando do que havia visto os dois fazendo.

A aula acabou alguns minutos mais cedo e o professor Lupin acabou por deixar os alunos na sala enquanto ia ao encontro do Dumbledore. 

Os últimos alunos a deixar a sala foi o trio de ouro. Rony estava reclamando que sua varinha estava estragada de novo (as unhas de Harry haviam ficado pintadas de vermelho, visível a todos)

- É sério, eu fiz o feitiço certinho - falava

- Calma Ron, eu e o Harry vamos te ajudar com isso. Não é, Harry? - Harry assentiu com a cabeça. - Mas agora vamos à aula de Poções. Snape não tolera atrasos.

Estavam certos. Quando chegaram a sala foi em cima da hora. Snape os olhou, e em seguida retirou o olhar. Hermione lembrou que havia falado para ele, que iria fazê-lo lembrar do sonho que ele tivera.

Mas pelo visto, não iria a frente com seus planos. Snape era um homem arrogante, e não iria deixar quieto o que uma aluna, principalmente uma Grifinória como ela, que ele já perseguia, tirasse ele do sério. E também ela era uma aluna muito estudiosa, não poderia ser deixada levar pelos sentimentos.

Hermione logo foi tirada de seus pensamentos, assustadas por uma voz grave.

- Hoje iremos aprender a Poção Afrodite. Mais conhecida como a  Poção da Beleza. Alguém pode me dizer o que ela é?

Ela logo estendeu a mão, mas o professor como sempre a ignorou em suas aulas.

- Alguém? - ela continuava com a mão estendida no ar - Ninguém? Que pena.

Continuou como se nada tivesse acontecido, deixando Hermione irritada.

- A Poção da Beleza é uma poção que já enganou diversos bruxos. Dos mais poderosos aos mais fracos. Dos bruxos do bem, até os bruxos das Trevas. Ela faz com que, quem a beba, pareça alguém mais bela. Seu efeito somente é visto pelos que vêem a pessoa que está sob a poção. A pessoa que a bebe não fica realmente bonita, seu efeito é ilusório. Mas não se enganem, as pessoas que acham a outra bonita, ficam como sobre uma hipnose, que pode durar dias, meses e até anos. A tarefa de vocês hoje é tentar fazer uma poção ao menos parecida, e em duplas. Mas vocês não vão ficar com os amigos - o professor olhou para Harry, Rony, e Hermione quando disse isso - Eu vou separar as duplas, e eu não quero ouvir nenhuma hesitação. Está tudo entendido?

A turma assentiu e Snape começou a chamar as duplas. A maioria dos alunos da Grifinória formaram duplas com os da Sonserina, mesmo não achando uma boa idéia. Rony ficou com Astoria Greengrass. E Harry ficou com Pansy Parkinson, uma garota que o trio não gostava, já que só vivia junto com os outros alunos da Sonserina zombando o trio.

Faltou a dupla de Hermione, e quando Snape estava chamando o resto dos alunos ela torceu que Malfoy ficasse com outro alguém. Não tinha nem olhado pra ele depois do que ele havia falado na festinha.

- Hermione Granger vai ficar com... - Draco não, Draco não! - Draco Malfoy.

ARGGG

Hermione foi até o fim da sala, que era onde o Caldeirão de Draco estava. Snape olhou pra ela enquanto passava, mas ela fingiu que não tinha visto e continuou.

Draco estava prestando atenção em um livro quando Hermione sentou, vacilante, ao seu lado. Ficou um silêncio constrangedor até que Snape mandou começar a poção. Começaram o preparo, e quando Hermione ia pegar as pétalas de rosas de Perséfone, Draco encostou na sua mão, a fazendo recuar de imediato.

- Precisamos conversar sobre o que aconteceu ontem. - Draco disse baixinho, quebrando o gelo.

- O que aconteceu ontem? Não aconteceu nada ontem. - ela disse ainda sem olhar pra ele.

- Não sei porque eu disse aquilo, acho que aquele Wisky tinha alguma poção de zombaria, só pode. Aquilo que eu falei, não tem nada a ver com a realidade.

Hermione o olhou sem paciência.

- Não era real? Não me pareceu nada ilusório quando você falou que gostava de mim. - Draco se sobressaltou com aquilo, olhando para os lados pra ver se alguém tinha escutado.

- Ninguém iria acreditar. E outra que não daríamos certo, não posso me envolver com alguém de sangue... comprometido. 

Hermione ficou enfurecida com aquilo. Quem aquele garoto acha que era?

- Saiba que, Draco Malfoy, eu nunca iria querer nada com você. Você é uma das piores pessoas que eu já conheci.

