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História Incógnita - Dois


Escrita por: singlelostgirl

Notas do Autor


Oi! Desculpa não ter atualizado antes eu literalmente escrevi esse capítulo umas 4 ou 5 vezes por não estar satisfeita com o resultado mas bem , aqui estou eu , espero que gostem comentem aí!1!1!1!!!11
Ps: A música desse capítulo é : Daughter - Medicine (Link nas notas finais)

Capítulo 2 - Dois


Dois

“Conte-me mais sobre sua relação familiar, Ruby.”, a doutora Francesca me disse com seu sotaque acentuado.

“Basicamente, a minha mãe morreu, como eu já havia dito, e vejo meu pai umas duas ou três vezes no ano no máximo.”, falei já sentindo uma pontada de ansiedade invadir o meu corpo ,”De família é só, mas eu considero o meu amigo Ashton e a mãe dele como sendo irmão e madrasta”, disse me lembrando da Sra. Irwin.

“Hm, e qual é o emprego do seu pai?”, ela disse ajeitando o óculos, dei uma inspirada naquele ar da pequena sala de consultas, antes de responder, o cheiro de colônia barata já estava me deixando tonta. “Ele é piloto.”, disse sem ao menos sentir falta do sujeito que estava falando, gostava de chamar meu pai apenas de ‘Dave’.

A mulher do ruivo falso e maquiagem exagerada esboçava cada palavra minha, soltando alguns suspiros eventualmente. “Olha eu sei que você está cansada, eu também estou, então por que não esquecemos os meus problemas e cada uma vai pra casa desfrutar do bom e velho netflix?”,disse já cansada de olhar para Francesca. “Não é assim que as coisas funcionam senhorita Hattaway, conheço o seu pai e garanti que cuidaria da sua saúde mental na ausência dele.”, ela me respondeu sem nem ao menos levantar o olhar.

“Saúde mental? Você ao menos é formada?”, debochei da mulher que tinha mais de prostituta do que de psicóloga. ”Com licença?” Francesca interviu, ”Olha Ruby, eu sei que as coisas tem sido difíceis mas você não pode utilizar isto como pretexto para me ofender, estou aqui para te ajudar.”

Bullshit!

“Vamos voltar ao início, conte-me sobre Ashton, como é a relação entre vocês dois?”, continuou.

“Somos amigos de infância.” ,foi tudo que eu pude dizer. ”Conte-me mais ,Ruby.”

Céus, como eu odeio o som da voz dela falando o meu nome!

“Quer que eu te conte uma história de mais de 10 anos de amizade?, perguntei sentindo a minha cabeça doer. ”Não, só responda a algumas perguntas.”, ela disse e eu apenas concordei.

Meu pai nem mora mais comigo, ele nem mora mais comigo, por que será que está me obrigando a vir aqui agora ?

“Quando se conheceram?”, a voz estridente de Francesca me tirou de meus lamentos.

“Hm, éramos crianças, um garoto chamado Nick estava prestes a me bater por um motivo no qual eu não me lembro mais quando Ashton apareceu e me defendeu sem ao menos me conhecer. Viramos amigos desde então e depois descobrimos que nossas mães eram colegas de quarto na faculdade.”, disse enquanto assistia Francesca  fazer suas anotações.

“E vocês sempre foram só amigos?”, disse com um tom estranho na pergunta.

O que ela está querendo insinuar ?Eu e Ashton? Pelo amor de deus, qual parte do ‘amigos de infância’ ela não entendeu ?

“Sim, acho que sim...”,disse e ela deu um pulo da cadeira. “Antes que eu me esqueça, os resultados dos seus exames chegaram”, disse , aleatória no mínimo. ”E então?”, perguntei.

“Lamento querida, o diagnóstico é de depressão pós-traumática com um dos principais sintomas a ansiedade constante.”

Que novidade.

“Tenho aqui algumas sugestões de antidepressi-“ , a interrompi. “Não, não vou me drogar, até mais Francesca.”,fiz questão de dizer o nome dele de maneira quase tão estranha quanto ela faz com o meu e me retirei do cubículo ás pressas.

[...]

“Tenho novidades”, Ashton disse entrando no meu quarto abruptamente. ”Eu também.”

Até pensei em dizê-lo que ele poderia ter entrado em um momento inapropriado como se eu estivesse com alguém(se é que você me entende), ou trocando de roupa mas desisti, afinal, não é como se nunca tivesse acontecido.

“Conta primeiro.” ,insisti. ”Lembra do Michael?”, perguntou com animação na voz.

Michael quem ?

“Quem?”, disse sem conseguir me recordar. ”Pode chama-lo de item 23 da sua lista, recorda?”, me respondeu e então lembrei do sujeito. “Tá, o que tem ele ?”

“É meu colega de quarto!”, Ashton disse e eu engasguei com o café que estava tomando.”Como assim ?”perguntei.

“Depois explico, qual a sua novidade ?”,perguntou sorridente.

Para Ashton, eu não quero tirar esse seu sorriso lindo do rosto.

“Não, acho que isso pode esperar.”, continuei. ”Agora que começou, fala.”

“Fui na Francesca hoje.”, disse e encarei minhas pernas estiradas na minha cama fria. ”E então?”, Ashton perguntou.

