História Incondicional - A notícia

Cena 01, Rua sem saída, Tarde.

Em uma rua sem saída, uma viela, há um tumulto de pessoas, a polícia então tenta afastar os curiosos, Enquanto isso, Alice recebera um telefonema.

EDUARDA – Como assim? Morreu?

O telefone caiu de suas mãos.

ROGERIO – O que aconteceu?

EDUARDA – Acabaram de encontrar o corpo da Roberta, a ex-mulher do meu pai, meu deus!

ROGÉRIO – Nossa!

EDUARDA – Mas eu sei que aquela mulher merecia, eu sei que não devia pensar assim, mas é menos uma pessoa ruim nesse mundo!

ROGÉRIO – Vou te levar para casa!

EDUARDA – Eu prefiro ir sozinha!

Ela pega bolsa, abre a porta do carro e vai embora.

ROGÉRIO – Eduarda, você não pode sair assim sozinha!

EDUARDA – Eu sei me virar!

(Ele saiu do carro e correu atrás dela).

ROGÉRIO – Eu vou te levar para casa, nem que seja a força!

 

Cena 02, Mansão Figueiras, Portão.

Jumira aparece toda de preto, parecendo até uma assombração para receber a visita inesperada, era da polícia, Delegado Martin, necessariamente.

JUMIRA – Quem é você? Em que posso ajudar?

DELEGADO MARTIM – Com licença!

Ele entra sem permissão e vai até a sala.

JUMIRA – Como entra assim na casa de alguém sem permissão?

DELEGADO MARTIM – Prazer, Delegado Martim!

JUMIRA – Delegado?

DELEGADO MARTIM – Presumo que seja a empregada de Roberta! Sinto muito, encontramos o corpo da Senhora Roberta Figueiras em uma viela.

JUMIRA – Corpo?

Em um momento veio à lembrança de sua patroa, as duas estavam no quarto, quando Jumira pegou uma de suas joias.

ROBERTA – Como ousa mexer em coisas que não são suas?

JUMIRA – É um lindo colar!

ROBERTA – Devolva agora!

JUMIRA – Eu sei de muita coisa sobre você, Roberta! Eu acho que eu poderia muito bem ficar com ele!

ROBERTA – Então vai ficar com ele?

JUMIRA – Vou sim! Cansei de me fingir de idiota, a senhora, senhora não, você, nunca desceu da minha garganta e agora que sei de coisas, é uma boa hora de me dar bem!

ROBERTA – Cuidado!

JUMIRA – Não tenho medo da senhora!

(Jumira viu então o rosto do Delegado).

DELEGADO MARTIM – Gostava muito de sua patroa?

JUMIRA – A Dona Roberta era um mimo de pessoa, estou tão horrorizada, quem pode ter feito uma barbaridade dessas?

Ela soluçou, um falso choro saiu, o delegado estava apenas observando, olhou cada lugar do local após tomar o depoimento da empregada.

 

Cena 03, Apartamento Rafael, Sala.

Rafael chega e encontra uma mala no meio da sala, Felipe sai do quarto e da de cara com ele.

RAFAEL – O que são essas malas?

FELIPE – São minhas!

RAFAEL – Vai viajar?

FELIPE – Na verdade, não! Estou indo para um hotel, depois vou procurar um apartamento, já está na hora de eu ter o meu próprio lugar!

RAFAEL – Porque isso agora?

FELIPE – Eu já disse tudo!

RAFAEL – E se eu pedisse para você ficar?

FELIPE – Eu te amo, Rafael! Não vou suportar mais ficar aqui!

(Felipe então pegou sua mala e saiu).

 

Cena 04, Casa de Margareth, Sala.

Margareth estava diante da TV, estava passando a notícia da morte de Roberta Figueiras, Alice viu a porta aberta e entrou.

MARGARETH – A Roberta está morta!

ALICE – Não acredito! Sério?

MARGARETH – Está passando na TV, como ela era um pouco famosa, socialite, algo desse tipo, virou manchete!

(Alice neste exato momento pegou o celular e ligou para Rafael).

ALICE – Liga a TV!

MARGARETH – Ainda acho que essa vadia mereceu!

RAFAEL – Eu não estou acreditando! Como assim? Roberta?

ALICE – Me encontra no mesmo lugar de sempre!

(Desliga o telefone).

MARGARETH – Quem estava falando?

ALICE – Não é nada, meu deus, não acredito! Tudo bem, eu nem era próxima dessa louca, mas você Margareth, a mulher que ama esta morta!

MARGARETH – Ela mereceu, não tenho pena alguma!

ALICE – Eu só espero...

MARGARETH – Nem complete o que você ia dizer!

 

Cena 05, Delegacia.

Música triste, Eduarda esta sentada em uma cadeira na Delegacia, o Delegado a chama e ela entra em sua sala.

DELEGADO MARTIM – Boa tarde, queira se sentar, por favor!

