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História Incógnita - Três


Escrita por: singlelostgirl

Notas do Autor


Oi voltei, a música do capítulo é So sad, So sad - Versity ,
enjoy!

Capítulo 3 - Três


Capítulo-3

As últimas semanas foram provavelmente as melhores de todos os tempos, fiz coisas insanas-OK estou exagerando- com Calum e Ashton, como ir em um drive in, doar sangue, adivinhar qual música do The 1975 estava tocando em no máximo 5 segundos-Sim eu sou esse tipo de fã-, Calum estava me ensinando a surfar e eu, surpreendentemente, estava indo bem, mas é claro que ele fazia questão de me dizer o contrário. Tanta coisa aconteceu que mais parecem meses, foi como se os segundos tivessem se transformado em minutos repentinamente.

Hoje, uma sexta-feira, Ashton me convenceu de ir em uma festa da faculdade- algo que eu odiava fazer, principalmente quando era uma “sexta-feira da lista”, mas como Ashton me pediu e ele sempre me ajuda com a lista, resolvi aceita- ,para ser mais exata era uma festa do Roland.

A última Festa do Roland que eu fui deve ter acontecido uns dois anos atrás, elas aconteciam semanalmente no entanto, drogas, assédios, e música estupidamente alta não me atraíam tanto quanto atraíam Luke e Kate.

Ashton era daquele tipo de pessoa que consegue convencer qualquer um a qualquer coisa, na situação em questão, não fi diferente.

Após tomar um banho e secar os cabelos, escolhi uma calça preta rasada e um crooped branco, já que a minha vontade de ir já não era tamanha, decidi apenas passar um rímel como maquiagem. Escutei uma batida solitária na porta, já sabia quem era.

“Você fica tão linda sem maquiagem”, Ashton disse com um sorriso no rosto, “Ah, antes que eu me esqueça, estava passando pelo estacionamento e o seu pneu está vazio de novo, então, tomei a liberdade de pedir carona para Luke já que ele também vai.”

“Vazio? De novo?”, disse revirando os olhos- um mal hábito frequente- ,”Está mesmo furado ou você só está dizendo isso para me obrigar a falar com ele?” perguntei desconfiada.

“Confia em mim, quero que vocês se acertem já que eu sei que você ainda gosta dele e eu odeio ter que sair com vocês separadamente, mas não é como se eu pudesse forçar algo do tipo.”, disse enquanto atravessávamos o corredor, indo em direção as escadas.

Luke sempre foi muito atraente, mas hoje ele estava excepcionalmente atraente. Estava tão bem naquela camisa marsala com dois botões desabotoados que eu até esqueci de conferir se o meu carro estava mesmo com os pneus murchos.

Murmurei um ‘boa noite’ mas ele não me respondeu, não nos olhamos nos olhos se quer uma vez, o que deixava explícito que Luke guardava mágoa de mim, se não mágoa talvez raiva. Era um ato sem sentido considerando que eu não fiz nada para ele e quem teve o coração partido fui eu, eu é que cuidei dele quando ele precisou.

Ao contrário de Luke, Kate não parava de falar um segundo, confesso que doeu um pouco o fato de que ela não falou nada comigo, apenas com Luke e Ashton. Kate, além de ser minha única amiga mulher, estava um tanto ausente ultimamente, conhecendo ela do jeito que conheço, tenho certeza de que a loira teria alguma novidade para me contar mas durante aqueles minutos parecia que eu nem existia, ou melhor, parecia que eu tinha morrido para os dois.

Momentaneamente, Ashton me olhava de lado e sorria constrangido como se estivesse se desculpando de algo. Eu apenas sorria de volta e tentava demonstrar que a situação não estava me abalando.

 Então assim que chegamos na casa de Roland Sparks, Luke E Kate sumiram da minha vista, por um momento perdi Ashton, mas aí percebi que ele estava bem atrás de mim.

Corri os olhos pelo local que eu pensava só fazer parte de algumas memórias antigas. A casa de paredes brancas e dois andares era perfeita para servir de cenário em uma festa adolescente nos filmes de Hollywood , a entrada era circundada por cercas de madeira e a caixa de correio era vermelha, havia uma trepadeira nas paredes externas que ia do chão até a sacada de um dos quartos, a sala era larga e a cozinha estreita, havia uma escada de madeira escura que dava nos aposentos pessoais ,uma mesa de ping pong no meio da sala e nos fundos, uma área de fogueira e uma piscina num formato abstrato.

Me lembrei do motivo pelo qual não tinha voltado numa festa daquelas: muita droga, pessoas faziam fila para cheirar o pó branco, a música era ensurdecedora, haviam pelo menos dois casais se tocando a cada um dos muitos metros quadrados do local.

Fiz uma cara de nojo e me voltei para Ash, “Como foi que você me convenceu de voltar aqui mesmo?” eu perguntei e ele riu.

“Você conhecer a Bryana, irmã do Roland, lembra ?”, perguntou gesticulando.

“Ah sim, a garota que você está pegando... Mas espera, irmã do Roland? Essa daí deve ser mais rodada que roleta de ônibus...”, pensei alto.

“Não fale dela antes de conhece-la” disse e ergui minhas mãos em sinal de rendição.

[...]

Bryana era realmente adorável, era simpática como o irmão mas bem mais ... sensata(?). Ela tinha um corpo de dar inveja, um sorriso lindo e os cabelos tão loiros quanto o sol, ou, tão loiros quanto a cerveja que eu estava ansiando para tomar.