“Ela disse que eu tenho depressão pós-traumática e ansiedade.”, disse um tanto desconfortável. “E-eu sinto muito Ruby, sabe que eu vou sempre estar aqui né?”, disse e depositou um beijo na minha bochecha. “Sim eu sei, obrigada Ashtônio.”, respondi. O jeito com que Ashton me tratava era tão açucarado, com tanta ternura, realmente tinha sorte de tê-lo como amigo.

“Bem, até onde eu sei, ainda é sexta-feira, a lista ainda tá de pé ?”,tentou mudar de assunto ,sem sucesso pois tudo que se passava na minha cabeça eram as palavras na voz estridente de Francesca: depressão; trauma; ansiedade.

“Claro , Calum deve estar quase chegando mesmo...”, respondi parcialmente desanimada, “ Se não quiser não vamos, a escolha é sua, mas te conhecendo do jeito que conheço acho melhor não ficar aí revirando os neurônios.”

Ao contrário Ashton, sair para fazer coisas da lista só me lembra do quanto eu quero morrer. A sensação é libertadora sim , mas ficar dependente de adrenalina não é uma opção, de dependência, basta nicotina e sexo.

[...]

Então o plano era entrar no Walmart se esconder e esperar até fechar. Pode parecer estranho mas uma das coisas que eu sempre sonhei em fazer quando criança era ficar em alguma loja- especialmente supermercados- após o seu fechamento.

Ao contrário de Ashton, Calum aceitou a proposta na hora. As vezes eu sentia como se Ashton fosse protetor demasiadamente. Pobre coitado, não precisava de se preocupar, não há consequências para ligar Ashton, eu vou morrer mesmo.

Já começava a sentir o coração acelerar quanto mais o tempo passava. Deviam faltar uns vinte minutos para a loja fechar e eu não queria correr o risco de ser pega lá dentro antes que ela feche então, resolvi puxar conversa.

“Hey Ashton, você disse alguma coisa sobre o ... qual o nome dele mesmo?”, comecei.

“Michael.”, respondeu sem dar importância, “Isso o que tem ele ?”,perguntei.

“Ele é meu colega de quarto ,Ruby, eu já te disse isso”, disse e não pude deixar de revirar os olhos para sua impaciência. “Desculpa, eu estava com a cabeça longe hoje mais cedo.”, falei.

“Então ele está de volta...”, Calum murmurou para si mesmo, alto suficiente para que eu o ouvisse. “O que quer dizer com ‘de volta’?”, questionei sem vontade de saber( ao menos quis convencer a mim mesma que estava desinteressada).

“Nada, coisas do Michael , nada com que você tenha que se preocupar.”, disse.

Grosso!

“Então, acho que já deu o horário, espero vocês no carro, caso tenha de haver uma fuga emergencial.”, Ashton se desculpou colocando os pés no painel e reclinando sua cadeira.

Não se preocupe Ashton, não vou enaltecer sua covardia nesse relato!

Circundei a área com o olhar, a fim de que ninguém estivesse presente para testemunhar a façanha além de claro, Cashton. Eu e Calum entramos de forma rápida e eu o puxei para o banheiro de deficientes. “A loja fecha daqui a um minuto, vamos aguardar aqui por precaução”, murmurei e mandei uma mensagem para Ashton:

[Ruby:23:59]: Estamos no banheiro. Me avise quando as luzes apagarem!1!1

[AshXx:23:59]: O.K.

Confesso que era difícil ficar em silêncio com Calum, por mais que estivéssemos cansados, quanto mais a gente tentava mais difícil ficava de segurar o riso. Tentávamos desviar o olhar a qualquer custo mas o cubículo era pequeno demais. Finalmente, a tela do meu celular ascendeu, “Podem sair, cuidado para não serem presos”, li em voz alta e recebi um olhar preocupado de Calum. “Relaxa Asiático, é só fazer o que eu fizer.”

Abri a porta do cubículo e olhei em volta do estabelecimento, não havia nem sinal de vida. Mesmo assim, apostei no silêncio ainda escutando a respiração pesada de Calum e nossos passos lentos no chão frio de granito. “Dude, calm down!”, disse para Calum, “Me segue.”, disse e segurei sua mão o guiando até a seção de doces.

“Tá vendo aquele tubo ali em cima ?”,perguntei e ele assentiu, “Pega para mim? Sou pequena demais.”, ele riu pelo nariz e pegou o tubo de chantilly da prateleira mais alta. Peguei o mesmo e esguichei o doce na minha boca, Calum fez o mesmo.

Fiquei estagnada naquela sensação. Naquela sensação de realizar um sonho bobo de criança de ficar até tarde no supermercado e esguichar chantilly direto na boca e sem pagar.

Logo, saí da hipnose, peguei algumas balinhas azuis-minhas preferidas!- e vi Calum esguichando mais uma vez o chantilly e guardando no mesmo lugar que tinha pegado. ”Ew!”,exclamei diante da cena, “Tenho pena de quem frequenta esse lugar, principalmente daqueles que compra chantilly.”, falei e ele apenas riu.

Com as portas fechadas , a única opção possível era sair pela janela do cubículo que uma vez estivemos escondidos. Ao sair, encontrei Ashton dormindo da mesma posição de anteriormente, entrei de fininho no carro e bati uma palma do lado de seu rosto, ele acordou no susto sem hesitar em me xingar, não pude conter o riso.

 

 

 

 


Notas Finais


Espero que estejam gostando , ta dando muito trabalho ushaushaush
https://www.youtube.com/watch?v=sf6mkYz4mx0


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