História Incontrolável - Capítulo 14

A ideia de tomarem banho juntos tinha sido de Harry, com a bela e clichê desculpa de que seria uma ótima maneira de se economizar água, mas Louis admitia que não hesitou nem por um segundo antes de segui-lo para o banheiro... E que foi totalmente sua a iniciativa de se ajoelhar na frente do Styles e levar o pau já meio duro até a sua boca.

-Puta merda, Louis! – Harry gemeu em deleite ao encostar a cabeça nos azulejos frios do box e embrenhar os dedos pelos cabelos molhados do Tomlinson.

O som daqueles gemidos fazia Louis sorrir com satisfação enquanto passava a língua por toda a extensão do pênis cada vez mais duro em sua mão, ele estava mesmo louco para ter Harry em sua boca novamente e agora aproveitava cada instante.

Harry afastou os cabelos molhados da testa de Louis e os olhos azuis encontraram os seus, era uma troca de olhar tão intensa que fez Harry estremecer ainda mais de prazer, ele amava o jeito como os dedos de Louis envolviam o seu membro, apertando-o levemente com uma mão enquanto a outra descia para suas bolas e a língua o torturava em sua glande. Com olhos semicerrados de prazer, ele viu os lábios gostosos e macios envolvendo centímetro por centímetro do seu pau, indo de um ritmo lento para um mais voraz que o deixou sem ar.

O banheiro foi tomado por sons de gemidos, Louis não aguentou mais e levou uma das mãos para a própria ereção, se acariciando sob o olhar atento e satisfeito de Harry.

-Você me deixa maluco... – Harry murmurou roucamente, dando leves puxões nos cabelos entre seus dedos.

Louis, cada vez mais satisfeito com a reação que causava no outro, aumentou o ritmo com que se masturbava e levou o pau de Harry ainda mais fundo em sua garganta.

-Ah, porra! – Harry mordeu os lábios ao sentir o corpo estremecer, ele sabia que não conseguiria se segurar por muito mais tempo, ter Louis ajoelhado em sua frente, se masturbando enquanto lhe dava o melhor boquete da sua vida, era muito intenso para ele aguentar.

Louis percebeu o quanto o outro estava perto do ápice, e isso o deixou mais perto também, o prazer que um proporcionava ao outro era alucinante e eles não conseguiam se controlar de jeito algum.

-Isso mesmo, baby... – Harry gemeu, o apelido carinhoso escapulindo naturalmente da sua boca, enquanto o corpo se movia involuntariamente, seus quadris ondulando e levando sua ereção pelos lábios de Louis com mais intensidade.

Os gemidos de Harry aumentaram, assim como os golpes de Louis na própria ereção... E logo eles estavam perdendo o controle, o prazer os dominou totalmente e os dois permitiram que aquela sensação gostosa os guiasse... Harry foi o primeiro a explodir e Louis o seguiu enquanto deslizava a língua por toda a extensão do membro agora sensível de Harry.

Os dois trocaram um olhar cheio de significado e sorriram abertamente ao mesmo tempo em que Harry puxava Louis de pé e o abraçava, alcançando sua boca e o beijando profundamente.

-Sem dúvida, o melhor banho que eu já tomei. – os lábios de Harry desciam pelo pescoço de Louis e as palavras saíram meio abafadas, mas o outro entendeu perfeitamente e sorriu, concordando.

Todas as experiências que eles estavam tendo juntos até então vinham se mostrando as melhores... Eram os melhores beijos, o melhor sexo, as melhores conversas e risadas... Como se eles se completassem perfeitamente mesmo com todas as imperfeições que os cercavam.

   ****

É claro que aquele banho demorou muito mais do que se eles tivessem ido cada um de uma vez, mas com certeza valeu a pena, espantava aos dois a liberdade e espontaneidade que em tão pouco tempo de convivência eles já haviam conseguido construir um com o outro, mas era um tipo de espanto bom.

Harry precisou colocar as roupas molhadas deles para lavar e secar, então emprestou a Louis uma de suas cuecas e blusas... Uma blusa preta que ficou encantadoramente enorme no Tomlinson.

Com os corpos cansados, eles seguiram para a sala, Harry também só de cueca e uma camisa, e se deitaram no tapete depois de jogarem algumas almofadas nele, a intenção era assistir um pouco de televisão, mas eles sabiam que estavam com sono demais para isso.