Não posso negar que senti ciúmes da garota. Por mais adorável que fosse, o pensamento de Ashton- meu Ashton, meu pequeno Ashton do colegial- me trocando pela loira me dava calafrios. Eu sabia que isso nunca iria acontecer, eu e Ashton temos um elo muito forte, as vezes é como se pudéssemos escutar os pensamentos um do outro, mas como disse antes, não podia evitar, sou taurina e muito ciumenta por sinal.

Consegui me distanciar dos dois a fim de dar ‘privacidade’ ao casal e claro, pegar a boa e velha cerveja Corona.

Lembrei da minha primeira festa na faculdade, quando Luke me deu o concelho mais útil que eu já recebi, “Nunca pegue as bebidas da mesa, elas tem droga tipo LSD e ecstasy, pegue as do armário e em último caso as da geladeira”, felizmente esse alerta me poupou de acordar em uma banheira de gelo sem o meu rim esquerdo.

Abri a geladeira e peguei uma long neck lacrada, abri a tampa e me deliciei ao sentir o vaporzinho gelado sair da boca da garrafa e encostar nos meus lábios antes de dar o primeiro gole.

Logo já estava brincando com a garrafa vazia, sentada no último degrau da escada, ignorando alguns garotos que passavam e insistiam para subir e transar.

Nessas horas e me sentia um tanto altista, ignorando a todos e dançando no meu próprio ritmo.

Já passavam das duas horas da madrugada e neste ponto todos já estavam presos em um ciclo que só encerrava quando o sol se arriscava a nascer de novo. O ciclo era basicamente beber, dançar, beijar alguém, talvez vomitar, talvez subir e transar – era um ciclo extremamente monótono e chato.

Avistava Ashton e Bryana algumas vezes e já estava me acostumando com a cena, tanto que me enganei ao esbarrar em uma loira com um cara perto da cozinha.

Não eram Ashton e Bryana, eram Luke e Kate.

Fiz uma cara estranha e corri de lá o mais rápido possível. No caminho, acabei achando uma garrafa de vodca quase no fim. Me sentei à beira da piscina colocando os saltos do meu lado.

Coloquei-me a chorar enquanto bebia aquele líquido ardido e tentava ascender o último cigarro do maço, numa tentativa ridícula de afastar meus pensamentos das mágoas cada vez mais recentes. Eu sabia que não tinha o direito mas sim eu estava magoada por que (a) Kate era minha única amiga e (b) ela sabai de tudo que aconteceu comigo e Luke.

Além disso, eu não conseguia acreditar que aquele canalha tinha a coragem de me partir em pedaços e depois ficar com a minha melhor amiga.

Tudo bem que eu que eu estava ausente esses tempos mas não era culpa minha. A culpa era do Dave, que fique claro que ele que me obrigou a não ter mais uma colega de quarto, ele disse que seria melhor para mim e que também conservaria a saúde mental da Kate. O fato de eu não estar tão próxima dela não dá o direito de fazer uma coisa dessas comigo certo?

Fiquei uns bons e longos minutos repassando memórias até que senti o meu pescoço doer de tanto fitar o fundo da piscina, levantei o olhar e encontrei um par de olhos verdes atentos, cabelos vermelhos, e uma garrafa de Corona vazia. Michael estava em uma posição similar a minha, exceto que estava com as pernas cruzadas sem encostar na água.

Percebi seus olhos analisarem cada canto de meu rosto enquanto eu fazia o mesmo com ele. Seus olhos tinham um tom enigmático, eram de um verde escuro, quase negros, daquela cor misteriosa que é a cor do mar durante a noite. Mas também eram vermelhos, presumi que ou ele estava bêbado ou andou chorando tanto quanto eu ,mas levando-se em consideração que ele era filho de uma celebridade e que por isso tendia a ter um espírito impulsivo , descartei a segunda hipótese antes mesmo de cogitá-la realmente.

Ficamos nos olhando por mais alguns instantes antes de eu decidir que tudo que eu precisava era de um banho gelado e um emaranhado de lençóis. Estava prestes a me levantar quando Michael resolveu falar ,”Você é mais bonita sorrindo e beijando caras desconhecidos do que chorando por babacas quaisquer.”, a voz dele era suave e grave, como se não estivesse fazendo esforço para ser ouvido.

Desviei o olhar e não cogitei responde-lo, eu queria correr para o meu quarto- Não o meu quarto em Eastwood College, mas sim o meu quarto, na antiga casa amarela ao norte de Mellbourne-, eu queria gritar, morder o travesseiro, mas permanecia estranhamente imóvel. Um estado tão estático que a menção de Michael ao acontecimento constrangedor de algumas semanas atrás nem me causou desconforto, como teria acontecido normalmente, foi aí que eu percebi que estava paralisada por que estava no meio de uma crise de ansiedade.

Era como um ataque de pânico, mas tudo acontecia na minha mente, eu não conseguia respirar direito, nem sair do lugar, nem parar de tremer. Tudo que eu fazia era continuar analisando memórias enquanto assistia o garoto dos cabelos coloridos se levantar e contornar a borda da piscina, e segurar a minha mão.

“Vem Ruby, vamos encontrar o Ashton, vai ficar tudo bem”

O toque de suas mãos quentinhas trouxe uma sensação de conforto, de ternura, a medida que andávamos fui parando de tremer.

Não me questionei sobre como ele sabia o meu nome, ou como sabia que Ash cuidaria de mim, apenas apertei sua mão e deixei que o ex estranho me ajudasse.


Notas Finais


comentem aí o que acharam , catchau!


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