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História Incontrolável - Capítulo 17


Escrita por: LarryLove

Capítulo 17 - Capítulo 17


Quando Louis desceu para a sala naquela manhã, depois de algum tempo no telefone com a mãe, ele encontrou o pai sentado em um dos sofás e parecendo completamente concentrado em um objeto em suas mãos.

A noite passada tinha sido um momento incrível para os dois, simplesmente jantaram e assistiram a um filme, mas foram algumas horas perfeitas, cada vez que passavam mais tempo juntos, mesmo que não fazendo nada muito grandioso, ambos se sentiam ainda mais próximos um do outro e era uma sensação maravilhosa... Louis enfim conseguia ir deixando as mágoas para trás e Mark ia se redimindo pelos anos afastado, não era fácil o tempo todo, mas eles conversavam muito e com muita honestidade, o que era primordial para aquele recomeço dos dois.

-O que está fazendo aí? – Louis perguntou e fez o pai levar um susto com sua chegada repentina e silenciosa.

-Vem aqui. – Mark chamou depois de se recuperar do susto e Louis se sentou ao lado dele.  –Olha só o que achei.

Só então Louis percebeu que o objeto nas mãos do pai era um álbum de fotografias e, assim que viu a primeira foto, ele riu.

-Achei no meu armário mais cedo, eu sabia que o tinha, mas não me lembrava de onde tinha guardado. – Mark explicou enquanto, agora junto com o filho, continuava a ver fotos de Louis e das irmãs quando crianças, aquele era um dos álbuns que ele tinha levado depois do divórcio. –Vocês sempre foram tão lindos.

-Nem tanto assim. – Louis gargalhou porque justamente naquele momento viu uma foto sua em que o seu cabelo estava loucamente bagunçado.

-Falei com as suas irmãs ainda agora. – Mark disse.

-Eu sei, estava falando com a mamãe e ela contou. – Louis sorriu ao ver mais fotos. –Já estou com saudade das pestinhas, vai ser difícil quando estiver morando em Londres, principalmente depois que os gêmeos nascerem, está cada vez mais perto.

-Eu imagino. – Mark acariciou os cabelos do filho. –Mas vai ficar tudo bem.

Louis chegou um pouco mais perto do pai e se recostou contra ele, os dois continuaram a ver as fotos do álbum e a cada uma que era vista, uma nova história era relembrada, o que causava saudades e sorrisos.

-Essa é linda. – Mark apontou para uma em que ele estava deitado com Louis, ainda bebê, dormindo tranquilamente em seu peito.

-É sim... – concordou. –Eu não me lembrava de ter visto essa foto antes.

Mais fotos surgiram e com elas ainda mais lembranças e conversas, a última foto do álbum era de toda a família junta, Jay e Mark ainda felizes e apaixonados.

-Era uma boa época. – Louis comentou baixinho. –Foi difícil quando vocês se separaram.

-Eu sei, foi muito difícil pra mim também, mas foi melhor assim, sempre terei um carinho e respeito imensos pela Jay, ela é uma mulher maravilhosa e me fez muito feliz, além de termos você e as suas irmãs, mas não estávamos mais felizes como marido e mulher... Meu único arrependimento sobre essa época sempre será pelo jeito como agi com você, eu fui um completo idiota.

-Mas estamos lidando com isso agora e é o que importa. – Louis sorriu ao fechar o álbum e se virar para encarar o pai. –Isso me faz lembrar do dia em que você me viu beijando o Harry aqui na frente, eu percebi que você nem se incomodou e foi a primeira vez que me viu realmente com um garoto, perceber aquilo me fez tão bem.

-Sim, eu me lembro, e eu realmente não me importei, quer dizer, não fiquei muito feliz por ser o Harry, mas por outros motivos e não por ser um garoto. – Mark disse com sinceridade. –E, falando nisso, como estão as coisas entre vocês?

Ele ainda tinha um pé atrás com aquela relação do filho e queria ficar por dentro de tudo.

-Bem, eu gosto mesmo dele. – Louis mordiscou os lábios ao falar. –E ele é um cara muito bom, ele é bem impressionante na verdade.

-Sério? – Mark soava incrédulo e Louis revirou os olhos.

-Sim, bem sério.

-Mas continua se metendo em problemas, ele não estava no local da confusão quando chegamos outro dia lá na corrida, mas eu tenho certeza de que ele também estava na briga.

