História Inconstant star - Incendiando

CAPITULO 3

Chego no meu quarto completamente cansado e suado. Andei do cinema abandonado até o campus. Nenhum táxi parou, nenhum ônibus passou e a raiva de Jaehyun me fazia andar cada vez mais rápido.

Em pouco tempo estava correndo pela cidade, meus pulmões ardiam à procura de ar e minhas pernas tremiam, mas eu não parava de correr.

Ainda sentia as mãos de Jaehyun nas minhas costas e seus lábios nos meus. Ele parecia querer aquilo tanto quanto eu. Alias, ele que me beijou, não ao contrário.

Por fim a corrida não fez passar a dor de ser rejeitado e o som da voz dele dizendo que eu não valia nem um beijo ainda me assombrava.

Bati a porta devagar evitando acordar Ten. Não quero responder as perguntas que eu sabia que viriam assim que eu entrasse naquele quarto. Por sorte ainda não eram nem quatro da tarde e Ten está apagado na cama. Menos um problema para lidar.

Sento na minha cama, que fica no lado oposto do quarto onde se encontra a cama de Ten. Me livros dos tênis, do suéter e da camisa branca. O vento frio vindo da janela aberta é gostoso depois do calor do exercício forçado. Passo a mão pelo cabelo, desarrumando-os mais ainda e frustrado jogo o suéter e a blusa na cama de Ten, que nem se move.

A frustração é enorme e nunca na vida me senti tão rejeitado assim. Meu Deus! Como eu fui burro! Nos poucos minutos que durou o beijo eu realmente quis algo. Algo entre nós.

Ontem me perguntei quantos corações ele havia partido. Ainda não tenho a resposta, mas por pouco ele quase tocou o meu.

Deito de costas na cama e sinto minhas pálpebras pesarem cada vez mais e em pouco tempo estou em um sono profundo.

[Flashback off]

Jaehyun se mexe e eu prendo a respiração. Ele abre os olhos pequenos e adoravelmente puxados e me encara. Posso ver que seu olhar é nebuloso. Ainda está dormindo e eu me sinto incrivelmente grato por isso.

Ele esboça um pequeno sorriso, tão doce que eu sei que é falso, fruto da sonolência. Jaehyun nunca me dirigiu um sorriso doce. Solto a respiração de alívio quando ele volta a dormir. E meus pensamentos voltam ao passado.

[Flashback on]

As batidas na porta são frenéticas e começam a me irritar. O quarto está meio escuro, já está anoitecendo. Me sento na cama e Ten se vira de bruços na cama, ignorando totalmente as batidas insistentes. Minha cabeça está latejando e todo barulho só faz piorar.

-Que é? – digo assim que abro a porta, e tento fechá-la no momento que vejo quem é o visitante.

-Para de putaria Taeyong. – ele diz forçando a abertura.

-Putaria? Você tá de brincadeira? Como descobriu onde eu durmo? – eu pressiono a porta contra o corpo forte de Jaehyun.

Ele bufa e com um empurrão abre a porta completamente me jogando longe, mas não perco o equilíbrio.

-Você tem noção de que isso é crime?

-Você fala demais. E só fala merda. – ele rebate e então olha para mim pela primeira vez, realmente olha.

Seus olhos descem de meu pescoço até onde a calça começa e depois sobe para o meu rosto.

-Quem diria... – ele diz umedecendo os lábios com a ponta da língua.

-O quê... – olho para baixo e vejo que ainda estou sem camisa, expondo a palidez sem graça do meu tronco. Sei que estou vermelho, e quero morrer por isso, mas preciso me manter firme. – Sai do meu quarto.

Jaehyun não responde. Seu olhar está fixado na cama de Ten, que ressona como um gatinho.

-Ele é seu namorado? – pergunta Jaehyun.

-Hum.. que? O Ten? Meu Deus, não!

-Ele está no seu quarto, você está semi nu e suas roupas estão na cama em que ele está dormindo.

-Ele é meu colega de quarto e eu... eu não tenho que te dar satisfação de nada! Sai daqui , ou eu vou chamar os seguranças.

Jaehyun me olha e segura meu pescoço com as duas mãos, ele não aperta, mas ainda assim é complicado respirar. Os olhos escuros e profundos me encaram e eu não sinto medo. Eu não sinto nada. Jaehyun me empurra até que eu esteja deitado na cama e ele por cima de mim, ainda apertando meu pescoço.

-Se você ousar chamar os seguranças eu acabo com você. Ouviu? – ele diz cada palavra pausadamente.

Eu sinalizo que sim com a cabeça e ele dá um risinho sádico.

-Bom garoto.

-O que está acontecendo aqui? Cara, por que você tá em cima do... – Ten começa a falar descontroladamente, como sempre.

Jaehyun sai de cima de mim e eu continuo deitado, ainda sem acreditar que eu quase fui enforcado por Jaehyun e ao mesmo tempo apenas me importando com o fato do corpo dele ter estado tão próximo ao meu.