-Esse tapete é mesmo tão macio quanto parece. – com um suspiro de satisfação, Louis se enrolou ao lado de Harry, deitando a cabeça no peito largo e confortável.

-Quer dizer que andou prestando atenção no meu tapete, é?! Um daqueles meus sonhos acontecia bem aqui.

-Me deixe dormir por meia hora e pode me mostrar como era esse sonho em específico.

-Mas teve no sofá também, na mesa da cozinha... Já podemos riscar a cena do banheiro da lista. – Harry foi enumerando os lugares pelos quais sonhou que transava com Louis e isso fez o menor gargalhar.

-Eu andei mesmo ocupando os seus sonhos ultimamente, hein?!

-Você não faz nem ideia. – Harry envolveu os braços ao redor de Louis, que se aconchegou entre eles, enterrando o rosto no pescoço do outro.

-Eu gosto de saber disso. – admitiu já sonolento.

-Você anda ocupando tanto os meus pensamentos, que acho que comecei a sonhar acordado também. – as palavras saíam quase que por vontade própria. –É tudo tão novo e sei que faz muito pouco tempo que nos conhecemos, mas eu realmente gosto de você... E não estou falando só do sexo que é incrível pra cacete, eu só... Sei lá, eu gosto de ficar com você assim, mesmo sem estar fazendo nada. Merda, eu acho que estou com sono e falando demais.

Harry se calou repentinamente, achando mesmo que estava começando a falar muito, e a falar coisas que não faziam sentido nem para ele mesmo, mas percebeu que Louis estava tão quietinho que provavelmente havia dormido sem ouvir nada das suas últimas palavras. Mas então, quando ele apertou Louis um pouco mais em seus braços e fechou os olhos para também cair no sono, ouviu a voz baixinha soando em seu ouvido.

-É mútuo, Harry... Tudo o que você disse... É mútuo.

Eles não disseram mais nada, mas sorriam quando adormeceram.

   ****

A próxima hora e meia passou com tranquilidade, um sono profundo atingiu aos dois que dormiram pesadamente, qualquer um que os visse naquele momento, encaixados de um jeito tão perfeito, juraria que eles já tinham dormido muitas vezes juntos e não que era apenas a primeira vez que adormeciam nos braços um do outro.

Louis foi o primeiro a despertar, suas pernas entrelaçadas com as de Harry, o rosto sobre o peito do Styles, que ainda o segurava como se não quisesse deixá-lo sair nunca mais dali, e a verdade era que ele também não tinha a mínima vontade de sair daquela posição, então continuou quieto, mas ergueu um pouco o rosto para encarar melhor o lindo garoto ao seu lado e apenas aproveitou daquele momento o máximo possível, era uma sensação tão boa... Harry tinha muitos problemas, podia até não ter uma fama muito boa pela cidade, mas Louis se sentia tão em paz com os braços dele ao seu redor.

-Você está me encarando há muito tempo? – a pergunta soou baixa e rouca, assustando e o fazendo rir em seguida.

-Não percebi que você já tinha acordado. – admitiu e em seguida os olhos verdes se abriram lentamente.

-Olá... – as covinhas adoráveis surgiram quando um sorriso lindo se formou nos lábios avermelhados.

-Olá... – Louis retrucou, também sorrindo e se inclinando para beijar a boca tão atraente e irresistível.

Já tinha escurecido bastante, o dia deles juntos chegou ao fim, mas por sorte ainda tinham a noite inteira pela frente.

-Eu estou com fome de novo. – Harry disse entre um beijo e outro. –Você esgotou as minhas energias naquele chuveiro.

-Não sei se sobrou muito do que trouxemos da lanchonete. – Louis se sentou e se espreguiçou demoradamente.

-Vou pedir uma pizza. – Harry sugeriu. –Pode ser?

-Claro, por mim tudo bem. – respondeu enquanto Harry se levantava em busca do celular para fazer o pedido. –Traz o meu celular também, por favor... Acho que está em algum lugar da cozinha.

Voltando a se deitar sobre o tapete, Louis olhou para a televisão que permaneceu ligada com um som bem baixinho enquanto eles dormiam, passava um filme qualquer que ele não reconheceu e também não fez questão de prestar muita atenção, o seu corpo ainda tinha uma sensação gostosa de sonolência e satisfação, os músculos estavam tão relaxados... Mas então, repentinamente, ele se lembrou das palavras que foram trocadas antes dele e Harry adormecerem e sentiu o coração dar uma acelerada brusca e indescritível... Que eles gostavam um do outro não era novidade, tinha que se gostar pelo menos um pouco de alguém para fazer tudo o que já tinham feito juntos, mas aquilo tinha soado tão mais intenso, quase como alguma forma de declaração meio inconsciente dos dois.