-Não é culpa dele. – Louis se viu falando antes de conseguir se conter. –É aquele babaca do Gabe.

-O Gabe? – Mark franziu o cenho.

-É... – Louis não pretendia falar sobre aquilo com o pai, mas agora não dava mais para voltar atrás. –Esse Gabe vive perturbando o Harry simplesmente por ele ser gay, o cara é um estúpido e até mesmo é desrespeitoso ao falar da Anne para tirar o Harry do sério.

-Eu sei que os dois vivem se enfrentando por aí, mas não sabia que era por isso.

-Gabe é um idiota do pior tipo. – Louis ainda se sentia irritado pelo que Harry tinha lhe contado no dia anterior, o fato de Gabe ter falado sobre Anne e daquilo ter deixado o Styles tão abalado fazia Louis ter vontade de ele mesmo ir socar o infeliz.  –Harry pode não ser nenhum santinho, mas eu mesmo já encontrei o Gabe e vi de perto como ele consegue tirar qualquer um do sério.

-Ele mexeu com você? – Mark se empertigou na mesma hora.

-Falou umas merdas, mas não se preocupe, ok?! Eu consigo lidar com essas besteiras e o Harry estava comigo, ele me defendeu também, ficou tudo bem, não teve briga nem nada.

-Mesmo assim você devia ter me contado, Lou... Não quero ninguém te perturbando por aqui, então se algo assim acontecer de novo, você me conta, entendeu?

-Entendi. – suspirou. –Mas eu me preocupo mesmo é com o Harry.

-Eu vou ter uma conversa com o Gabe.

-Sério? – Louis se surpreendeu.

-Claro, e não só como policial, mas principalmente como seu pai, eu não quero esse moleque te perturbando... E vou falar para ele deixar o Harry em paz também, eu teria tentado dar um basta nisso antes se soubesse dos motivos das brigas dele, mas Harry nunca falou.

-Talvez ele não tenha tido muita chance para se explicar ou achou que não adiantaria de nada. – Louis murmurou. –O Harry carrega muitas cicatrizes desde a morte da mãe, ele se sente culpado porque estava no quarto ao lado quando ela morreu e não teve como fazer nada para ajudar porque não notou que algo estava acontecendo. Eram só os dois e de repente ele estava sozinho... E ter esse Gabe enchendo o saco o tempo todo não é fácil também.

Louis nem sabia por que acabou fazendo aquele pequeno discurso, mas sentiu uma necessidade repentina de defender o Harry, Mark vivia insistindo que o Styles ficava se envolvendo em confusões e brigas, mas no fundo ele não tinha ideia de como as coisas eram realmente difíceis para o Harry.

-Eu realmente não fazia ideia sobre as atitudes do Gabe. – Mark disse um pouco hesitante. –Mas eu te falei que tentei conversar com o Harry assim que Anne morreu, tentei ajudar e ele nunca deu muita atenção.

-Talvez ele só precisasse que tentassem mais um pouco. – Louis tentou não usar um tom de acusação ao falar. –O Harry é muito, mas muito mais do que esse garoto encrenqueiro que você e muitos pela cidade acham.

Mark pensou um pouco sobre as palavras do filho e por fim suspirou e o beijou na testa carinhosamente.

-Vou dar um jeito nessas atitudes do Gabe, ok?!

Já era um bom começo, então Louis assentiu.

-Ah, e, aproveitando que estamos falando sobre o Harry, eu vou dormir na casa dele hoje de novo, tudo bem? – avisou, ele não tinha se esquecido da promessa que fez no dia anterior, tinha sido tão especial aquele tempo que passou com Harry no mercado, depois na casa dele preparando o almoço e tendo toda aquela conversa mais séria e significativa.

-Eu vou trabalhar a noite toda, então tudo bem. – Mark assentiu enquanto ainda refletia sobre a conversa que tinham acabado de ter. –Mas me ajuda a preparar nosso almoço?

-Claro. – Louis assentiu e os dois foram para a cozinha juntos.

Aquela conversa não tinha sido planejada, mas sem dúvida ajudaria a mudar muita coisa dali pra frente... E era só o começo.

   ****

Harry tinha acabado de almoçar quando Zayn chegou na sua casa, ele sabia que Louis viria mais tarde para passar a noite ali, tinha recebido uma mensagem do Tomlinson avisando, então estava com um ótimo humor quando abriu a porta para o amigo.