-Fora. – Jaehyun diz.

-Aqui é meu quarto.

-Fora garoto, anda! Antes que eu te dê uma surra.

Tem chega mais perto de Jaehyun e o encara. O desespero toma conta de mim. Uma briga entre Ten e Jaehyun não acabaria em coisa boa. Me levanto da cama e me posiciono entre os dois, ofegante.

-Hum, Ten, será que você pode me dar um segundo a sós com ele? – pergunto colocando a mão no peito de Ten, na expectativa de acalmá-lo.

-Você tem certeza?

Eu sorrio e tento ser o mais convincente possível.

-Claro.

Ouço um rosnado vir da garganta de Jaehyun e é tão feroz e perigoso e irresistível.

Ten olha para nós dois mais uma vez e sai do quarto.

-E você ainda diz que ele não é seu namorado. – Jaehyun reclama atrás de mim e eu me viro para ele.

-O que você quer? Por que fica vindo atrás de mim e depois me largando sozinho nos lugares?

Não quero chorar, mas sinto que meus olhos não conseguirão guardar todas as lágrimas que segurei por tanto tempo. Jaehyun me fita e eu não consigo decifrar sua expressão. Ele está tão sério, o cenho franzido, a boca entreaberta.

-O que você quer de mim Jaehyun?! – eu grito e ele se aproxima, automaticamente eu dou um passo a frente também.

-Talvez você não seja tão desinteressante quanto eu pensava.

Ele repousa as duas mãos perto do meu pescoço e meu coração palpita em meu peito. Sei que estou olhando para ele como se estivesse hipnotizado, e é assim que me sinto. Ele me hipnotiza.

-Você tem algo que eu nunca tive Taeyong.

Meus lábios abrem e fecham várias vezes, incapaz de formular qualquer frase. Mas o que eu posso ter que ele não tenha? Ele é perfeito em todos os sentidos.

-Você tem inocência. E não sabe o quanto eu quero toma-la de você. – ele diz e aproxima o rosto do meu.

Suas palavras não fazem sentido na minha cabeça. Seu hálito quente bagunça minha mente e eu fico cada vez mais entregue a ele novamente.

Suas mãos quentes estão em meu pescoço e seu rosto tão próximo que não consigo mais diferenciar suas feições. Então ele passa a ponta de sua língua levemente pelos meus lábios e eu avanço para um beijo, mas ele se afasta rindo, zombando de mim.

-Você não está com medo? – ele pergunta e faço que não com a cabeça.

-Eu deveria? – algo dentro de mim me diz para não desafia-lo dessa forma, mas eu não consigo evitar.

-Sim. Você deveria ter medo de mim.

A cada palavra Jaehyun se afasta um pouco de mim, mas eu seguro sua jaqueta e puxo o corpo dele até se chocar com o meu.

-Eu não tenho medo de você Jaehyun. – eu digo acariciando seu nome no fim da frase.

E foi o que bastou para ele me puxar pela nuca e colar nossos lábios em um beijo muito mais voraz que o primeiro. Meus dedos se fecham mais fortemente em sua jaqueta enquanto sua língua me invade deliciosamente, querendo sentir cada pedaço meu. Sua boca tem gosto de álcool e agora eu sei que meu sabor favorito, com certeza, é álcool e Jaehyun.

Ele pressiona seu corpo contra o meu e enfia os dedos pelos meus cabelos, puxando os fios e causando uma dor deliciosa. Deslizo a jaqueta dele por seus ombros e sinto os músculos discretos do braço.

Jaehyun desce os lábios mordendo minha orelha e chupa meu pescoço. Sinto sua mão descendo por minha barriga e sinto minha pele quente ao toque desse homem. Sua mão para no cós da minha calça.

Sinto que estamos incendiando.

-Se você não me impedir nesse exato momento, eu não vou parar mais.

Ergo a sobrancelha e dou um risinho.

-Está me pedindo permissão para alguma coisa?

Ele dá, o que parece ser, um sorriso e volta a me beijar. Só para quando tira a camisa, o tênis e as calças.

Quase não consigo acreditar no que vejo.

A pele alva do peito e abdômen de Jaehyun é maculada por pequenas cicatrizes circulares e outras em formato de linhas tortas. Apesar do choque ao ver as marcas, não é isso que me chama mais atenção, e sim as formas delicadas, simples e belas. Nunca pensei que alguém pudesse ser tão belo.

Toco as cicatrizes com as pontas do dedo e ele estremece.

-Não. – ele pega minha mão e a afasta.

Não tenho tempo para questionar, já que ele segura meu rosto em suas mãos e me beija com força.

É incrível como consigo sentir toda essência de Jaehyun em seu beijo quente, forte, selvagem e louco.