Louis ainda estava perdido nesses pensamentos quando foi distraído deles por Harry, que lhe perguntava que sabor de pizza ele preferia e lhe entregava o seu celular que ele havia pedido. Respondendo que preferia de calabresa, porque ele variava vez ou outra, mas sempre voltava para a de calabresa, tentou se distrair ao ver se havia recebido algo de novo no celular enquanto dormia.

-Logo vão trazer. – Harry voltou a se sentar no tapete e Louis se recostou contra o corpo dele.

-Bom... – suspirou, tentando deixar de lado os pensamentos anteriores, pelo menos por um tempo. –Meu pai me mandou algumas mensagens.

-Temos problemas? – Harry distribuiu alguns beijos pela nuca do outro.

-Não. – Louis sorriu com os beijos recebidos enquanto respondia as mensagens do pai. –Ele só quer saber se estou bem.

-Diga a ele que está tudo ótimo e que eu estou cuidando muito bem de você. – enquanto falava, Harry ia deslizando uma mão pelo peito e barriga de Louis, até pairar acima da cueca e apertá-lo levemente.

-Se eu disser para ele metade das coisas que fizemos hoje, incluindo o lago e a quase briga com o Gabe, é capaz de ele aparecer aqui e arrombar sua porta para me levar embora. – Louis riu.

-Até parece que eu deixaria ele te levar tão fácil assim. – Harry bufou como se aquela ideia fosse absurda.

-Ah, então você lutaria por mim? – Louis deixou o celular de lado depois de ter respondido todas as mensagens e se virou para ficar de frente para o Styles, se ajeitando sobre o colo dele.

-Ferozmente... – apesar do tom de brincadeira usado pelos dois, as palavras fizeram Louis se sentir tão bem que passou os braços ao redor do pescoço de Harry e o beijou docemente.

Mas os beijos deles, por mais doces e suaves que começassem, não demoravam muito para se intensificarem e logo ambos ofegavam enquanto as línguas se entrelaçavam e os lábios se encaixavam com perfeição.

Os beijos continuaram por um longo tempo, e provavelmente teriam evoluído para algo ainda mais intenso e voraz, se não tivessem sido interrompidos pelo entregador de pizza um tempo depois. Louis riu da cara de pau de Harry de ir atendê-lo ainda usando apenas uma cueca e camisa e revirou os olhos quando o Styles se gabou de que aquela provavelmente seria a melhor imagem que o garoto veria em toda a noite de trabalho.

-Você precisa trabalhar melhor esse lado convencido que tem. – Louis comentou brincalhão enquanto eles começavam a comer ainda no tapete, ali estava confortável demais para irem para outro lugar.

-Não sou nem um pouco convencido, apenas sincero.

-Ah, claro, apenas sincero. – Louis voltou a revirar os olhos e recebeu um beliscão na coxa como resposta.

A pizza foi devorada em pouco tempo e dividiram uma garrafa de cerveja que Harry achou perdida no fundo da geladeira, o tempo todo conversavam e davam risadas enquanto se provocavam.

Depois de comerem, Harry foi até o banheiro e Louis se mudou para o sofá, deitando de bruços e abraçando uma almofada, o dia tinha sido intenso de muitos jeitos diferentes, mas foi, sem dúvida, um dos melhores que já teve.

-Essa sim é uma visão magnífica! – a exclamação fez Louis rir e olhar por cima do ombro, encontrando Harry parado perto do braço do sofá, o olhar atento no corpo do Tomlinson.

-Você é tão safado!

-E você é muito santinho, né?! – Harry gargalhou enquanto se abaixava e segurava as pernas de Louis, puxando-o repentinamente de um jeito que o deixou inclinado sobre o braço do sofá, os pés de Louis alcançaram o chão e a nova posição deixou sua bunda empinada no ar, do jeito que Harry queria.

-Harry, o que você está planejando aí? – a pergunta saiu ofegante, mas não foi preciso resposta alguma porque em seguida Louis entendeu perfeitamente a intenção do outro.