A noite passada havia sido intensamente emocional para ele, mas agora o quadro do lago pintado por Anne estava pendurado em uma das paredes da sala, a porta no fim do corredor ainda estava apenas encostada e não mais trancada como antes e, apesar de não ter voltado lá dentro ainda, ele se sentia muito melhor, tinha plena consciência de como aquele foi um passo importante.

-Fiquei meio preocupado depois que você me ligou ontem, então resolvi dar uma passada rápida aqui antes de ir para a lanchonete continuar o grafite. – Zayn já foi dizendo ao entrar, ele carregava uma mochila e a jogou em cima do sofá.

-Eu estou bem, sério, não precisava ter se preocupado. – Harry foi até a cozinha. –Quer uma cerveja?

-Só água dessa vez, eu estou... – Zayn começou a falar, mas se calou abruptamente quando os seus olhos recaíram sobre o quadro na parede e o seu coração disparou, ele reconhecia aquela pintura muito bem. –Harry... Esse quadro, ele... Ele é da Anne.

Harry imediatamente voltou da cozinha e parou ao lado do amigo, também olhando para o quadro e assentindo.

-Sim, é. – murmurou bem baixinho, mas foi o suficiente para Zayn ouvir.

-Quando você o colocou aí?

-Ontem de noite, eu entrei no quarto.

A revelação fez um sorriso gigante surgir no rosto do Malik e instintivamente ele se virou e abraçou o amigo com força.

-Eu não voltei a pintar ainda, nem nada do tipo, mas entrei lá e consegui pendurar esse quadro na parede... – Harry começou a explicar de um jeito meio apressado enquanto retribuía o abraço com a mesma força. –Foi de repente, eu nem sabia direito o que estava fazendo... Mas acho que foi um bom começo, não é?!

-É claro que sim. – Zayn o apertou mais um pouco antes de se afastar do abraço, mas as suas mãos pairaram sobre os ombros de Harry e ele olhou o amigo com intensidade. –Eu fico tão feliz em ouvir isso, cara... Você sabe o quanto eu torço para que você volte a pintar porque tenho certeza de que isso vai te ajudar e muito.

-Eu sei. – assentiu. –Mas estou tentando não me desesperar ou me apressar... Um passo de cada vez! A noite de ontem já foi bem intensa e emocionante.

-Eu imagino que sim. – Zayn assentiu e então olhou para a sua mochila jogada sobre o sofá, por um segundo ele pareceu estar indeciso sobre algo, mas então foi com firmeza até ela e a abriu, tirando algo lá de dentro. –E acho que também pode ser um bom momento para eu te entregar isso.

-O quê? – Harry chegou mais perto para tentar ver o que era, mas não foi preciso muito esforço porque Zayn voltou a ficar de frente para ele. –Zayn...

-Comprei ontem. – o Malik começou a explicar rapidamente. –Eu precisei ir em uma loja na cidade vizinha comprar umas coisas para o grafite da lanchonete, então vi isso aqui e achei que era a sua cara, não sabia ainda quando iria te entregar, mas deixei na mochila e esse me parece o momento perfeito.

Harry ficou parado apenas olhando para o caderno com capa de couro e alguns lápis de desenho nas mãos do amigo.

-Sei que você tem muitos cadernos de desenho trancafiados naquele quarto, mas quando éramos mais novos você sempre ficava de olho em alguns parecidos com esse... – Zayn esticou mais os presentes na direção do amigo, que ainda relutante começou a erguer as mãos para aceitá-los. –Não é para te apressar a nada, você está certo em ir com calma e dar um passo de cada vez, eu sei como isso tudo é doloroso por trazer tantas lembranças da Anne, mas aceite, eu comprei com as melhores intenções.

Harry não duvidava nem um pouco disso, ele tinha certeza de que as intenções do Zayn eram sempre as melhores e que o amigo sempre torcia pela felicidade dele, mas mesmo assim se sentiu um pouco hesitante ao pegar aqueles presentes.

-Eu não sei quando usarei esse caderno ou mesmo se usarei e...

-Não precisa se preocupar com isso, só o mantenha por perto para quando você sentir que está na hora, ok?! O lápis também é do melhor. – Zayn piscou e Harry riu, enfim relaxando um pouco.

-Às vezes acho que nem sei mais como fazer isso. – Harry confessou enquanto sentava no sofá e Zayn foi para o lado dele.

-Você é um artista, sempre foi e sempre será, esse talento sempre será seu, cara... Você só precisa estar pronto para ele de novo.