Jaehyun tira o meu cinto e eu me livro do jeans, seus olhos percorrem meu corpo e ele morde os lábios. Quando volta a me beijar nossos corpos estão tão colados que sinto cada centímetro seu. Sinto ele duro contra minha coxa e fico mais excitado ainda ao pensar que ele está desse jeito por mim.

Minhas mãos descem por sua barriga e paro em cima de seu membro, apertando de leve e fazendo Jaehyun gemer contra meus lábios. O som de seu gemido me alucina e a única coisa que eu quero agora é ser tocado por ele. Mas ele se afastou e se deitou na minha cama.

Ele me olha sem puder e eu observo seu corpo perfeito deitado e o desejo só aumenta dentro de mim. Jaehyun enfia a mão dentro da cueca e puxa seu membro para fora duro e já com o pré gozo. Eu gemo só com essa cena. Eu não consigo fazer nada além de olhar para ele. Jaehyun solta um suspiro e revira os olhos, então se levanta e me puxa pela cintura até que eu caia na cama.

-Vira. – ele diz e eu obedeço.

Sem me avisar ele tira minha box e suas mãos se espalmam em minha bunda, apertando forte, eu gemo e sinto seus lábios em minhas costas. Estremeço enquanto ele ainda me aperta com força e separa minhas nádegas, solto um gemido sôfrego quando sinto sua língua lambuzando minha entrada, me preparando de maneira deliciosa. Meus olhos reviram nas órbitas com os movimentos da língua de Jaehyun entrando em mim. Me sobressalto quando sinto um dedo em minha entrada e gemo, mas dessa vez de dor, quando sinto o segundo.

-Virgem? – ele pergunta e eu mordo os lábios, corando. – Não precisa me responder.

Jaehyun movimenta os dedos de forma viciante e eu mal consigo conter os gemidos que escapam de mim. Estou completamente relaxado e ele percebe. Ele se coloca de joelhos na cama e imediatamente me penetra. Grito de dor e ele não parece se importar com a lágrima teimosa que desce por minha bochecha.

Não preciso de muito para saber que em nossa relação nula a paixão anda de mãos dadas com a dor, tão juntas quando podem. E nós só podemos amar um ao outro carnalmente se isso machucar.

Uma de suas mãos está em meu cabelo e a dor começa a passar a cada vez que ele empurra para dentro de mim.

O ritmo é rápido, urgente e Jaehyun não mede sua força para isso. Estou quase deitado na cama, apenas com o quadril levantado e os sons que saem da boca de Jaehyun me enlouquecem. Ele puxa ainda mais meus cabelos, fazendo minhas costas arquearem e eu gritos, desfrutando de um prazer tão grande como nenhum outro na vida.

-Não para... – eu gemo e mordo meus dedos tentando abafar os gemidos.

-Porra Taeyong... – ele geme enquanto entra e sai de mim freneticamente.

Jaehyun morde meu ombro e depois o chupa ainda se movimentando em mim e eu não vou aguentar por muito tempo. O som do quadril de Jaehyun batendo no meu era ensurdecedor e delicioso e eu não precisei me tocar em momento algum para me sujar inteiro enquanto gozo.

-Jae... – mal consegui terminar seu nome.

Eu sei que ele não vai perder a oportunidade de gozar dentro de mim e marcar território. Ele é bem desse tipo e eu quase fico excitado novamente quando sinto o jorro dentro de mim e o gemido rouco e profundo de Jaehyun, que cai por cima de mim ofegante.

Sua respiração em meu ouvido é deliciosa e eu mal consigo pensar com clareza. Acabei de perder minha virgindade com um louco, bandido que eu mal conheço. Meus pais se orgulhariam.

Jaehyun me vira de barriga para cima e passa os dedos no liquido em minha barriga e depois leva os dedos à sua própria boca. Me sinto quente com a cena. Então ele me beija e eu sinto meu próprio gosto.

Olho para seu rosto suado, com os cabelos grudado na testa e rio.

-Do que você tá rindo?

-Pra quem não vale nem um beijo, até que você me fodeu com vontade.

A expressão dele se fecha, mas eu não sinto medo. Ele sobe em cima de mim e coloca as mãos em volta do meu pescoço e me beija rápido. E então sai de cima de mim e começa a catar as roupas do chão.

-Isso não vai acontecer de novo. – ele diz.

Eu me sento na cama e observo enquanto ele veste sua calça e depois a camisa.

-Claro. – eu digo debochado.

-Eu não fico com homens.

Eu ergo uma sobrancelha e olho para o meu próprio pênis e depois para ele.

-Você sabe a diferença de homens para mulheres né?

Ele me olha com ódio e reprimo o sorriso. Estou me sentindo bem, poderoso e desejado. Ele calça o tênis e pega a jaqueta.

-Isso nunca aconteceu.

É a ultima coisa que ele diz antes de sair do meu quarto.

Sim, estou sozinho novamente, mas dessa vez ainda mais fodido. Agora eu só tenho que esperar pelas consequências.