Num só puxão, Harry tirou a cueca que Louis vestia e se ajoelhou atrás dele, abrindo mais as pernas do Tomlinson e deslizando um dedo por sua entrada.

-Ah, porra! – Louis gemeu, as pernas tremendo e dobrando um pouco, mas por sorte ele tinha o braço do sofá para se apoiar.

Olhando por cima do ombro, ele viu Harry sorrindo cheio de malícia antes de enterrar o rosto em sua bunda, sentiu a língua rodeando sua entrada antes de penetrá-lo e sabia que estava perdido.

-Merda, você vai... Porra... – Louis choramingou de prazer. –Você vai me deixar mal acostumado assim!

Harry apenas grunhiu, muito ocupado para responder algo.

Louis deu um jeito de arrancar a camisa quando a sala começou a ficar instantaneamente mais quente, uma das suas mãos alcançou o seu pau e ele gemeu mais alto quando Harry agarrou sua bunda, os dedos com certeza deixando marcas, abrindo-o ainda mais para a exploração de sua língua.

Harry parecia estar se servindo do banquete mais delicioso do mundo quando um dos dedos se juntou a sua língua dentro de Louis.

-Essa sua língua... Puta merda! – Louis não reconhecia mais a própria voz, ele sequer conseguia raciocinar direito tendo a língua e os dedos de Harry tão profundamente dentro de si. –Ah... Você vai me fazer gozar num segundo se...

A frase que saía entrecortada pelos gemidos, foi interrompida quando um dos dedos de Harry atingiu-o no ponto em que o fez gritar.

-Olha só o que eu achei. – Harry sorriu satisfeito, os dedos voltando a acertar a próstata de Louis outra e outra vez.

Louis não conseguia falar mais nada, e Harry pensou que gozaria só de ver o jeito como o Tomlinson fodia os seus dedos tão avidamente.

-Eu preciso de você aqui... – Louis conseguiu verbalizar o que tanto queria.

-Mas eu já estou aqui. – Harry sorriu, se levantando um pouco para distribuir beijos por toda as costas de Louis, os dedos ainda profundamente enterrados nele.

-Harry! – Louis resmungou com um gemido. –Dentro de mim, eu te quero dentro de mim!

Harry também queria, ele queria tanto que doía.

-Merda, espere um segundo! – resmungou quando percebeu que precisava ir ao quarto pegar camisinha.

Louis reclamou ao sentir os dedos saindo dele e se virou, escorregando e voltando a deitar no sofá, ele abriu um pouco as pernas, as duas mãos agora golpeando seu pau.

Harry gemeu alto quando voltou para a sala e o encontrou daquele jeito no sofá, mas Louis também ficou ainda mais excitado porque Harry voltou já completamente nu, uma mão rodeando a base de sua impressionante ereção enquanto a outra deslizava a camisinha para baixo.

-Vem cá... – Louis sussurrou e é claro que Harry não hesitou um segundo antes de ir, mas quando ele tentou deitar por cima do Tomlinson, foi empurrado até estar sentado no sofá. –Eu quero assim...

Louis sorriu largamente ao sentar sobre o colo de Harry e segurar o pau dele, acariciando-o por um tempo antes de guiá-lo até sua entrada.

-Isso... – Harry murmurou ao sentir Louis descendo sobre si. –Tão gostoso!

Louis, que já estava delirando de prazer antes, não se conteve e começou a subir e descer sobre Harry com a ânsia e voracidade que seu corpo pedia. Inclinando o rosto um pouco para baixo, ele distribuiu beijos pelo pescoço e peito de Harry, sorrindo ao alcançar um dos mamilos do Styles e puxá-lo entre os dentes.

Harry o agarrou pelos cabelos e lambeu seu queixo antes de sua língua invadir a boca do Tomlinson em um beijo alucinante, com a mão livre segurou o pau de Louis e o apertou suavemente antes de começar a masturbá-lo no mesmo ritmo com que Louis cavalgava sobre si.

O ritmo deles era alucinante, mas também tinha um toque de doçura, as bocas não conseguiam se desgrudar, as mãos se acariciavam e o prazer explodia entre os corpos que se encaixavam com tanta exatidão.

Eles ainda se beijavam intensamente quando Louis não aguentou mais e gozou na mão de Harry e entre seus corpos, para logo depois sentir o outro explodindo dentro de si. O ápice os deixou exaustos, mas era o melhor tipo de exaustão do mundo... E então vieram as carícias mais suaves, os beijos e sorrisos brincalhões, as provocações maliciosas que os faziam sorrir largamente.