-Talvez você tenha razão. – Harry passou os dedos pela capa macia de couro do caderno e segurou um dos lápis por um segundo. –Eu só preciso estar pronto de novo.

-E você estará, aposto que mais cedo do que imagina! – Zayn o abraçou de novo e Harry sorriu.

   ****

O caderno e os lápis foram guardados no armário do quarto quando Zayn precisou ir embora algum tempo depois porque tinha que ir para a lanchonete.

Harry não tinha muito que fazer, além de esperar pela chegada de Louis, então se jogou no sofá e ficou encarando o quadro pintado pela mãe.

Ainda doía olhar para aquela pintura, mas ao mesmo tempo uma sensação boa o dominava, ele tentou não pensar muito em quando voltaria a entrar naquele quarto, mas imaginou que não demoraria muito para ter outros quadros de Anne pendurados pelas paredes da casa, ele vinha pensando cada vez mais que, acima de qualquer coisa, a arte da mãe merecia ser apreciada e não ficar escondida num quartinho escuro.

Ele tinha certeza de que Anne odiaria saber que ele havia parado com sua arte, ela sempre foi a sua maior incentivadora, mas foi tudo tão difícil depois que ela morreu... O mundo parecia tão sem cor e sem brilho sem ela por perto!

Uma batia suave na porta o arrancou de todos aqueles pensamentos e só então ele se deu conta de que algumas horas tinham se passado, talvez ele tenha até cochilado ali no sofá, mas aquela batida, e a certeza de quem estava lá do outro lado, fez com que ele se levantasse rapidamente e corresse até a porta.

-Oi... – Louis sorriu antes de se jogar nos braços de Harry e beijá-lo demoradamente.

-Ainda bem que você chegou. – Harry disse entre beijos enquanto erguia Louis em seu colo, as pernas do Tomlinson envolvendo a cintura do maior, e seguia para o sofá.

-Já estava com saudades, é?! – Louis riu ao ser jogado no sofá e ter o corpo de Harry cobrindo o seu logo em seguida.

Mas a resposta que obteve foi outro beijo, ainda mais profundo e longo.

-Eu me esqueci de trazer as minhas coisas de novo, igual da outra vez, espero que aquela escova de dentes ainda esteja por aí. – Louis riu quando a boca de Harry deslizou para o seu pescoço.

-Eu a deixei separada só para você. – Harry murmurou entre os beijos que distribuía. –E, assim como da outra vez, acho que não precisaremos muito de roupas, né?!

-Seu safado! – Louis estapeou a bunda de Harry e depois se remexeu até conseguir se desvencilhar do corpo do maior e, com certa dificuldade, ficar de pé ao lado do sofá.

-Ah, volta aqui, Lou...

-Espera. – riu. –Nem tirei meus sapatos e estou com fome, já faz um tempo desde que almocei... Sobrou o sorvete de ontem?

Enquanto falava, Louis começou a tirar os tênis e meias, mas antes de ir para a cozinha procurar pelo sorvete, ele notou que Harry não parava de encará-lo.

-O que foi?

-Nada, é que só agora estou prestando atenção no que você está vestindo hoje. – Harry sorriu.

Louis vestia uma calça jeans e um suéter azul extremamente confortável que ficava um pouco grande nele, principalmente no comprimento dos braços.

-Algum problema com as minhas roupas?

-Problema nenhum, é que você consegue ser sexy pra caralho e completamente fofo ao mesmo tempo. – Harry explicou e isso fez Louis voltar a sorrir, mas ele não teve chance de responder, pois a sua atenção foi levada para outra coisa rapidamente.

Ali, em uma das paredes da sala, tinha um quadro que, com toda certeza, não estava pendurada naquele lugar ontem... E isso fez Louis congelar por um segundo.

-Aquele quadro... – ele sussurrou. –Ele não estava ali antes, né?!

Se aproximando mais, ele o admirou com atenção, era uma bela pintura.

-É o lago... – voltou a sussurrar. –E é tão lindo!

Harry se levantou e calmamente caminhou até parar ao lado de Louis.

-Sim, é uma das pinturas da minha mãe. – foi só o que disse, ele tinha muita vontade de falar sobre aquilo com Louis, contar o que tinha acontecido na noite passada, mas ainda se sentia um pouco travado.

-Ela era tão talentosa, baby. – Louis chegou mais perto de Harry e passou um braço pela cintura dele.