Draco ficou irritado. Não gostava de se ver rebaixado por ninguém e muito menos por uma Grifinória. Então ele olhou ao redor e disse para ela;

- Eu não gosto de você, Granger. - Draco falou alto, atraindo a atenção de alguns alunos. Snape estava ocupado junto ao caldeirão de Neville que havia colocado um ingrediente errado e a poção estava cheirando a lavanda.

- O quê?

- Eu não quero nada com você, não quero nada com uma sangue-ruim.

Hermione não estava entendendo aquilo, mas quando viu os alunos da Sonserina apontarem para eles e rir, entendeu o que Draco estava fazendo. Estava fazendo com que os outros achassem que ela que estava atrás dele.

- O QUÊ? Tá maluco? Eu que não quero nada com você! Você é um idiot... - Seu discurso foi interrompido pelo Mestre de Poções.

- Pelo visto, a conversa está boa... não é senhorita Granger? Que tal compartilhar com todo mundo? Acho que conversar paralelas nas aulas são de suma importância para todos. - Snape arqueou uma sobrancelha e fitou Hermione.

Ela estava com raiva da situação. Draco agora estava rindo, o que a deixou com mais raiva ainda. E a sala estava voltada com toda atenção para ela e o professor, que agora estavam bem próximos.

- Não era nada, Draco só est... - Snape a interrompeu novamente e ela abaixou a cabeça com raiva.

- Suas emoções com Draco nada me interessam, Granger.

- Não é isso que está pensando. - ela tentava se desculpar. - Desculpas.

- Desculpas? Acha que desculpas são como um feitiço de conserto, Granger? Que lançado vai curar tudo?

- Não. - ela tentava cortar o assunto e tirar a atenção que estava chamando. Harry e Rony a olhavam com cara de quem não estava entendendo nada.

- Não sou como os outros professores, Granger. A senhorita já deveria ter entendido isso. Mas pelo visto, sua vontade de aparecer te faz se sentir melhor que todo mundo. Pois saiba, que você não é nada a mais que os outros. Apenas uma intragável sabe-tudo. E que só quer atenção. Menos 50 pontos para Grifinória pela petulância da senhorita Granger.

Hermione não respondeu. Estava com muita raiva, Snape e Draco haviam  irritado e humilhado ela na frente de todos. E ela não deixaria barato.

Olhou para Draco que se encontrava na mesa de um de seus colegas Sonserinos, cuidaria dele depois. Virou-se para Snape que estava com uma expressão de triunfo no rosto e tomando toda a coragem que tinha, tirou a varinha das vestes e recitou baixinho, por debaixo da mesa na direção de Snape:

- cresciri!

Snape parou abruptamente a sua andada pela sala e olhou para a região do seu baixo ventre, com os olhos assustados. Sentia que seu membro estava quase saindo pela sua calça, e ele não sabia como aquilo aconteceu.

Mas uma risada que veio do fim da sala denunciou a malfeitora. Hermione estava rindo, e olhando pra ele. Não se preocupou em esconder que tinha feito aquilo. Ele olhou para ela com uma expressão de raiva, mas ficou apenas parado no lugar e recitou o anti-feitiço, retornando a ver como estavam os caldeirões dos outros alunos.

Ele continuou a aula indiferente, não olhou para Hermione e nem fez mais comentários ácidos. Ela estranhou, Snape era uma pessoa de agir e não de ficar calado, enquanto alunos zombavam dele.

A aula finalmente acabou, e quando Hermione ia saindo ao encontro de Harry e Rony, Snape falou:

- Hermione Granger, fique. Quero ter uma conversa com você.

Ela se assustou e sabia que viria algo muito ruim. Será que Snape faria ela ser expulsa? Ou contaria a Dumbledore e estragaria sua reputação?

Enquanto Harry e Rony saíam, ela sentiu um frio percorrer sua espinha. Então Snape começou a falar;

- Granger, Granger... Você está sendo uma garota muito má. Dumbledore não iria gostar de saber isso, iria?

- Por favor não conte nada a Dumbledore! - Ela quase implorava.

- Então, confessa que o feitiço ilusório do crescimento foi a senhorita que lançou? - Ele arqueou uma sobrancelha, e então Hermione baixou a cabeça.

- Sim, professor. Me desculpe.

- Desculpas, sempre as mesmas  desculpas... Só que nesse caso desculpas não irão te tirar dessa encrenca, Senhorita Sabe-tudo.

- Eu vou ser expulsa?

Snape se aproximou dela por trás, seus lábios quase tocando o lóbulo da orelha dela, sua respiração quente próximo à ela.

- Creio que expulsar seria mais fácil. Você precisa aprender a ser uma boa... menina.

- E o que-que o senhor vai fazer comigo? - ela perguntou, vacilante.

Com um aceno da varinha ele trancou a porta. E olhando para ela, aproximou seus rostos, quase se encostando, falou:

- Eu? Eu vou te castigar.