E foi daquele jeito que eles permaneceram por um longo tempo, até irem tomar outro banho juntos. Harry também encontrou uma escova de dente ainda na embalagem e deu para Louis usar... E quando, bem mais tarde, eles enfim foram para a cama, Harry deixou Louis abraçá-lo por trás, sentindo os braços do Tomlinson se apertando confortavelmente ao seu redor enquanto uma das pernas se encaixava no seu quadril, o Styles não conseguia se lembrar da última vez que alguém o tinha abraçado daquele jeito, mas aquela foi, sem dúvida, a melhor noite de sono que teve nos últimos quatro anos.

   ****

 O barulho ao longe da campainha e de algumas batidas na porta despertaram Louis do seu sono profundo e gostoso, o que o faria acordar de mau humor se não encontrasse a bela visão de Harry apenas de cueca quando abriu os olhos.

-Tem alguém na porta da sua casa. – Louis murmurou no ouvido de Harry antes de mordiscar a orelha dele.

-Hum... Não estou esperando ninguém, deixa pra lá. – Harry resmungou sonolento, mas se virou e prendeu Louis nos seus braços, entrelaçando as pernas com as dele.

Mas, justamente quando eles já estavam quase adormecendo de novo, a campainha e as batidas voltaram.

-Mas que cacete! – Harry esbravejou, fazendo Louis gargalhar enquanto sentava na cama e esfregava os olhos para afastar o sono.

-Bom dia. – sorriu para Harry que também estava se sentando.

-Bom dia. – o outro se acalmou ao se inclinar para bicar um beijo rápido nos lábios que já tanto adorava. –Agora eu vou matar quem quer que esteja nos atrapalhando.

Harry se levantou só de cueca mesmo e saiu do quarto. Louis ainda ria quando pegou o celular e viu que já passava das dez da manhã, então também se levantou e foi para a sala, mas antes vestiu uma camisa do Styles, gostando do jeito como ela caía até suas coxas.

-Mas vocês são chatos, hein?! – a voz de Harry soava alta e irritada quando Louis chegou na sala e o viu parado na frente da porta aberta.

-E você não vai nos convidar para entrar? - uma voz masculina retrucou, mas a pessoa estava do lado de fora ainda e Louis não conseguia vê-lo dali.

-Não, eu não convidei ninguém para vir na minha casa essa hora da manhã... E vocês estão me atrapalhando. – Harry respondeu prontamente e Louis revirou os olhos, mas sorriu porque aquela resposta era bem típica do Styles.

-Grosso! – a mesma voz retrucou.

-Nós já estamos organizando a corrida para mais tarde, passamos aqui para te avisar. - agora foi uma menina quem falou.

-Era só me ligar, Kate. – Harry disse ao mesmo tempo em que Louis se aproximou mais e parou bem atrás dele, enfim vendo quem eram as pessoas do outro lado da porta.

Eram dois garotos e duas meninas, os quatro olharam com curiosidade para Louis e três sorriram, mas o que estava mais perto da porta apenas o encarou, parecendo repentinamente furioso.

-Ah, agora entendemos porque você não nos quer aqui. – uma das garotas riu.

-Oi. – Louis os cumprimentou com um leve sorriso.

-Eles já estão indo. – Harry se virou para Louis ao falar e depois voltou a olhar os amigos. –Ligo para vocês mais tarde, ok?!

-Mas por quê? Já estamos aqui mesmo e...

-Victor, nem começa. – Harry interrompeu o garoto mais perto da porta, o que Louis percebeu parecer não gostar muito dele.

-Fala sério. – Victor bufou e pelo jeito como ele encarava o peito nu de Harry, com um desejo nítido, Louis rapidamente compreendeu o motivo dele não ter gostado nada de vê-lo ali na casa do Styles e rapidamente também passou a não gostar nem um pouco do outro. –Além disso, você já deve estar indo embora, não é, Louis? Aliás, seu papai sabe que você está aqui? Acho que ele não gostaria muito.

-O quê? – Louis soltou uma risada incrédula. –Desculpe, eu nem sei como você sabe o meu nome, mas eu não te conheço e sinceramente já não faço a mínima questão de conhecer, então que direito você acha que tem para falar comigo desse jeito?

-Direito nenhum. – Harry respondeu pelo outro. –Victor anda perdendo a noção do ridículo e do perigo também!