-Ela era mesmo maravilhosa. – Harry sussurrou e Louis estava prestes a dizer mais alguma coisa quando o Styles o beijou na boca. –Senta aí que eu trago sorvete para você, ainda sobrou sim de ontem.

Louis não queria mais o sorvete, tudo o que ele queria era puxar Harry e finalmente conversar sobre aquilo que vinha lhe atormentando tanto ultimamente, mas Harry foi rápido em ir para a cozinha e ele se deixou cair no sofá, ainda olhando para o quadro de Anne, era mesmo uma bela pintura e Louis teve certeza de que o fato de ela estar pendurada ali na parede agora era uma boa indicação de que Harry estava começando a lidar melhor com aquilo... Então Louis decidiu que ainda naquele dia, talvez quando eles estivessem indo dormir, ele tocaria no assunto, já estava mais do que na hora!

Harry voltou com o sorvete, eles dividiram uma grande taça e depois se ajeitaram de novo no sofá. Apesar de adorarem todos os momentos mais quentes que compartilhavam e do sexo sempre espetacular, eles ficaram por um tempinho apenas abraçados e se beijando suavemente, até porque teriam a noite toda pela frente ainda.

Louis perguntou se o hematoma no maxilar de Harry ou os machucados nas mãos estavam doendo, mas o Styles nem os sentia mais quando tinha o Tomlinson ali tão pertinho de si.

-Nós podemos sair um pouco amanhã, o que acha? – Harry comentou. –Hoje eu quero aproveitar a noite aqui em casa com você, mas amanhã posso te levar em um barzinho bem legal que tem aqui na cidade, é o melhor que temos.

-Pode ser. – Louis assentiu. –Eu gostaria de sair para dançar com você.

-Podemos dançar lá. – Harry apertou um pouco a cintura de Louis e voltou a roçar os seus lábios aos dele com suavidade, fazendo os dois se arrepiarem.

Louis agarrou os cabelos de Harry, embrenhando os dedos nos fios compridos e macios e puxando-os enquanto mordia o lábio inferior do Styles antes de beijá-lo, as línguas se buscando e se entrelaçando com voracidade.

Os beijos continuaram, intercalando entre vorazes e mais suaves e carinhosos, as mãos se acariciando com leveza, os corpos se encostando e afastando, roçando um contra o outro e arrancando gemidos e sorrisos dos dois... Era, sem dúvida, o melhor jeito de passar aquele final de tarde e começo de noite.

Depois de um tempo os beijos foram parando e eles ficaram apenas abraçados, bem juntinhos, o rosto de Louis contra o pescoço de Harry, as pernas emboladas umas nas outras. Harry envolvia o corpo de Louis com um dos braços e com a mão livre acariciava os cabelos do Tomlinson, a carícia era tão gostosa, a posição tão confortável e aconchegante que Louis acabou cochilando... Eles se sentiam tão em paz nos braços um do outro!

Harry não dormiu, mas também não queria perturbar o sossego de Louis, então permaneceu quietinho ao lado dele, ainda acariciando seus cabelos, até que precisou muito ir ao banheiro e não teve mais como segurar ou sua bexiga estouraria. Com cuidado e lentidão, ele saiu do sofá, acomodando o corpo de Louis para que ele não acordasse e foi rapidamente até o banheiro.

Mas ao voltar para a sala, Harry parou por um instante antes de voltar a se deitar ao lado do outro porque deitado ali naquela posição, dormindo tão tranquilamente, Louis nem parecia real de tão lindo! Ele estava de barriga para cima, o rosto um pouco inclinado para o lado, com o cabelo caindo sobre sua testa e os cílios tremulando levemente, os lábios estavam um pouco entreabertos e as mãos, cobertas pelas mangas grandes do suéter, repousavam sobre a barriga.

Harry respirou profundamente e, assim como tinha acontecido quando eles foram ao lago, ele sentiu aquela vontade incontrolável de eternizar aquele momento, queria se lembrar para sempre de Louis Tomlinson dormindo no seu sofá daquele jeito e de como aquela visão lhe enchia de felicidade e paz.

