História Incontrolável - Incontrolável

Quando senti seus toques em meu corpo, sua boca contornando meu pescoço e seu suor se juntando ao meu, não sei bem como explicar esse momento. Ele fora extremamente carinhoso em seus gestos, não houve brutalidade como em outras vezes. Ao entrar em mim, eu sentia como se todo meu corpo aguardasse aquele momento ansiosamente. Me senti completo, distante, tudo isso quando olhei em seus olhos e eu sei que ele sentia a mesma coisa. 
No momento em que nós acabamos, ficamos abraçados por um tempo. Minha cabeça estava repousada em seu peito, eu podia escutar seu coração acelerar e se acalmar várias vezes apenas porque eu o acariciava. 
- Eu amo a chuva. - Ele disse. 
Olhei para ele que estava com a cabeça virada para a janela.
- Por que? - Pergunto, tocando em seu queixo. 
Ele segura minha mão e brinca com meus dedos. Olha para mim e sorri. 
- Você se parece com a chuva. 
- Como assim? 
- Não sei, você me lembra ela. 
- Você é maluco. - Ponho minha cabeça perto do seu pescoço e após alguns minutos eu adormeço. 
Acho que nunca dormi tanto na minha vida como dormi nesse dia. 
Acordei algumas horas depois enrolado nos lençóis. Passo a vista pelo quarto mal iluminado quando não sinto Jungkook em minha cama. Ele não estava em canto algum. Olho para o pêndulo perto da escrivaninha, ainda estava no mesmo lugar. Não havia bilhete ou algo indicando que ele não estava, então fui para baixo, talvez ele esteja na cozinha ou na sala. 
Nada. 
Coço a cabeça. Olho para a casa dele, está com a luz acesa. Ao menos ele poderia ter se despedido de mim, não? Volto para cima e tomo um banho demorado. Quando desligo o chuveiro percebo a chuva começar a cair novamente, desta vez muito grossa. Ponho um casaco e uma calça confortável, deito na cama e checo as mensagens no celular. Como sempre várias mensagens.
Hoseok: Vc está bem? Pq não veio hoje à aula? O professor dis...
Seokjin: Por que vc está tão ausente???? Vai acabar se ferr...
Jenn: Jimin, você está muito afastado de mim esses dias. Fiz alg...
Namjoon: Que tal fazermos uma festa esse final de semana?
Taehyung: Pare de beber como um velho depressivo e vem pra au...
Taehyung: Seu vagabundo de merda, se você morrer de cirrose eu quer... 
Yoongi: Eu preciso conversar com você pessoalmente. 
Taehyung: ALLLLLLÔÔ JIMINNNNNNNNNNNNNNNN....
(345+)
Abro as mensagens do Taehyung e sorrio com elas:
Taehyung: Pare de beber com um velho depressivo e vem pra aula pra se formar e ser alguém na vida!
Seu vagabundo de merda, se você morrer de cirrose eu quero seu carro pra eu ostentar nas baladas e pegar um monte de mina 
ALLLLLLÔÔ JIMINNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNN VCCC TÁ AÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍ????? 
 
Por que ele tem a ideia de que vou me matar a qualquer momento?
Abro a do Yoongi logo depois, respondendo um “Aconteceu alguma coisa?”. Ele não estava online então deixei o celular de lado e encostei a cabeça no travesseiro. Ainda estava com o cheiro dele, o forte cheiro de sexo que emanava de sua pele.  Apenas inspirando-o senti meus pelos se eriçarem com a lembrança de sua língua macia e quente contornando meu maxilar, seus lábios sedosos beijando meu corpo, suas mãos ágeis me proporcionando um prazer inigualável... Meu deus!
Inspiro fundo e solto o ar devagar, saindo da cama. Faço uma macarronada rápida e como na sala, em frente à televisão, tentando tirá-lo da mente, tentando afastar aqueles olhos penetrantes dos meus. Lembro de Taehyung e de suas insinuações sobre bebidas, procuro alguma vodca na geladeira e bebo um pouco, afinal, faz seis dias que não bebo. 
Adormeço no sofá horas mais tarde e me acordo perto do meio dia. Novamente não fui à aula e pra piorar estou com dor de cabeça. Vou à casa do Jungkook e bato na porta: como o esperado ele estava na faculdade. Bocejo e volto para casa. 
Tomo banho, como, leio livros, assisto séries, escuto músicas... Faço tudo isso mas não deixo de ir para a janela e verificar se o carro do Jungkook já estava estacionado perto da calçada. Até que adormeço no sofá, na vã tentativa de que Jungkook batesse em minha porta à qualquer momento. 
Desta vez quando acordo já é noite e chove muito. De certo ele já deve está em casa. Sento no sofá um pouco aflito e sinto meu estômago revirar. Será que ele vem? Claro que vem, hoje é o sétimo dia! Ou sou eu quem devo ir? Vou à janela e vejo as luzes apagadas, nem sinal do seu carro. O que houve com ele? 