-Nós estamos indo. – o outro garoto puxou o tal Victor e Louis se sentiu grato por isso.

-Nos falamos mais tarde, foi mal, Harry. – uma das meninas disse enquanto os quatro rapidamente desciam a escada que levava até a porta, mesmo que o Victor não parecesse nem um pouco satisfeito com aquilo e ainda lançasse alguns olhares irritados para Louis.

-Esse Victor gosta de você. – Louis comentou assim que Harry fechou a porta. –E, claramente, não gosta nada de mim.

-Que se dane o Victor.

-Vocês já tiveram algo? – Louis tentou soar casual enquanto perguntava, por mais que um gostinho estranho e amargo pontuasse suas palavras.

-Não, nunca, por isso ele fica pegando no meu pé assim, mas uma hora ele conhece um cara que também goste dele e acaba se esquecendo de mim.

-Se você diz. – deu de ombros. –Então, terá uma corrida mais tarde?

-É, acho que sim, eu te chamaria para ir, mas...

-Nem pensar, meu pai piraria e estamos querendo evitar problemas com ele, lembra?

-Sim, por isso não vou te chamar, mas eu gostaria que você fosse, é divertido.

-Não sei se eu acharia divertido. – Louis se recostou contra a porta fechada e sorriu quando Harry parou em sua frente e se inclinou para beijar o seu pescoço. –E também não poderia, vou encontrar Liam e Niall mais tarde.

-O que vocês farão?

-Não sei, mas Niall disse que iremos nos divertir horrores. – Louis riu. –E você tome cuidado nessa corrida estúpida, ok?!

-Corrida estúpida? – Harry tirou o rosto do pescoço de Louis e ergueu uma sobrancelha.

-Isso mesmo. – confirmou. –Só tome cuidado, tudo bem?

-Eu vou. – garantiu, sentindo um calor gostoso no peito por ver a preocupação clara nos olhos azuis que o fitavam tão intensamente.

-Passar o dia e a noite com você foi incrível e eu quero poder fazer isso mais vezes enquanto estiver por aqui, então seria legal se você não se envolvesse em nenhuma confusão para o meu pai não ficar no nosso pé. – Louis traçou as tatuagens pelos braços e peito de Harry. –Eu só tenho algumas semanas aqui...

A frase deixou um gosto amargo na boca de Louis e uma leve careta se formou na expressão do Styles também, é claro que os dois sabiam que Louis não ficaria para sempre em Holmes Chapel, ele estava só de passagem, mas pensar naquilo logo depois dos momentos incríveis do dia anterior foi estranho e ruim.

-Claro, não se preocupe, eu consigo me comportar por um tempo. – Harry tentou descontrair e Louis até conseguiu sorrir.

-Vem, precisamos escovar os dentes para eu poder te beijar direito e ainda quero café... Você tem café aí, né?! – Louis beijou o peito de Harry e o afastou para poder andar até o banheiro.

-Acho que dá para fazer um pouco. – Harry o seguiu para o banheiro enquanto pensava em como Louis já parecia se encaixar tão bem ali na sua casa.

Quando Louis entrou no banheiro primeiro, Harry parou repentinamente no corredor e olhou para a porta fechada lá no final, por sorte o Tomlinson não tinha prestado muita atenção nela e nem feito perguntas, mas cada vez que passava pelo corredor agora, Harry sentia uma vontade cada vez maior de ir até lá e enfim abri-la... Mas uma parte dele também não se sentia pronta ainda, então ele seguiu Louis para dentro do banheiro e fechou a porta, sem ter ideia de que o momento em que ele abriria a outra estava muito mais perto do que imaginava.

   ****

Sair da casa de Harry não foi uma tarefa muito fácil para Louis, e nem foi fácil para o Styles deixá-lo ir, os dois enrolaram o máximo possível, mas Louis estava mesmo tentando ser cauteloso com o pai e já era quase hora do almoço, então ele enfim decidiu ir. Harry fez questão de levá-lo e aquele era mais um tempinho que poderiam passar juntos, por isso Louis nem pensou em recusar, ele vestiu suas roupas, já secas, e montou na moto de Harry com ele.

O caminho, infelizmente, era muito curto, mesmo que pela primeira vez na vida Harry tenha ido o mais devagar possível, então logo eles estavam chegando, e o carro de Mark parado na frente da casa quando eles chegaram deixou Louis um pouco tenso ao descer da moto.