Ele olhou rapidamente para o quadro da mãe pendurado na parede, depois para a porta agora apenas encostada lá no fim do corredor, e então se lembrou dos presentes que ganhou do Zayn apenas algumas horas atrás. Suas mãos tremiam com o desejo de se moverem, de eternizarem aquela cena da forma como estavam acostumadas a fazer alguns anos atrás, então Harry sentiu o mesmo impulso da noite anterior, seus pés se moveram quase que por vontade própria de novo e ele apenas se deixou levar... Caminhou até o quarto, até o armário, e pouco tempo depois estava de volta na sala com o caderno e lápis em mãos.

Ainda um pouco fora de si, ele se sentou no chão, de frente para o sofá que Louis ocupava, e abriu o caderno lentamente... O seu coração estava tão disparado que chegou a assustá-lo, suas mãos suavam um pouco e ele estava pronto para fechar o caderno e voltar a guardá-lo, achou que não estava preparado ainda, era cedo demais... Mas então voltou a olhar para o rosto de Louis e sentiu que começava a se acalmar de novo... Não era cedo demais, merda, já tinham se passado quatro anos!

Com um suspiro quase doído, Harry colocou a ponta do lápis sobre a primeira folha em branco daquele caderno e sua mão, quase que magicamente, parou de tremer... O primeiro risco saiu e depois outro e mais outro e ele foi levado para um lugar diferente, um lugar que sempre ia quando estava ocupado com sua arte, um lugar que costumava compartilhar com a mãe, doía muito não tê-la mais por perto, mas ao mesmo tempo era maravilhoso poder voltar para lá.

O desenho começou a ganhar forma conforme sua mão se movia com mais intensidade, quase com desespero, como se estivesse esperando ansiosamente para fazer aquilo de novo. Harry entrou em um pequeno estado de transe enquanto continuava a desenhar e sentiu algumas lágrimas correndo pelo rosto, mas sequer tentou secá-las... Era um choro bom, era como se um peso gigantesco estivesse saindo dos seus ombros e do seu coração.

Ele estava tão focado, tão imerso em sua arte que parecia transbordar de dentro de si, que demorou um pouco para perceber que Louis não dormia mais... Os olhos azuis estavam intensamente focados em si e Harry podia jurar que eles pareciam um pouco marejados.

Sua mão vacilou por um instante e ele fez uma pequena pausa no desenho que ficava a cada instante mais impressionante, um retrato fiel do lindo garoto deitado em seu sofá.

-Eu... Eu... – Harry gaguejou por um momento, sem saber direito o que dizer.

-Está tudo bem, querido. – Louis disse suavemente. –Pode continuar.

Harry estranhou o fato de Louis não parecer surpreso ou espantando ao vê-lo desenhando, já que ele não tinha lhe contado sobre aquilo em nenhum momento.

-Eu já sabia. – Louis explicou, como se conseguindo ler os pensamentos do outro. –Estava tentando encontrar o melhor jeito ou hora para falar com você sobre isso, mas eu já sabia desse seu talento.

-Ah... – Harry murmurou, deveria ter imaginado que alguém acabaria contando ao Louis. –Não sei por que não te contei antes, eu só...

-Não precisa se explicar. – Louis o interrompeu. –Você estava me desenhando?

-Sim, você me inspira. – Harry mordiscou os lábios ao falar e dessa vez foi o coração de Louis que disparou loucamente.

-Então continue, baby... Só continue. – Louis sussurrou e foi o que Harry fez, voltando imediatamente ao seu desenho com uma naturalidade e destreza que ele achou que nunca mais conseguiria ter, mas todo o seu talento esteve apenas adormecido naqueles anos.

E quando Harry voltou a derramar mais algumas lágrimas, aquelas eram mais de felicidade do que qualquer outra coisa, Louis chorou também, ainda deitado na mesma posição, ainda servindo como modelo e inspiração, ele deixou algumas lágrimas suaves correrem por seu rosto porque podia ver e sentir como Harry parecia estar se libertando bem ali na sua frente... Era um momento que os dois jamais esqueceriam.


Notas Finais


Oii :)
Um pouquinho mais tarde do que de costume, mas cheguei ;) rs
No próximo cap. continua esse momento mt especial deles e espero que vocês tenham gostado de ler tanto quanto eu de escrever <3
O capítulo não foi revisado com muita atenção pq eu fui em um bloquinho de carnaval mais cedo e estou meio morta de cansaço agora, mas não queria deixar de postar hj, por isso me perdoem pelos prováveis errinhos ;) rsrs
Muuito obrigado e bom carnaval para vocês, seja se divertindo por aí ou aproveitando para descansar, aproveitem <3 Até domingo que vem <3
Beijos


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