Ligo a televisão. O que é isso que estou fazendo? Estou obcecado por ele? Por que não consigo tirá-lo da minha mente, porra?! Ponho as mãos dentro da calça e começo a me masturbar devagar, fecho os olhos e imagino todos os detalhes do que fora a noite de ontem. Eu preciso tê-lo em mim, preciso de sua boca, dos seus lábios macios... Eu preciso... 
Gemo ao sentir o orgasmo. Até ele não é o mesmo se Jungkook não estiver presente. Volto a me concentrar na televisão, sem escutar ou entender o que a moça do noticiário dizia, eu só via e ouvia Jungkook em tudo que fazia. Nunca pensei que ficaria desse jeito por um homem. 
Pego mais um pouco da vodca do dia anterior e bebo, sinto-a rasgar em minha garganta, quente, amarga. Escuto o som da campainha abafado pela chuva. Será que é ele? Meu coração acelera quando vou até a porta. Abro-a, apreensivo. 
Vejo Jungkook de costas pra mim, com as roupas escuras molhadas. Ele se vira e sorri ao me ver. Seu cabelo pinga no rosto, está tremendo de frio e com as mãos nos bolsos. 
- Oi. 
- Oi. - Respondo, retribuindo o sorriso mas tentando conter meu entusiasmo exagerado ao vê-lo. - Você não se despediu de mim ontem. 
Ele se aproxima de mim e me beija demoradamente nos lábios. Confesso que tive saudades disso. 
- Desculpe. - Sussurra. 
- Por que está todo molhado? - Indico suas roupas. 
- Eu estava dançando na chuva e lembrei de você. - Sorri um pouco sem jeito.
- Você o que?! - Solto uma risada alta. - Não acredito que você fez isso! 
- Fiz sim  e vou fazer de novo. Só queria que você viesse comigo. 
- Pra onde?
- Dançar por aí. 
Semicerro os olhos. 
- Você é realmente maluco.
Ele se inclina ligeiramente para mim em um ato formal, estendendo sua mão pálida em minha direção. 
- Você aceita dançar comigo?
Não sei se é amor, paixão, atração carnal ou afeto, só sei que o sentimento que sinto por ele é inexplicável. Não consigo definir o que sinto quando o vejo, quando sinto seus toques, quando sinto seus beijos ou quando vejo seu sorriso, mas toda vez que olho em seus olhos negros e brilhantes a vontade de tê-lo em meus braços torna-se incontrolável. Em um abraço ou nos gemidos na cama, quero tê-lo pra mim e isso é indiscutível. 
Pisco algumas vezes, sentindo lágrimas se acumularem ligeiramente em meus olhos. Toco em seus dedos frios e entrelaço-os aos meus. 
- Aceito. 
Ele me puxa pela rua deserta, os pingos da chuva me deixam encharcado em segundos. 
- Está escutando a música? - Grita, tentando deixar sua voz mais alta que a chuva. 
- Que música? - Sorrio. Eu nem acredito que estou aqui com ele, na chuva. 
- A nossa música. - Ele me puxa para mais perto, sussurrando um pouco ofegante. - Escute o som dos nossos corações, estão frenéticos! A nossa respiração se completa, nossos corpos... Em perfeita união!
Sorrio junto com ele. Sinto sua mão tocar à minha e a outra em minha cintura, ponho a minha em seu ombro e começamos a dançar desengonçadamente no asfalto. 
Ele gargalha alto, inclinando a cabeça para trás e recebendo os pingos de chuva no rosto. Não consigo tirar os olhos dele, era tão simples e... Perfeito. 
- Você foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida, Park Jimin! - Sussurra.
- Já transou na chuva? - Não sei como perguntei isso, mas a expressão de confusão em seu rosto foi a melhor coisa que poderia ganhar hoje. 
- Não. 
- Quer experimentar? 
Ele sorri largo e me beija. 
- Eu acho que te amo. 
O encaro um pouco assustado. 
- É sério?
- Sim. Você não? 
Apenas o beijo em resposta. 
- Acho que isso foi um sim. - Segura minha mão e começa a correr.
- O que você está fazendo?
- Fiquei excitado com a ideia de transar na chuva! 
- O que? M-Mas eu estava brincando! - Tento detê-lo, mas ele corre mais rápido, dirigindo-se para um beco escuro. 
O vejo virar o rosto lentamente, sorrindo com malícia. 
- Não se brinca com Jeon Jungkook. - Me pressiona contra a parede. 
Posso ver seus olhos brilhando na escuridão, a chuva acentua sua beleza perversa. É só ele fazer isso comigo que já sinto minha calça ficar mais apertada. 
- Eu te amo, Jugkook. - Sussurro entre o beijo. 
- Ouça a nossa música, - ele sorri tocando em meu rosto de leve, mas logo segura o meu maxilar com força - ela está gritando por nós! 
- Então vamos dançar. - Sinto seu membro ereto pressionar minha virilha. 
- Claro que sim! - Tira meu casaco e o joga pra longe. - Meu doce Jimin.