-Não vai nem me dar um beijo direito? – Harry fez um biquinho ao também descer da moto e tirar o capacete enquanto pegava o que Louis já tinha tirado.

-Não exagera, o meu pai está em casa. – Louis alertou, mas se deixou ser puxado para mais perto do Styles que tinha passado um braço por sua cintura.

-Ele pode ter saído a pé... – Harry nem terminou de falar porque sua boca tinha coisas mais interessantes para fazer.

Eles não conseguiam se controlar quando começavam a se beijar, então acabou tendo mais língua do que seria necessário para um beijo no meio da rua, Harry estava deslizando uma mão em direção da bunda de Louis quando um pigarro alto os interrompeu.

-Merda, acho que ele está mesmo em casa. – Harry sussurrou bem baixinho, a boca ainda roçando contra a de Louis que deu uma risadinha nervosa antes de se afastar dele e virar para trás.

-Oi, pai. – murmurou.

Mark, encostado no batente da porta da frente de casa, cruzou os braços e semicerrou os olhos. Ele sabia que o filho estava com Harry, e tentava lidar com aquilo de uma forma que não atrapalhasse sua reaproximação dele, mas era a primeira vez que os via realmente juntos e já tinha tido tantos problemas com o Styles que não era nada agradável ver o filho aos beijos com ele... Mas então, com uma agradável surpresa, Mark também percebeu que era a primeira vez que ele de fato via o filho beijando um garoto e aquilo em si não o incomodou como ele antes achava que incomodaria.

-Oi, filho. – respondeu um pouco mais suavemente e depois encarou Harry fixamente.

-Mark... – Harry o cumprimentou, era estranho porque todas as vezes que se encontravam nunca eram agradáveis, mas estava se esforçando para controlar a língua e não falar nenhuma merda que ferrasse com a situação.

-Harry, eu estava mesmo querendo trocar umas palavrinhas com você.

-Pai... – Louis murmurou.

-Fique tranquilo, filho, não vou falar nada que vocês já não saibam... – Mark descruzou os braços e enfiou as mãos nos bolsos do jeans. –Só acho bom reforçar a ideia de que não quero você envolvendo o meu filho em nenhuma confusão, Styles.

-Eu não irei. – Harry mordeu a língua para dizer apenas isso e Mark até mesmo se surpreendeu um pouco porque o garoto sempre tinha uma resposta engraçadinha e atravessada para dar.

-Bom, porque basta um deslize seu enquanto vocês dois estiverem se vendo e isso acaba na hora! – Mark enfatizou.

Louis viu o quanto Harry estava se segurando para não responder e resolveu interferir rapidamente.

-Nós já sabemos, pai, está tudo bem. – disse rapidamente e começou a andar para casa. –Eu te ligo depois, Harry... Obrigado por me trazer.

Harry suavizou um pouco a expressão ao olhar para Louis e sorriu levemente ao assentir, o que não passou despercebido aos olhos atentos de Mark.

Louis viu Harry voltar a montar na moto e se afastar com um pouco de tristeza porque ele queria ter tido a chance de dar pelo menos mais um beijo no Styles antes de serem interrompidos, mas ao menos ocorreu tudo bem mesmo com Mark aparecendo.

-Eu estou fazendo o almoço, quer me ajudar? – Mark perguntou ao passar um braço pelos ombros do filho.

-Claro, só vou trocar de roupas primeiro. – respondeu enquanto entravam em casa. –E valeu por não ter surtado ao ver o Harry aqui na frente comigo.

-Eu disse que não o quero aqui dentro de casa, não posso fazer nada em relação à calçada, né?! – murmurou pesarosamente e Louis sorriu. –E desde que ele realmente se comporte enquanto estiver com você, eu vou fazer o possível para não me meter nessa relação de vocês dois.

 -É só o que eu quero. – Louis disse ao seguir para a escada. –Vou me trocar e já desço.

Mark assentiu, voltando para a cozinha, e Louis seguiu para o quarto, ele estava tirando a camisa quando se deu conta de que aquela tinha sido a primeira vez em que o pai o viu realmente com um garoto... E tinha ficado tudo bem, ele podia não gostar muito do fato de ser o Harry, mas isso era por outros motivos e não por ele ser um cara... A sensação foi tão boa, a confirmação de que o pai enfim estava mesmo mudado e que agora respeitava quem ele era, que Louis não conseguiu parar de sorrir.