EDUARDA – Não consegui entrar em contato com o meu pai, não sei o que houve! Muito bem, entendo que sou a mais próxima da Roberta!

DELEGADO MARTIM – Estranho? Concorda?

EDUARDA – O que?

DELEGADO MARTIM – O seu pai, Renan Figueiras! Ex-marido de Roberta Figueiras ter sumido após o assassinato da mesma!

EDUARDA – Deve haver alguma explicação, mas vamos direto ao assunto, estou cansada demais!

DELEGADO MARTIM – Enquanto não tomo o depoimento do seu pai, acredito que ele seja o principal suspeito desse crime! Mas gostaria de saber como era a convivência com sua madrasta?

EDUARDA – Meu pai e a Roberta estavam separados, não tinham mais nada!

DELEGADO MARTIM – Falaremos de você!

EDUARDA – Nunca gostei da Roberta, nunca fomos amigas, nunca suportei, sinceramente, não vou mentir para agradar!

DELEGADO MARTIM – Já tiveram muitos problemas?

Eduarda não estava se sentindo muito bem, teve um dia bastante cansativo, sabia que era recorrência de sua doença, mas ninguém sabia, exceto Felipe, desmaiou ali mesmo.

 

Cena 06, Bar, Noite.

Rafael e Alice conversam reservadamente em uma das últimas mesas do local.

RAFAEL – Você ta achando que eu posso ter matado a Roberta?

ALICE – Eu não disse isso! Sei que é muito estranho, ela apareceu naquela noite no seu apartamento, eu deixei vocês sozinhos...

RAFAEL – Eu já disse, a Roberta ficou no quarto e depois sai, estava com a Eduarda e quando voltei, dormi e não percebi que ela não estava mais!

ALICE – Ta! Desculpa! Não sou da polícia, mas você claro que sim, pode ser um dos principais suspeitos, a louca corria atrás de você, lembra quando ela te ameaçou com uma arma?

RAFAEL – Mas eu nem fiz nada!

ALICE – E eu, não tenho nada haver com toda essa história e sei de bastante coisa!

Cena 07, Hospital, Noite.

Eduarda esta repousando, enquanto Delegado Martim e Felipe observam.

DELEGADO MARTIM – Ela vai ficar bem mesmo?

FELIPE – Sim, só precisa descansar! Tudo que aconteceu deixou a minha paciente exausta!

DELEGADO MARTIM – Tudo bem, eu tenho que voltar para a Delegacia! Também estou exausto, se puder, me dê notícias dela!

FELIPE – Claro!

(O Delegado sai, Felipe volta para Eduarda e percebe que ela esta acordada).

EDUARDA – Ele já foi?

FELIPE – Sim! Como esta se sentindo?

EDUARDA – Eu vou ficar bem!

FELIPE – Tem que contar a real situação para o seu pai!

EDUARDA – Eu sei o que estou fazendo!

 

Cena 08, Bar, Noite.

Alice tinha acabado de sair do toalete e esbarrara em quem menos imaginava. Jhon, o cara que tinha salvado a mesma do suicido forjado.

JHON – Você não é aquela garota?

ALICE – Que garota?

JHON – A maluca da varanda!

(Ela sorri).

ALICE – Eu não sou maluca, tentei me matar por puro charme!

JHON – Sei!

ALICE – A gente se encontra!

Alice levanta a sobrancelha e vai em direção à mesa em que se encontra Rafael.

 

Cena 09, Venusbar, Noite.

Margareth também não imaginava a surpresa que teria de rever uma amiga, eu acho, não sei se esse é o correto, mas que seja, amiga ou não, foi uma surpresa rever Veridiana em seu estabelecimento.

VERIDIANA – Margareth?

MARGARETH – Você? O que esta fazendo aqui?

VERIDIANA – Fiquei sabendo do fim trágico de nossa amiga, você deve estar se acabando por dentro, por fora parece tão bem!

(Veridiana ri).

MARGARETH – O que você quer?

VERIDIANA – Estavam juntas? Curiosidade!

(Veridiana bebe um copo de Whiski).

MARGARETH – Isso não é da sua conta, prefiro que se retire! Sua presença não é nada agradável!

 

Cena 10, Apartamento de Rogerio, Dia.

Rogerio tinha acabado de acordar, quando sua campanhia tocou, ele foi abrir a porta e viu o rosto pálido de Eduarda.

ROGERIO – Eduarda?

EDUARDA – Fugi do hospital, adoro esse surto de adrenalina, mas, deixa para lá, eu pensei a noite inteira, você merece um voto de confiança!

ROGERIO – Sério?

(Novamente tocou, tinha chegado mais alguém, ele viu pelo olho mágico).

EDUARDA – Quem é?

ROGÉRIO – É a Clarice, se esconde atrás da cortina!

Eduarda correu e se escondeu, Rogerio abriu a porta e viu o rosto de Clarice. E agora?